No texto de Descartes, "Discurso do Método", ressalto duas passagens. A primeira diz respeito á defesa de conhecimentos práticos que surtem efeito na sociedade em detrimento de conhecimentos teóricos que se estacionam no campo das especulações. Ao tomar tal posição, o autor considera a filosofia tradicional estéril, isto é, incapaz de produzir frutos (leia-se resultado, solução, progresso) á vida social. Ele também afirma que tal filosofia é valorizada pelos pensadores, porque lhes traz prestígio e envaidecimento. Nota-se, portanto, nessa passagem, o engajamento social do autor.
O outro ponto que pretendo destacar é a possível contradição que há entre a procura de explicações racionais por meio de questionamentos e a defesa da existência de Deus (um ser perfeito, criador supremo). Essas duas propostas podem ser consideradas conflitantes, uma vez que, para muitos, a figura divina é subjetiva e, portanto, não pode ser explicada racional e objetivamente. No entanto, se analisado com cuidado, percebe-se que Descartes consegue comprovar racionalmente a existência de Deus por meio das leis da natureza (suas criações perfeitas), ou seja, ele justifica a existência do criador através da criatura. Logo, reafirma-se, nesse momento do texto, o racionalismo de Descartes.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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