O filme " Ponto de mutação", por meio do diálogo entre as personagens, coloca à discussão a visão de mundo sob a ótica cartesiana, representada pelo político, e uma nova percepção , defendida pela cientista.
Descartes introduziu o pensamento de que o mundo funciona como uma máquina, o homem funciona como uma máquina... Desse modo, ao desmontar o todo em pequenas partes, estudá-las e colocá-las novamente juntas seria possível entendê-lo. Entretanto, essa perspectiva mecanicista não cabe no contexto contemporâneo, pois os fragmentos não são independentes, mas interligados.
Para exemplificar sua visão, a cientista traz à reflexão a questão do enfarto: a medicina interventiva desenvolveria corações novos para serem implantados e removeria os enfartados, já a medicina preventiva cuidaria dos procedimentos necessários para evitar a obstrução de artérias. Essa segunda maneira de lidar com o problema é a nova percepção do mundo.
Um ponto relevante da discussão entre as personagens é a dificuldade que as pessoas têm em aderir a uma nova visão. O livro, em que se baseia o flme, foi publicado há algumas décadas, mas ainda hoje estamos como o político, buscando um ponto de partida para começar a resolver os problemas, enquanto deveríamos questionar e perceber que os erros estão na maneira de enxergarmos e julgarmos o mundo.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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