terça-feira, 2 de abril de 2019


Revolução Educacional e a proposição de uma “nova ciência”
Ao me deparar, esta semana, em um site, com ampla gama de acessos dos mais variados extratos sociais, com a manchete que o presidente eleito no pleito de 2018, havia nomeado um militar para a secretaria executiva do MEC, e confesso fiquei assustado. Qual seria a formação acadêmica de tal militar para assumir cargo de tamanha importância?
Pode ser que talvez essa crônica cotidiana perdure por alguns anos, se assim o for, alegria de quem a lerá, gostaria de deixar aqui registrado o que penso, pois a leitura de tantas asneiras nos leva a pensar, o que estamos fazendo com o conhecimento produzido por homens de grande saber que vieram antes de nós?
E a resposta a qual consigo chegar é a de que deixamos de nos importar com as pequenas coisas, com as idiotias poucas. Isso, agora vejo, foi um erro. Deixamos que se manifestassem, que se propagassem, deixamos que esse pensamento pequeno se desenvolvesse, enfim, somos culpados pelo vírus do retrocesso que se apresenta em nossa sociedade.
Estivemos ocupados, reproduzindo os sistemas fragmentados de conhecimento baseados no sistema cartesiano, onde busca-se chegar ao mais indivisível do conhecimento, ao invés de nos aproximarmos das pessoas, tentar compreender seus anseios, propor alternativas, tornar nosso conhecimento palatável, pois é ai que erramos, nós enquanto animais políticos nos perdemos nas especificidades cartesianas ao invés de criarmos, segundo o filme Ponto de Mutação, de Bernt Capra, baseado na obra homônima de seu irmão, o físico, Fritjof Capra, um pensamento sistêmico.
Pois, acredito, que será somente quando a universidade, produtora de conhecimento por excelência, romper com a produção de conhecimento como temos, baseada no sistema cartesiano, engessada, voltada para satisfazer somente a vontade egocêntrica de alunos e professores, e passar a se aproximar de maneira real da sociedade, tornar o conhecimento popular, somente ai é que não mais seremos considerados como inimigos pelos espectros fascistas que se alimentam e se fortalecem em um solo fértil de uma sociedade que se ilustra e forma sua consciência coletiva a partir de meios de comunicação dominados pelo capital financeiro, que não quer uma sociedade pensante.
Para nos defender destes movimentos que surgem, que carregam em sua gênese inúmeros aspectos fascistas, devemos propor uma nova forma de educação, realmente voltada para o século em que vivemos e para o futuro, talvez a busca de um conhecimento sistêmico como o proposto pelo físico Capra, que defende uma formula de construção do saber de forma interligada, conectada, seja uma solução.
Resta ao tempo nos mostrar como será.

Cassiano Mendes Cintra            Direito Noturno

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