Segundo Descartes, todos indivíduos são dotados de bom senso e razão, portanto são igualmente capazes de realizar julgamentos justos e corretos. Porém, o que observamos na sociedade vai de encontro a tal afirmação: existem julgamentos infinitamente variados perante as inúmeras questões humanas. Isso ocorre pois a aplicação da razão, ao contrário de sua quantidade, difere de pessoa para pessoa.
Essa discrepância é o que sustenta pautas atuais, tais como a legalização do aborto. Aqueles que condenam a prática têm seus argumentos fundamentados na religião e moral coletiva, afirmando a existência de uma alma cujo destino não deve ser decidido pelo ser humano.
Ainda segundo o Método Cartesiano, o conhecimento e a verdade apenas podem ser atingidos quando livres de noções prévias, valendo-se apenas da razão. Desse modo, o aborto pode ser finalmente desvinculado do espiritualismo e encarado como uma questão de saúde pública e liberdade de escolha.
A partir desse exemplo nota-se a importância de Descartes para o Direito. Através do método da dúvida e do uso da razão é possível a construção de uma justiça universal, que não contemple opiniões de determinados grupos sociais em detrimento de outros.
Gabriela Fontão de Almeida Prado, 1° ano de direito diurno.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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