terça-feira, 2 de abril de 2019

"As pedras falam e eu me calo" - Ponto de Mutação, Bernt Capra




   Pedrinhas. Rochas. Rochedos. Praia. Ilha. França. Continente Europeu. Oceano Atlântico. Planeta Terra.
  Somos as pedras de uma Ilha na França e somos as águas do Velho Atlântico, ainda que você não pense, nós existimos. Isso devido à intensa rede de conexões nos níveis sub atômicos ou à globalização crescente que delimita cada vez mais a interdependencia dos fatos entre uma Ilha da francesa e um planeta do espaço.
    Por isso, nós, Natureza, não seremos dominadas por uma ciência autoritária, autônoma e experimental, por uma ciência facista. Minhas raízes contaram os corpos no chão e meus ventos ouviram o bravo bordão de governos totalitários de uma direita pequeno-burguesa, que ao pregar certa ordem e reconstrução política espantaram a dúvida e a crítica do pensamento humano. Assim, entendo o espanto de vocês com esse regime de promessas e falsos líderes profetas, cuja causa brotou de uma sociedade liberal anteriormente em ação, que fomentava apenas os prazeres do homem patrão.
    Ah, essa opressão, essa busca por satisfação? Nós já sentíamos há longas datas, quando cartesiana a ciência se tornava, transformando a sociedade em produção e, como Florestan Fernandes anunciava, em super exploração de matérias primas, de recursos, de nós. Com isso, o ser humano e a Natureza viveram o facismo em suas diferentes nuances, desagregando e unificando universos inteiros em pensamentos simplistas, tendenciosos e apáticos.
  Entretanto, mesmo com as mazelas causadas pela ciência moderna, nós ainda acreditamos no ser humano, principalmente naquele que diz que saber é poder. Esperançosas de que a nova ciência do pensamento ecológico nos liberte, Natureza e Humanidade, do facismo opressor. Portanto, a ciência deve olhar para a pluralidade, a inter-relação e a humildade em uma visão ampla de dependências e trocas, para agregar e equilibrar em sua pró atividade a Natureza e a sociedade, ajudando a clarear a escuridão facista nas mentes idólatras e distorcidas, descritas pelo pensamento baconiano.

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