domingo, 4 de julho de 2021

A limitação do conhecimento por meio da educação estruturada

 

A educação brasileira trata do "estudo da ciência" desde o nível fundamental de ensino. Porém, se uma real avaliação for feita, é possível compreender que este estudo é apenas superficial. 

Os tópicos tratados no Ensino Fundamental e no Ensino Médio têm a finalidade de apenas exercitar a mente, para que, posteriormente, seja possível realizar a conclusão do curso ou um vestibular para ingresso no Ensino Superior. Neste aspecto entram as teorias de Francis Bacon. 

O importante filósofo da Idade Moderna destacava que o conhecimento deveria ser para além do exercício da mente, visando transformações sociais. A partir dos assuntos desenvolvidos em todos estes anos de estudo, seria possível promover projetos que ajudariam a sociedade em diversos aspectos, fato que não ocorre na maioria das vezes. 

A falta de aprofundamento e curiosidade dos alunos sobre os temas abordados reflete da falta de incentivo que deveria ocorrer logo no ensino básico. 

É possível ainda citar o filósofo René Descartes, também da Idade Moderna, que pode, neste caso, comprovar pela sua teoria do uso da dúvida para a concretização da verdade, que o não incentivo ao real conhecimento científico, só causa consequências negativas, como a não melhora da sociedade e a explanação de "fake news", por exemplo.  

O termo "fake news" se tornou conhecido na atualidade, onde, apesar da evolução da ciência, as pessoas ainda tratam como verdadeiras notícias comprovadas como falsas. 

Se desde o início da vida acadêmica fosse instigada a importância da pesquisa, do estudo, do conhecimento científico e do conhecimento comprovado de maneira embasada, as pessoas hoje não se encontrariam na zona de conforto de acreditar em tudo que leem. 

Portanto, seria um importante passo incluir uma frase do próprio René Descartes para ser a base do desenvolvimento da educação brasileira: "Daria tudo que sei pela metade do que ignoro". Por meio dela, é possível concluir como é necessário buscar o conhecimento, nunca duvidar das próprias dúvidas e buscar embasar os pensamentos, visando, certamente, fazer da sociedade um ambiente melhor desenvolvido.

 

Isabella Anjos – 1° Semestre - Direito Diurno

Autodestruição

 


 René Descartes, pensador francês, propôs um sistema filosófico que ficou conhecido como racionalismo, que preconizava que o conhecimento humano advém da razão e do intelecto, ao passo que as experiências práticas, os sentidos, poderiam levar à enganação. Sua célebre frase, que alude a esse sistema é: “Penso, logo existo”. O empirismo, por sua vez, era contrário ao racionalismo e fundamentava-se no princípio de que todas as ideias têm origem na experiência sensível.  Há, dessa forma, um embate entre um modelo matemático abstrato e dedutível (racionalismo) e a Física experimental (empirismo). Francis Bacon, pensador inglês, além de empirista, também é considerado um dos precursores do utilitarismo, pois ao afirmar que “saber é poder”, ele considerava que a finalidade do conhecimento era a melhoria da qualidade de vida em sociedade.

 Apesar de participarem de sistemas filosóficos diferentes, René Descartes e Francis Bacon convergiam ao pensar que o conhecimento, a ciência, deveriam servir de forma benéfica à humanidade, melhorando a vida dos homens. Isso seria possível principalmente por meio da dominação e exploração da natureza. Agora, saltando do século XVI para o XX, o filme “Ponto de Mutação”, baseado no livro de mesmo nome, de Fritjot Capra, físico austríaco, traz um intenso diálogo entre três personagens: um senador americano, um poeta e uma física que é cientista. Logo no início do diálogo, os três encontram-se em uma sala de relógios e aí que a física Sonia Hoffman faz um paralelo entre os relógios e o pensamento científico, que remonta aos pensadores Descartes e Bacon. É um pensamento mecanicista, como ela diz, que reduz tudo a fragmentos que não se relacionam com o resto.

 A personagem cientista Sonia é uma figura muitíssimo interessante e que encontrava-se naquela ilha francesa, onde conheceu os outros dois personagens, porque sua pesquisa científica havia adquirido fins outros do que ela idealizara. Fins militares. E aí é que surge uma discussão importantíssima, o de como a ciência, apesar de muito ter melhorado a vida dos homens, também pode adquirir outro propósito, tremendamente danoso e destrutivo, a exemplo das armas nucleares utilizadas em guerras. Além disso, em contraponto ao modelo mecanicista, Sonia propõe, insistentemente, uma nova percepção de mundo, que pense o mundo, suas relações e variáveis numa visão holística, que pode ser sintetizada na “Teoria Geral dos Sistemas”. Descartes e Bacon, que ela chama de mecanicistas, consideravam que a ciência deveria ser benéfica para sociedade e portanto, era preciso dominar a natureza para atingir essa finalidade. Será?

 A bomba atômica, por exemplo, é resultado da fissão de átomos. Grande conhecimento teve de ser construído para chegar a uma bomba, os átomos, por exemplo, são fonte de estudo desde a Antiguidade. Será que a dominação e a exploração da natureza realmente geram resultados benéficos? Aí é que a Teoria Geral dos Sistemas, que Hoffman apresenta no filme, ganha mais sentido. É cada vez mais claro, agora no século XXI, de como todas as “coisas” estão interligadas. O social, o ambiental, o econômico e a política não são dissociáveis. Um exemplo preciso e atual é a pandemia da COVID-19, que explicita essas inter-relações, uma vez que homem afeta o meio ambiente, doença afeta o homem e a economia, economia afeta o homem, política afeta a doença, que afeta o homem e por aí vai. Pandemias como esta podem ser frequentes no futuro se a relação entre homem/natureza/demais animais não for mudada. Se o ser humano domina e explora a natureza, ele domina e explora a si próprio, pois ele não apenas faz parte da natureza, ele é a natureza. A perspectiva de que o homem precisa ser o senhor da natureza, dominá-la, a fim de obter “progresso” ou melhor, lucro, só tem contribuído para o fim da humanidade, numa autodestruição.


Laura Ruas, direito matutino

A dicotomia contemporânea: entre o antropocentrismo e o ambientalismo

  

Há cerca de quatro séculos, Descartes e Bacon criticavam em suas obras a ciência promovida pelos filósofos da Grécia Antiga, uma vez que, tratava-se de um conhecimento de motivação egocêntrica, repleto de palavras e reflexões, contudo carente de verdadeira mudança social. Nessa perspectiva, os cientistas modernos incentivavam uma produção de saber crítica e metodológica com resultados que beneficiassem a humanidade, evidenciando um pensamento antropocêntrico, o qual, aliado ao sistema econômico vigente no período hodierno, acarreta danos catastróficos ao meio ambiente. 

Primeiramente, a ciência moderna proposta por Descartes e Bacon, apesar de bem intencionada, apresenta falhas, sendo uma delas a negligência voltada a seres não-humanos e ao âmbito o qual os abriga, revelada na alegação baconiana de que “A natureza devia ser caçada, posta para trabalhar, escravizada.”. Dessa forma, nota-se um antropocentrismo excessivo, que emprega uma postura exploradora em relação ao ambiente natural desde a ascensão do capitalismo. A exemplo disso, no século XIX, o contexto da Primeira Revolução Industrial fez com que potências europeias instalassem nos continentes África e Ásia um regime neocolonial, motivado pela busca predatória de matéria prima para alimentar suas indústrias. Portanto, a concepção dos cientistas modernos é agressiva perante à natureza.

Em concomitância, o longa metragem “O ponto de mutação”, baseado no livro homônimo de Fritjof Capra, evidencia essa crítica aos pensamentos cartesiano e baconiano a partir da ótica da personagem Sonia Hoffmann, a qual relata sua experiência como cientista, bem como, exalta a necessidade da ética no trabalho científico, na tentativa de evitar danos socioambientais. Assim, o filme eleva a ideia de “ciência em prol da humanidade” ao patamar de “ciência em prol do planeta”, discutindo a necessidade do pensamento ecológico aliado à transformação proposta por Descartes e Bacon. 

Em suma, a racionalidade em favor da mudança sugerida pelos filósofos da modernidade tem seu valor, porém está sujeita à crítica, tal que, à adaptação ao cenário atual, visando a um “bem” não somente do homem, mas, sim, da Terra que o contém, reduzindo a devastação ambiental através de uma ciência ecológica, como ilustrada em “O ponto de mutação”. 

Caroline Migliato Cazzoli - Direito Matutino - Turma XXXVIII


CARTA À CIÊNCIA

 

Olá, Ciência.

Faz muito tempo que nos conhecemos, principalmente que ouço falar de você. Acredito que não terei uma resposta tão cedo pela sua agenda tão conturbada, mas asseguro que tenho observado muito do que você tem feito, ou do que fizeram em seu nome. É tão estranho definir meus pensamentos sobre você, porque por vezes te admiro e idolatro, outras vezes tenho raiva e nem quero saber a respeito. Entretanto, sei que você surgiu para quebrar paradigmas e revolucionar, mas sempre é colocada em mãos que deturpam a sua essência. Descartes, quando me falou sobre você, disse que era a nova forma de enxergar o mundo, uma nova lente, um quadro que poderíamos pintar a vida de maneira mais crítica, consciente e coletiva, pois pra ele e para mim, de nada basta um espírito bom se não o aplicamos para o bem, o bem todos. Ele estava certo em outro ponto também, porque você realmente é como a arte, cresce e amadurece a partir da criatividade e imaginação, nos inspira e nos faz sonhar, sonhos prazerosos e muitas vezes impossíveis. Mas é aí que encontramos o problema, você se tornou uma ferramenta muito poderosa nas mãos humanas, ferramenta capaz de desafiar as leis da natureza, alterar a ordem natural e subjugar tudo e todos à vontade de seus mestres. Essas mãos, tão firmes e mecanizadas, presentes em corpos e mentes tão cegos, que tentam a cada dia dominar a natureza, sem compreender que é impossível vence-la, pois como disse nosso amigo Bacon, há muito tempo atrás, a natureza supera em muito, em complexidade, os sentidos e o intelecto humano.

Diante disso, o que posso fazer? Como posso ajudá-la?

Sei que esse não era o seu objetivo, mas estamos indo para um caminho sem volta, nossos valores ético, moral, político e social estão transmitindo uma mensagem desarmoniosa, danosa e supremacista, a partir do capitalismo, visto que nos abstemos dos erros do presente e do passado, mas já planejamos as desculpas do futuro. Pior fica, quando dizem que as ações de hoje são em prol da vida no futuro, eu sinceramente tenho dificuldade em acreditar, pois estamos cultivando guerras, armas, morte, desmatamento, extinção, entre outros males, para uma colheita que não será feita amanhã, mas daqui 50/100 anos, quando só você estará presente para assumir a culpa.

Finalizo essa carta te pedindo desculpas, pois você ainda será o bode expiatório por muito tempo. Deixo também uma mensagem pra você e para todos que tiverem a oportunidade de lerem essa carta.

“Jamais se esqueçam de ESPERANÇAR, construir um mundo novo sob uma perspectiva coletiva, sem desanimar ou temer o passar dos anos, afinal não somos máquinas e ninguém controla nosso tempo.”

 

Até logo!

 

Eduardo Damasceno e Silva – Turma XXXVIII (Noturno)

Reflexos do colonialismo nos Estados contemporâneos

 


René Descartes, na primeira parte de sua obra O Discurso do Método, afirma que ler livros é como uma viagem, no sentido que ambos proporcionam um intercâmbio de informações entre diferentes povos e hábitos. Essa comparação, feita pelo autor em 1637, se aplica com ainda mais intensidade na contemporaneidade: com o desenvolvimento dos meios de comunicação, uma ideia, assim que publicada, pode simultaneamente ser acessada em qualquer parte do mundo. Com isso, é possível estabelecer um troca entre as experiências político-econômicas de inúmeros governos e seus efeitos sobre a sociedade. 

A princípio, Descartes diz que esse intercâmbio é importante para que possamos julgar os nossos próprios hábitos com mais qualidade. De maneira análoga, é importante que analisemos os sistemas de governo aplicados em outros países, para que seja possível avaliar os efeitos positivos e negativos sobre a qualidade de vida da população. No entanto, é preciso também levar em consideração as razões pelas quais esses efeitos existem, ou seja, as condições em que o sistema foi aplicado, os problemas que ele foi desenvolvido para resolver, dentre outros fatores 

Nesse sentido, uma fala do autor adverte: não podemos viajar tanto a ponto de nos tornarmos estranhos em nossas próprias terras. Isso acontece com frequência no país, quando consideramos os sistemas políticos de países europeus, por exemplo, para argumentar que, como a sociedade europeia tem uma experiência positiva com eles, se o mesmo for aplicado ao Brasil, a nossa também terá. Tal concepção é consequência de uma visão equivocada sobre o contexto de formação de cada Estado: o Brasil, enquanto país colonizado, lida com problemas diretamente relacionados à exploração que sofreram -e sofrem até hoje, ao passo que os países da Europa são, historicamente, os colonizadores. Sob essa análise, entendemos que o paradoxo colonizador X colonizado permeia as condições econômicas e sociais que tentamos enfrentar hoje, e não faz sentido ignorar a realidade de nosso país e priorizar a de outro. 

Em suma, é frustrada a tentativa de aplicar um regime político semelhante ao de um país que, ao mesmo tempo em que beneficia a própria nação, o faz às custas de outro, desde os primórdios, se aproveitando de matéria-prima, mercado consumidor e mão-de-obra que não pertencem a ele, justamente porque esses recursos pertencem a países como o BrasilPor isso, ao mesmo tempo em que devemos, sim, viajar pelas ideias e costumes de outros lugares, precisamos, concomitantemente, analisar as razões pelas quais eles funcionam, e os meios pelos quais eles foram aplicados, de modo que seja possível desenvolver e aplicar um sistema que abarque as particularidades de nosso país. 

Ana Clara Alves Gasparotto

DIREITO MATUTINO - 1o ano


 

Humanos: os senhores torturadores do meio ambiente

 

              No dia 5 de junho foi celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente, no entanto, é fato que, há muito, nossa prioridade deixou de ser cuidar da saúde de nosso planeta, como pode-se observar pela recente pesquisa do Inpe (instituto de pesquisas espaciais), na qual foi apontado que, no último ano, houve uma alta de 40% no índice de desmatamento em relação a 2019. Isso, infelizmente, não é um dado inesperado, visto o crescente descaso em relação à natureza propagado desde a revolução industrial, ainda intensificado exponencialmente nos últimos anos pela postura do atual governo e seus ministros. Tal ideal de que o meio ambiente deve curvar-se a vontade humana e que devemos explorá-lo ao máximo advém, principalmente, do período iluminista, guiado por filósofos como René Descartes, o qual afirmava: “conhecendo a força e as ações do fogo, da água, do ar, dos astros, dos céus e de todos os outros corpos que nos cercam, tão distintamente como conhecemos os diversos misteres de nossos artifícios, poderíamos empregá-los da mesma maneira em todos os usos para os quais são próprios, e assim nos tornar como que senhores e possuidores da natureza”, ou Francis Bacon que acreditava que a natureza deveria ser “torturada” para que obtivéssemos seus segredos.

Apesar do fato de que essas ideias foram, incontestavelmente importante para o desenvolvimento ao retirar o homem de papel de mero espetador e fazê-lo mais ativo em relação ao meio, porém, há muitos anos já observamos as consequências dessas teorias, que estão entranhadas no nosso ideário ocidental, pelas queimadas anormais ocorrendo mundo afora, as variações climáticas abruptas e “acidentes” premeditados como as tragédias de Brumadinho ou Mariana. Mas, ainda assim, existem aqueles que insistem em negar o impacto humano no planeta e ignoram as consequências que batem na porta, mesmo que essas sejam inevitáveis, pois, como já diria o escritor brasileiro Carlos Drummond de Andrade: “A natureza não faz milagres, faz revelações”.

Tais ocorrências anteriormente citadas corroboram com o que nos é apontado no filme “Ponto de Mutação”, inspirado no livro homônimo de Fritjof Capra, no qual é apresentada a teoria dos sistemas vivos, ou o pensamento ecológico, em contraposição ao modelo mecanicista cartesiano, afirmando que deveríamos pensar nos recursos do mundo como exauríveis e trabalhar com eles de maneira harmoniosa, sempre pensando no planeta como um conjunto de sistemas vivos e interligados, os quais a mudança em um mínimo ponto pode afetar vários outros. Este método guia não apenas uma maneira de remediar as áreas já afetadas, porém de prevenir novos erros ao que aprendemos a compreender as dimensões do mundo, aplicando-se não só aos problemas naturais já mencionados, mas também aos sociais.

Portanto, antes agir como os “torturadores” ou “senhores” da natureza, deveríamos dar um passo para trás e tentar compreender as consequências de nossas ações, para que no futuro não venhamos dizer que não esperávamos por elas e fingir cegueira diante das consequências de nossa inconsequência, uma vez que, até mesmo o próprio “torturador da natureza”, Francis Bacon afirmou: “ciência e poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito, pois a natureza não se vence, senão quando se lhe obedecer”.

 

- Isabela Batista Pinto- Direito Matutino.

 A eloquência dos saberes

 Há séculos a filosofia é um dos maiores saberes lógicos e racionais deixado como herança dos gregos para a humanidade. É axiomático o grande desenvolvimento da política e os seus regimes -que serviram de modelo para as civilizações ocidentais- como a Democracia e/ou Aristocracia; entre outros conceitos que foram aderidos ou enriquecidos ao decorrer do tempo.

Diante do contexto histórico explorado, viamos o costume da transmissão oral e da dialética; O que viria a ser fortemente debatido com as teorias do filósofo e matemático, René Descartes, visto que, o mesmo considera a filosofia como uma verdade insegura e contestável. Tal como, a própria ciência: mutável e temporal, para quaisquer seres que propunham uma evolução dos próprios estudos sendo comprovadas pelos diversos métodos. Assim como, Francis Bacon, que de forma empírica (mesmo que indutiva) faz um grande apelo aos fatores influenciáveis que o mesmo denomina como ''falsos ídolos'', deixando evidente que para ter o conhecimento do mundo ou a verdade acerca das coisas, deve-se censurar determinados saberes; como por exemplo, o senso comum.

No século XXI, nos deparamos com uma onda digital que não possui barreiras de expansão. Encontra-se um cenário ambíguo e cada vez mais autônomo.

Por conseguinte, as ''Fake news'', se propagam com facilidade, viralizando rapidamente entre os brasileiros.

Presenciamos a maior eloquência dos saberes, vindo de várias vertentes. Mas, o principal vem de um viés totalmente político; Um modelo que deveria ser exemplo ou uma figura representativa pra o país- o Presidente da República- utiliza de um argumento contraditório em todo o seu mandato. O que, obviamente, prejudica o país como um todo. 

O poder de persuasão, a ''pirraça'' ao apoio de remédios-que já foram comprovados as suas ineficácias-, a desconsideração com o povo e o desmerecimento da ciência, traz consigo os seus ''Ídolos'', e a forte utilização do senso comum. Como diz René Descartes (1637, p. 1): ''Inexiste no mundo coisa mais bem distribuída que o bom senso comum, visto que cada indivíduo acredita ser tão bem provido dele que mesmo os mais difíceis de satisfazer em qualquer outro aspecto não costumam desejar possuí-lo mais do que já possuem.''

Lembrando que, a ética e a moral, não são aplicadas e nem valorizadas quando a ganância faz parte do caráter do indivíduo. Não há importância para a verdade absoluta neste Governo.

São 524 mil mortes pelo COVID-19 atualmente.

As falsas notícias não cessaram. Os malefícios do apoio do governo se tornaram numerosos. As mídias estão cada vez mais opulentas, tendenciosas.

E 524 mil famílias permanecem em luto.


Érica Caroline Olivio.

Turma XXXVIII - 1º semestre; Diurno.

 À herança de Descartes e Bacon, que não se manche ainda mais pelo negacionismo científico...

 

A produção do conhecimento já se deu de muitas formas distintas ao longo do processo de evolução pelo qual passou a humanidade. Em cada período produzimos de forma diferente, sempre da forma que mais nos beneficiou. A princípio, o utilitarismo do conhecimento do senso comum garantiu nossa existência, o uso de ervas medicinais nos manteve vivos, a produção de ferramentas facilitou nosso trabalho, o uso de animais, da força das águas e dos ventos automatizou algumas tarefas e nos deu tempo para pensar em mais que apenas sobreviver, para produzir trabalhos intelectuais.

Os gregos foram os primeiros a se destacar por sua produção intelectual, fomentaram a ciência, a filosofia e contribuíram imensamente para o direito e a política. Sua produção se baseava na observação da natureza, atividade que exerciam a fim de conhecê-la e tirar proveito dela. Sua forma de produção de conhecimento foi extremamente relevante e contribuiu muito para o avanço da humanidade, tanto que foi tomada como base por diversos outros povos de lugares e em tempos diferentes.

No entanto, na moderna idade, alguns pensadores começaram a se questionar sobre a real utilidade da produção de conhecimento meramente observativa. Caso de Francis Bacon, por exemplo, que fez pesadas críticas a respeito da ciência dos gregos. Para Bacon, o conhecimento produzido apenas com base na observação, e que não buscava objetivamente melhorias para a humanidade, não passava de um conhecimento fútil e insignificante, que entende por entender, mas sem um fim prático. Este acreditava que devíamos dobrar a natureza à nossa vontade, realizando experimentos e tendo como base um método que guiaria a ciência moderna e a nova forma de produção do conhecimento com base na experimentação científica. Esse assunto foi tratado por ele em seu livro “Novum Organum”, o novo instrumento usado na busca do conhecimento, publicado no ano de 1620, e que trouxe uma revolução à ciência.

Outro dos grandes pensadores que revolucionaram a ciência foi René Descartes, que refletiu sobre a mesma coisa. Este também via a produção grega como algo inútil e classificava-a como uma forma de produção de conhecimento estéril, que não progrediria a humanidade. Foi também o responsável por propor a dúvida como instrumento de produção de conhecimento, afirmando que primeiro devemos duvidar, levantar questões acerca de um objeto, e então tentar, através da razão, respondê-las. Assim, duvidando, poderíamos distinguir aquilo que é científico e verdadeiro por sua clareza, pois apenas seria claro aquilo que se provasse real, daí a máxima “penso, logo existo” tão icônica de sua obra “Discurso sobre o método”, de 1637.

Ambos, juntamente de outros muitos nomes importantes da história, pavimentaram os métodos da produção do conhecimento científico, e vissem hoje a situação em que se encontra o mundo, sentiriam não mais que desgosto. Pessoas que nasceram anos depois de Descartes e Bacon e se beneficiaram dos conhecimentos que estes tanto contribuíram para construir, hoje os rejeitam, preterindo por viver às sombras da ignorância, e tendo somente o senso comum, o que se um dia nos garantiu, hoje ameaça nossa existência.

 Em plena pandemia, em meio a todas as mortes causadas pelo vírus do Covid-19, os negacionistas da ciência jogam no lixo os esforços dos pensadores e cientistas que fazem um trabalho sério para livrar o mundo do caos que se instaurou com a doença.  Negar-se a vacinação, a usar máscara ou ainda pregar falsas curas por remédios que não tem comprovação alguma de eficácia contra o vírus é um desserviço para o mundo e uma ofensa a aqueles que se dedicaram à ciência e ao combate a pandemia.

 

Rodrigo Beloti de Morais

1º ano - Noturno

 

É perceptível, na última década, o crescimento do negacionismo científico, fenômeno caracterizado pela negação e contestação de todo o conhecimento desenvolvido pelas ciências ao longo de séculos. Tal fenômeno desenvolve-se de forma nociva ao descreditar fatos comprovados pela pesquisa científica, a qual foi responsável pela melhora de vida de muitos humanos, além de elucidar o homem a respeito dos males causados à natureza pelas suas ações. Porém, mesmo com esses avanços notáveis proporcionados pela ciência, com o aumento do negacionismo científico, muitas dessas conquistas  são desmerecidas e tidas como mentirosas.

 A popularização dos movimentos antivacina e terraplanista, a descrença no aquecimento global, assim como a ascensão de governos anticientificistas, como as presidências de Trump e Bolsonaro, evidenciam o quão grave esse fenômeno é para a sociedade como um todo.

 No contexto pandêmico, ao se analisar os governos em questão, sobretudo o de Bolsonaro, vê-se uma absurda descrença nas verdades obtidas pela ciência, tanto por parte do presidente como por parte de seus apoiadores. O incentivo ao tratamento precoce(não aconselhável pela medicina), assim como o incentivo ao uso de remédios não indicados pelos órgãos especializados para o tratamento da covid-19, somados a desvalorização da vacina e negligência dos efeitos devastadores da doença são apenas alguns exemplos do negacionismo perpetuado pelo presidente durante a pandemia no Brasil. Governo este que evidencia, da forma mais clara possível, a gravidade que o descaso à ciência pode gerar.

  Na obra “O discurso do método”, René Descartes, um importante filósofo e cientista do século XVII, postula sobre a necessidade da ciência como forma de construção de conhecimentos “sólidos”, alicerçados unicamente na verdade. Tal verdade deveria, portanto, ser alcançada por meio de um método sistemático, que abriria mão da verossimilhança e dos preconceitos, em prol de se obter resultados o mais verídicos possíveis. Descartes afirmava que, para que seu método fosse posto em prática devidamente, seria necessário que os seres não aceitassem como verdadeiro aquilo que não fosse antes comprovado como tal, sendo essa comprovação, por sua vez, apenas aceitável mediante uma análise metódica e sistemática. Para Descartes, o uso de preconceitos e “achismos” nunca seriam formas apropriadas de se alcançar a verdade das coisas, obtida de forma correta apenas por meios científicos e empíricos.

 Francis Bacon, outro importante pensador do século XVII, defende, em sua obra “Novum Organum”, que o senso comum, chamado por ele como “antecipações da mente”, desviavam o ser humano do caminho da verdade, ao passo que estabelecia neles ideais distorcidos e falsos. A tese de Bacon a respeito dos ídolos é revolucionária ao apontar as “distorções” que impedem o indivíduo de enxergar a verdade, sejam elas decorrentes das paixões desse indivíduo, de suas vivências, ou da manipulação desses por filosofias, as quais, de natureza meramente contemplativa, não pautavam-se no empirismo e na experiência como formas de se obter resultados factuais. Essas distorções, independente de sua origem, tornar-se-iam em crenças aceitas por muitos indivíduos, independente de sua veracidade. Bacon, portanto, defendia que a ciência deveria atuar eliminando as superstições advindas dos ídolos, além de iluminar a todos com o conhecimento ideal, aquele decorrente do saber científico, adquirido metodicamente.

 Tendo em vista as ideias defendidas por esses dois pensadores, cabe afirmar que o negacionismo científico é crescente graças a acriticidade presente na população atual, que por aceitarem apenas as informações convenientes, mesmo quando não verídicas, afastam-se cada vez mais da verdade. Vê-se que os “ídolos” e as distorções estão operantes na sociedade hodierna, impedindo as pessoas  de observarem os fatos, levando-as a assumirem como falsas as constatações já comprovadas pela ciência, como o aquecimento global, e a assumirem como verdades aquelas que, mesmo falsas, são aceitas sem contestação ou dúvida, como o uso de medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento de covid-19.

André Macedo Daleck-1° ano diurno

A ciência de Descartes e Bacon


Sob a luz da sociedade capitalista ocidental, ao analisar seus últimos séculos, pode ser que o indivíduo que se propõe a tal contemplação histórica seja acometido por uma falsa percepção de "evolução" da humanidade. Porque, essa concepção, um pouco positivista, de há uma escada de eventos ocorridos durante a humanidade, para que enfim, o homem pós-moderno estivesse no auge dos domínios técnicos-científicos, apoderado do controle do saber, em um topo de uma pirâmide ecológica, na qual, nada além dele seria maior, advém, em boa parte, de um dos pioneiros filósofos modernos como René Descartes e Francis Bacon. Tais nomes propunham durante o século XVII uma transformação na forma de produzir conhecimento e interpretá-lo como ferramenta de uso humano, causando uma ruptura gradual com os dogmas até ali presentes  - feito a influência cristã sobre todos os mecanismos da sociedade. Não obstante, a construção de um pensamento, que edificou a sociedade moderna e reverberou-se sobre os séculos seguintes, parte de uma lógica metódica e racional, a qual lê o mundo como passível da ação humana, então, nessa  premissa de que o homem  "evoluiu", torna-se questionável, pois, apesar de grandes transformações benéficas a humanidade, a ciência guiada por tal fundamento, também causou e causa efeitos nocivos aos seres humanos. 

Para René Descartes, o conhecimento deveria ser norteado pelo princípio fundamental da dúvida, como novo método científico, no qual ele possuía função não só de explicar o fenômeno, mas também, transformar. Para ele, tudo poderia ser submetido a um sistema lógico, isto é, ao domínio humano. Assim, as ciências seriam a libertação do homem, com o senso comum. Porém, no filme Ponto de Mutação, clássico dos anos 1990, dirigido por Bernt Amadeus Capra, a personagem Sônia representa uma outra visão (crítica) ao que o filósofo propôs como forma de compreender as relações sociais e a natureza. Em suas falas, Sônia constrói uma argumentação de que o racionalismo de Descartes, inclusive usa o termo "visão mecânica"  sobre o mundo, a maneira de afirmar que a natureza seria um relógio com engrenagens, e explicações pautadas por métodos, e para uso do homem seria errada. Porque, segundo os argumentos da personagem Sônia, a ciência e seus benefícios à humanidade são de contenção e de não de solução, ou seja, a ideia de que a razão científica estaria estabelecida para transformar positivamente o planeta é errônea. A ciência, na atual circunstância, ou mesmo há trinta anos - período do filme, seria regida pelos interesses capitalistas, no qual, o interessante não seria transformar para o bem. 

Assim, pode-se usar como exemplo a pandemia do covid-19, o qual avassalou o globo terrestre inteiro. Em especial, países subdesenvolvidos, como o Brasil.  A ciência foi de suma importância para que contivesse o número de casos, evitando mortes e sofrimento, até enfim haver uma solução: a vacina que levaria ao fim dessa crise, da maneira proposta pelos filósofos ditos. Porém, sob o prisma da personagem Sônia, ela também foi usada como alicerce de interesses capitalistas, como o último escândalo político envolvendo o presidente Bolsonaro, no qual se descobriu caso de propina com uma marca de vacina. Mesmo a ciência, proposta para o benefício humano, aliou-se a politicagem e o desejo do lucro capitalista. 

Não somente, com a personagem Sônia, pode-se analisar o atual momento, o qual, no início do texto foi remetido como uma falsa evolução humana. O Francis Bacon também afirmou em sua filosofia que  o senso comum era algo que guiava os homens, e que sendo o conhecimento o objeto revelador. Assim, uma dessas falsas percepções do mundo estaria nos ídolos, vinculados às distorções provocadas pela a mente humana, com a realidade. Dessa forma, pode-se valer do mesmo presidente mencionado, no que tange ao senso comum e as mentiras acerca da pandemia, as quais custaram vidas. Um ídolo, por meio de seus discursos moveram as paixões humanas, impedindo o uso racional de ver o mundo. 

Por fim, as bases epistemológicas da ciência moderna formuladas por Descartes e Bacon deixaram como heranças para sociedade vigente, explicações para certos fenômenos, mas, concomitantemente, questionáveis premissas - usando como alicerce de exemplo a personagem Sônia. A ciência e sua importância e sua funcionalidade podem ser entendidas pela lupa desses dois nomes, ainda no século XXI. 


Isabella Barra Nova Uehara -

1a semestre - direito noturno

“Mas ... por quê? Porque Sim Zequinha! - PORQUE SIM, NÃO É RESPOSTA”.

 Quem nunca ouviu "porque sim não é resposta"?

A partir de uma mera lembrança da infância, o presente texto reflete sobre a necessidade de compreensão por parte do homem pensante. Como uma simples cena fictícia pode servir de base para refletir uma intuição simples do ser-humano quanto aos questionamentos?! Assim como Bacon e Descartes, em seus respectivos tempos, que objetivaram viabilizar o progresso das ciências, o instinto humano se demonstra com um ser ciência que sempre busca algo a mais.

A lembrança do momento nada mais é do que o quadro de um antigo seriado da TV Cultura, popular na década de noventa, o qual o garotinho Zequinha, personagem mais novo do enredo do Castelo Rá-Tim-Bum, diante da incompreensão de uma nova forma de conhecimento, seja especulativa ou empírica, questionava os outros personagens incansavelmente, os próprios colegas de aventura ou os demais e variados personagens da série, ao ponto de não conseguir melhores respostas para o seu incessante “Por quê?” que culminava em um impaciente bordão coletivo: - “Porque sim, Zequinha!”. Logo após, ocorria à intervenção de um outro personagem chamado Telekid, que respondia à pergunta contrariando a realidade imposta ao garoto Zequinha com os dizeres: “Porque Sim, NÃO é Resposta!”

Assim, como ambos os filósofos estudados, que buscaram mostrar ao homem como sua percepção de mundo pode estar errada e corrompida por preconceitos e interesses pessoais, além de apresentar-lhe métodos para solucionar o problema. A partir da a mente de uma criança, cheia de anseios pelo saber e aprendizado ou a mente de um homem pré-moldado pelo seu espaço e tempo, a busca pelas respostas deve ser capaz de revogar os ídolos que interferem na percepção da realidade a sua volta e de usar a razão.

Gabriela Sá Freire Paulino, Direito Diurno, 1º Semestre.

Manga com leite

 



Um dia pedi para vovó me preparar uma vitamina de fruta e ela prontamente atendeu o meu pedido, me oferecendo todas as opções disponíveis: morango, banana e mamão. Percebi, contudo, que em cima da mesa tinha uma deliciosa manga e achei estranho que ela não tivesse me oferecido essa opção. Logo, falei “Vó, eu quero uma vitamina de manga! ”. Para minha surpresa, ela abriu os olhos espantada e disse “Querida, não se mistura leite com manga. A sobrinha da sua tia foi parar no hospital por causa disso”. Convencida do perigo de se misturar esses dois alimentos, pedi contrariada para que ela fizesse uma vitamina de banana.

Porém, a manga continuava em cima da mesa, extremamente cheirosa e apetitosa. Não consegui resistir a curiosidade e quando vovó foi ao mercado, resolvi, então, experimentar aquela mistura. Achei muito gostosa e pensei “se eu for parar no hospital pelo menos valerá a pena”. Mas as horas passaram e tudo ficou bem.

Anos depois e ainda penso nesse dia. Infelizmente não posso contar minhas descobertas para vovó, que ficaria perplexa ao descobrir que tudo não passava de uma invenção dos senhores do engenho para que os escravos não bebessem o seu precioso leite junto com as mangas de suas fazendas.

Analisando esse episódio, penso em como minha curiosidade infantil me levou a questionar uma crença pré-estabelecida e antecipada há anos na sociedade. Isso me remete ao método cartesiano, o qual é pautado na dúvida como princípio para chegar a clareza. Vovó também gostaria de estudar ele e pensar em como devemos controlar nossas convicções para entender o mundo um pouco melhor.

Vovó era muitas coisas. Fazia parte de uma ONG que auxiliava moradores de rua em São Paulo e sempre rebatia as críticas de quem dizia que ela protegia vagabundo. Ela adoraria saber que Francis Bacon defendia a “cura da mente humana”, que dizia que o apenas o simples raciocínio da mente poderia nos levar a um erro. No caso de moradores de rua, deve-se analisar toda a experiência social vivida e não apenas o ato observável.

Vovó adorava a natureza e cuidava do seu jardim com todo amor do mundo. Ela odiaria ver as florestas do mundo inteiro sendo queimadas para ao acúmulo de riquezas e falaria durante horas sobre o filme Ponto de Mutação e suas problematizações acerca da subversão de um instrumento de transformação funcional para o acúmulo de capital.

Aprendi muitas coisas convivendo com minha avó e gostaria de estar compartilhando todas essas reflexões com ela. Dona Carmen me faz refletir diariamente sobre tudo que aprendo.

Lorena Prado Silva – 1° Período Noturno



 Relações entre os diferentes modos de se fazer ciência 

Vivemos em um momento, principalmente em nosso país, em que a ciência é constantemente questionada e negada. Movimentos anti-vacinação e terraplanistas são somente exemplos de como a situação relacionada a aceitabilidade da ciência está caótica. Para nossos autores, René Descartes e Francis Bacon, é sim necessário duvidar da ciência, desde que essa dúvida seja feita com o objetivo de melhorá-la e aperfeiçoá-la. Para isso, um método científico deve ser utilizado, em que os cientistas, amparados pela razão e pela experiência sensível, devem procurar a construção do conhecimento.  

Com relação a René Descartes, é sabido que ele se encontrava decepcionado com a concepção clássica de filosofia, pois essa se importava, somente, com a contemplação do mundo, enquanto Descartes defendia uma ciência que transformasse e intervisse no mundo. São nesses alicerces que a ciência moderna se baseia, pois atualmente só é tomado como ciência aquilo que é produtivo, que traz algum resultado para a sociedade. Nesse sentido, é necessário que valorizemos cada vez mais a ciência e que tomemos o caminho contrário do negacionismo, pois a ciência trás para nós somente benefícios, ela existe como um elemento voltado para o bem da humanidade.  

Tratando-se de Francis Bacon, deparamo-nos com a crítica aos métodos científicos vigentes e com a proposição de uma nova estratégia para se fazer filosofia. Essa nova estratégia foi chamada de cura da mente, em que Bacon elucidava a necessidade de elementos empíricos para a interpretação do mundo. Para ele, a razão não se estabelece por si própria, ela deve ser auxiliada pela experiência. Diante desse contexto, é possível aproximar a ciência baconiana da contemporânea, pois ambas necessitam do elemento empírico para a sua comprovação e efetivação, porque somente dessa forma não cairão no senso comum e na falsa percepção do mundo.  

Bianca Crivelaro 

 

 

 

A carência de conhecimento cientifico no cenário pandêmico

 

A frase “conhecimento é poder”, que é amplamente associada ao filosofo Emmanuel Kant, paira sobre a cabeça das pessoas há muito, entretanto, o cenário em que o Brasil se encontra contradiz essa fala em diversos pontos, onde o conhecimento cientifico pelo qual o filosofo preza é colocado em segundo plano, perdendo cada vez mais espaço para o achismo.

No ano de 2020 o vírus Sars-Covid 2 atingiu o Brasil e o resto do mundo, a expectativa inicial era de que por um curto período de tempo uma quarentena seria feito e após alguns meses vacinas começariam a ser aplicadas na população, porem o governo federal se mostrou amplamente cético ao caminho para o qual a ciência e o conhecimento verdadeiro o encaminhava, decidindo então utilizar de remédios sem comprovação cientifica para cortar a contaminação do vírus e curar os doentes, essa decisão, que contrariou todos os princípios científicos, transformou o brasil no 10o pais com mais mortes proporcionais por covid.

O pensamento de Rene descartes contribuiu para a iniciação do chamado método cientifico, que é pautado na ciência, na busca por um conhecimento que seja baseado sempre da veracidade das coisas. Quando pegamos esse método e aplicamos no cenário descrito no parágrafo acima, é de se imaginar que descartes ficaria minimente surpreendido com tamanha idiotice desse governo, entretanto após a fala “[...] os eleitores querem lideres mais burros do que eles” no filme “o ponto de mutação”, as decisões tomadas por esse governo fazem mais sentido.

Kant por sua vez ficaria ainda mais abismado após observar como as decisões atualmente vistas não são pautadas na busca pelo conhecimento cientifico e em sua validação pela testagem, fatores que o filosofo tanto apontou em sua obra o novum organum. Vale ressaltar ainda que apesar do conhecimento cientifico pelo qual Kant e Descartes prezam não é de todo absoluto, porém, tomar decisões baseando-se em puro achismo é com certeza menos sábio do que buscar a ciência.

Após análise das obras indicadas e avaliando o cenário atual do brasil, é de se notar que o conhecimento cientifico se faz muito necessário para uma recuperação social que se baseie antes de tudo no que Descartes e Kant propuseram, não apenas no achismo e no ceticismo com a ciência.

 

                                   Victor Hugo da Silva Fernandes | Turma 38 | Noturno 

RETROCESSO E DESCASO: A FALTA DO HOLOFOTE NO RACIONALISMO


 


            Ao decorrer da história foram variadas as maneiras de adquirir-se o conhecimento para compreender os eventos que ocorrem na sociedade. René Descartes e Francis Bacon foram filósofos que no século XVII desenvolveram métodos que pela primeira vez priorizava o poder de transformação, diferentemente de seus antecessores que trabalhavam exclusivamente com a contemplação.

            Com isso, deu-se inicio as primeiras bases para o desenvolvimento da Ciência Moderna. Por meio dos estudos instituídos por esses dois filósofos, o conhecimento se estabelece em um viés neutro, no qual deveria ser guiado pela razão e pela experiência, liberto de sentimentos – cívicos, religiosos – e pré noções. Além disso, para Bacon e Descartes, ainda assim, existia um ser perfeito que havia colocado a razão no homem. Na visão de René, Deus continua sendo o último referencial do conhecimento, desse modo, a ciência e a fé não se excluem.

            Entretanto, na contemporaneidade, noções ideológicas (chamadas de falseamento do real por Bacon) despertaram na sociedade brasileira uma negação acerca de conquistas racionais que batalharam para se estabelecerem de maneira efetiva. A recusa da ciência que alcançou fins práticos para o bem do homem, gera uma regressão da evolução até então obtida.

            Para Francis Bacon, antecipações da mente são bases para o senso comum, gerado a partir de especulações que  são desprovidas de bases sólidas. E na atual conjuntura nacional, essa antecipação da mente ocorre, infelizmente, constantemente, tornando-se um alicerce para a construção de movimentos – antivacina, terraplanista, negacionista – que anteriormente já haviam sido refutados cientificamente, com comprovações fundamentadas pela razão e pela experiência.

Portanto, parafraseando Francis em sua obra Novo Organum “A verdadeira causa e raiz de todos os males que afetam as ciências é uma única: enquanto admiramos e exaltamos de modo falso os poderes da mente humana, não lhe buscamos auxílios adequados.” A aceitação de falsas noções que não são ao menos comprovadas após críticas, proporciona a disseminação de ideais que provocam um retrocesso nos avanços antes conquistados. Por isso, a cura da mente – proposta por Francis – e a interpretação da natureza – estuda por Descartes -, tornam-se necessárias em qualquer época vivida pelo homem, para assim, evitar que falácias do imaginário popular gerem uma desordem na sociedade.


Maria Fernanda Barra Firmino - 1° ANO MATUTINO