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domingo, 26 de julho de 2020

Decadência e atraso social como consequência da desordem.

A sociologia nasce de uma necessidade de explicações sobre as transformações que a Europa enfrentava durante o final do século XVIII e início do século XIX, nomeadamente, revoluções como a industrial e a francesa. As revoluções possuem um caráter inerente em si: questionar e contestar a ordem vigente de hierarquias sociais estabelecidas com o tempo, contrariando o ideal de prudência e estabilidade. Promovem a mudança radical, causando caos e desordem social, ocorrendo, por consequência, uma decadência moral que inibe a capacidade humana de desempenhar da função social.

Deixando o passado para traz, observa-se hodiernamente esse mesmo caráter revolucionário desordenado tomando forma, ideais perigosas falando de igualdade surgem, contrariando a noção de moralidade solidaria, assim como ocorreu antigamente. Grupos que se intitulam minorias tentam romper com a hierarquia por meio de revoluções estritamente progressivas, apartadas da ordem, são eles: mulheres com o movimento feminista, negros com os atuais conflitos denominados “Black Lives Matter” e homossexuais com a simbologia LGBT+. Prova-se necessário a retomada da física social de Augusto Comte para a solução da problemática, uma vez que já se mostrou eficaz no passado e que hoje, talvez, seja muito mais necessária do que na época de Comte.

Em princípio, deve-se fornecer o mínimo necessário para que esses grupos cumpram de maneira eficaz com sua função social, afim de evitar revoltas que se apresentam justamente pela insatisfação causada por um aviltamento que essas classes sofrem, pois como afirmou Julius Evola no livro Revolta Contra o Mundo Moderno: “Depois de acusarmos a decadência da mulher moderna, não podemos esquecer que o homem é o primeiro responsável por essa decadência. Tal como a plebe nunca teria podido irromper em todos os domínios da vida social e da civilização se tivessem existido verdadeiros reis e verdadeiros aristocratas.”.

Nesse interim, devemos considerar a sociedade como um organismo vivo, assim como na biologia cada órgão desempenha sua função, o homem também a desempenha na sociedade. Se o cérebro não cumpre de maneira eficiente a sua função de coordenar o restante do corpo, o corpo acaba por morrer, e o cérebro juntamente. Se os políticos, detentores do maior grau do conhecimento positivista, não fornecem o mínimo para que os outros membros da sociedade desempenhem suas funções, toda a sociedade perece, e os políticos juntamente. Um simples dedo cortado promove uma hemorragia e condena o restante do corpo. Uma simples mulher que deixar de desempenhar seu papel familiar em virtude de ideologias emancipatórias condenara toda a família e por fim, a sociedade. Um órgão sexual estéril não cumpre com sua função biológica, sendo caracterizado como algo anormal e patológico. Um homossexual não cumpre com o caráter reprodutivo na sociedade, sendo caracterizado como uma anomalia social. A moral individual deve ser sobreposta pela moral coletiva, pois a última é a única capaz de fornecer base para o desenvolvimento da sociedade.

A desigualdade deve ser vista não como um mal a ser superado, mas como algo necessário e presente em todas as sociedades, não é sinônimo de pobreza, mas sim de diferença.  A única igualdade possível há de ocorrer no plano do poder moral, sendo este o verdadeiro poder na sociedade, pois é capaz de convocar a ordem ao questionar as ações que vão em contramão ao progresso. Sendo totalmente legitimado o questionamento de movimentos sociais que buscam se emancipar e ascender socialmente, em uma atitude egoísta contraria ao bem coletivo. Conforme afirmou o líder da organização ultranacionalista Guarda de Ferro da Romênia, Corneliu Zelea Codreanu: “Um povo torna-se consciente de sua existência quando tem noção de totalidade nacional, não ao apenas se interessar por suas partes convenientes e interesses individuais”.

Diante desse cenário, a moral positiva deve auxiliar-se na moral teológica, pois ela já estava presente antes do início da decadência moral, ou seja, ainda está no inconsciente da sociedade de maneira universal. Analisando os exemplos anteriores, existia sobre as mulheres um poder moral religioso que as coloca em seu devido lugar social. Há uma convergência entre a natureza humana e a moralidade das ações, as mulheres na perspectiva religiosa nasceram para gerar filhos e cuidar da família, para que então seus descendentes alcancem o reino dos céus. O papel da moral positiva seria então racionalizar a teológica, a função da mulher não seria mais religiosa, e sim social, cuidando da família (uma das principais instituições sociais) para que então a sociedade caminhe rumo ao progresso.

Na perspectiva religiosa o homossexualismo é visto como pecado, na racionalização positivista, ele deve ser visto como uma patologia que impossibilita a perpetuação social, assim como afirmou Olavo de Carvalho: “Nenhuma preferência pessoal, por mais justa ou legitima que seja, deve disputar a primazia com o que é necessário a subsistência da espécie humana.”. A vontade de ascensão social no âmbito religioso é vista como algo negativo, se Deus escolheu que você nascesse naquela posição social, com respectivas funções, não caberia a você contrariar a vontade de Deus. No positivismo, a vontade de elevar-se é contrária a ordem, pois altera o que já está definido e vai contra as leis sócias, e, portanto, ao progresso. Restauremos então aquilo que foi esquecido ao longo das gerações, mas que possibilitou chegarmos a tão elevado grau tecnológico. A nossa gloria do passado é devido a ordem, nossa atual decadência e atraso social é consequência da desordem, a estabilidade restaurada, o futuro é o progresso.



Otávio Eloy de Oliveira - 1º ano de Direito - Noturno

Obs.: O autor da postagem não concorda com o viés politico e ideológico adotado. O texto é apenas uma atividade argumentativa proposta pelo professor. 

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