terça-feira, 2 de abril de 2019

Por uma Ciência que nos ajude a escapar do Fascismo

          O Fascismo surgiu nos anos de 1920/1930 na Itália e se espalhou pela Europa. Foi uma forma específica de regime político, sendo uma ditadura contra-revolucionária financiada pela alta burguesia contra a “dominação vermelha” (revolução russa). O Fascismo é uma expressão orgânica da classe proprietária, que movida por um discurso superficialmente crítico da economia, visa a implantação de um regime anti-operário e do neoliberalismo ultra-radical.

          No filme “Ponto de Mutação” (1990), dirigido por Bernt Capra, a personagem Sonia Hoffman é uma física que expõe o conflito entre o método científico reducionista (divisão do problema em partes e síntese dos resultados) proposto por René Descartes no século XVII e o “pensamento ecológico” descrito pela personagem, uma metodologia científica com uma visão sistêmica (o estudo das partes não permite conhecer o todo).

          As ideias do “pensamento ecológico” nos permitem refletir sobre o crescimento dos ideais fascistas na sociedade brasileira atual. A crise do sistema capitalista, a revolta da classe média com o aumento do poder de consumo da população mais pobre, o desejo da população de se armar não podem ser analisados em partes. Como efeito da Globalização e do estabelecimento das sociedades de consumo, as relações entre os indivíduos numa sociedade se tornaram tão complexas que é muito simplório analisar as partes e tentar compreender o todo. 
          As Ciências Sociais precisam analisar os recentes acontecimentos de forma holística. Afinal, entender todas as nuances que levam indivíduos a consentir ideais totalitários e a favor da pequena burguesia é a chave para a formação de um projeto social sem a sombra do Neofascismo.

Raquel Rinaldi Russo – 1º ano Direito Matutino

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