O autor Friedrich Engels, ao escrever a obra "Do socialismo utópico ao socialismo científico" em 1880, propôs demonstrar, na forma de folheto, aos trabalhadores da época suas idéias sobre o socialismo e expor melhor os conceitos marxistas. Para ele, o socialismo nascer da necessidade de se romper com a ordem vigente, no caso o capitalismo. Os "iluminados", homens que ao romper com os laços do Absolutismo durante a Revolução Francesa, revolucionaram ao acreditar na racionalidade como forma de se reger as sociedades. A burguesia assim emergiu diante dos privilégios antes dados à aristocracia e liderou a sociedade, criando assim seus próprios privilégios. Começa assim uma luta de classes então entre a burguesia (detentora do poder de mercado e dos meios de produção) e da classe trabalhadora (oprimida e explorada para a acumulação de capital pela classe dominante).
Engels, ao citar os pensadores Saint-Simon, Owen e Fourier, explica seus pensamentos sobre o socialismo utópico que pregavam. Saint-Simon explica o conflito entre "trabalhadores" e "ociosos", além de acreditar que o governo deve expressar a administraçao da sociedade e o mundo economico que a cerca. Fourier já faz uma crítica à burguesia por acreditar que a diferença de classes que ainda persiste pós-revolução faz brotar a pobreza que assola a classe trabalhadora. Prevê uma sociedade cooperativista como solução para as desigualdades, pois só assim as riquezas seriam divididas entre aqueles que a produziram. Já Owen acredita que o socialismo só será alcançado com condições dignas aos trabalhadores, oferecendo educação para que se ilumine os industriais e operários para compreensão da sociedade moderna. O trabalho seria fundamental para a edificação da sociedade. Apesar de toda análise sobre os socialistas utópicos, Engels discorda durante a obra sobre esse método por não o considerar aplicável e incondizente com a realidade.
Ao considerar essencial para a sociedade moderna a aplicação do socialismo como ciência, Engels faz uma dualidade com as idéias hegelianas. A idéia de Marx e Engels é o apropriar da dialética hegeliana, mas com ressalva ao seu carater idealista, e assim fazer uma análise da luta de classes . É esse conflito que estabelece o movimento da matéria. O autor se utiliza de dois recursos para fazer a analise da sociedade atual, o materialismo-histórico e o materialismo dialético. O primeiro se caracteriza por desvendar as leis ao desenvolvimento histórico, enquanto o segundo faz uma leitura do mundo sempre em desenvolvimento onde o motor deste é a luta entre as classes. Assim o autor preconiza que o proletariado e a burguesia foram ao longo da história formadas e são produto necessario para a luta de classes.
No capitalismo a produção também é social, porém a acumulação não é. Engels acredita que no socialismo apesar da produção ser social também, a possibilidade de se produzir riqueza deve ser dividida para todos para que assim se forme uma sociedade mais abundante e com estrutura social mais estabelecida. Seria para ele uma idéia de igualdade radical, com a perpectiva de equalizar a sociedade.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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