A
sociologia nasce de uma necessidade de explicações sobre as transformações que
a Europa enfrentava durante o final do século XVIII e início do século XIX, nomeadamente,
revoluções como a industrial e a francesa. As revoluções possuem um caráter
inerente em si: questionar e contestar a ordem vigente de hierarquias sociais
estabelecidas com o tempo, contrariando o ideal de prudência e estabilidade. Promovem
a mudança radical, causando caos e desordem social, ocorrendo, por
consequência, uma decadência moral que inibe a capacidade humana de desempenhar
da função social.
Deixando
o passado para traz, observa-se hodiernamente esse mesmo caráter revolucionário
desordenado tomando forma, ideais perigosas falando de igualdade surgem, contrariando
a noção de moralidade solidaria, assim como ocorreu antigamente. Grupos que se
intitulam minorias tentam romper com a hierarquia por meio de revoluções
estritamente progressivas, apartadas da ordem, são eles: mulheres com o movimento
feminista, negros com os atuais conflitos denominados “Black Lives Matter” e
homossexuais com a simbologia LGBT+. Prova-se necessário a retomada da física
social de Augusto Comte para a solução da problemática, uma vez que já se mostrou
eficaz no passado e que hoje, talvez, seja muito mais necessária do que na
época de Comte.
Em
princípio, deve-se fornecer o mínimo necessário para que esses grupos cumpram
de maneira eficaz com sua função social, afim de evitar revoltas que se
apresentam justamente pela insatisfação causada por um aviltamento que essas
classes sofrem, pois como afirmou Julius Evola no livro Revolta Contra o Mundo
Moderno: “Depois de acusarmos a decadência da mulher moderna, não podemos
esquecer que o homem é o primeiro responsável por essa decadência. Tal como a
plebe nunca teria podido irromper em todos os domínios da vida social e da
civilização se tivessem existido verdadeiros reis e verdadeiros aristocratas.”.
Nesse
interim, devemos considerar a sociedade como um organismo vivo, assim como na
biologia cada órgão desempenha sua função, o homem também a desempenha na
sociedade. Se o cérebro não cumpre de maneira eficiente a sua função de
coordenar o restante do corpo, o corpo acaba por morrer, e o cérebro
juntamente. Se os políticos, detentores do maior grau do conhecimento
positivista, não fornecem o mínimo para que os outros membros da sociedade
desempenhem suas funções, toda a sociedade perece, e os políticos juntamente.
Um simples dedo cortado promove uma hemorragia e condena o restante do corpo.
Uma simples mulher que deixar de desempenhar seu papel familiar em virtude de
ideologias emancipatórias condenara toda a família e por fim, a sociedade. Um
órgão sexual estéril não cumpre com sua função biológica, sendo caracterizado
como algo anormal e patológico. Um homossexual não cumpre com o caráter
reprodutivo na sociedade, sendo caracterizado como uma anomalia social. A moral
individual deve ser sobreposta pela moral coletiva, pois a última é a única
capaz de fornecer base para o desenvolvimento da sociedade.
A
desigualdade deve ser vista não como um mal a ser superado, mas como algo
necessário e presente em todas as sociedades, não é sinônimo de pobreza, mas
sim de diferença. A única igualdade
possível há de ocorrer no plano do poder moral, sendo este o verdadeiro poder
na sociedade, pois é capaz de convocar a ordem ao questionar as ações que vão
em contramão ao progresso. Sendo totalmente legitimado o questionamento de
movimentos sociais que buscam se emancipar e ascender socialmente, em uma
atitude egoísta contraria ao bem coletivo. Conforme afirmou o líder da
organização ultranacionalista Guarda de Ferro da Romênia, Corneliu Zelea Codreanu: “Um povo torna-se consciente
de sua existência quando tem noção de totalidade nacional, não ao apenas se
interessar por suas partes convenientes e interesses individuais”.
Diante
desse cenário, a moral positiva deve auxiliar-se na moral teológica, pois ela
já estava presente antes do início da decadência moral, ou seja, ainda está no inconsciente
da sociedade de maneira universal. Analisando os exemplos anteriores, existia
sobre as mulheres um poder moral religioso que as coloca em seu devido lugar
social. Há uma convergência entre a natureza humana e a moralidade das ações,
as mulheres na perspectiva religiosa nasceram para gerar filhos e cuidar da família,
para que então seus descendentes alcancem o reino dos céus. O papel da moral
positiva seria então racionalizar a teológica, a função da mulher não seria
mais religiosa, e sim social, cuidando da família (uma das principais
instituições sociais) para que então a sociedade caminhe rumo ao progresso.
Na
perspectiva religiosa o homossexualismo é visto como pecado, na racionalização positivista,
ele deve ser visto como uma patologia que impossibilita a perpetuação social,
assim como afirmou Olavo de Carvalho: “Nenhuma preferência pessoal, por mais
justa ou legitima que seja, deve disputar a primazia com o que é necessário a subsistência
da espécie humana.”. A vontade de ascensão social no âmbito religioso é vista
como algo negativo, se Deus escolheu que você nascesse naquela posição social,
com respectivas funções, não caberia a você contrariar a vontade de Deus. No
positivismo, a vontade de elevar-se é contrária a ordem, pois altera o que já está
definido e vai contra as leis sócias, e, portanto, ao progresso. Restauremos
então aquilo que foi esquecido ao longo das gerações, mas que possibilitou
chegarmos a tão elevado grau tecnológico. A nossa gloria do passado é devido a
ordem, nossa atual decadência e atraso social é consequência da desordem, a estabilidade
restaurada, o futuro é o progresso.
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