A sociologia compreensiva, desenvolvida por Max Weber, baseia-se no seu conceito de ação social. Segundo esse conceito, cada ação humana constitui uma faculdade individual dotada de sentido, carregada de um juízo de valor, influenciada por diversos fatores singulares e norteada por um interesse pessoal, seja ele material, ideológico, etc. Enfim, para Weber, explicar um fenômeno social consiste, em todos os casos, em remontar às ações individuais elementares que o compõem.
Nesse contexto, pode-se trazer facilmente a teoria weberiana aos dias atuais, mais especificamente ao cenário político brasileiro, no que diz respeito à proposta de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Os defensores de tal proposta estão, acima de tudo, defendendo os interesses de grupos de pressão extremamente poderosos nos bastidores da política brasileira. Além disso, estão destruindo qualquer chance de ressocialização do menor infrator. Porém, de acordo com a teoria weberiana, antes de puni-lo, é preciso analisar profundamente os fatores responsáveis por tal ação, com a finalidade primordial de utilizar esses dados em prol de uma política de ressocialização do menor e de prevenção de novos casos envolvendo menores de idade.
Dessa forma, percebe-se a importância da sociologia compreensiva nos dias atuais, no que diz respeito a evitar decisões políticas precipitadas. Mais do que nunca, é preciso abordar os problemas sociais atuais sob essa perspectiva, de modo a buscar uma investigação sociológica mais profunda e eficaz, unindo a sociologia e a psicologia. Enfim, deve-se valorizar o indivíduo como ser autônomo e não como mera parte do todo, criando, assim, relações sociais mais humanizadas.
Renan Djanikian Cordeiro
1º ano do Direito Noturno
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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