terça-feira, 2 de abril de 2019

Fascismo e a crise de percepção.


O Fascismo consiste em uma ditadura contrarrevolucionaria concebida no regime capitalista italiano a partir da eclosão da Primeira Guerra Mundial e as ameaças da Revolução Russa. É uma expressão orgânica da classe proprietária em oposição a trabalhadora, para o marxismo o fascismo é essencialmente uma forma política de contrarrevolução diante do perigo da revolução. Teve grande influência principalmente na Europa entre 1920 e 1930, contudo ainda hoje há manifestações do regime político em questão no mundo todo.
Nos últimos dez anos é visto um crescimento em escala mundial da extrema direita decorrente a crise do capitalismo e a estagnação econômica. Em virtude às adversidades encontradas o neofascismo é instaurado em meio ao ódio derivado do agravamento de desigualdades criadas pelo mesmo governo. Como grande exemplo é valido citar atual gestão Brasileira que conquistou seu público através carisma e uma propaganda embasada em discursos violentos que buscavam responder aos problemas que o pais enfrenta.
Equidistante a temática apresentada, é posto em questão o filme de Bernet Capra, “O ponto de mutação” que conta a história de três personagens: um candidato a presidência dos Estados Unidos, um poeta e uma cientista. Através de sua narrativa, Capra exprime uma crítica às relações mecanicistas que tangem o desenvolvimento tecnológico e as ciências humanas, uma vez que esses pensamentos, introduzidos por Descartes já foram necessários para o progresso, porém atualmente se mostram falhos. Dentro os vários exemplos que o filme mostra um deles é o problema da superpopulação, que não se resolve olhando isoladamente as formas de contracepção, mas sim o sistema ao todo, como por exemplo as qualidades sociais e econômicas. Sendo assim é correto afirmar que segundo a teoria apresentada pelo filme, todos os problemas são fragmentados em uma só crise, sendo ela a crise de percepção.
Fazendo uma analogia a esse conceito, o neofascismo ainda prospera através do pensamento mecanicista iniciado por Descartes. Por grande parte da população se ater apenas a grupos isolados, acabam se esquecendo dos verdadeiros motivos para a desestruturação social e a estagnação econômica, assim legitimando uma forma de governo autoritária.
Conclui-se o fascismo e outros problemas mundiais só poderão ser subvertidos através da mudança de um todo, simultaneamente. Essa mudança deverá refletir em atitudes cordiais e reciprocas entre os seres humanos em todos os aspectos.


Lorena Fernanda Galavotti
Direito- Matutino

O " Raciofascismo "

        O Fascismo - ideologia política totalitária surgida no século XX - vem  ganhando novamente notoriedade no cenário global.Brasil, Estados Unidos e França são só alguns países nos quais  o retorno desses ideais frente a população mostram-se presentes. Diante dessa realidade, é possível estabelecer uma relação entre a ciência e o apoio a essas teorias, haja vista o papel fundamental do meio científico para a consolidação de governos facistas durante a história.
        O filme '' Ponto de Mutação '', dirigido por Bernt Capra, traz às telas a discussão entre três personagens, Jack Edwards - senador e candidato à presidência dos EUA - Sonia Hoffman - cientista desiludida com seu trabalho devido a apropriação militar - e Thomas Harriman - poeta enfrentando a crise da meia idade. Durante o avanço do longa, os três divagam sobre a ótica cartesiana pela qual o mundo é visto, tanto pelos cientista quanto pelos políticos. Embora tal visão tenha sido de grande importância em sua época, atualmente apresenta-se ultrapassada, pois busca mecanizar todas as ações,como engrenagens, fragmentando o todo estudado.
        Ainda com relação ao filme, é proposto pela persongagem Sonia uma nova visão da sociedade, na qual o objeto de estudo é visto como um conjunto, em que cada parte apresenta influência sobra a outra, havendo assim uma interdependência entre elas. Partindo dessa reflexão, é importante ressaltar a necessidade real de busca por um novo método científico, pois mesmo que não intencionalmente, é evidente a influência direta da visão racionalista para com a consolidação e legitimação do fascismo. Assim, é imprescindível que a ciência coloque acima de tudo o bem geral da população, deixando o progresso científico - amplamente buscado pelos estados facistas - de lado quando necessário, resguardando o bem mais precioso de todo cidadão, a vida.

Luan Mendes Menegão - 1° ano - Direito Matutino

O Método do Fascismo


O desenvolvimento de teorias modernas acerca do método, tais como as de Descartes e Bacon, refletem não somente no âmbito das ciências exatas e biológicas, mas também nas ciências política e social. Desta forma, tendo como exemplo mais enfático o pensamento cartesiano, o filme “Ponto de Mutação”, de Bernt Capra, aborda de maneira crítica o fato de que os problemas políticos são resolvidos de maneira mecanicista, sem que o todo seja de fato avaliado.
Aliado a isso, relaciona-se fortemente a ascensão do fascismo e nazismo como políticas justificadas sob uma lógica distorcida da ciência. Assim, têm-se nesses regimes, por exemplo, a implementação da eugenia e de discursos discriminatórios que se pautam em visões deterministas de meio e “raça”. Esse tipo de pensamento está conectado com a visão da política e da sociedade como uma máquina, uma grande engrenagem que tem como finalidade o funcionamento ideal. Assim, a grande questão que emerge é: o que fazer com os disfuncionais? A resposta do Fascismo é simples: eliminá-los.
O grande problema da visão cartesiana das relações políticas é, portanto, a miopia frente à interligação dos fatos, da origem e de seu problema. Ao invés disso, o que se têm nessa lógica é a visão de que, ainda na metáfora na engrenagem, ou uma peça funciona, e é portanto adequada a ser parte do todo social, ou não funciona, e deve ser, assim, descartada e substituída por outra que o faça.
Conclui-se que uma percepção fascista da sociedade é sustentada, dentre outros fatores, pela aplicação do cartesianismo nas análises políticas. Desta forma, para que reine a democracia, é preciso que se amplie e humanize a visão que se tem das pessoas e de seus espaços sociais.

Carpe diem


A grande máquina do mundo
Funciona tal qual um relógio
Com suas peças, engrenagens
E principalmente com sua complexidade.
Nesse vasto universo, 
Por vezes, peças são substituídas 
Pra melhor ou pior
Por vezes, as mesmas continuam
Sendo engraxadas somente.
Mas a graxa é medida provisória.
Uma hora a peça será trocada
Seja por quebrar
Seja por estar obsoleta
Seja por ser ela mesma
E provavelmente não se encaixar mais no funcionamento da máquina, que evoluiu
Enquanto ela continuou a mesma.
Peças são essenciais 
Mas estas não se bastam sozinhas.
Seu propósito só é percebido em conjunto a outras
No trabalho realizado
Na vida vivida, e apreciada...
E o seu fim,
Principalmente no fim
Qando não há mais escapatória
Quando tudo já se foi
Quando o tempo já não existe
Ao pó retornaremos,
Deixando o que como legado?
Mais do mesmo? Saudades? Lembranças? Boas escolhas? Inovações? Arrependimentos? 
Viva uma vida digna de uma música, pois
Viver é complexo.
Pensar? Mais ainda.
Pensar é viver, 
Penso logo existo,
Mas, existo sem pensar? 

  Em um mundo onde informação é disponibilizada de forma abundante, sua veracidade fica comprometida. Dessa forma, é preciso utilizar um pensamento crítico e desconfiado a todo momento, situação que infelizmente não acontece, seja por ser cansativo verificar fontes, ou apenas pela necessidade de acreditar nos fatos ali expressos. Somente é possível viver em plenitude após a busca das conexões presentes ao nosso redor, que com um mínimo esforço da visão, se torna perceptível, clareando todo o pensamento e inovando a forma de raciocínio.

  Termino com essa citação que acredito estar intrinseca com o pensamento das personagens do filme:
 "Medicina, lei, negócios e engenharia são ocupações nobres para manter a vida. Mas poesia, beleza, romance e amor são razões para ficar vivo." (Robin Williams)



Sofia Ferrari do Valle - Turma XXXVI (Matutino)

A ciência e o fascismo


 O fascismo é um regime político que surgiu na Europa, ganhou força após a Primeira Guerra Mundial e que visava proteger o sistema capitalista da ameaça comunista e superar a crise econômica; isso através de um discurso raso e que incitava o ódio e a violência. Esse regime vem ganhando força novamente no cenário atual, e isso só é possível com o apoio da população a um líder carismático e hostil, uma vez que “nenhum santo se sustenta só” segundo a frase dita no filme “Ponto de mutação”.
 O capitalismo defende a ideia de Bacon de que a ciência deve escravizar a natureza e usá-la em prol do desenvolvimento e a ideia mecanicista de Descartes, que afirma que a natureza e o mundo funcionam como um relógio. Essas ideias sustentam o sistema capitalista e, por isso, acarretam a crise do capital, já que esse sistema e o bem de todos – incluindo o da natureza - não condizem, e essa crise abrirá caminho para a ascensão do fascismo. Portanto, não é a ciência mecanicista e utilitária que nos ajudará a escapar do fascismo, pelo contrário, é a que nos levará em direção a ele.
 A ciência que preza pelo bem-estar humano e da natureza, que promove a reflexão crítica a cerca de tudo nos afeta, que analisa o sistema por inteiro – como defende a personagem Sonia do filme citado no primeiro parágrafo - e que abandona a visão mecanicista é a que nos ajudará a escapar desse regime totalitário que vem crescendo.

Bianca Namie B. Mizobe / noturno

Escape ao Fascismo

O fascismo é um movimento de cunho social e político insurgente das décadas de 20 e 30 em meio a diversas crises e conflitos. Todavia, esse formato de governo tem sido trazido à tona no cenário mundial em recentes discussões políticas.
Tendo isso em vista é preciso explicitar como o fascismo se caracteriza. Embora, o fascismo não tenha um aparato ideológico concreto é possível sumarizar pontos em comum de governos autoproclamados fascistas. Portanto, usando da fala dos conferentes na palestra ‘‘Fascismo e suas Manifestações Contemporâneas’’, define-se esse regime como uma forma de governo contrarrevolucionária que advém de um bloco de governo reacionário e despótico, extremamente nacionalista, corporativista e autoritário. Ademais, uma característica primordial ao fascismo é o culto ao líder, a diluição de todas as individualidades em função de um representante dotado de carisma e hostilidade. 
Dado a temática do texto ilustrando a ciência como entrave ao fascismo, uma especificidade destacável é o esvanecimento das individualidades. Haja vista que o ponto de partida para instauração de regimes totalitários decorre do abandono da racionalidade particular e a seguinte submissão à insciências, por mero fluxo coletivo. Por conseguinte, é inegável o compromisso da ciência com a verdade e racionalidade posto que desde de Bacon e Descartes – filósofos fundantes do pensamento cientificista e organização do método cientifico – essa instituição prega o esclarecimento em detrimento de falsas verdades coletivas.
Contudo, o ambiente hodierno suscita não só uma visão cientificista para a derrocada de mecanismos fascistas, mas carece de uma visão cientifica moderna. Essa mudança axiológica é representada na obra cinematográfica ‘‘Ponto de Mutação’’ de Bernt Capra. Sendo frisado no filme que apesar de emancipatória a filosofia cientificista hoje se encontra ultrapassada, posto que um mundo composto de extensas redes e conexões, é necessário um olhar mais abrangente que o pragmatismo pré-industrial.
Conclui-se dessa maneira, que a ciência e a destituição de mentiras grupais são fundamentais para o escape de movimentos fascistas. Entretanto, é essencial uma analise conjuntural das conexões que formam as sociedades atuais para impedir anacronismos e garantir a aplicabilidade da prudência.
Jaqueline Sayuri M. Abe - 1º Ano Direito Matutino 

Coragem e pensamento

Pensem nas crianças
Mudas torturadas
Pensem nas meninas
Cegas abusadas
Pensem nas mulheres
Belas assassinadas
Foram oprimidas
Foram caladas
Mas, oh, não se esqueçam
Da horrorosa
Da horrorosa Era fascista
A horrorosa sanguinária
A horrorosa destrutiva
Estúpida e arcaica
A horrorosa metamorfose
Foi avante,a horrorosa e errônia
Com dor, com azedume
Monstruosa, com raiva
-A rosa de Hiroshima, Vinicius de Moraes (Modificado)

Com essa pequena introdução, gostaria de iniciar uma reflexão. Entendo que muitos criam uma expectativa previsível quanto àquilo que encontrarão ao estudarem regimes autoritários como o fascismo. Minha proposta não é essa. Ao pesquisar obras e eventos científicos elaborados sobre o assunto,percebi que um uso mais proveitoso do meu tempo, bem como dos interessados em ler esse comentário, seria voltar-me ao aspecto humano do tema e dilacerá-lo, a fim de ter uma percepção mais abrangente do que aquela exposta pelo senso comum. Em tempos de profunda crise de percepção,é preciso criar perguntas.
Dito isso, resta apenas uma a ser feita: O que tem o ser humano, senão sua capacidade de exercer o livre arbítrio? Foi o filósofo René Descartes, em seu livro "O discurso do método", quem disse:"Nada há que esteja inteiramente em nosso poder, exceto nossos pensamentos". É notório que Descartes aspirava à aplicação da razão para se obter resultados práticos que auxiliassem a medicina e as técnologias da época na busca pelo bem geral. O filósofo não era persuadido por nenhum conceito que não fosse racional,uma vez que esse era o princípio base para a identificação de uma verdade.
A partir dessa análise cartesiana,compreende- se a seriedade de privar um ser da liberdade e, consequentemente, danificar sua procura pelos próprios ideais.Isso porque a experiência é necessária para se verificar fatos.A opressão é prejudicial às vivências das pessoa, limitando seus caminhos para o conhecimento. Um governo que exerce tal força sobre sua população faz a democracia perder sua identidade e seu sentido. Como retratado no filme "O ponto de mutação",a ciência já passou o pensamento mecanista. Já os políticos,não. Assim, a grande máquina do Estado insiste em ser antiquada e sufocante.
Esse filme mostra vários posicionamentos interessantes quanto às instituições de poder, dizendo que política confunde todos,inclusive quem pratica. Levantando tal questão,o longa constantemente convida o público a ter senso crítico quanto a seus representantes. Mesmo fora do âmbito político, a discussão estende-se para as mudanças em geral. Elas viéram com o tempo e devemos nos adaptar, a começar pelo modo como encaramos o mundo. Assim, estando a vida em constante renovação,é preciso que haja uma transcendência da nossa parte para que possamos progredir em conjunto.
As escolhas, bem como os direitos adquiridos ao longo das gerações entram em ruptura ao se instalarem lideranças autoritárias, que não apoiam novas ideias. Reforçando aqui que nenhum santo se sustenta só,é necessário que haja, de fato, uma ruptura.Não com os princípios democráticos nem com o crescimento que tantos estudiosos nos ajudaram a alcançar. É de suma importância que rompamos com valores ultrapassados para que não hajam mais limites. Dessa forma,possamos usar a voz e a inteligência que carregamos como seres pensantes que somos em prol de grandes revoluções.
Somente assim, poderemos encarar a dureza desse mundo

Laura Filipini Noveli
1 ano- Direito Matutino
Por uma Ciência que nos ajude a escapar do Fascismo

          O Fascismo surgiu nos anos de 1920/1930 na Itália e se espalhou pela Europa. Foi uma forma específica de regime político, sendo uma ditadura contra-revolucionária financiada pela alta burguesia contra a “dominação vermelha” (revolução russa). O Fascismo é uma expressão orgânica da classe proprietária, que movida por um discurso superficialmente crítico da economia, visa a implantação de um regime anti-operário e do neoliberalismo ultra-radical.

          No filme “Ponto de Mutação” (1990), dirigido por Bernt Capra, a personagem Sonia Hoffman é uma física que expõe o conflito entre o método científico reducionista (divisão do problema em partes e síntese dos resultados) proposto por René Descartes no século XVII e o “pensamento ecológico” descrito pela personagem, uma metodologia científica com uma visão sistêmica (o estudo das partes não permite conhecer o todo).

          As ideias do “pensamento ecológico” nos permitem refletir sobre o crescimento dos ideais fascistas na sociedade brasileira atual. A crise do sistema capitalista, a revolta da classe média com o aumento do poder de consumo da população mais pobre, o desejo da população de se armar não podem ser analisados em partes. Como efeito da Globalização e do estabelecimento das sociedades de consumo, as relações entre os indivíduos numa sociedade se tornaram tão complexas que é muito simplório analisar as partes e tentar compreender o todo. 
          As Ciências Sociais precisam analisar os recentes acontecimentos de forma holística. Afinal, entender todas as nuances que levam indivíduos a consentir ideais totalitários e a favor da pequena burguesia é a chave para a formação de um projeto social sem a sombra do Neofascismo.

Raquel Rinaldi Russo – 1º ano Direito Matutino

O fascismo na atualidade


O Fascismo, movimento ideológico e político de extrema-direita, nascido na Itália e difundido em todo o mundo, tem como principais características, um caráter autoritário, nacionalista e um inimigo do povo em comum. No caso italiano, após a Primeira Guerra Mundial, tal inimigo não se concentrava em uma única personalidade, mas em todo o movimento comunista. Mesmo após tantos anos, ainda encontramos resquícios de tal movimento em nossa sociedade, diante da atual crise nacional nos âmbitos, político, econômico, social e ambiental.
No longa-metragem de 1991, Ponto de Mutação, durante o diálogo entre os três protagonistas, Sonia, Jack e Thomas, as ideologias políticas de Jack e Thomas são comparadas com um relógio, por serem antiquadas e mecânicas. Além disso, Sonia também faz uma crítica à mentalidade analítica e fragmentadora da ciência, contrapondo que tudo está interligado e para que possamos resolver os problemas atuais, precisamos enxergá-los como um todo, já que são interdependentes.
Um dos exemplos dados por Sonia, durante as cenas, trata sobre a ineficiência da criação de planos e campanhas para um mundo mais sustentável se este mesmo capitalismo obriga países a queimarem suas florestas para movimentarem seu PIB e pagarem suas dívidas, como acontece mesmo no Brasil.
Através de uma ciência holística, seria possível agir nas causas dos problemas, por um raciocínio ecológico, ao invés de simplesmente tentar solucionar as consequências dos problemas. Talvez assim, pudéssemos acabar, não só com o fascismo, mas todas as ideologias extremas e que visam desprezar um grupo de pessoas, independente de seus motivos. Uma mudança de atitudes e pensamentos se faz urgentemente necessária, para mudarmos nosso cenário e impedirmos que nosso país reproduza os acontecimentos italianos e alemães anteriores à Segunda Guerra Mundial.


Eduarda Queiroz Fonte
Matutino


Campos de visões


“Nossa transformação não foi apenas uma atitude mas sim uma mutação.”
mutação
substantivo feminino
1.       1.
ato ou efeito de mudar(-se); alteração, modificação.
2.       2.
tendência, facilidade para mudar de ideia, atitude etc.; inconstância, volubilidade.

No filme O Ponto de Mutação (baseado na obra de Fritjof Capra), Jack, um candidato a presidência; Tom, um poeta que sofreu uma desilusão amorosa; e Sonia, física afastada de sua profissão.Todos cidadãos americanos que vivem em diferentes núcleos sociais, conversam sobre a vida em uma cidade medieval na França. Questionando assim a vida humana, tendo um humano como um sistema vivo, parte de uma sociedade, na qual faz parte de um sistema maior.
Na discussão sobre o papel dos mecanismos que regem o mundo, abordam a evolução do pensamento humano, tais como os dois campos de visão: sistêmica e mecanicista ( Visão Sistêmica significa em resumo, conseguir enxergar e compreender o todo por meio da análise das partes que o formam, enquanto a Visão Mecanicista em resumo significa segundo a qual todos os fenômenos se explicam pela causalidade mecânica ou em analogia à causalidade mecânica). Passando por Descartes e chegando nos dias atuais, no qual vemos líderes, pensando unicamente de uma forma mecanista.

Observamos isso nas pragmáticas fascistas atuais, no qual um líder que se diz “revolucionário e salvador” idealiza um regime de extrema-direita marcado por um governo ditatorial e militarizado. Fazendo com que prevaleça os conceitos de nação e raça sobre os valores individuais e que é representado por um governo autocrático, centralizado na figura de um ditador. Em tal governo, o indivíduo se sente minimizado, privado de suas existências independentes.

No século XXI, tais práticas levam todos abandonar seus princípios morais e fugir, pois a política não só confunde apenas o homem social, mas principalmente quem a pratica.

                                                                               Amanda Zandonaide - Turma XXXVI matutino.

Ciência e Sociedade


O Fascismo, movimento pós Revolução Russa (que teve como precursor o líder italiano Benito Mussolini), conceituado como uma forma específica de dominação e ditadura política através do capitalismo, constituído como um movimento contrarrevolucionário bancado pelas classes dominantes burguesas no combate às organizações de esquerda e da classe trabalhadora deu margem á várias interpretações. Mas muito interessante é a perspectiva de Antonio Gramsci, um dos fundadores do Partido Comunista Italiano e maiores símbolos do pensamento tido como de esquerda do século XX. Gramsci se distinguia dos demais por desacreditar de uma tomada do poder que não viesse por mudanças de mentalidade, dessa maneira, os agentes transformadores seriam os intelectuais e as armas “a escola”, assim como o saber. Essa conceituação é importante no processo de diferenciação entre a esquerda extrema, o Fascismo de fato, e o que também tem ganhado força na atualidade que é o chamado Neofascismo.

O Neofascismo é um reforço dos ideais de extrema direita e pode se dizer que ganhou força nos últimos dez anos. Em geral, advém de uma necessidade de mudanças após um período de regressão, mas de forma superficialmente crítica, reacionária e etc. Muito se fala relacionando o Neofascismo e o próprio Fascismo à chefes de estado atuais, uma relação pertinente e preocupante no cenário social, já que como dito por Gramsci, esse “refluxo” da esquerda pavimenta o caminho para os movimentos Fascistas, sendo de caráter político, caracterizado por representantes hostis e carismáticos e até mesmo relacionado à personalidade, como o comportamento construído em contradições e “abandono” de virtudes e conhecimentos, para seguir um líder.

Tendo em vista todas essas análises, conceitos e concepções, eis que surge a questão de procurar por uma ciência que nos ajude a escapar do Fascismo. O filme “Ponto de Mutação” de Bernt Capra mostra de maneira interessante como a ciência precisou deixar de ser algo rígido apenas direcionado à procura de respostas no âmbito da natureza e das exatas, mas também uma ferramenta de mudança social, e usa o exemplo de um relógio antigo e suas engrenagens para ilustrar que as áreas do conhecimento quando interligadas fazem com que o todo funcione de maneira muito mais eficiente.

 O filme traz um contraponto à ideia de Descartes e Bacon, que assim como os estados, a política e seus representantes, independente da posição, tinha uma visão racionalista e generalizada do mundo, vendo-o como uma máquina que com precisos reparos volta a funcionar bem como sempre funcionou, a solução será sempre a mesma e podem ser controladas. Porém com a sociedade isso não se aplica! È como dizia Thomas Jefferson, “É tolo uma sociedade apegar-se a velhas ideias em novos tempos, assim como é tolo um homem tentar vestir suas roupas de criança”, a sociedade sofre constantes mudanças, vezes positivas, vezes negativas, mas sempre mudando, e diante tantas crises enfrentadas, a maior é a de percepção, crise essa que aprisiona o homem em uma sala de tortura desconhecida, em si mesmo, assim como algumas pessoas religiosas antigamente, por exemplo, em que igrejas grandiosas como as muitas que existem até hoje, causavam-lhes a sensação de inferioridade, e privava seus ideais de existência independente, e etc.

Logo, é necessário emancipar-se de certas concepções e procurar uma nova perspectiva para enxergar e compreender o mundo, sendo assim, a ciência que nos afastará do fascismo e suas inúmeras formas de manifestação, é aquela menos mecanicista, que entenda o mundo, e consequentemente a sociedade, como algo diferente do habitual, que ao invés de manter a ruptura entre homem e natureza, os una, para que de forma harmônica e equilibrada, sigam juntos.  

Letícia E. de Matos
1° ano - Direito- Matutino

O fascismo e as visões mecanicista e sistêmica



O fascismo é uma forma de governo que teve início nos anos de 1920, com a ascensão de Benito Mussolini na Itália. Surge inicialmente como uma reação ao comunismo emergente na Rússia, sendo um regime contrarrevolucionário. Atualmente, observa-se uma tendência crescente, em escala mundial, de personalidades e grupos políticos neofascistas, baseando seus discursos em preconceitos e discriminações para com minorias, como a comunidade LGBT e os adeptos ao movimento feminista.
Além disso, é necessário ressaltar que certos valores do fascismo da década de 20 foram modificados, mas os princípios básicos mantiveram-se inalterados.  Um desses princípios é a visão mecanicista do mundo. Essa visão foi desenvolvida e defendida por filósofos do século XVII, como Bacon e, principalmente, Descartes. O mecanicismo é uma interpretação do meio social e natural como uma máquina, muito complexa e com os mais diversos mecanismos, que necessita de uma perspectiva objetiva e cientifica para a análise das relações entre os seres.
Considerando essa concepção de realidade, é possível relaciona-la com a mudança drástica que ocorreu no inicio da idade moderna, o conceito de tempo havia mudado e, com isso, as relações sociais também sofreram modificações. A revolução industrial e a ascensão do capitalismo provocaram o desenvolvimento de uma sociedade extremamente mecanicista e obcecada com a utilidade do tempo e do trabalho. Essa mudança beneficiou a classe dominante do sistema capitalista, que utilizou esse mecanicismo para justificar sua exploração desenfreada da classe trabalhadora.
Ademais, para sustentar o sistema vigente em períodos de crises sociais e econômicas, é necessário um regime totalitário e fundamentalista, que prive as pessoas de diversas liberdades, pois o fascismo busca constantemente controlar as relações sociais e naturais em prol da burguesia.
O filme o ponto de mutação, baseado no livro de Fritjof Capra, critica a visão mecanicista a partir do diálogo entre três personagens com vivencias e pensamentos diferentes. Devido aos argumentos apresentados pela personagem Sônia Hoffman, pode-se verificar que Capra expõe a necessidade da substituição desses sistemas rígidos por novas percepções em relação ao tempo, ao trabalho, ao espaço e ao ambiente. Com vários exemplos, demonstra que todas as ações que a humanidade inflige na natureza e em si mesma possuem consequências que se interligam e agravam a situação atual. No entanto, o dialogo também trata de uma visão alternativa que surge nas décadas de 1960 e 1970, criticando o pensamento cartesiano ao afirmar que a natureza deve ser vista como um sistema e não como uma máquina. Esse sistema deve ser preservado, utilizando politicas ecológicas e holísticas para a manutenção do equilíbrio entre as necessidades humanas e o meio ambiente.
Por fim, vale ressaltar que essas questões estão sempre relacionadas a política. Os governantes e seus ministros são os principais responsáveis pelas decisões, sejam elas sistêmicas ou mecanicistas. No entanto, todos precisam conviver com as consequências de tais decisões, sendo indispensável um governo com participação popular e com representatividade para todas as classes e grupos da sociedade, tornando o fascismo um regime prejudicial e incoerente.

O conhecimento como ferramenta de progresso social.


No período moderno, com as mudanças sociais e históricas na Europa , se ascende ideais baseados na racionalidade, antropocentrismo e cientificismo, e assim abrindo espaços para que os filósofos Renê Descartes e Francis Bacon expusessem seus métodos inovadores para se alcançar o conhecimento. Contudo, tais ideologias são aplicadas arduamente até atualmente na pratica social, tornando-se assim um problema, visto que como centenas de anos já se passaram desse período modernista, as características sociais em toda a esfera mundial, obviamente, sofreram drásticas transformações, e assim esses métodos filosóficos tornaram-se ineficientes para organizar a sociedade, solucionar os impasses e necessidades sociais atuais,  já que esses métodos por possuírem uma visão segmentada e mecanizadas, sobre tudo que ocorre no âmbito mundial, não são eficientes para solucionar fenômenos sociais e ralações humanas . E essa problemática pode ser observada no filme “Ponto de mutação”, em que a física alega que como a sociedade ainda executa em pratica as ideias de Renê Descartes, a solução de determinados problemas sociais não são resolvidos por completo, solucionando apenas uma pequena parte da problemática e ainda de maneira ineficaz.
Desse modo, é perceptível que o conhecimento necessita e possuí condições de acompanhar as mudanças sociais do mundo, para que ele seja realmente eficiente e auxilie a sociedade de maneira plena, universal e igualitária. Todavia, é importante que o saber não se apoie no positivismo de Augusto Comtê, que o utiliza para acentuar a desigualdade social por meio da estratificação de sociedades que são classificadas como mais e menos evoluídas, segundo as ideias errôneas e exclusivas dos sociólogos iluministas da época. E assim essa ideia pode servir como base para ideias fascistas, que estão surgindo nessa era contemporânea, pois como o liberalismo e capitalismo, além de se instaurarem em todo o globo, eles também servem como base para o nacionalismo exacerbado e o classismo, e assim indo contra as ideias republicanas e democráticas que foram conquistadas, principalmente no âmbito brasileiro, por meio de manifestações sociais e intensa luta por tais direitos. 
Por conseguinte, o conhecimento, inclusive o tecnológico e cientifico, é indubitavelmente capaz de solucionar diversos problemas sociais, políticos e até mesmo saúde da população, porém, é crucial que tal saber não sirva primordialmente como ferramenta para manusear o capitalismo ou até mesmo como meio disputas de poder, como ocorre atualmente. E essa reflexão, é abordada no filme de Bernt Capra, em que física objetivava usar sua invenção para evolucionar estudos direcionados à área da saúde e ciência, contudo, essa inovação foi usada para guerras, ou seja, para gerar o caos e matar vários indivíduos , contrariando totalmente a ideia original da profissional e não fazendo a melhor utilização de tal instrumento, que poderia proporcionar diversas evoluções em meios de pesquisas cientificas em prol social.


Lívia Ribeiro Cunha                                    1° ano                                             direito noturno

A linha tênue entre o carisma e a hostilidade


O filme ‘‘Ponto de Mutação’’ traz uma mensagem de reflexão sobre as bases  existenciais e da relação do pensamento das ações políticas no contexto do desenvolvimento social, conteúdo esse que também pode ser relacionado com a forma de controle fascista, vemos as pessoas socialmente aceitas como condutores, pensando unicamente de forma mecanicista, aplicando a forma mais simples de conduzir a política que é o modelo cartesiano, onde dividem o todo em partes, para que estudando e entendendo cada pessoa, procuram entender o todo. Essa característica torna-se mais aceitável quando enxergam os lideres fascistas como pessoas carismáticas e hostis 

Mesmo com o passar de muitos anos o pensamento cartesiano ainda é vigente, assim como o filme descreve, a visão política que existe na atualidade é que a sociedade funciona como uma engrenagem. Devido à mecanização do pensamento com a finalidade de controle social, encontra-se cada vez mais evidente, principalmente na ‘’nova política brasileira’’. Esse novo governo que exibe pensamentos retrógrados e que grande parte da população adere, devido desvalorização do conhecimento científico, propagados pelos lideres da política brasileira

 Neste âmbito, não poupam o gastos ou labor para aplicar suas teorias e negociações a uma parcela da população presa pelo modo econômico mecanicistas. Modelo esse que não encorajam a prevenção, só a intervenção, que não consideram que só se constrói uma sociedade de sucesso no presente, se estimular o futuro.

João Parreira - 1° ano - Direito noturno


Revolução Educacional e a proposição de uma “nova ciência”
Ao me deparar, esta semana, em um site, com ampla gama de acessos dos mais variados extratos sociais, com a manchete que o presidente eleito no pleito de 2018, havia nomeado um militar para a secretaria executiva do MEC, e confesso fiquei assustado. Qual seria a formação acadêmica de tal militar para assumir cargo de tamanha importância?
Pode ser que talvez essa crônica cotidiana perdure por alguns anos, se assim o for, alegria de quem a lerá, gostaria de deixar aqui registrado o que penso, pois a leitura de tantas asneiras nos leva a pensar, o que estamos fazendo com o conhecimento produzido por homens de grande saber que vieram antes de nós?
E a resposta a qual consigo chegar é a de que deixamos de nos importar com as pequenas coisas, com as idiotias poucas. Isso, agora vejo, foi um erro. Deixamos que se manifestassem, que se propagassem, deixamos que esse pensamento pequeno se desenvolvesse, enfim, somos culpados pelo vírus do retrocesso que se apresenta em nossa sociedade.
Estivemos ocupados, reproduzindo os sistemas fragmentados de conhecimento baseados no sistema cartesiano, onde busca-se chegar ao mais indivisível do conhecimento, ao invés de nos aproximarmos das pessoas, tentar compreender seus anseios, propor alternativas, tornar nosso conhecimento palatável, pois é ai que erramos, nós enquanto animais políticos nos perdemos nas especificidades cartesianas ao invés de criarmos, segundo o filme Ponto de Mutação, de Bernt Capra, baseado na obra homônima de seu irmão, o físico, Fritjof Capra, um pensamento sistêmico.
Pois, acredito, que será somente quando a universidade, produtora de conhecimento por excelência, romper com a produção de conhecimento como temos, baseada no sistema cartesiano, engessada, voltada para satisfazer somente a vontade egocêntrica de alunos e professores, e passar a se aproximar de maneira real da sociedade, tornar o conhecimento popular, somente ai é que não mais seremos considerados como inimigos pelos espectros fascistas que se alimentam e se fortalecem em um solo fértil de uma sociedade que se ilustra e forma sua consciência coletiva a partir de meios de comunicação dominados pelo capital financeiro, que não quer uma sociedade pensante.
Para nos defender destes movimentos que surgem, que carregam em sua gênese inúmeros aspectos fascistas, devemos propor uma nova forma de educação, realmente voltada para o século em que vivemos e para o futuro, talvez a busca de um conhecimento sistêmico como o proposto pelo físico Capra, que defende uma formula de construção do saber de forma interligada, conectada, seja uma solução.
Resta ao tempo nos mostrar como será.

Cassiano Mendes Cintra            Direito Noturno

A razão e o Fascismo

o fascismo, por definição,é um regime autoritário marcado pelo ultranacionalismo e pelo forte controle e manipulação da população e de sua cultura. Em ditaduras fascistas, como a de Hitler, o ideal da proteção da raça pura ariana justificava as mais catastróficas barbáries. Mesmo hoje, em uma sociedade que teoricamente estaria liberta de tais fenômenos, devido às experiências vividas anteriormente, podemos notar a ascensão de diversos governos baseados nas mesmas ideias fascistas de outrora.
No filme Ponto de Mutação, de Bernt Capra, as personagens se encontram em um debate sobre o macanicismo de Descartes e Bacon. O autor por meio delas critica as ideias racionais e experimentais que se difundiram com os ideias de tais filósofos. Traçando um parâmetro com o Nazismo, todas as violações de direitos de povos judeus e outras classes consideradas inferiores eram justificadas por uma interpretação distorcida da ciência. O filme vai de encontro a essa interpretação racional  e inclusive demostra que, apesar de terem sido benéficas na época que surgiram, foram se tornando danosas para a sociedade. Não mais essa interpretação racional do mundo pode ser usada como meio para justificar certas ações de governantes. A ciência deve ser usada como fonte de pesquisa para a manutenção do direito de todos, e não como justificativa para a proliferação de injustiças. Devemos todos lutar para que, por meio de uma visão mais ampla e menos condicionada possamos combater toda e qualquer forma de autoritarismo.
Miguel Basílio Andrade Turma XXXVI Matutino

Política da realojaria.


    O filme “Ponto de Mutação” é centrado acerca de uma discussão sobre a mecanização do mundo, da qual os problemas existentes no mundo são tratados de forma independente. A partir dessa discussão são apresentados dois pontos de vista, o de Sonia, que se mostra contra a mecanização existente pois diz que os problemas do mundo estão todos interligados, e se resolvê-los individualmente eles rapidamente retornarão. Por outro lado, temos Jack, um político, que em um ponto de vista mais cartesiano entende que o mundo funciona como um relógio, e que os problemas devem ser tratados separadamente e de forma prioritária.
    Há certa semelhança entre a ideologia de Jack e as reais ideias do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, pois, esse também se mostra a favor de um funcionalismo mecanicista ao expor sua filosofia positivista de ordem e progresso. A diferença presente nos discursos são os reflexos neofascistas nas ideias de Bolsonaro, que prioriza a resolução dos problemas de certa classe dominante ao passo que ignora os problemas de classes menos influentes, se utilizando de discursos de ódio, carregados de preconceitos, para justificar suas ações.
    Outro viés apresentado pelo filme que pode ser relacionado com o cenário político atual, é a noção de que as pessoas não procuram fazer o certo, pois esse na maior parte do tempo não é o mais rentável. Desse modo, os políticos em sua campanha se tornam personagens e apresentam para o povo propostas que eles querem ouvir, sendo elas corretas ou não. Relacionando com os problemas atuais podemos observar o fato da vitória, no Brasil, de um candidato que propõe combater o aumento da criminalidade com propostas desesperadas e sem fundamento, como a de armar a população ou a famosa frase “Bandido bom é bandido morto! ” , que em um momento de fragilidade da população que está assustada com a crescente da criminalidade, acatou essas ideias prontamente, achando, de forma equivocada, que isso resolveria o problema, quando na verdade consertar apenas uma parte do “relógio” não faz com que tudo se resolva, o necessário é tomar medidas em todas as esferas para que tudo possa aos poucos se encaixar. E ao mesmo tempo que essa decisão conforta a população ela ainda movimenta o mercado bélico.
    Dessa forma, com a reflexão proposta pelo filme, vemos que a sociedade deve ser analisada de forma conjunta e interligada, sempre buscando resolver os problemas da forma mais humanitária possível, deixando em segundo plano o ponto de vista econômico e colocando em primeiro lugar os problemas humanos.

Isabella Stevanato Frolini
Direito noturno, primeiro ano

         Fascismo e suas expressões contemporâneas 
         Apesar de ser relativamente recente, muitos indivíduos não mais se recordam das barbaridades vividas na época do fascismo de Mussolini na Itália e do nazismo de Hitler na Alemanha durante os anos de 1922 e 1945. O fascismo, vivenciado nessa época, é uma forma específica de dominação contrarrevolucionária em um estado capitalista, que durante anos matou milhares de pessoas durante esses governos. Porém, mesmo sendo, uma das maiores atrocidades vivenciadas pela sociedade mundial, novas virtudes neofascistas estão se espalhando pelo Brasil e pelo mundo. 
     Influenciada por um discurso extremamente fascista, a nação brasileira contemporânea se encontra representada por um chefe de estado, que assim como ocorreu na Itália e na Alemanha antiga, conseguiu convencer as pessoas que sua oposição era uma ameaça comunista. Desta forma, mesmo possuindo um caráter fascista, Jair Bolsonaro é o atual presidente da República Brasileira. 
Essas questões sobre o fascismo dos anos 20, que influenciaram a situação atual vivida no Brasil e no mundo, são discutidas no filme Ponto de mutação do diretor Bernt Amadeus Capra. 
     O filme trata da história de um político liberal, que se encontra em crise, quando decide fugir da realidade em que se encontra e passar alguns dias em uma fortaleza antiga com um amigo poeta. Lá eles conhecem uma cientista que está passando pelos mesmos paradigmas, gerando diversas discussões sobre ciência, política e filosofia, problematizando e criticando o fascismo que destruiu e segue destruindo diversas vidas. 
Giovanna da Fonseca Lopes - 1º ano Direito Matutino 

Irracionalidade velada


O filme “Ponto de mutação”, dirigido pelo austríaco Bernt Amadeus Capra, leva o telespectador à reflexão, por meio do embate/discussão das personagens, acerca da visão cartesiana do mundo, que leva os indivíduos, coletiva e individualmente, a pensar nas infinitas situações e variáveis que regem o planeta como engrenagens, partes de uma máquina maior, agindo em conformidade com a “função” do todo, que, em tese seria “fazer o mundo funcionar”, ou seja, tudo é tratado como peça, metaforicamente, de um imenso relógio, que, à menor falha de qualquer uma de suas peças, se sujeita ao mal funcionamento, ao mesmo modo que, substituir a peça falha, em teoria, eliminaria todo o problema explicitado no andar dos ponteiros.
Um dos problemas do racionalismo cartesiano é tratar a imensidão imensurável dos fatos como passíveis de serem compreendidos em particular para deduzir-se, então, a totalidade complexa. Humanamente, é impossível compilar e muito menos entender todos os fatos que regem as ações humanas, sejam elas as menores possíveis, tendo em vista que a capacidade individual e coletiva de entendimento está supraposicionada perante à complexidade do universo e sujeita, instintivamente e racionalmente à abstrações, abstrações estas necessárias, mesmo que paradoxalmente, para o entendimento das ações e acontecimentos humanos. 
Analogamente ao problema da negação do abstrato, do não “racionalizável”, Descartes também tratava o mundo como algo previsível, algo mecânico, tratava as pessoas e relações pessoais como um sistema biológico pronto, no qual cada órgão possui sempre o mesmo papel, realiza sempre as mesmas funções e pode ser pensado individualmente, analisado por si só, tendo em vista que “o coração apenas pulsa e se algo está errado na circulação sanguínea, com toda a razão, o problema seria o pulsar de um coração defeituoso”, sem levar em conta que o problema circulatório e até mesmo as falhas nas sístoles e diástoles podem ser fruto de inúmeros outros fatores, como alta ingestão de sódio ou até mesmo falta de exercícios físicos, estando o coração e o sanar do problema submissos à mudanças de hábitos cotidianos de exercício e/ou alimentação e não ao transplante do órgão.
Na contemporaneidade, apesar de Descartes ter publicado suas obras, sobretudo o escrito “Discurso do método” há séculos, o racionalismo cartesiano ainda é muito presente, muito enraizado no íntimo humano, exemplificando-se, por exemplo, na maior crise humanitária do século XX, a ascensão de regimes autoritários na Europa, os chamados regimes fascistas. 
O fascismo surge e cresce pautado em um utilitarismo sofista, regado a altas doses de racionalismo contrutivista, que culpava específicos e superficiais grupos e acontecimentos pelos problemas e pelas mazelas sociais na qual se encontrava imerso  o território europeu pós primeira grande guerra. Porém, é irracional pensar que a “culpa” pela queda de produção, pela fome, miséria, diminuição de poder e até mesmo a insatisfação popular fossem fruto dos resultados da guerra, dos judeus ou de qualquer outro fator em específico, isolado. Seria racional refletir que a situação sociopolítica da época era fruto de inúmeros acontecimentos, tão complexos e emaranhados que seriam impossíveis de serem entendidos por inteiro e muito mais difíceis de serem sanados pelas vias apontadas pelos fascistas. Os problemas do continente foram resultado de confrontos armados, estes causados por uma forte crise passada, que fora gerada pela superprodução e subconsumo de uma sociedade recém industrializada, juntamente a ascensão de disputas internas e externas por poder, busca pela dominação mundial, mudanças estruturais e intelectuais geradas por um capitalismo em ascensão,  sendo todos estes fatores gerados por mais infinitos fatores que por sua vez foram gerados por incontáveis outros fatores (ad eternum), que nunca serão totalmente desvendados e são impossíveis de se generalizar e simplificar, como fizeram Hitler e Mussolini, que sintetizaram as adversidades e colocaram-nas, à força, em “potes” seletos, como o do comunismo ou do judaísmo, empurrando ao povo uma falsa ilusão de simplicidade para se acabar com a forte depressão socioeconômica, para serem “great again”.
Atualmente o extremismo fascista ainda é forte, ainda impera, mesmo após os devastadores saldos da grande guerra, isso deve-se, dentre outros motivos, pela continuidade do endeusamento ao método de Descartes, que simplifica o mundo e o alquimiza em uma mera máquina, que abre espaço para análises vistas e entendidas, em um primeiro momento como profundas, mas frente a imensidão dos acontecimentos estão na mais extrema superfície do saber, dando espaço para extremismos falsamente racionalizados, que colocam, por exemplo, a culpa das situações de um país na falta de muros em fronteiras ou na homoafetividade, que sintetizam a máquina do mundo não como faz Drumond em seu poema homônimo “A máquina do mundo”, caracterizando-a pela sua impossível compreensão de uma entreaberta fresta de luz de saber jamais desvendada, mas sim em focos pontuais de falsas percepções, devotadas  por intermédio de paixões incertas e visões estereotipadas geradas pela falsa certeza de um mundo que na verdade é muito incerto.

Octavio Deiroz Neto - 1º ano noturno

Crises institucionais e seus reflexos

 Ponto de mutação (baseado no livro de Fritjof Capra, publicado em 1983) é um filme protagonizado por uma discussão sobre percepções e questionamentos ideológicos ambientado em um castelo medieval. Na trama um político e um escritor encontram-se com uma cientista que questiona a maneira qual a classe política percebe o mundo, criticando a visão Cartesiana. Tal visão que é o grande embate da produção científica segundo a cientista logo que gera a mecanização da percepção do mundo pela sociedade.
Transgredindo tal filosofia cientista defende ao politico que o pensamento, a produção de conhecimento deve ser feita de forma holística pois entender os fatores conjuntamente é maneira exacerbada eficaz comparada a maneira que Bacon e Descartes defendem. Como um relógio, não deve-se analisar peça a peça, pois uma peça que não funciona será trocada, logo deve se avaliar a relacre entre todos os componentes e suas relações, enteder os fatores que influenciam o mal funcionamento. 
Ao que argumenta, a cientista define que tal pensamento mecanicista ajudou a sociedade, mas deve ficar ao passado, pois não nos serve mais. A política é uma amostra desse pensamento mecanicista. Definimos o que não funciona, mas não extinguimos os fatores que os levaram, logo o problema ocorrerá novamente.
 As crises nas instituições, econômicas e políticas geram descrenças na população que acaba por buscar alternativas para tal. Com os discursos de ódio em comum á maneira a qual categoriza o outro como inimigo, dentre essas crises surge o fascismo. O povo acaba submetido a condições totalitárias sob o discurso que resolver-se-á todas as questões, sob lideranças com discursos xenófobos, racistas a autoritários.
 A sua nova forma, o neofascismo, utiliza de um novo formato porém ainda mantém características nucleares, como a não admissão a presença e a participação do “outro”, podendo, no limite, fazer uso de violência paramilitar. Tem como um dos seus principais aliados os sentimentos de “raiva”, “medo” e “insegurança”. E apresenta soluções simplórias para problemas complexos, soluções compatíveis com o senso comum e a diminuta capacidade intelectual de seus militantes e potenciais apoiadores, movidos fundamentalmente por emoções. No Brasil, ainda possui fundamentação religiosa e apoia-se no neoliberalismo, distoando de políticas públicas inclusivas e demostrando uma nova roupa ao velho pensamento. 

Guilherme Ferreira - Noturno

Feixe

Stamattina mi son alzato,
o bella, ciao! bella, ciao! bella, ciao, ciao, ciao!
Stamattina mi son alzato,
ed ho trovato l'invasor.
[...]
Lema da resistência italiana contra o governo fascista de Mussolini, Bella Ciao é uma canção atemporal ao enfrentamento de ideias autoritárias. Sobretudo na contemporaneidade, o fascismo ganha uma nova face que resgata tanto elementos nacionalistas quanto autoritários para sanar uma crise do modelo econômico vigente. No entanto, há uma solução: a ciência atual.
Como é criticado pela cientista Sonia no filme, o modo cartesianista de ver o mundo é algo inorgânico, pois analisa-se as partes separadamente com esperança de compreensão do todo; o fascismo usa o modelo cartesiano como modus operandi, interpretando o individuo como parte de um todo, ignorando sua individualidade.
Somente a luz da ciência pode nos salvar do feixe de luz que é o fascismo.




João Victor Vedovelli Zago (1° Ano Direito Noturno)

A complexidade do entendimento da razão em relação à sociedade com ideias fascistas.

Levando -se em consideração o passado histórico, não só brasileiro, como também mundial, averigua-se o termo fascismo como algo a ser repugnado na sociedade, isso se dá por conta de suas diversas práticas racistas, preconceituosas e xenofóbicas que perpassaram durante anos - em períodos como da segunda guerra mundial - em diversos países.
Tendo isso em mente, ao relacionarmos os pensamentos baconianos e de Descartes às grandes manifestações de retorno do fascismo à contemporaneidade visa-se que a razão dos seres humanos está cada vez mais complexa e necessitada de análise já que, se pontuarmos que tal termo se refere à escolha e distinção de certo e errado, como é possível Homens, que provém de razão e grandes experiências, apoiarem práticas fascistas novamente na atualidade?
Esse questionamento pode ser discutido com idéias e argumentos simples que são apresentados a partir da interpretação do filme "Ponto de mutação", de Bernt Capra. Se, atualmente, vê-se manifestações políticas que apoiam, mesmo que implicitamente, o fascismo é porque políticos e grupos de cidadãos estão à procura de uma maneira imediata de "melhorar" a situação socioeconômica de um país que deixou de crescer e se desenvolver, além de passar por diversas frustrações políticas e escândalos de corrupção. Mas será essa a melhor forma de resolver tais problemas?Manifestando o fascismo e práticas tão arcaicas?
Durante uma das discussões do filme, a cientista argumenta que os políticos buscam soluções individuais, restritas e pouco efetivas para grandes problemas coletivos e, por isso, nunca tem êxito em seus propósitos. É nesse fator que deve-se compreender o fascismo na contemporaneidade: uma forma de propagando política que vem, junto à seus "lideres", com o objetivo de resolver grandes problemas de um país. Entretanto, todos os seres humanos que ainda detém de uma verdadeira razão com seus princípios baconianos conseguem averiguar que as manifestações fascistas atuais não são nada mais que falsas promessas e traz consigo grandes problemas sociais como xenofobia, preconceitos de gênero e racismo.
Por fim, é de suma importância ressaltar a necessidade dos seres humanos utilizarem sua razão para evitar que movimentos fascistas ganhem força na sociedade contemporânea, auxiliando, desta forma, com que os direitos, as variedades e as pluralidades sociais de todos sejam estritamente respeitados.

Tomás Do Vale Cerqueira Barreto - 1° ano de direito -noturno.

"As pedras falam e eu me calo" - Ponto de Mutação, Bernt Capra




   Pedrinhas. Rochas. Rochedos. Praia. Ilha. França. Continente Europeu. Oceano Atlântico. Planeta Terra.
  Somos as pedras de uma Ilha na França e somos as águas do Velho Atlântico, ainda que você não pense, nós existimos. Isso devido à intensa rede de conexões nos níveis sub atômicos ou à globalização crescente que delimita cada vez mais a interdependencia dos fatos entre uma Ilha da francesa e um planeta do espaço.
    Por isso, nós, Natureza, não seremos dominadas por uma ciência autoritária, autônoma e experimental, por uma ciência facista. Minhas raízes contaram os corpos no chão e meus ventos ouviram o bravo bordão de governos totalitários de uma direita pequeno-burguesa, que ao pregar certa ordem e reconstrução política espantaram a dúvida e a crítica do pensamento humano. Assim, entendo o espanto de vocês com esse regime de promessas e falsos líderes profetas, cuja causa brotou de uma sociedade liberal anteriormente em ação, que fomentava apenas os prazeres do homem patrão.
    Ah, essa opressão, essa busca por satisfação? Nós já sentíamos há longas datas, quando cartesiana a ciência se tornava, transformando a sociedade em produção e, como Florestan Fernandes anunciava, em super exploração de matérias primas, de recursos, de nós. Com isso, o ser humano e a Natureza viveram o facismo em suas diferentes nuances, desagregando e unificando universos inteiros em pensamentos simplistas, tendenciosos e apáticos.
  Entretanto, mesmo com as mazelas causadas pela ciência moderna, nós ainda acreditamos no ser humano, principalmente naquele que diz que saber é poder. Esperançosas de que a nova ciência do pensamento ecológico nos liberte, Natureza e Humanidade, do facismo opressor. Portanto, a ciência deve olhar para a pluralidade, a inter-relação e a humildade em uma visão ampla de dependências e trocas, para agregar e equilibrar em sua pró atividade a Natureza e a sociedade, ajudando a clarear a escuridão facista nas mentes idólatras e distorcidas, descritas pelo pensamento baconiano.

A falsa salvação

  Atualmente, é evidente a ascensão em nível mundial de governos com caráter fascista, o paradigma atual é de bipolarização política e fortalecimento da extrema direita em razão das diversas crises do mundo contemporâneo.
 
Vivemos uma crise moral e ética que é advinda da falta de educação crítica da população somada a crise do capitalismo. A classe média busca em um líder autoritário a solução de problemas sociais que agora impactam sua vida (violência, escassez de recursos naturais, epidemias, poluição etc) além disso, o fracasso dos governos de esquerda e os escândalos de corrupção contribuem ainda mais para a busca de um “messias” salvador.
  No filme “Ponto de Mutação”, muitas dessas questões são levantadas pela personagem Sonia, que reflete a cerca da exploração exagerada da natureza, da tecnologia e do próprio homem e os reflexos disso no meio social, ela critica a visão mecanicista e limitada que a maioria da população possui atualmente e que contribuem para a intensificação das crises; É necessária uma visão mais ampla do contexto social e a superação do que foi retratado como “crise de percepção”, deve-se buscar uma visão ampla e que englobe todas as esferas sociais, a análise de fragmentos – como os estopins das crises -  corrobora para a fomentação de um cenário em que atua governos autoritários, que possuem soluções imediatas para a maior parte dos problemas, que em sua maioria são solucionados com violência e descaso com as questões sociais.
  O filme expõe a importância da mudança de atitude e de pensamentos, de despir-nos das nossas concepções egoístas e evoluir para cooperação e
união das classes. No que diz respeito aos pensamentos de Descartes e Bacon, apesar de antagônicos, eles convergem em um mesmo ponto: A ciência deve ser usada em favor da humanidade, para o bem estar coletivo, espera-se que a evolução da consciência coletiva acompanhe a científica. Ademais, a produção de conhecimento, principalmente nas áreas das ciências humanas, devem permear a vida de todos os homens, para que seja clara a importância da manutenção da democracia, da liberdade, da livre expressão de ideias e de pensamento e da própria vida.


Gabriella Natalino - 1º ano, Direito Matutino 

Então, Descartes?

Armas, fardas e a Roma do futuro                                    
Estou entre ferramentas e pessoas sedentas
Mas as maquinas explodem em um estouro
E o triunfo da Ciência  mata os poetas.

Mas não era Ciência a saída, Descartes?
Não era a Ciência que nos tiraria deste Fascismo?
Não era. Ela esta muito longe, nos muros da Academia
E aqui fora tudo o que importa é o fim do inimigo, o Comunismo.

Pra onde vou então, Descartes? Vou para a Academia
E com as ferramentas mecanicistas quebro o muro
Os muros caindo é o fim da epidemia.

Tudo caindo como em Pompeia
Compreendo a ciência e participo dela
É o Povo escrevendo sua própria epopeia.

Mariana Santos, 1°ano Noturno

Amparos gélidos


    A crise cíclica do capital gera medo, gera fome e gera guerra- e não é a toa que “A cadela do fascismo está sempre no cio.”, como disse Bertolt Brecht. O fascismo não morreu em 1945, no máximo militarmente, nos dias atuais o termo ronda não só o Brasil, mas os Estados Unidos e, contraditoriamente, a própria Europa Ocidental.
A ideia de apontar um grupo social ou um partido, como razão dos males socioeconômicos de um país e outro singular a resolver as instabilidades, é uma ideia simples e tentadora. Na Alemanha de 1919, eram os judeus e comunistas a razão da crise, aos portugueses de 1930, uma ditadura ultranacionalista corporativista era a excepcional fonte de salvação do país e no atual cenário brasileiro, os bons costumes, a militarização da sociedade civil e o fim de programas sociais são necessários para a volta dos anos dourados do Brasil.   
    A superficialidade com que são tratadas as disfunções da sociedade tornam as de improvável resolução. O filme “Ponto de Mutação (Mindwalk)” de 1990, dirigido por Bernt Amadeus Capra, ressalta essa crítica. O drama cinematográfico foi  baseado, por sua vez, no livro “O Ponto de Mutação”, de 1982 escrito por Fritjof Capra, onde há a seguinte citação, “A aplicação de conceitos sistêmicos para descrever processos e atividades econômicos é particularmente urgente porque virtualmente todos os nossos problemas econômicos atuais são problemas sistêmicos que já não podem ser entendidos dentro do âmbito da visão de mundo da ciência cartesiana.”
   Uma sociedade organizada sob visões neoliberais propicia o caráter superficial e fascistas que muitas organizações políticas assumem- as pessoas creem no totalitarismo e punição pois é mais fácil do que relacionar desde as dívidas internacionais, exploração do meio ambiente até preconceitos institucionalizados com impeachments e desvalorização da moeda.   A visão mecanicista que persiste desde o século XVII, o racionalismo cientifico, comercializa um mundo mecânico que não existe e enquanto esta perspectiva continuar, os problemas sociais não serão resolvidos.
      A critica a tecnologia nos moldes racionais não é um debate novo, a Escola Filosófica de Frankfurt também se preocupou como toda a fascinação do homem pela razão levou a instabilidade presente. A informática e seus códigos fechados vieram a catalisar a ascensão da concorrência, tanto em abito empresarial como individual. Desmerecer as classes sociais mais baixas passou a ser sinônimo de esclarecimento e a violência agora é respeitada.
    Evitar desde as manifestações neofascista até incidentes sociais menores é uma questão de abordagem. O mundo nunca foi um relógio a ser desmontado para consertar as peças individualmente, como defendia o racionalismo cartesiano. O meio ambiente não pode ser torturado em busca do crescimento econômico, muito menos o ser o humano- já foram experimentados os resultados desta alternativa. Uma ciência que afaste os perigos do fascismo é uma ciência que entende a complexidade do mundo, a razão pura nos proporcionou grandes feitos, mas não é o único modo de caminhar.



Amanda Cristina da Silva - 1º Direito (noturno)

Cientificismo exacerbado: possibilidades e consequências dessa linha

  A racionalidade é uma característica intrínseca ao humano; é o fator que, por muito, possibilitou e ainda possibilita inúmeros avanços de forma a trazer melhorias à condição humana no mundo. Nessa linha, pensamentos primordialmente cientificistas, tais como os de Aristóteles e Descartes, os quais propuseram a sistematização do conhecimento científico em suas respectivas áreas ( biologia,física,filosofia etc) e seu estudo por meio da 'racio', são de extrema importância para a história da ciência e suas evoluções.
  Contudo, à luz do filme "O ponto de mutação", mostra-se que o uso desenfreado e descabeçado de tal racionalismo exacerbado, a procura cega pelo progresso através da ciência, a dissecação dos conhecimentos atuais e tentativas de entendê-las separadamente como um caso isolado, tal como proposta por Descartes( a qual se usa a analogia de comparar o mundo à um relógio e suas peças no filme), tornou-se, fatídicamente, ineficaz no mundo de hoje. Com efeito, entende-se como errado essa linha por não manter interligada os problemas que apresentam em si um ponto em comum, tenta-se resolver tudo de forma fragmentada, como exemplificado pela personagem Sonia no filme citado, o jogo político que tem como discurso medidas protelativas que olham para uma mazela isolada e não visam a resolução real de um problema. 
   Ademais, perpassam-se riscos sobre as ciências as quais podem ser usadas para defenderem ideias quase que antihumanas como ideais nazi-fascistas, em que se tem exemplos como o da eugenia empregado pelo cientista nazista Francis Galton, quem basicamente fundamentou a ideia ariana embasada na genética, levando à repressão e extermínio de vários segmentos da sociedade alemã em razão uma ideologia humanista; assim como o exemplo do cientista soviético Trofin Lysenko que difundiu a teoria de que o meio altera a natureza não só do homem como também de plantas, resultando numa grave crise de produção agrícola na União Soviética, unicamente pela ignorância em não pesquisar mais a fundo e  não realizar testes empirícos de sua tese antes da aplicação dessa para que fosse mantida sua ideia contrária à da "genética produtiva burgues". Assim como outros exemplos que demonstram o uso do conhecimento científico para realização de desejos de uma determinada classe, sendo o mais contemporâneo o da classe burguesa que emprega grande capital para pesquisas relacionadas a produtos de consumo que não agregam real valor social e humano, ou seja, visam claramente o lucro do grupo em questão.
   Com efeito, vê-se que por mais demasiada racional e fragmentada sejam as ciência, existem várias questões humanas que interferem na real emancipação da ciência como conhecimento comum ao bem verdadeiro de todos. Tendo em vista que, analisando-se historicamente a evolução da ciência, haverá em inúmeros âmbitos interesses de grupos distintos, sejam eles burgueses, fascistas,socialistas, os quais, apesar de empregarem uma real evolução cientifica, acabam por polarizar o conhecimento em prol de interesses econômicos ou ideológicos.
   Portanto, nota-se que, ao prisma da teoria dos sistemas citada no filme em debate, há de se ter uma ciência que verdadeiramente se volte aos interesses sociais,ecológicos e políticos, abrangendo de forma geral e contundente todas as esferas que rondam o humano e sua complexidade, não se deixando cair nas graças de ideologias que usam de seu saber para interesses excludentes e minoritários, e sim trazendo um real esclarescimento sobre o mundo e sobre o bem do humano.