É claro que em tempos de grande necessidade, busca-se algo em que se acreditar, só para os dias se tornarem um labor menos penoso. Contudo, numa sociedade inebriada pelo culto à razão, buscar fontes inexplicáveis de esperança se torna difícil. Mas eis que, para renovar a fé do ser humano em sua própria raça, surge o socialismo utópico.
Sua proposta era maravilhosa, sua execução jamais ocorreu. Pois, embora fossem pronunciadas promessas de igualdade, o que se via era a exploração. Embora o que se prometesse fosse o fim dos privilégios, uma burguesia iluminada os retinha para si. Embora a espada perdesse sua força, o dinheiro tomava se lugar.
Em seu âmago, os antagonismos presentes na sociedade se mantiveram os mesmo, uma classe explorando a outra, apenas sendo modificado o meio pelo qual a exploração se dava. E tal resultado era certo se partirmos do fato de que os movimentos sociais da época foram encabeçados pelos pensadores da época, que se pautavam pela razão. Embora acredite ser esse o melhor meio do homem se deixar guiar, é incontestável o fato de que a razão defendida por tais pensadores estava impregnada com seus pontos de vista, aqueles intrínsecos a sua personalidade e formação.
Em contrapartida, surge com Engels e Marx a ideia do socialismo científico. Ora, se os homens antes deles haviam sonhado com uma sociedade livre de antagonismos, a dupla traria uma explicação de como se daria a mudança do capitalismo então vigente para o socialismo, para uma sociedade mais avançada, livre da exploração, de classes sociais e de um estado como esse era concebido na época.
Suas idéias pareciam compatíveis com a situação em que se econtrava a sociedade capitalista, com a exploração a níveis extremos do proletário. O que não ocorreu, contudo, foi a revolução deste. embora se visse a caminho da condição tida por Marx como ideal para o nascimento de uma revolução, esse dia ainda não chegou, e provavelmente jamais chegará, uma vez que o capitalismo já superou as expectativas de Marx no que diz respeito a sua capacidade de se manter firme não importando o quanto pareça próximo de seu fim.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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