Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels, através da obra “Manifesto do Partido Comunista”, denunciam o antagonismo entre duas classes vigentes naquela sociedade: a burguesia e o proletariado.
A burguesia, representada pelos antigos servos da Idade Média, surgiu com a expansão da produção (até então desempenhada pelas manufaturas) e do comércio (proporcionado pelas inúmeras descobertas de outros territórios). Já o proletariado é composto por camponeses e antigos membros de corporações de ofício, cuja principal atribuição é servir de “motor humano” para a indústria moderna.
Os burgueses são tidos como revolucionários por destruírem toda a ordem feudo-medieval, alterando o sistema econômico, cultural, social, enfim, todos os aspectos da vida cotidiana daquele período. Além disso, o poder de mudança dessa dinâmica é tão forte que novos paradigmas são construídos sem antes mesmo de antigos conceitos serem validados. Assim, há enorme apego ao empreender e ao inovar.
Ademais, as amarras sociais da Idade Média se davam por alienações religiosas e políticas, de maneira implícita, enquanto os ideais posteriores explorariam de forma mais evidente através da submissão dos indivíduos ao capital, instrumento sem o qual seria impossível sobreviver uma vez que o êxodo rural fora provocado em nome do desenvolvimento e, estando as pessoas no cotidiano urbano, surgia a necessidade de estarem empregadas em indústrias ou comércios.
Não obstante, todas as nações viam-se obrigadas a seguir tais preceitos, pois a renúncia certamente traria obsolescência econômica, algo pouco quisto num período onde a luta pelas descobertas dependia diretamente do poder financeiro de cada país.
Dessa forma, a vontade burguesa molda o Estado à sua maneira, isto é, cria leis e o estrutura de forma a contemplar todas as suas reivindicações, sem espaço para qualquer outra manifestação alheia.
Entretanto, toda a capacidade de produção, de inovação, todas as ferramentas desenvolvidas, toda a tecnologia e a ciência criadas pela dinâmica burguesa serviriam, igualmente, como arma para sua própria destruição. Isto porque havia uma maioria subjugada, que era a classe trabalhadora, o proletariado. Essas pessoas constituíam a maioria da população, ou seja, sua força, caso houvesse união, seria superior a qualquer imposição do governo ou de qualquer mandante minoritário. É nesse sentido que há o chamamento para a revolução, pois o momento era propício por exibir o poder desenvolvimentista e a vontade da massa expressiva.
Assim, o Manifesto termina com um convite aos trabalhadores para a modificação das estruturas sociais com vistas ao verdadeiro estabelecimento de uma organização que visasse o bem comum, sem a apropriação e a exploração das pessoas.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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