segunda-feira, 9 de março de 2020

O Perigo da Falta da Razão


A dúvida é uma condição natural humana, e por muito tempo os mitos e ídolos guiaram a busca pelas respostas, erroneamente. Conforme o desenvolvimento da Filosofia e ciência, passaram a utilizar do método para interpelar a realidade, levando a sociedade ao criticismo e permitindo a invalidação de ideias incorretas.
Porém, no mundo atual, tão informatizado, o pensamento crítico levou grupos a duvidarem da ciência e esses alcançaram apoiadores através da internet, difundindo falsas certezas. Os iluministas Bacon e Descartes, entretanto, nos instrui a não levar como verdade um pensamento que não passou por determinado método, já que apenas esse traria credibilidade ao conhecimento. Deve-se, junto aos sentidos, utilizar da razão.
A ciência perdeu seu caráter contemplativo. E, portanto, mesmo que o conhecimento seja escravo do interesse capitalista, acreditando em falsas ciências damos espaço para o caos– como o surto de doenças até então erradicadas por conta de pessoas que não acreditam na intenção das campanhas de vacinação. Logo, antes acreditar na ciência que em pseudociências, que não são embasadas em um método.



Lívia Pimenta Clemente Silva
Direito Noturno
1° Período - UNESP

Em contramão a ciência.


No decorrer da história, teve-se uma intensa busca pela obtenção do conhecimento. No século XVI e XVIIRené Descartes e Francis Bacon propuseram novos métodos para esse fim, sendo eles respectivamente o racionalismo e o Empirismo, que mais tarde seriam o alicerce para a ciência moderna. No entanto, percebe-se que na idade contemporânea, novos métodos vêm surgindo, mas estes, pautados no senso comum e não sendo providos de racionalidade. Esse fenômeno vem contribuindo para o surgimento de pseudociência e de falsas verdades.

Primeiramente, mesmo o racionalismo e o empirismo possuindo divergências, ambos os métodos usavam da lógica e da racionalidade. O primeiro era pautado no raciocínio, que através de proposições poder-se-ia chegar à verdade enquanto o segundo se baseia na experiência sensível. A junção desses métodos com aprimoramentos deu origem a aos fundamentos da ciência moderna.
Entretanto, mesmo com os avanços de Bacon e Descartes no âmbito da metodologia científica, formas supersticiosas e
irracionais de adquirir conhecimento ainda se fazem presente. Exemplos como terra convexa (encurtador.com.br/dhozU) e movimentos antivacina(https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/entenda-o-que-e-o-movimento-antivacina/ ), demonstram como a verdadeira ciência vem perdendo espaço entre a sociedade.
Portanto, percebe-se que nos tempos modernos, mesmo após as reformas propostas por Bacon e Descartes, a metodologia científica baseada em fundamentos racionais não atingiu toda sociedade, caracterizando em indivíduos tomados pela ignorância.
Luiz Miguel M. Navarro- Direito 1° Matutino.

Entre Descartes e Bacon: além da filosofia

Rene Descartes e Francis Bacon defenderam respectivamente o racionalismo e o empirismo em suas teorias. Durante algum tempo, essas correntes que aparentavam ser diametralmente opostas e independentes, mantiveram uma espécie de disputa, não pela verdade, mas pelo domínio do meio científico, na qual apenas uma poderia carregar uma maior porção de razão. Porém, tinham mais pontos de contato do que a independência permitiria.
Em Novum Organum, Bacon reconhece a co-existência de ambas as correntes, ao mesmo tempo que coloca a interpretação da natureza no centro de sua discussão, discorre sobre a necessidade de escoras para o intelecto. Já Descartes em Discurso do Método, traz relatos de suas viagens por outros países como forma de obtenção de experiências, que embora o autor diga que não foram tão enriquecedoras quanto seus estudos próprios e de seus livros, contribuíram a construir uma visão de outras culturas e reflexões próprias.
Essa relação presente em cada um dos textos mostra que há nos autores uma construção do pensamento a partir de ambos os princípios filosóficos, indicando que as proposições hegemônicas que eles estabelecem não são práticas, como estabeleceu Kant posteriormente. Isso me leva a crer que tanto o inglês Bacon quanto o francês Descartes, ao reforçar o estigma de que só poderia haver uma filosofia correta, na verdade estavam articulando uma representação política de seus países através dos textos.
Inglaterra e França, apresentaram ao longo dos séculos disputas comerciais, territoriais e, também, esta filosófica. Os anos que suscederam esse embate do pensamento deixam claro o perfil de cada nação. A Inglaterra com as Revoluções Puritana e Gloriosa ainda no século XVII e seu protagonismo industrial com a evidencia maior do pragmatismo e do papel da experiência e da ação, em contraste com a França da Revolução Francesa, fruto das teorias políticas e do advento do Iluminismo com grande força em seu território.
Assim, acredito que a revolução apresentada em Crítica à Razão Pura não poderia ter vindo de nenhum desses países, não por falta de evidências, mas sim pelo contexto da rivalidade e de constraste que supera a filosofia.

A racionalidade na retórica do feminismo

O ano era 1917 e emergia em plena Rússia Imperial um coletivo de mulheres, cuja organização e articulação culminou no maior protesto feminino registrado até então: foram 150 mil manifestantes no movimento, iniciado em 8 de março. Tratava-se do estopim da Revolução Russa, nos moldes sufragistas, que levou à abdicação do Czar Nicolau II de seu trono, apenas uma semana depois da ação feminina. Com isso, passou-se a comemorar o Dia da Mulher em todos os países do bloco soviético. Somente 58 anos depois, em 1975, o dia 8 de março foi estabelecido como Dia Internacional da Mulher por todos os países pertencentes às Nações Unidas. 

Nesse sentido, cabe ressaltar primeiramente que o movimento de emancipação feminina assume características importantes do racionalismo, visto que René Descartes acreditava que a ciência devia ser prática e não especulativa. Além disso, o filósofo via nos questionamentos a expressão da realidade, em suas palavras: “Para examinar a verdade, é necessário, uma vez na vida, colocar todas as coisas em dúvida o máximo possível”. E foi exatamente isso que as mulheres fizeram em Petrogado - questionaram sua sufocada existência no âmbito social e político e colocaram em prática a máxima cartesiana “Cogito ergo sum” (Penso, logo existo). A Mulher, enfim, conquistava expressividade e buscava sua identidade no exercício da mesma. 

Desse modo, munidas de questionamentos e inquietações, as mulheres transgrediram os dogmas vigentes, conquistando gradativamente seus direitos. No entanto, o estigma do machismo ainda permanece incisivo e contempla uma experimentação prática, semelhante àquela proposta por Francis Bacon. Exemplarmente, quando submetidas às mesmas funções que homens (com qualificação profissional também análogas) as mulheres ganham 25% menos, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Dessa forma, o feminismo assume caráter científico tanto ao contemplar à esfera racional, quanto ao estar submetido à experiência infeliz do contexto da sociedade patriarcal conservadora, ainda existente. 

Em suma, é irrefutável que a ação política também é uma ação filosófica, cuja semelhança com a metodologia científica é categórica. Sendo assim, torna-se imprescindível reconhecer  o feminismo não só como manifestação ideológica, mas também como parte da evolução natural da racionalidade humana.

Por Diego Malvasio Bertolino do 1º Ano em Direito Noturno na Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).

A procura através dos séculos

O século XVIII também conhecido como "Seculo das Luzes" foi uma época determinada pelo racionalização das ideias a cerca do mundo que antes eram determinadas pelo teocentrismo, ou seja o que antes era explicado através da fé e do dogmatismo foi esclarecido por meio do experiencialismo e da sapiência.
Francis Bacon e René Descartes foram grandes nomes do iluminismo e por meio de suas ideias transpostas em livros esses filósofos tinham a aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida. Esses grandes pensadores modernos tinham a crença de que a natureza deveria ser modificada e entendida em favor do homem, porém os filósofos também tinham grandes divergências em seus pensamentos.
Francis em seu livro "Novo Organum" discorre sobre a ciência moderna, que deve ser fundamentada pela razão e pelo empirismo, ou seja, ele acreditava que o conhecimento deveria se orientar pela experiencia sensorial e pela sua investigação, sem levar em conta pré-noções.
Já René Descartes em seu livro "O discurso do método" disserta sobre o racionalismo cartesiano. Para o pensador a duvida era o primeiro passo para chegar ao conhecimento, antes passando por varias etapas de confirmação da veracidade de seu conhecimento, já que a razão não poderia ser baseada em seus sentidos. 
Passados 3 séculos do iluminismo e da sua busca pela racionalização do mundo e da procura por suas verdades o mundo continua em busca do conhecimento, Filósofos como Bacon e Descartes foram fundamentais para o estudo de um conhecimento funcional em prol do desenvolvimento humano.

Paola Santos de Lima
Direito - Noturno
1°Período - UNESP

"Penso, logo existo" ou "acredito, logo estou certo"?


A discussão a respeito das filosofias de Descartes e Bacon na contemporaneidade se mostra extremamente necessária. O motivo seria que, principalmente a partir do século XXI, a busca da verdade passa por um momento de crise.
Um dos indicadores desse fato seria o aumento em 2000% do uso do termo “pós-verdade” na Internet em 2016, ano em ele foi considerado como “Palavra do ano” pelo “Oxford Dictionaries”, departamento da Universidade de Oxford responsável pela elaboração de dicionários que elege anualmente uma palavra para a língua inglesa.
De acordo com o próprio “Oxford Dictionaries”: a “’Pós-verdade’ deixou de ser um termo periférico para se tornar central no comentário político, agora frequentemente usado por grandes publicações sem a necessidade de esclarecimento ou definição em suas manchetes”.
Ou seja, a “pós-verdade” está intimamente relacionada com a disseminação de notícias falsas (ou “Fake News”) em diversos meio virtuais com o intuito de favorecer determinados grupos políticos ou de impor alguma visão de mundo sobre o leitor usando argumentos falaciosos e dados manipulados ou mentirosos.
E qual seria a relação de Bacon e Descartes com o século XXI no que se diz respeito à busca da verdade?
Esses dois pensadores propuseram métodos racionais para que possamos alcançar um conhecimento verdadeiro. Por mais que hajam diferenças nos modos de pensar dos dois autores, ambos são nomes extremamente importantes no que ficou conhecido como “Revolução científica”, ou seja, a partir da Idade Moderna a produção do conhecimento passou a se vincular a formas empíricas de se constatar os fatos. No entanto, é justamente a ausência dessa reflexão sobre a realidade atual por grande parcela da sociedade que permite a disseminação das “Fake News”, por exemplo. É possível, inclusive, usar algumas ideias defendidas por Bacon e Descartes como crítica e como uma maneira de minimizar os impactos da pós-verdade, tomando cuidado apenas para que não caiamos em anacronismos.
Na obra de Francis Bacon, “Novum Organum”, no aforismo XII, temos que: “A lógica tal como é hoje usada mais vale para consolidar e perpetuar erros, fundados em noções vulgares, que para a indagação da verdade, de sorte que é mais danosa que útil”. Podemos entender essa ideia usando como exemplo o compartilhamento de notícias falsas advindas de fontes únicas e que possuem algum viés ideológico marcado pelas pessoas que a recebem, deixando a “indagação da verdade” em segundo plano. É preciso que abandonemos o subjetivismo.
Já na obra cartesiana “O discurso do método”, na parte 4, Descartes escreve que é preciso “rejeitar como totalmente falso tudo aquilo em que pudesse supor a menor dúvida”. Essa afirmação pode ser observada como um dos passos de seu método que, assim como Bacon, objetiva encontrar a verdade. Caso ela fosse largamente aplicada ao contexto da pós-verdade, teríamos uma redução significativa do impacto desse fenômeno em variadas áreas, como a política, por exemplo.
É importante ressaltar que quando falamos sobre os impactos da circulação de mentiras na política (fenômeno inerente a pós-verdade), no entanto, o pensador que mais escreveu sobre isso não foi Bacon, Descartes nem nenhum outro pensador contemporâneo. Em sua obra “A república”, Platão defende a prevalência da verdade dentro da política como um fato importantíssimo, já que “uma sociedade que aplaude a sistemática decisão política em distanciamento progressivo da complexidade da busca da verdade, é uma sociedade que cava sua própria sepultura”.

DIOGO PERES TEIXEIRA - DIREITO 1º ANO - MATUTINO

   DESCARTES E BACON NO MUNDO ATUAL

   A ciência moderna é fruto das ideias dos pensadores Descartes e Bacon à medida que é guiada pela razão e experiência, somada à ausência de sentimentos e pré-noções. No contexto atual, observa-se a influência dos preceitos estabelecidos pelos filósofos no método científico, que baseia-se no questionamento e experimentação para chegar em consensos. Os pensamentos defendidos por esses dois pensadores continuam sendo usados e são de extrema relevância.
    Ademais, descartes defende a ciência como elemento transformante para o bem do homem. Porém é visível da modernidade o uso da ciência para benefícios individuais ou como meio de sobressaliência de um país ou nações sobre outro(a) Como ocorre no uso de tecnologias bélicas nos conflitos. Ainda sim, é marcante a ciência como forma de melhoria à medida que o estudo e o conhecimento esclarecem a mente humana criando um senso crítico, além das diversas invenções que melhoram a vida do homem no âmbito da tecnologia e da medicina.
    Outro ponto marcante defendido por bacon é a cura da mente através da regulação por mecanismos da experiência e razão. Nesse contexto a mente deve desvincular-se dos ídolos para clarear a perspectiva de mundo. E atualmente, ainda é visível a influência dos ídolos, que consistem em falsas percepções da realidade, no pensamento e nas ações humanas.
   Em suma, ainda que o método científico aprimorado pelos pensadores seja de extrema importância e represente a base da ciência moderna, as dificuldades enfrentadas pela ciência persistem. Nesse contexto, destaca-se o excesso informacional, o conceito de pós-verdade e fake news,quem em conjunto caracterizam uma sociedade repleta de falsas informações rapidamente difundidas pelas tecnologias de comunicação. Dessa forma sem a razão e a experiencia guiando a mente humana, mesmo com todo a avanço científico, há a possibilidade do homem adotar dogmas sem embasamento e cair em convicções erróneas.

- Pedro Cozac
período matutino


Leão? Contratado!

Apesar da ampla diferença em como chegar a uma resposta, Francis Bacon e René Descartes convergiram para uma verdadeira revolução no pensar científico. Um com seu novo instrumento de observação a partir da perfeita união entre mãos e intelecto para chegar a uma resposta; e o outro com sua maneira racional e linear de fracionar os seus problemas, resolver um a um e, finalmente, uni-los novamente para chegar a uma conclusão. Certamente, essas contribuições foram fundamentais para o que chamamos hoje de ciência moderna.

Porém, Independentemente de toda contribuição para análises próximas da verdade com métodos eficazes, ainda encontram-se questões místicas envolvendo decisões em recrutamento de pessoas para o mercado de trabalho. Em matéria publicada na BBC News Brasil, várias pessoas relataram que o seu signo foi perguntado durante uma entrevista de emprego, fortalecendo o que chamam de “determinismo astrológico”. Embora algumas pessoas acreditam em signos - o que não é um problema, utilizar como algo determinante em uma entrevista de emprego foge totalmente da racionalidade proposta por qualquer método científico. Como dominar as variáveis para uma possível análise sendo que a variável em questão é o Universo no momento de nascimento do entrevistado? Aproxima-se ao absurdo tal atitude!

Portanto, deve-se usar com sabedoria o que a ciência trouxe até o presente para evitar qualquer tipo de discriminação, visto que, partindo das diretrizes das Consolidações das Leis Trabalhistas (CLT) - neste caso - a empresa deve assegurar o tratamento justo e imparcial, e não seria partindo do misticismo que esses objetivos seriam atingidos.




Link da matéria: https://www.bbc.com/portuguese/geral-51566835




Jorge Augusto - Matutino
     Humanidade e Racionalidade

Desde o Renascimento e posterior Iluminismo, o ser humano passa a adotar novas formas de encarar o cosmo. A partir deles, o homem deixa de colocar sua fé como a principal base para responder suas dúvidas e fazer ciência.
    Com Descartes e Bacon, a racionalidade e experiência se tornaram os novos precirsores de qualquer forma de ciência.
    No entanto, no campo das ciências humanas, não somente a razão e experiência devem levadas em conta, fato que tem muitas vezes acontecido, gerando problemas de cunho social.
    A exemplificar, imaginemos o caso do sistema de reserva de vagas para as universidades, disponibilizados para alunos de escola pública. Nesse caso, o ensino do qual os estudantes de escola pública tem acesso é, geralmente, desnivelado por baixo, se comparado às escolas pagas, que sabemos terem acesso apenas pessoas de classe média-alta. Dessa forma, antigamente se mostrava muito raro o acesso desses alunos da rede pública e, através de pesquisas, concluiu- se que a disparidade econômica influenciava totalmente o acesso meritocrático das universidades. Até esse ponto vemos o exercício da razão e da experiência para desvendar as nuances da sociedade. Porém, não se pôde parar por aí, pois o problema não havia sido resolvido, havia sido apenas detectado.
   Para que o acesso ficasse mais equilibrado, foi necessário o uso da subjetividade, ou seja, da interpretação não objetiva da situação, onde as instituições aderem um suporte que poderia ser encarado como injusto da parte lógica, onde facilitariam para alguns, em detrimento de outros, mas totalmente necessário para o pareamento de chances de todos como cidadãos.
   Dessa forma, é fundamental que usemos nossa lógica para interpretar a sociedade, é importante que façamos experiências para provar nossas teorias, no entanto, é saudável que não fechemos nossos olhos humanos, quando notarmos que a ciência e seus dados estatísticos não resolvem automaticamente todos os problemas

Caminhando para uma maior e melhor visão do mundo


     O filósofo Francis Bacon, em seu livro Novum Organum, afirma que, para alcançarmos o conhecimento, é necessário alcançar a “cura da mente”, ou seja, erradicar de nosso pensamento algumas noções falsas, chamadas por ele de “ídolos”, que absorvemos como corretas ao longo de nossas vidas por assim nos ser ensinadas e que tornam o conhecimento verdadeiro mais difícil de ser acessado. Para isso, ele propõe a cura de quatro ídolos, sendo eles da tribo, da caverna, do foro e do teatro, a fim de que a mente humana possa chegar à verdade sem interferências. Chama-se de ídolos da tribo as limitações da própria humanidade, passando por gerações, como por exemplo os preconceitos enraizados (homofobia, racismo, machismo), que, na verdade, fazem parte de um senso comum, difundindo a inferioridade desses indivíduos em relação aos outros, mas que apesar de nenhuma base ou fundamento, perduram até hoje na sociedade. Há também os ídolos da caverna, baseado no mito da caverna de Platão, que são limitações do próprio indivíduo, o qual não aceita opiniões distintas às dele, como por exemplo a forte polarização vivida no Brasil desde 2018, com as eleições, em que as pessoas passaram a brigar por candidatos que apoiavam, chegando ao ponto de a resposta dos apoiadores do presidente eleito se tornar motivo de piada, uma vez que não podiam ler qualquer crítica sobre o novo mandato que comentavam “mas e o PT?”. Isso mostra que os indivíduos bloquearam suas mentes para opiniões alheias, escolhendo suas relações com base na semelhança de pensamento, o que também tem a ver com os ídolos do foro. Estes se associam pelo discurso, não importando sua veracidade, sendo bem colocado aqui o exemplo do terraplanismo, uma vez que os adeptos se unem por suas ideias, mas que não são comprovadas, sendo uma distorção da realidade que, para eles, é considerada correta, o que acaba bloqueando suas mentes para a realidade. Por fim, há os ídolos do teatro, que são consideradas as crenças, e é onde entra a Igreja, pois trata-se de uma instituição que impõe seus dogmas aos fiéis e estes os aceitam como única verdade. Nota-se que ainda hoje, as pessoas tendem a acreditar nos dogmas, mas estes estão bem mais reduzidos em comparação com o início da Idade Moderna, já que a ciência, mesmo sob ameaça, pode provar que muitas daquelas “verdades” vendidas ao público eram invenções da própria instituição para que não perdessem seus fiéis, impondo-lhes o temor.
     Portanto, podemos perceber que Bacon já compreendia as quatro ideias que bloqueavam a mente da sociedade a ponto de não conseguirem pensar além de sua visão de mundo, e a leitura que fazemos hoje é de que os indivíduos ainda não superaram esses ídolos completamente, pois, além de vivermos em uma sociedade muito distinta culturalmente, ela está em constante mudança, devendo-se ter certa paciência para se chegar em uma sociedade de mentes abertas para outras opiniões e ideias, que aceita o diferente.


ANA CAROLINA COSTA MONTEIRO DE BARROS  - DIREITO 1º ANO - NOTURNO

O salvador da pátria

Vivemos na era dos ídolos falsos
Pessoas que dizem o que a massa quer ouvir
Se dizendo a solução para tudo 
Tanto o que existe e o que está por vir

"Eu vou acabar com tudo que está aí"
Frases prontas e discursos de um falador nato
Cria-se inimigos imaginários
Surfando na onda do populismo barato

Criam mentiras que comovem a população
E qual o objetivo?
Qual seria ele se não
O mais terrível poder de amedrontar toda nação...

A realidade é que esse é um erro da sociedade
Compraram a ideia de que existe um "salvador da pátria"
Mesmo que ele possua um discurso cheio de ambiguidade
Um salvador que nem aos debates se prestou a ir
Esse é o drama do país
E há quem ainda consiga consentir.

Cidmaicon B. de Jesus (1º ano - noturno)

Iuris Hodierni


A aplicação de métodos eficazes na busca pelo conhecimento científico é condição sine qua non para o bom entendimento da realidade que nos cerca. Tal como Francis Bacon, René Descartes entende a importância de certa prudência nos empreendimentos que persegue, apesar de seu método ser diametralmente oposto ao do cientista inglês.
No direito contemporâneo, essa prudência é exigida não só pelo seu caráter científico, mas principalmente pela influência que exerce na sociedade e mais particularmente na vida das pessoas. Não por acaso, o direito do foro e da pompa vem perdendo espaço para aquilo que se adéqua mais não só à sociedade, mas à realidade per si. Posto isso, é válido dizer que dos ídolos de Francis Bacon, ou seja, os preconceitos que formamos e que tem origens nos mais variados cantos, os do foro "são de todos os mais perturbadores: insinuam-se no intelecto graças ao pacto de palavras e de nomes". Esse sendo um dos motivos pelos quais num passado não tão longínquo essa foi sem dúvidas a acepção majoritária que se tinha das ciências jurídicas. 
Outrossim, pensar, lato sensu, é condição de nossa existência como já afirmou Descartes. Porém, numa sociedade líquida em que as relações sociais tendem a ficar mais fugidias, a ação circunspecta é atributo dos mais importantes para um jurista moderno.

Dos extremismos às paixões

De maneira pouco combatida, atualmente, o labor da mente, por ser instrumento intrínseco ao pensar, apesar de perigoso, é utilizado para que, a partir do senso comum, edifique-se um falso conceito de saber, de ciência, que foge do racional e resvala em paixões.
O labor mental, difundido em ampla escala como provedor de saber e as divagações do pensamento, regadas a falsas concepções de um saber profundo,  vão contra a racionalidade, pregada por Descartes em seu livro “Discurso do método”, visto que esta deve se afastar de convicções individuais para que se atinja o encontro pleno da “vontade do mundo”, da verdade, que vai contra as influencias sofridas por uma mente que divaga mais do que sabe, mais ligada às paixões do que à razão.
À medida que se extrema  pensamentos, mais difícil torna-se a construção da razão, visto que a polarização ideológica é retroalimentada pela perda do pensamento crítico que ajudará, por sua vez, a alimentar, também, o senso comum, instrumento necessário para que ideais extremistas se alastrem.
Os preconceitos, como por exemplo a xenofobia e o racismo, como ideias extremas, são pensamentos fracamente fundamentados por indivíduos que pouco se pautam na racionalidade, ao mesmo tempo que deixam se influenciar por “ídolos”, assim chamados por Francis Bacon. Apesar de serem injustificáveis, os preconceitos encontram terreno fértil para se espalharem, pois estão ligados a emoção humana, a algo que não se explica com razão, porém, por ser parte do senso comum, por não ser necessário que se utilize algum método rigoroso e trabalhoso para que se entenda seus fundamentos, tornam-se presentes em massa na mentalidade da sociedade que encontra-se fracamente amparada pela racionalidade e pela vontade em se entender o pensamento racional.
A ciência, tanto para Bacon, quanto para Descartes, deve ser pensada em prol do engrandecimento e emancipação humanas  para que se possa ser considerada racional, portanto, ao analisarmos as visões polarizadas atuais, observamos que estas nada contribuem para um pensamento emancipatório, não se relacionam a ciência pregada pelos pensadores em pauta. Essas, tentam fortemente se segurar em um anseio coletivo pautado em ídolos baconianos que abre vácuos propícios para que surjam figuras oportunistas que se amparam na disseminação do senso comum, pelos veículos midiáticos que atingem grandes massas,  senso comum este que é facilmente engolido pelos indivíduos, pois, de certa forma já está enraizado no âmago coletivo, por não ter sido contestado e sido naturalizado desde sempre, por ser pautado em paixões irracionais, porém fortes e destrutivas.

João Henrique Parreira- Direito Diurno

Descartes no século XXI


René Descartes é um filósofo, físico, francês do período moderno. Ele foi um racionalista francês do século XVII e ficou conhecido pelo seu método da dúvida hiperbólica, ou dúvida metafisica que consiste em rejeitar qualquer ideia que possa ser colocada em dúvida. O mesmo, também escreveu o livro “Discurso sobre o Método” no qual discute sua teoria.
“... a diversidade de nossas opiniões não se origina do fato de serem alguns mais racionais que outros, mas apenas de dirigirmos nossos pensamentos por caminhos diferentes e não considerarmos as mesmas coisas...” – Descartes.
Essa citação pode estar relacionada com vários casos do nosso cotidiano como existência de diferentes vertentes políticas, as manifestações e protestos e até mesmo por coisas mais simples como a discussão sobre marcas como Nike e Adidas. Na área das manifestações podemos citar as contra a reforma da previdência e a greve dos caminhoneiros devido ao alto preço do óleo diesel.
“... Sei como estamos sujeitos a nos enganar no que nos diz respeito, e como também nos devem ser suspeitos os juízos de nossos amigos, quando são a nosso favor...” –Descartes.
Nesse trecho, Descartes começa mostrar parte de seu pensamento de que devemos duvidar das coisas porque elas podem nos enganar. Um exemplo atual seria o fato de as pessoas próximas a nós, nem sempre serem sinceras, muitas das vezes, guardando as críticas para elas para não magoar as pessoas ao seu redor.
“... Ao considerar que os nossos sentidos às vezes nos enganam, quis presumir que não existia nada que fosse tal como eles nos fazem imaginar...” -Descartes.
De acordo com o autor, nossos sentidos tendem a nos enganar como ao olharmos o sol e pensarmos que ele é pequeno ou a grande repercussão do vestido ser branco/dourado ou azul/preto que está relacionado com a constituição particular do olho de cada pessoa e a fatores externos como luminosidade e a interpretação do cérebro, no entanto, o vestido é de apenas uma dessas cores, mas essa foi colocada em dúvida em várias redes social e repercutiu todo o mundo. Dessa forma, duvidar de tudo ficou conhecido como o método cartesiano que possui como etapas questionar tudo, repartir as dificuldades, ordenar as ideias das mais simples para das mais complexas e, por fim, realizar as interrelações e as revisões.  Assim, é possível afirmar que apesar de Descartes ser um filósofo do século XVII, seus pensamentos ainda podem ser encontrados no nosso mundo, 400 anos depois, principalmente o princípio de duvidar das coisas como a disseminação das “fake news” e de teorias como o terraplanismo, porém para Descartes tudo que possa ser colocado em duvida não pode ser considerado uma ideia válida, no entanto, hodiernamente, sabemos que nenhum conhecimento é passível de certeza.

Maria Júlia Servilha Hasegawa- noturno

Do Renascimento a Atualidade

       Renascimento, período de transição houve o renascer de homem, de nova organização social e de ideias. Nesse contexto, o francês René Descartes e o inglês Francis Bacon se propõem a estudarem o conhecimento, epistemologia. O primeiro, considerado racionalista, desenvolve um método que a partir do questionamento, buscando o princípio resultaria na verdade. Já o segundo, empirista, diz que o conhecimento é fruto da experiência, isto é, por meio da prática adquirimos saber. Porém, o questionamento e a experiência poderiam se unir?
       A ciência moderna mostrou e ainda mostra que sim. Atualmente, o metodologia de pesquisa científica, de maneira resumida, segue os seguintes passos: observar, questionar, levantar dados e teorizar. Por meio desses passos buscasse desenvolver uma ciência pautada na razão, na qual os argumentos são lógicos e aplicáveis no dia-a-dia.
       Para exemplificar, peguemos a seguinte afirmação: "Universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas", Ministro Weintraub [1]. As universidades estariam promovendo balbúrdia ao invés de conhecimento? O volume de produção acadêmica das universidades brasileiras ao se comparar com a universidade de Harvard é inferior [2]. Contudo, os pesquisadores do Brasil reclamam da falta de infraestrutura e verba para a realização de pesquisas [3]. É, portanto, evidente a contradição da fala do ministro com a realidade das universidades do país, uma vez que com o corte de verba as universidades produziriam menor volume de pesquisa.
       À vista disso, a contribuição de Descartes e Bacon para a ciência perpetua até os dias atuais mesmos sendo pensamentos de outro período e contexto histórico. Vale ressaltar que o método não foi aceito de imediado e que este gerou muita discussão, mas hoje temos vários métodos científicos pautados nos pensamentos desses filósofos. 

Gabriela Cardoso dos Santos - Primeiro ano de Direito - Diurno


Referência Bibliográficas:

A filosofia moderna no mundo contemporâneo


  Descartes foi o precursor da filosofia moderna, a qual pela primeira vez tirou o foco da natureza e o colocou sobre o próprio Homem. Despreocupado com o mundo exterior, o filósofo buscava conhecer o interior do sujeito com o auxílio da razão, a qual era totalmente independente do meio.  Ademais, outro pensador com um papel de extrema relevância foi Bacon, com seu novo método científico empírico, doutrina a qual a experiência e a indução levam ao verdadeiro conhecimento.
  Infelizmente, apesar de todo esforço e horas de reflexão dos antigos filósofos parar aprimorar o estudo da razão, o mundo pós moderno está cheio de achismos, onde uma notícia online sem base científica - ou até mesmo sem sentido algum - é compartilhada para milhares de pessoas. A sociedade contemporânea, ainda que tenha chego ao ápice do saber científico e da divulgalção de ideias, não sabe lidar com essa quantidade exacerbada de informação, o que resulta em uma sociedade controlada pelos ídolos baconianos. 
Sociedade Moderna
Durante a Idade Moderna ocorreram muitas transformações. Esta consiste no abandono de ideias dogmáticas e a abertura para o questionamento. Francis Bacon e Rene Descartes são referências da época e abordam sobre a mudança na maneira de pensar. Isso porque ambos chegam a conclusão de que o modo de pensar aristotélico não serve mais. Assim, apesar de pertencerem a correntes filosóficas diferentes, tanto Descartes quanto Bacon, acreditam que fazer ciência é questionar, duvidar. Estes, evidentemente, seguindo um método que deverá auxiliar a encontrar uma conclusão verdadeira (porém plausível de questionamento, uma vez que o homem é falho). É também a primeira corrente filosófica a realmente se preocupar com a realidade. Ademais, para Descartes, a verdadeirarazão é absoluta e universal – ou seja, não se deixa enganar e é a mesma em todos os seres humanos. Para Bacon, “Saber é poder”, portanto, ele acredita em uma razão instrumental.
Nesse mesmo contexto, há também uma valorização maior do ser humano que influenciará a filosofia também. Por exemplo, a frase “Penso, logo existo” de Rene Descartes coloca um foco no ser humano porque este seria o único ser racional. E Francis Bacon acredita que o homem é capaz de usar o saber para controlar a natureza.
Todas essas ideias trazidas por essa nova filosofia (desde o questionamento, até o antropocentrismo) são muito atuais uma vez que muito da nossa forma de pensar ainda é inspirada nesses pensadores modernos.
Primeiramente, o questionar é a base de toda ciência. Questionar é a única forma de começar a formular uma hipótese. Isso revolucionou a ciência porque o homem começa a duvidar e, ao mesmo tempo, a pensar sobre a realidade. A medida que ele raciocina sobre a realidade, começa a enxergar situações absurdas que antes eram justificadas e aceitadas. Portanto, sem dúvidas, esse questionar atrelado à preocupação com a realidade, resultou em grandes avanços e, até hoje, ainda traz melhorias. Assim, a filosofia moderna se faz presente na atualidade nesses dois âmbitos: tanto na necessidade de questionar, quanto na ciência preocupada com a realidade. Uma filosofia que se afasta da realidade, hoje em dia, é muito criticada uma vez que os grandes problemas atuais (como a fome, o feminicídio) ainda não encontraram soluções efetivas. A fuga da realidade não é mais plausível para os verdadeiros cientistas. Esta deve ser encarada. A focos são ela e, também, o homem.
Dessa forma, chega-se ao segundo ponto que aproxima-se da filosofia moderna. Além do que já foi dito, a filosofia moderna também é a primeira a dar enfoque no ser humano. Isso é muito atual, uma vez que há muitos problemas nos dias de hoje que são consequência da falsa ideia de superioridade do homem. Os problemas ambientais, por exemplo, só tem aumentado nos últimos anos e isso acaba sendo também decorrente desse pensamento. O homem moderno e contemporâneo, assim como Bacon dizia, acredita ser capaz de domar a natureza. Bacon não tinha como prever o que iria acontecer e, provavelmente, a ideia dele de domar a natureza fosse bem diferente do que se tem na atualidade. Mas, de qualquer forma, esse pensamento, provavelmente, fundamentou muitos dos próximos acontecimentos e é sim muito presente na nossa sociedade. Inclusive, até pouco tempo, o homem acreditava que suas atitudes relacionadas ao progresso não teriam consequências uma vez que ele é provido da razão.
Mais algumas observações acerca do que foi dito: Muito da ciência está fundamentado na filosofia moderna. As ciências foram de fato divididas apenas após a filosofia moderna. Isso também contribuiu, e ainda contribui, para o avanço individual de cada ciência, possibilitando maiores descobertas e avanços nas diferentes áreas. Além de essa divisão continuar sendo base da ciência atual. Ademais, o ser humano no geral ainda acredita ser capaz de controlar a natureza. Portanto, diante de fortes semelhanças entre as ideias do pensamento moderno e a atualidade, é possível afirmar que a filosofia moderna foi tão relevante na escala histórica que ainda influencia, e até determina, opensamento dos seres humanos. Incrivelmente, as ideias escritas por Rene Descartes e por Francis Bacon há quatro séculos permanecem atuais.

A relativização do conhecimento cientifico


Sob o contexto do renascimento cientifico, Bacon e Descartes revolucionaram o método, até então vigente, para atender a necessidade da busca pela verdade genuína.
Descaters partiu da premissa que se deve questionar tudo, ou seja, ter a dúvida como ponto de partida e, por meio da razão, se obteria o conhecimento então requisitado. Bacon, por outro lado, frisava a observação e interpretação de um acontecimento como meio prévio para chegar a conclusões acerca do fenômeno observado.
Hoje, 5 séculos após tais imensas contribuições para a metodologia cientifica, convivemos com uma realidade no mínimo curiosa. A da relativização do conhecimento obtido através dos métodos anteriormente citados. Uma realidade na qual o senso comum e o achismo estão se sobrepondo a conhecimentos que até então eram considerados inquestionáveis, como o da esfericidade da Terra.
Por algum motivo, ainda não muito claro, pessoas estão deslegitimando a ciência e suas comprovações adquiridas atrás do pensamento racional, observação e experimentação. E pior, estão sobrepondo a esses conhecimentos suas opiniões próprias, que não possuem sequer bases possíveis de se fundamentar. Além disso, muito desse descrédito é proveniente de convicções religiosas, que se tornam perigosíssimas para nosso avanço como uma sociedade progressista e visa o desenvolvimento cientifico.
Em suma, o senso comum não possui um método real, ele simplesmente parte da opinião subjetiva de cada um, ou ainda, da de uma comunidade (religiosa, por exemplo). Portanto, não há um questionamento prévio e utilização de um pensamento logico, como feito por Descartes. Nem a observação e analise do fato em questão para se obter conclusões acerca do mesmo, como feito por Bacon. Deste modo, é necessário que se traga esse assunto para discussões com o intuito de conscientizar as pessoas sob a importância desses método científicos, ou seguiremos em direção a uma era de obscurantismo.

Thales T Goulart                                                                              Direito - Matutino - 1ano

Cegueira Branca: Um excesso de ídolos

Hoje vivemos na sociedade dos excessos. Francis Bacon (1561-1626) ao discorrer sobre os métodos do conhecimento em sua obra “Novum Organum”, trata não só dos meios para adquiri-lo, mas também os empecilhos para que essa finalidade seja alcançada, obstáculos os quais são denominados pelo próprio autor como “ídolos”.
Apesar da grande gama de informações a que se tem acesso e com a intensa integração global nos dias atuais, a primeira impressão é que os métodos para se chegar ao conhecimento são tão múltiplos que podem ser facilmente alcançados. Entretanto, o efeito prático visto na sociedade é justamente o oposto. O ídolo do foro tem seus efeitos ampliados, pois em um dia, pode-se entrar em contato com milhões de pessoas. Assim também ocorre com a obtenção do conhecimento, reforçando os ideais dos ídolos do teatro e também da tribo, que estão relacionados com a falibilidade do intelecto humano e com as doutrinas diversas que atualmente podem ser facilmente acessadas.
Portanto, em vez da lucidez prevista pela variedade do acesso à informação, tem-se como produto uma cegueira branca, tal como a descrita metaforicamente por José Saramago (1922-2010) na obra “Ensaio sobre a cegueira”, que não se dá pela falta do conhecimento, mas pelo excesso dele.
Contudo, a solução proposta por Bacon continua sendo válida, apesar de mais complicada. A compreensão deve transcender os contatos superficiais com a informação e chegar a um entendimento mais profundo através da detecção desses ídolos em excesso e a escolha por abandoná-los e seguir a luz pura e lúcida do conhecimento verdadeiro.

Pedro Américo Andrade de Almeida
Direito - Noturno
1°Semestre - UNESP

A Instrumentalização da Ciência Moderna

    A produção de conhecimento no período que antecedeu a modernidade era realizada por aristocratas ociosos, os quais tinham como principal objetivo a ampliação de suas capacidades intelectuais, ou seja, procuravam saber por saber. Assim, os estudos científicos e filosóficos tinham pouca funcionalidade na vida social já que abordavam assuntos com pouca conexão com o real, configurando-se como mero exercício da mente. Ademais, as teorias e conclusões a que se chegou neste período não tinham fundamentação em bases sólidas, não eram produzidas por meio de uma organização metódica e assim, caracterizavam-se como constatações dogmáticas.
    No estado moderno, no entanto, torna-se imprescindível a alteração do conceito de “ciência” estabelecido até então. Com o surgimento da classe burguesa, a suposta possibilidade de ascensão social e um novo ideal de felicidade instaurado na população, o homem busca funcionalidade a todo custo. A ciência tradicional, hermética e dogmática, é substituída pelo princípio da dúvida, como estabelece René Descartes em sua obra “O Discurso do Método”, onde define sua existência como a primeira verdade absoluta, devido a sua capacidade de pensar, duvidar. A partir de então, a produção de conhecimento deve obedecer a uma metodologia, deve objetivar aplicação real e principalmente, deve otimizar o domínio do homem sobre a natureza. No campo das ciências sociais e jurídicas, ocorre uma instrumentalização do direito, anteriormente utilizado para estabelecer regras morais, agora regula a ordem social, tornando os comportamentos expectáveis.
    Nesse contexto, o filosofo Francis Bacon sugere necessária a “cura da mente humana”, libertando a humanidade de falsas percepções, as quais ele denomina “ídolos”. Sob sua perspectiva, desenvolvida séculos atrás, ao libertar-se de seus ídolos, a humanidade seria menos vulnerável à manipulação. Esse objetivo, contudo, mostra-se quase inalcançável ainda hoje, demonstrando como os estudos de Bacon se aplicam à atualidade. Por maior que seja a malha de informações a que se tem acesso hodiernamente, a manipulação de massas é ainda uma mazela recorrente na sociedade. A razão genuína, livre dos ídolos, torna-se quase inalcançável uma vez que o homem é muitas vezes influenciado por suas paixões, sua sociedade e sua cultura, impossibilitando um claro entendimento da realidade.
    Em vista do exposto, conclui-se que a razão que move a modernidade visa a construção de um conhecimento funcional, com aplicação prática na sociedade e livre de falsas impressões. Todavia, na prática, o ser humano mostra-se parcialmente guiado por suas paixões e crenças, o que caracteriza um grande obstáculo para o exercício da racionalidade.            

Desafios para os métodos Cartesiano e Baconiano na contemporaneidade

O Ceticismo Metodológico criado por René Descartes (1596 - 1650) no século XVII serviu como alicerce para toda a ciência moderna por longos e produtivos anos. Acontece que hoje ele está sendo usado equivocadamente por grupos que contestam verdades mais do que provadas.

Se antes o método cartesiano era empregado como meio para avanço da ciência, agora pode causar o regresso da mesma. É evidente que o homem não é capaz de sentir a curvatura da terra sem o auxílio da ciência, e duvidar disso não é o problema (segundo o próprio pensador, é duvidando que se chega na resposta verdadeira). O problema é exagerar no método e negar a existência de uma verdade absoluta (terra esférica), isto é, duvidar de todas as provas já apresentadas, antes aceitas unanimemente.

Nesse contexto, é possível inserir o Método Indutivo de Francis Bacon (1561 - 1626) para apontar o erro dessas pessoas, pois estas seguem o modelo "científico" dos filósofos antigos e não da ciência moderna. Isto é, partem de um exemplo particular e diminuto (Não sentir a curvatura terrestre) para afirmar a planicidade do planeta, em vez de seguirem o método Baconiano o qual defende uma sucessiva experimentação de muitos exemplos que devem convergir a uma só conclusão verdadeiramente provada, ou seja, a Terra esférica.

Dessa forma, é posto em debate a própria ação de debater. É prudente duvidar de tudo que não está está há um suposto completíssimo alcance de experimentar? De certo que não, ou a ciência seria toda ela uma grande fraude, sendo necessariamente refeita por todas as gerações de cientistas que existissem. Portanto, é preciso esclarecer que há um limite para o método da dúvida: ele não é infinito, mas para quando a verdade é descoberta. Depois disso, somente métodos científicos novos podem revolucionar e descobrir que a verdade é hipoteticamente outra, estando, finalmente, senso comum, dogmas e opiniões infundadas completamente fora de cogitação para o consenso científico. Aproximando, enfim, Descartes a Bacon, os fundadores dos principais métodos necessários ao conhecimento, é cabível a afirmação que ambos sofrem sérias deturpações errôneas atualmente. Enquanto Descartes tem seu Ceticismo sendo empregado à enésima potência, Bacon agonizar-se-ia com um método indutivo totalmente arcaico e ultrapassado, mesmo depois de tanto tempo após a luta desses pensadores para a contrução do Renascimento Científico.

Discente: Mateus Restivo de Oliveira
Direito Diurno - 1° semestre
UNESP

A ciência em combate ao ceticismo

A busca pela verdade sempre foi capaz de guiar a sociedade perante a criação de métodos para o desenvolvimento social. No século XVII, dois autores estavam buscando formas de alcançar a verdade e clareza acerca do mundo. Enquanto Francis Bacon, filósofo empirista, falava em sua obra "Novum Organum" sobre acreditar que o ponto crucial era utilizar da experiência e da observação do mundo, sem permitir que crenças religiosas ou autoridades influenciassem na capacidade de pensar, René Descartes, em "Discurso do Método", afirmava ser a favor da razão, baseando-se na premissa “penso, logo existo”, e a favor da dúvida, formando uma conclusão apenas depois de aplicar o método em que analisava a partir das pequenas partes a fim de compreender o todo.

De fato, durante muito tempo a sociedade evoluiu com a ciência ao adquirir cada vez mais conhecimento, inovações e ser capaz de entender aspectos do mundo em que vivemos a fim de tornar a experiência na Terra algo mais seguro e responsável. Entretanto, no século XXI, estamos caminhando em um momento regido pelo obscurantismo e pelo ceticismo, onde as pessoas se posicionam contrárias à ciência já comprovada e são incapazes de diferenciar fatos de meras opiniões, ou pior, acabam por acreditar em dados sem buscar sua veracidade, ou em falas irracionais de figuras ilegítimas para tal assunto.

Essa questão pode ser justificada pela linha de pensamento de Francis Bacon, que afirmava a existência de “ídolos” em meio à sociedade. E tais ídolos eram caracterizados como preconceitos e bloqueios mentais que podiam ser divididos de quatro maneiras diferentes: os ídolos da caverna, determinados como limitações intelectuais, de educação, experiências e sentimentos que modificavam a forma de pensar de certa pessoa; os ídolos do foro, resultantes do significado atribuído a palavras e da maneira que estas são utilizadas, pois são capazes, dessa forma, de influenciar no conhecimento; os ídolos da tribo, são parte da natureza humana, inseridos em meio as tribos, fazendo crer que o sentido dos homens é a medida para tudo na sociedade, quando na verdade, o mesmo pode ser distorcido a qualquer momento; e por ultimo, os ídolos do teatro, que resultam de crenças cegas, impondo uma visão como implicitamente certa.

Dessa forma, suposições como o terraplanismo, baseadas em teorias conspiratórias, que refutam um estudo científico descrito e estudado por anos, ou mesmo movimentos antivacina, que tiveram seu início a partir do discurso de um médico que associava a vacina tríplice viral ao desenvolvimento de traços de autismo, mas que, na verdade, estava envolvido com advogados interessados em lucrar com processos contra empresas de vacina e utilizou de suas palavras e posição de autoridade para enganar o povo, são capazes de desestabilizar a sociedade e implantar uma quebra na evolução junto à ciência, que precisa, mais uma vez, esforçar-se para ser capaz de se reafirmar diante do mundo e conduzir as pessoas de volta ao caminho da experimentação e da busca por uma verdade racional e lógica.




Amanda Pereira Ramos - 1º ano - Direito (matutino)

Uma inversão nos valores do saber

 Já nos séculos XVI e XVII, se encontrava em pauta a busca pelo conhecimento intrínseco, o que levou a várias teses desenvolvidas, mesmo com os recursos limitados da época, as quais dividem opiniões até a atualidade. São exemplos de teóricos que se embasaram na realidade em si e sua funcionalidade René Descartes e Francis Bacon, indivíduos que tiveram um ponto de partida bem semelhante, mas que tomaram direções extremamente distintas no que concerne às conclusões obtidas.
 Atualmente, no século XXI, a realidade não é muito distinta. Apesar dos avanços tecnológicos e científicos, que proporcionaram um solo mais firme para aquilo em que se crê majoritariamente, devido às experiências realizadas e à valorização do senso crítico, muitas pessoas ainda situam-se nas sombras da irracionalidade e das aparências.
 Um exemplo disso é a criação e a disseminação de boatos e notícias sem veracidade alguma, e que podem trazer consequências graves. Pode ser citado o movimento antivacinas, que tem feito doenças consideradas até então erradicadas voltarem à tona, o que é um caso de calamidade na saúde pública.
 Apesar de todo o estudo realizado e dos altos investimentos para a criação de medicamentos e das próprias vacinas, muitas pessoas não acreditam na sua eficácia, inclusive, algumas vezes, pensam que estes podem, na verdade, ser prejudiciais a quem os consumir. Isso deixa claro como, mesmo depois de cerca de 400 anos, os atores sociais ainda são movidos por crenças, sentimentos e tradições mais que pela racionalidade e pela ciência, o que é um problema, visto que tais pessoas não têm interesse em adquirir conhecimento e, na maioria das vezes, entram em conflito com aquelas que tentam esclarecer suas ideias.
Outra questão bastante problemática nos últimos anos é a disseminação de "fake news" no que se refere à política, notícias desprovidas e veracidade, compartilhadas principalmente pelas redes sociais, e que manipulam aqueles que se encontram alienados, de acordo com os interesses do poder, o que faz com que este se perpetue nas mãos dos mesmos indivíduos, e que o engajamento não seja alcançado.
 Esses exemplos servem para deixar claro como nossa sociedade ainda é dependente do senso comum, e como o saber verdadeiro deve ser almejado como forma de superar tal adversidade. É importante ensinar e aprender sobre pensadores como Descartes e Bacon por isso: mais que saber os fundamentos de suas teses, despertar a curiosidade que os moveu, e buscar sempre utilizar os meios corretos para chegar a uma conclusão, além de ter em mente que é sempre necessário buscar conhecimento e atualizar-se, racionalmente e empiricamente. Assim, torna-se mais fácil a criação de uma sociedade consciente e não manipulável, o que pode ser uma solução para vários problemas que encontramos no mundo moderno como a desigualdade, as enfermidades, a manipulação e as diversas barreiras que encontramos na busca pelo conhecimento em si.

Maria Paula Castro Gonzaga- Direito Matutino- 1 Ano

A busca pela verdade fundamentada


As primeiras civilizações procuravam explicar os fenômenos naturais por meio de suas religiões politeístas, em que era atribuído aos deuses o papel de agentes responsáveis pelos eventos. Posteriormente, foram criadas as religiões monoteístas, nas quais existia apenas um agente responsável pelos eventos, apenas um deus que criou o universo e o controlava. Percebe-se então que, desde os primórdios, o homem tenta buscar o fundamento das coisas que o permeia a fim de entender o mundo, e o faz de diversas formas.
A existência de um método científico que guiasse o homem nessa jornada pelo conhecimento fez-se necessária, pois muita desinformação era, e ainda é, disseminada. Um exemplo não muito antigo disso é o caso do ex-médico britânico Andrew Wakefield que publicou, em 1998, um artigo em uma conceituada revista científica, The Lancet, associando a vacina tríplice viral como sendo causadora de autismo. Apesar da revista ter se retratado posteriormente, explicando que Andrew tinha forjado os resultados para benefício próprio, esse rumor contribuiu para o início de movimentos antivacina que acontecem atualmente. Movimentos esses que não tem nenhuma comprovação científica como base para sua existência e causam uma crise na saúde pública.
Na busca de uma padronização do conhecimento científico diversos métodos foram criados. René Descartes, um importante filósofo, relata em sua obra “O Discurso do Método” suas experiências de vida que o levaram a criar um método científico e estabelece quatro resoluções que devem ser seguidas para desempenhá-lo: afastar-se do senso comum e fundamentar-se com base em evidências, analisar cada parte de um todo minuciosamente, sintetizar o conhecimento elencando do mais simples ao mais complexo e, por último, revisar os conhecimentos enumerados com o intuito de não omitir nada. Esse método, conhecido como método cartesiano, baseia-se na racionalidade.
Diferentemente de Descartes, o filósofo Francis Bacon institui em sua obra “Novum Organum” que o indivíduo não deve guiar-se apenas pela razão, mas sim pelas suas experiências e observações. No método empirista de Bacon as conclusões são tiradas pela indução, ou seja, o indivíduo deve pensar no que ele observa para criar um conceito geral. Para alcançar esse método, a mente deve ser limpa de falsas concepções pré-estabelecidas, os chamados ídolos, que se dividem em quatro tipos: ídolos da caverna, da tribo, do foro e do teatro.
Os ídolos da caverna representam as crenças e a personalidade de cada ser humano que influenciam a sua relação com o externo. Já os ídolos da tribo são aqueles que fazem os seres humanos acreditarem que as coisas são como eles enxergam e interpretarem de acordo com os seu sentidos. Os do foro dizem respeito as relações sociais e como elas afetam uma pessoa. E, por último, os do teatro referem-se aos indivíduos que persuadem outros por meio do seu discurso, que por vezes é cheio de informações errôneas. Apenas livrando-se desses ídolos uma pessoa pode deixar sua mente aberta para a ciência.
As obras de Descartes e de Bacon, que apesar de datarem do século XVII, mostram-se presentes atualmente, utilizam dois métodos diferentes, racionalismo e empirismo, porém ambas buscam ensinar o leitor a ser questionador e analisar as informações que lhes são trazidas. Caso as pessoas que compõem o movimento antivacina seguissem um método científico, elas sairiam de sua ignorância e tentariam entender de forma correta os princípios que tão veementemente acreditam, ação que ocasionaria o fim desses movimentos e da crise na saúde que eles trazem. A busca é pela verdade, esteja ela de acordo com as crenças da pessoa que a busca ou não.

Bianca Vipiéski Araújo - Direito Matutino - 1º Ano.






Fontes: Revista Galileu, "Movimento antivacina: como combater essa onda que ameaça sua saúde?".
Aventuras na História Uol, "Andrew Wakefield e a fake news das vacinas- que ainda é a propaganda".

As fake news analisadas pelo pensamento de Descartes e de Bacon


O séc. XXI, é o século que muitas inovações cientificas ocorreram. Portanto os avanços no campo da ciências nos proporcionaram a melhor qualidade de vida que a humanidade já possuiu. Apesar disso, no séc. XXI também se propagaram muitas notícias falsas disfarçadas como verdades, denominadas fake news.
Se nos limitarmos nosso pensamento à somente as fake news que supostamente informam tratamentos curativos para o coronavírus, podemos analisar analisar mais facilmente com os pensamentos que Descartes e Bacon tiveram em “O discurso do método” e “Novum organum”, respectivamente.
Ao analisar a partir do pensamento de Descarte, em sua obra citada, podemos ver que muitas dessas falsas notícias não possuem um comprometimento com a razão. Portanto essa notícias estão muito longe daquilo que ele denomina de verdade indubitável.
Já com Bacon essas informações não passaram pelo seu pensamento de eliminação, em que se deve eliminar as falsas hipótese buscando a verdadeira. Para Bacon essa notícias são os ídolos citados em sua obra que não passam de meros obstáculos do intelecto humano para o acesso à verdade e seriam facilmente descartadas pelo seu pensamento de eliminação. 
Podemos notar que tanto o pensamento de Descartes quanto o de Bacon são importantíssimos para a ciência moderna. Já que por sua vez eliminam os obstáculos e nos levam até o cerne das verdades. Assim podemos continuar nossa busca pela verdade incontestável e prosperar com novas descobertas cientificas. 


Gustavo Leal Andre  1° ano direito-matutino

O Método Científico no Dia a Dia (Descartes e Bacon)

Como Descartes mostrou um desprezo ao ensino tradicional, nesta postagem farei o mesmo com o método de trabalho comum do blog. Será que um texto, por si só, seria a melhor maneira de ensino do raciocínio dedutivo de Descartes? Não seria a experiência em si, tão intrínseca na teoria, que melhor explicaria o raciocínio indutivo de Bacon?
A tradição canônica ocidental da histórica coloca a escrita cuneiforme como seu ápice de definição, porém a humanidade sobreviveu e avançou por milênia com a distribuição de seu conhecimento por outras maneiras. Esta é mais uma delas.

Fontes:






Ass:
Isadora Lima Ribeiro
1 ano Direito/Noturno

A necessidade de refutar o passado


A evolução da sociedade é marcada pela criação histórias, mitos, contos e outros métodos de passar conhecimento ou exercer uma dominação por meio do intelecto do receptor, já que muitas vezes o mesmo não sabe se o fato é verdadeiro ou fictício. Porém, até que ponto nossos ancestrais estavam certos em aceitar tudo o que era-lhe passado, sem que não houvesse nenhum questionamento por parte deles.
É certo que, muitos desses mitos ainda estão presentes na sociedade atual, como aquele que diz que não se pode comer manga e tomar leite, pois caso isso seja feito, o individuo irá morrer. Isto é, uma fala que era passada dos senhores de engenho do Brasil Colonial aos escravos, para que eles não consumissem o leite, já que se tratava de um produto raro e caro na época. Nesse sentido, vemos que nesse contexto os senhores de engenho se encaixariam como ídolos do foro para os escravos, segundo Francis Bacon em sua obra Novum Organum, os ídolos do foro usam suas palavras com intuito de bloquear espantosamente o intelecto do seu ouvinte e arrastá-los para inúmeras e inúteis controvérsias e fantasias.
Como também, podemos utilizar os conceitos de René Descartes, já que em sua obra O Discurso sobre o método diz que o homem deve buscar sua verdade sobre os fatos, ao invés de acreditar no que terceiros dizem, já que nem sempre pode se tratar de uma verdade absoluta. Sendo assim, Descartes passa a ideia de refutar tudo que nos é dito, a frase mais famosa e que podemos usar é a “penso, logo existo”, pois somos seres pensantes e devemos usar desse privilégio para chegar à verdade absoluta.
Após muitos anos, cientistas ficaram intrigados com as afirmações é utilizaram a razão e a experiência para comprovar que a afirmação dada pelos senhores de engenho não passavam de uma mentira, ao realizar teste chegaram a uma conclusão racional que manga com leita não faz mal, pelo contrário, essa junção faz muito bem a saúde, já que é rica em nutrientes para o corpo.
Em outras palavras, a ciência contemporânea tem uma grande importância na sociedade, pois ela quebra os paradigmas que muitas vezes são seguidos fielmente pelos integrantes que a compõem. Mas também, busca uma verdade absoluta, para que não usem brechas para criar informações falsas e assim o individuo busque a razão para guiá-lo.
Dessa forma, vemos que as obras dos filósofos Francis Bacon e René Descartes escritas a, aproximadamente, 400 anos tem um contexto bem atual e devem ser inclusas na sociedade contemporânea, já que os conceitos tratados nelas são aplicados até hoje na ciência para que tenha uma comprovação científica ou até mesmo na busca da verdade por um indivíduo leigo. Com isso, podemos dizer que as obras ensinam o leitor a não acreditar nas falsas verdades e ilusões, mostrando que ele sempre deve buscar a verdade, utilizando a razão, pensamento crítico e as evidências, ou seja, ele deve utilizar da racionalidade e do empirismo.       




Murilo Augusto Cremonini – 1°ano  Direito Matutino