Max Weber acreditava que cada ação do homem deveria ser previamente codificada. Que cada "constelação", como ele chamava, deveria estar contida na forma da lei, prescrevendo assim para cada norma Y um comportamento Z com base na lei X.
No fundo esse parece até ser o melhor caminho, no entanto a realidade é outra. Eu duvido muito que seja possível prescrever em forma de códigos e leis TODAS as mais diferentes variáveis do comportamento do ser humano. Criar caminhos por entre todas essas conjunturas "constelares" de forma a ter sempre um caminho padrão considerado justo e firme. Essa sistematização e generalização estão, ao meu ver, mais posicionadas como utópicas do que reais.
Acredito em muito do que Weber escreveu à cerca da racionalização, principalmente com relação ao direito objetivo (nas formas da racionalização formal e material). Porém conduzir seu pensamento nesse rumo da engenharia jurídica foi um passo arriscado. Sua idéia, contida obviamente no metafísico, é grandiosa demais para ser aplicada. Como alguém pode querer transformar tudo que o homem vier a executar nesse mundo em algo escrito, passível de operações jurídicas?
Já disse em outros textos que não acredito em Z=X+Y jurídico. E por mais diversas constelações que venham a existir, o homem não pode prever sua conduta em todos os campos que exerce atividades e considerar para esse infinito conjunto um caminho em comum para a justiça. Não é como calcular as variáveis de um motor, que tem elementos em comum pelo mundo todo, sendo o mesmo metal com o mesmo comportamento, já que o mais importante da relação jurídica, o homem, NÃO É FATOR COMUM.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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