Em sua obra, Da divisão do trabalho social, Émile Durkheim caracteriza duas sociedades distintas, a mecânica e a orgânica. Para ele, inicialmente unidos por seus vínculos culturais comuns numa sociedade regida pela solidariedade mecânica, os indivíduos passam a se organizar em torno de relações de produção e dependência, propiciadas pelo desenvolvimento da técnica e crescente necessidade de especialização para atender à demandas cada vez mais diversificadas.
Essa sociedade orgânica, embora menos ideologicamente ativa do que sua predecessora, é tanto mais capaz de manter-se coesa, adotando não são os valores à ela intrínsecos, mas também a interdependência material, sujeitada a essas valores, para irrelevar o indivíduo perante o todo.
Não obstante, a própria noção de coerção é, para Durkheim, inerente às sociedades orgânicas, pois o conjunto de valores morais sobrejacentes, a superestrutura social, só pode adquirir coercitividade com o afloramento da consciência individual, diretamente vinculada a diferenciação social.
Yuri Rios Casseb
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
Nenhum comentário:
Postar um comentário