Marx e Engels, ao analisarem a sociedade capitalista vigente em seu tempo chegaram a conclusões as quais são ainda mais evidentes na atualidade. A título de exemplificação, pode-se citar a exploração dos trabalhadores e a mais valia, tendo em vista que com o avanço da tecnologia o proletariado se tornou ainda mais produtivo e passou a gerar cada vez mais lucros, principalmente, porque começou a ser necessário uma quantidade cada vez menor de contratações para que as mesmas tarefas sejam executadas.
Vale ressaltar, que esses fatos não modificaram apenas as relações no âmbito do trabalho, mas também na forma de se relacionar dos indivíduos entre si, bem como de ver o mundo, como evidencia Richard Sennett em sua obra denominada "A corrosão do caráter", na qual ele busca mostrar como o mundo em que vivemos afeta a forma de nos relacionar até mesmo em nossas ligações familiares. Nesse sentido, cabe analisar que as qualidades do bom trabalho não são as mesmas do bom caráter, tendo em vista que até mesmo o personagem Rico, ao ponderar a respeito de sua postura enquanto pai, não se sente satisfeito, já enquanto trabalhador acredita que cumpre um bom papel, ainda que não ache ser o bastante muitas vezes, fato que se deve as constantes pressões, comparações e cobranças sociais, as quais ele, enquanto um cidadão contemporâneo, sofre.
Ademais, sob essa perspectiva, na atualidade as pessoas dão manutenção a lógica capitalista o tempo todo e na maior parte das vezes não se dão conta disso, nem tão pouco percebem as amarras do sistema. Nesse sentido, pode-se citar as existentes inclusive no meio jurídico, tendo em vista que o direito, mesmo amparando os trabalhadores com relação a assegurar que exerçam suas funções de maneira digna e segura, é responsável por manter a ordem a qual permite que os mesmos sejam explorados e que a burguesia permaneça no poder.
Além disso, é importante analisar que o sistema capitalista é cheio de contradições, como é o caso das férias e os finais de semana remunerados, pois ambos foram criados na verdade visando fazer com que os trabalhadores não se revoltem e que após descansarem voltem prontos para produzir e gerar ainda mais lucros. Todavia, esse fato não é percebido e os padrões são exaltados como boas pessoas as quais se preocupam com seus funcionários e seu bem estar, negligenciando, falaciosamente, seus próprios ganhos.
Danieli Calore Lalau - 1° ano - noturno
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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