domingo, 5 de julho de 2015

Materialismo Dialético

     O Materialismo Dialético desenvolvido por Karl Marx e Friedrich Engels é uma concepção filosófica que defende que a matéria está em relação dialética com o social e o psicológico. Ou seja, os objetos e os fenômenos se acham organicamente vinculados uns aos outros, se interdependem e se condicionam mutuamente.

     O Materialismo se opõe ao Idealismo, pois seus resultados vêm da experiência e não do mundo das ideias. Esses pensadores também apresentam uma crítica à burguesia, ao capitalismo e a sociedade industrial de seu tempo, porém essas críticas continuam atuais e podem se aplicar a sociedade contemporânea.


    A respeito das relações de trabalho cada vez mais os funcionários são vistos como mercadorias, formas de alcançar a mais-valia, de se obter lucro e menos como pessoas e são facilmente descartáveis, podendo ser substituídos por máquinas ou simplesmente por outros funcionários que trabalhem mais por uma quantia menor de dinheiro. Cada vez mais nos afastamos do bem estar social em busca do lucro. O capitalismo acabou tornando o trabalho que é uma atividade fundamental do ser em uma atividade muitas vezes massacrante e alienada.

Juliane P. Motinho
1º ano Direito -Noturno

Meio de produção

 Friedrich Engels, em sua obra "Do socialismo utópico ao socialismo científico", faz uma análise social com uma base histórica, buscando compreender como os meios de produção influenciaram, e influenciam até hoje, no modo como vive a sociedade. A análise de Engels é feita desde os métodos pré-feudais até o mundo capitalista moderno, através dela é possível ver como houve, com o surgimento da burguesia, um aumento da exploração dos trabalhadores. Passamos desde a produção feudal, na qual o objetivo era produzir para o próprio sustento e o do senhor feudal, até o mundo pós Revoluções Industriais, em que há um aumento da jornada de trabalho, aumento da mecanização e do tempo dedicado ao trabalho. 
 Engels observa vários períodos da história, entretanto, sempre conclui que cada sociedade foi moldada pelos meios de produção de cada época, inclusive a forma de propriedade privada. Ao manter o foco na sociedade capitalista, percebe-se, também, a sujeição do produtor ao produto, ficando este sempre sujeito às alterações e regulamentações do mercado em que se insere, graças a uma competição desenfreada. 
 Surge, nessa sociedade do mundo capitalista, o conceito de mais-valia, no qual há a enunciação da evidente exploração do proprietário sobre o trabalhador. Há um lucro infinitamente grande do dono da empresa sobre os funcionários que nela trabalham, mostrando assim uma desigualdade imensa causada pelo favorecimento do responsável pelo meio de produção sobre quem faz com que esse meio funcione e exista. Sendo assim, Engels sugere que haja uma revolução do proletariado, mas essa, até os dias atuais, nunca passou do plano ideológico. 

Giovana Galvão Boesso
1° Direito- diurno.

Uma simples dialética


George H. Frederico: A felicidade está em todos estarem abaixo do direito! Todos até mesmo os de classe dominantes são sujeitos as normas positivadas!

Marcos dos Anjos: Mas o direito não é neutro, por acaso ele realmente é igual para todos?! É um instrumento de classe, no nosso caso dos burgueses! Sabemos que todos os dias, os marginalizados são julgados de forma diferente, são visto de uma forma diferente dos que andam de paletó.


George H. Frederico: De qualquer forma, a nossa forma de estrutura é a apoteose da humanidade. Nossa filosofia beira a perfeição.
Marcos dos Anjos: A filosofia não deve ficar no campo das ideias, isso jamais mudaria o mundo! A filosofia deve ser revolucionária, deve ser um instrumento que demonstre as contradições internas da própria sociedade de classes e as exigências de superação.

George H. Frederico: Estamos na nossa estrutura mais complexa e civilizada de sociedade, é inegável.
Marcos dos Anjos: Inegável são os problemas que existem na realidade, ainda existe muita luta acontecendo e como sempre existirá, e isso é o motor do pensamento e da realidade.

George H. Frederico: A dialética existe e move o mundo! Pois, primeiro surge à tese e com ela existe a contradição das ideias que é a antítese, isso nos levará ao verdadeiro conhecimento, que é a síntese.
Marcos dos Anjos: Sim, a dialética existe e move o mundo! Todavia, meu caro, ele deve ser praticado. O materialismo dialético é a superação da filosofia tradicional, pois nessa dialética ela busca interpretar a sociedade, para que eu use óculos que me façam ver o mundo real, e não como ele deveria ser!

George H. Frederico: Mas como esse seu materialismo dialético mudaria o mundo?
Marcos dos Anjos: Ele deve ser um método científico, com ele devemos analisar a sociedade, é na vida que começa, portanto a ciência real.

George H. Frederico: E no futuro o que ocorreria?
Marcos dos Anjos: O importante nesse instante é analisar, a previsão é apenas uma consequência. O materialismo dialético deve mudar o mundo, pois a luta de classes por si só, já é uma dialética, onde existem diferentes interesses, que geram a contradição entre eles.




Cauê Varjão de Lima
1º ano Direito - Noturno

A Análise Marxista

Marx e Engels, dois amigos e pensadores alemães, discorreram durante suas vidas a realidade até então existente. Desse modo, desenvolveram e defenderam que a verdade científica deveria vir através da utilização do Materialismo Dialético, no qual acredita-se no constante movimento e transformação dos fenômenos, de tal modo que é impossível considera-los isoladamente, e que toda mudança está baseada na passagem do quantitativo para o qualitativo, repentinamente.
De acordo com tais pensadores é insensato analisar os fenômenos sem a relação que esses tem entre si, pois podem ocorrer constatações absurdas. Tal proposição é válida se observarmos a argumentação à favor da redução da maioridade penal que categoriza o jovem infrator com uma visão maniqueísta, sem levar em consideração a precariedade de todo o sistema infra estrutural brasileiro que levou à prática dos respectivos atos.
Ademais, para esses filósofos tudo cresce até o momento da diferenciação súbita. Nesse sentido, as evoluções ocorridas na história estão baseadas em mudanças quantitativas que em certo instante traduzem-se em mudanças qualitativas. Assim, a teoria criada do Socialismo Científico estaria baseada na ideia da ascensão súbita do proletariado e derrocada espontânea do sistema capitalista insustentável.
É importante ressaltar que no discurso desses grandes filósofos percebe-se a rejeição à qualquer tipo de utopia, portanto, essa última previsão errônea seria uma conclusão após uma extensa análise dos acontecimentos históricos. 
                      Victor Lugan Rizzon Chen- 1ºano- Direito- Noturno

Vertentes Socialistas

 O termo socialismo é muito usado, seja para classificar a linha de pensamento de uma pessoa, partido e/ou candidato político e até como crítica. No entanto, a expressão é muitas vezes usadas de maneira errônea, visto que, primeiramente, não existe apenas um tipo de socialismo. A vertente mais popular é a de autoria de Marx e Engels, também conhecida como comunismo ou socialismo científico, contudo, eles não foram os primeiros a elaborar uma tese socialista. Socialismo utópico é como Engels denominou os primeiros socialistas.
  O socialismo utópico se caracteriza pela busca da justiça eterna e pretensão de instaurar o império da razão. Entre os teóricos dessa vertente se encontra Saint-Simon, Owen e Fourrer e para eles, se a razão e a justiça nunca governou é "porque ninguém soube devidamente penetrar nela". Portanto, faltava apenas o "homem genial" se erguer diante o mundo com a verdade. A classificação do Engels se justifica, devido a pouca concretude do pensamento desses primeiros socialistas.
  Já o socialismo científico, como diz o nome, busca estabelecer, um método científico, o materialismo dialético. Dialética não é nada mais do que a contraposição de ideias, em que uma tese é defendida e contraposta em seguida. A dialética marxista reformula a dialética hegeliana, ou seja, para Hegel, a dialética era voltada para história, para Marx, a sociedade que era objeto de estudo. Na dialética marxista, o capitalista e o proletariado eram forças antitéticas que a síntese seria o socialismo.
 O materialismo dialético ou marxista, é uma das bases do pensamento socialista. Mesmo que o socialismo não seja considerado por todos como a melhor forma de conseguir os bens requiridos para a sobrevivência, como argumentava Marx, o método criado por eles foi importante para expor as contradições do capitalismo e demonstrar os problemas por ele causado.

Luís André - 1º ano direito noturno

Friedrich Engels

Friedrich Engels, nascido em 1820, foi um teórico revolucionário alemão que, junto a Marx, desenvolveu o socialismo científico, também conhecido como marxismo. Sobre o materialismo dialético, Engels afirmava que a missão desse era desvendar as leis do desenvolvimento histórico, já que a resposta para os males de qualquer época esta na história. Daí a necessidade do conhecimento, pois esse serve de instrumento na fundamentação de análises que levarão a solução de problemas sociais atuais. Tendo em vista isso, o autor pensa que o socialismo é um processo intrínseco que deriva da história e não da criação do homem em si. A função exercida pela cientificismo no socialismo, consiste em decifrar as leis históricas e as contradições inerentes do capitalismo, como por exemplo a mais-valia que é  a exploração do trabalhador pelo empresárioTal exploração esta presente na diferença entre a riqueza gerada pelos operários e o valor pago, em forma de salário, pelos empresários a estes trabalhadores. É dessa maneira que o capitalista acumula capital. 
Segundo Engels a produção capitalista se da pela apropriação do fruto do trabalho social pelo proprietário dos meios de produção. Isso implica em uma lei de competição que não pode ser contida pelo proletariado, pois o produto e a necessidade de se produzir cada vez mais imperam sobre o produtor. Tal fato promove o aperfeiçoamento constante das máquinas, porém esse desenvolvimento a maquinaria não reduz a quantidade de trabalho, mas sim intensifica a competição e o ritmo dele. Por isso Engels acredita ser importante a superação do modo de produção capitalista, para que essa luta "darwinista" quanto a divisão do trabalho seja extinta ou ao menos amenizada. 

O socialismo científico nos tempos modernos

   Friedrich Engels, em sua obra “Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico”, distingue essas duas vertentes (utópica e científica) do socialismo. Segundo esse sociólogo, os defensores da primeira acreditavam que o socialismo seria implantado como resultado de uma vontade. Já os adeptos da segunda, entre os quais o autor se encontrava, acreditavam que a implantação deste seria inevitável, pois chegaria um momento em que as tensões entre burguesia e operariado se tornariam tão intensas, que o proletariado iria se rebelar contra as enormes atrocidades praticadas contra ele durante tanto tempo.
     Ele defende que o socialismo verdadeiro só poderia resultar de uma análise profunda da realidade, que conseguisse, por meio da razão, criar soluções práticas para a situação da época; e afirma que os socialistas utópicos usavam como método a metafísica e não se baseavam em uma análise da realidade. Como deixa claro em sua obra, o socialismo utópico não tinha embasamento para mobilizar os operários.
     Houve algumas tentativas de implantação do socialismo no mundo moderno, dentre elas se destaca a que ocorreu na Rússia. Foi feita uma revolução socialista nesse país e em seus vizinhos, o que os transformou na URSS. Apesar de ter sido efetiva em alguns aspectos, essa revolução não conseguiu atingir o que Engels propôs. Um dos motivos claros de tal fracasso foi o fato de esse socialismo ter sido implantado seguido do fim do feudalismo, sem que o capitalismo se consolidasse efetivamente. Ou seja, pulou uma das etapas naturais propostas por Engels em sua obra.
     Se, porventura, a revolução socialista tivesse ocorrido em um país que estivesse em um estágio avançado do capitalismo e fosse detentor de um grande poder econômico, como a Inglaterra na época, ela poderia ter tido êxito, e o socialismo ter sido implantado. Contudo, não é possível saber, os tempos mudaram e hoje não se vê mais uma classe, como o proletariado da época, que tenha esse potencial de revolução. Mesmo as classes contra as quais são praticadas enormes injustiças não têm interesse em transformar o sistema vigente, elas somente têm anseio por participar do lado privilegiado dele, do lado rico.

Beatriz Mellin Campos Azevedo
1º ano - Direito Diurno


A Ciência Venceu o Entusiamo de Robert Owen

Embora não tivesse base científica e por isso denominado como socialista utópico, o empresário Robert Owen pode-se dizer foi quem de fato e de forma real tentou aplicar o socialismo, criando uma comunidade industrial para seus funcionários e seus familiares. Owen embora não tenha obtido sucesso foi quem abriu mão de seus altos lucros para a melhoria da vida dos trabalhadores de suas fábricas, reduzindo a jornada de trabalho, concedendo afastamento por doenças, construindo creches para os filhos dos operários entre outras melhorias que concedeu ao proletário.
Na época era visto como homem muito benevolente pelos seus colegas empresários, porém não conseguiu que nenhum deles fizessem o mesmo e tivessem mais alento pela classe operária que apesar de muito trabalhar por mais de 14 horas por dia viviam em situação degradante, talvez esse seja o principal motivo que Owen falhou, por não conseguir que outros fizessem o que ele estava fazendo pelos seus funcionários, isso o tornou como uma ilha em meio a expansão do capitalismo. Passou de benevolente para louco, pois aos poucos Owen foi perdendo espaço entre os empresários e viu suas empresas entrarem em sucessivas perdas econômicas e seus clientes cada vez mais se distanciando, desta forma não demorou muito para que suas fábricas fechassem. 
Vemos nesta breve história que apesar de todo entusiasmo e boa vontade de Robert Owen, faltou a ele procurar conhecer e entender o que suas futuras atitudes poderiam resultar, e que tentar mudar algo demanda unir-se com outros, no entanto percebe-se que ele teve uma ousadia excepcional para lutar a favor de seus ideais, por este motivo vejo Owen como alguém que realmente estava disposto a transformar o mundo em um lugar melhor.




Lemuel Dias 
1° Ano Noturno

Crises capitalistas

   O Brasil, junto com uma parte do mundo, se encontra em uma crise econômica, que de acordo com alguns especialistas ainda vai durar um tempo, podendo se agravar. Essa crise no Brasil é percebida quando se lê a manchete no site do Jornal Hoje (portal do G1) de 8 de junho desse ano: “Crise Econômica Para Linha de Produção em MG” ¹. Ao ler a notícia ficamos sabendo que uma das maiores montadoras de automóveis no Brasil teve que dar aos seus funcionários férias coletivas, pois o seu estoque se encontrava quase todo lotado, e assim acabaram por parar a produção durante alguns dias.
   Entretanto, se seguirmos as ideias de Friedrich Engels na sua obra “Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico”, veremos que a crise é algo que estava fadado a acontecer:  

"[...]não se passam dez anos seguidos sem que todo o mundo industrial e comercial, a distribuição e a troca de todos os povos civilizados e de seu séquito de países mais ou menos bárbaros, saia dos eixos. O comércio é paralisado, os mercados são saturados de mercadorias, os produtos apodrecem nos armazéns abarrotados, sem encontrar saída; o dinheiro torna-se invisível; o crédito desaparece; as fábricas param; as massas operárias carecem de meios de subsistência precisamente por tê-los produzido em excesso, as bancarrotas e falências se sucedem."
  
 Assim, Engels ao chegar a essa conclusão, que se prova verdadeira, nos apresenta uma das características do sistema capitalista, essa que pela superprodução acaba por causar altos índices de desemprego, queda nas transações financeiras, entre outras consequências que prejudicam principalmente as classes mais baixas, que precisam que o dinheiro continue a rodar para se manter, já que diferentemente da classe alta, não têm acúmulo de bens.
   Em razão de toda essa crise o povo se voltou contra o governo brasileiro, o culpando pela sua política econômica tida como falha por grande parte da população. E no momento de revolta que o povo brasileiro se encontra para com seus políticos, também devido a grande corrupção presente no país, esse acaba por se revoltar contra o governo, que na visão marxista também é opressor. Mas aparentemente acabou por se esquecer da luta contra a opressão feita também pelo empregador, esse que também por meio do controle de grande parte do mercado acaba por não dar chances aos pequenos proprietários e faz com que se chegue ao ponto de superprodução.


¹ Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2015/06/crise-economica-gera-paralisacao-da-linha-de-producao-da-fiat-em-mg.html>. Acesso em: 05 de julho de 2015. 

Paula Santiago Soares
1º ano Direito - Diurno

Ruptura com a abstração

    O conhecimento meramente abstrato sofreu duros golpes desde seu ápice na Grécia Clássica.As questões levantadas por Epicuro,Demócrito,Parmênides e Heráclito foram postas de lado em detrimento de análises mais objetivas e que visavam explicar não o que era em essência,mas o que seria de uso prático.Na ciência,o golpe foi desferido pelos racionalistas,como Descartes e Bacon.Na filosofia,as questões ontológicas ganham nova perspectiva prática com o materialismo dialético e a sociologia.
    Para Engels,cientista social alemão,o momento da ruptura foi determinado por uma condição histórica inédita: a revolução industrial,que trouxe a produção  motivada pela escassez planejada e não pela necessidade.As camadas sociais encontravam uma nova divisão,discrepante.A pirâmide de renda ficava cava vez mais afunilada.A sociedade se movia,mas as sínteses até então,seja positivista comtiana ou do fato social durkheimniano não acompanhavam o dinamismo social.Hegel chega a compreender a importância de desvencilhar-se da metafísica,mas se restringe ao idealismo.Hegel foi muito importante no desenvolvimento do materialismo dialético como uma análise do historicismo auxiliando a perceber a dinâmica da "luta de classes"
    O capitalismo industrial troxe uma dinâmica social totalmente nova.Uma dinâmica que manteve-se inalterada durante 500 anos,o feudalismo permaneceu com sua estrutura praticamente inalterada.A dinâmica citadina trazida pelo comércio alterou-se drasticamente com a substituição do mestre de ofício pelo operador de máquinas.O trabalho,aspecto ontológico da existência humana(segundo Engels) é transformado em uma atividade que sequestra a liberdade do trabalhador,subjugado pela necessidade do capital.Engels traz,com sua filosofia,uma alternativa para que o homem fuja de sua falsa liberdade,subordinado à sociedade industrial,e vá a luta por um Direito que o defenda.

Diego Franco Veloso 1o ano Noturno

O surgimento do Socialismo Científico

O socialismo científico surgiu a partir dos estudos de Marx e Engels que não apenas criticaram o modo de produção capitalista, como fazem os utópicos, mas sim explicaram toda a sua estrutura, o que permitiu a elaboração de críticas bem fundamentadas. O método de estudo desses dois cientistas do século XIX foi o materialismo dialético, o qual herdou a dialética de Hegel e se opôs ao seu idealismo.
A história da luta de classes traduz a dialética colocada por Marx, já que o motor da história são os interesses antagônicos das classes burguesia e proletariado. A primeira detêm os meios de produção e consegue, por isso, explorar o trabalho da segunda. A condição de alienação desta permite a manutenção da ordem burguesa, pois o empregado não percebe a realidade injusta que ele está inserido.
O materialismo explica a consciência do homem por sua existência e não a sua existência pela sua consciência, como acreditava Hegel. Diante disso, Marx alega que a estrutura econômica, material e produtivista formam a consciência dos indivíduos e determinam a postura ideológica adotada por todas outras instituições da sociedade. Assim, no capitalismo, o estado e o direito, por exemplo, reproduzem o ideal burguês.
De fato, ainda hoje percebe-se a exploração denunciada, através da mais-valia, em que o Patrão apropria-se de grande parte do lucro da produção que não é repassado ao trabalhador, já que seu salário não engloba toda sua contribuição no processo. Porém, como todos estão submetidos à ideologia burguesa, a qual é perpetuada pelo poder público, pelas escolas e até pelas famílias, os explorados não se voltam contra o sistema, apenas aceitam tal condição.

Portanto, Marx e Engels explicam as bases do capitalismo, fazem a crítica e propõem um novo modelo (socialismo e depois comunismo), na tentativa de despertar o proletariado do estado de alienação, mostrando haver outra possibilidade de vida, sendo necessário apenas que haja um movimento de protesto pelo proletariado. Marx evoca os trabalhadores de todo o mundo para se unirem e organizarem uma revolução.

Diogo Heilbuth
Direito Noturno

O capacho do capitalismo  

El Empleo, uma animação dirigida por Santiago Bou Grasso, é um curta-metragem de cerca de sete minutos, que apesar da sua duração, arrebatou uma série de premiações ao redor do mundo pela abordagem da relação homem x trabalho e a sua reificação.
As cenas iniciais do filme em si são as mais bizarras e intrigantes possível. O protagonista acorda de manhã e se prepara para a sua costumeira rotina do trabalho. Um homem estranho é que sustenta seu espelho. Ao tomar café, outras pessoas são suas cadeiras e sua mesa. Uma mulher é seu cabide e segura o seu paletó e as suas chaves, antes de sair de casa. No ponto de ônibus o motorista o carrega nas costas. O semáforo são duas pessoas que abrem seus casacos e aparecem camisas verdes ou vermelhas. A porta automatizada da empresa são homens vestidos com roupas escuras. O contrapeso do elevador é um homem obeso. E finalmente, quando o protagonista iniciaria seu trabalho, o vemos deitado no chão por alguns instantes na frente de uma porta. Logo mais chega um personagem e limpa seus sapatos nele. O “Trabalho” dele era ser um tapete. Ele servia de um capacho para seu chefe limpar os pés antes de entrar no escritório.          Desse modo podemos analisar reflexivamente a angustiante realidade de milhões de trabalhadores que se sujeitam a um trabalho, por muitas vezes humilhante e degradante, em troca de um mísero salário. Quantos escravos cada homem possui para a realização das suas tarefas costumeiras?. Ao contrário do que dizia Benjamin Franklin “o trabalho dignifica o homem”, o nascimento do modo de produção capitalista foi o responsável pela criação de uma superestrutura complexa capaz de servir de instrumento de tortura e de repressão. O trabalho cumpre, infelizmente, muito bem tal instrumentalização.

A Multiplicação da Pobreza

    Conhecidos pelo Manifesto Comunista, Karl Marx e Friedrich Engels são os autores sobre os quais se estabeleceu o seguinte clichê: a sociedade vive em uma luta de classes até o momento em que a classe subjugada decide fazer a revolução proletária, através da tomada o poder e imposição da ditadura do proletariado, juntamente com a instauração do socialismo. E, assim, conforme o amadurecimento das consciências individuais, o Estado poderia ser extinto, chegando em fim ao comunismo. Isto, apesar de grande senso-comum, não deixa de ser verdade ,no entanto deve-se constatar que a obra teórica de ambos vai muito além disto , incluindo a contraposição aos socialistas utópicos e ao filósofo Hegel;  a sua permanência bastante viva na sociedade vigente na questão das cotas sociais, dos maus políticos , entre outros; além da apresentação da uma contundente crítica àquilo que tanto se conhece hoje: a sociedade capitalista.
   Elogiando o iluminismo por romper com o passado, porém aceitando que sua racionalidade foi apropriada pela burguesia, os dois filósofos vão em sentido oposto aos filósofos utópicos( Saint-Simon, Fourier e Owen), por considerar que estes apenas levam em conta uma razão pensante e idealista para explicar as condições de exploração e não as condições históricas. Dessa forma, declaravam tais ideais ilusórias, sem nenhuma perspectiva de se tornarem concretas. Esta concepção, criticada por eles, não se encontra muito distante de nós, já que isto pode ser visto quando políticos corruptos apresentam convicções, princípios, propostas e ideologias, mas também enganações e ilusões, que nunca poderão ser colocadas em prática ;o que é  muito bem explicitada na citação de Engels: “ E, como a verdade absoluta não está sujeita a condições de espaço e de tempo nem ao desenvolvimento histórico da humanidade, só o acaso pode decidir quando e onde essa descoberta revelará.”
   Pode-se dizer que o mesmo é acometido, segundo eles, pela dialética hegeliana, considerada totalmente idealista, por supor que a explicação do mundo não está na ordem das causas (fatos), mas nas ideias (razão).Em contraposição, os socialistas acreditavam que a realidade sempre se liga aquilo que é anterior á ela, e que da filosofia alemã só deve restar lógica formal e a dialética, uma vez que ambos buscam uma filosofia concreta, que levará ao materialismo dialético, essencialmente preocupado com a busca de causas práticas na experiência histórica e não explicações racionais. Nada mais propício de ser aplicado á questão atualíssima das cotas raciais uma vez que se trata de um modo de reparação de condições históricas injustas que se iniciaram desde a escravidão, ou seja, a história explica e justifica as causas da desigualdade, que é o que deve ser levado em conta e não como afirmam os opositores: o que importa é a atualidade, e esta politica afirmativa seria apenas uma maneira de favorecer aos alguns.
    Outrossim, há também a crítica á fragmentação da realidade: “obcecado pelas árvores, não consegue ver o bosque”. Assim, Marx e Engels expõe a necessidade de ver a realidade como um todo. Este tópico pode ser aplicado ao sujeito preso por roubar carne para alimentar seu filho e cuja fiança foi paga por policiais. Tal situação, de acordo com os filósofos e com o que seria mais correto nos dias atuais, não deveria ser observada somente pelo ângulo do banditismo e da criminalidade, mas sim pelas condições sociais, econômicas, espaço-temporais, ou seja, pela história em si do individuo que o levou a cometer tal delito.
      Hodiernamente, a questão recai sobre o injusto modo de produção capitalista, o qual juntamente com a globalização, serviu para aumentar a mais-valia (trabalho excedente não remunerado), crescendo ainda mais o abismo entre pobres e ricos, sendo os ultimo donos de enorme status quo, e os quais tentam se proteger e marginalizar ainda mais as classes proletárias através dos shoppings, enclaves fortificados e condomínios fechados.
     O que vai de encontro com Saramago: “Da mesma forma que a religião não pode viver sem a morte, também o capitalismo não só vive da pobreza como a multiplica”, ao observar a concretização dessa profecia nos dias atuais,  que tanto Marx como Engels quiseram combater vigorosamente. Porém, hoje se verifica uma impossibilidade de tal mudança,a evolução do proletariado, deixando um futuro permeado por eternas duvidas: A igualdade social nunca será atingida? O capitalismo é de fato o melhor modo de produção?  Mesmo perante todas as circunstancias de marginalização e desigualdade social? Não há nada que o supera? O que nos resta para mudar essa realidade? Será um conformismo? Ou se acharão alternativas para o estabelecimento de uma sociedade justa e igualitária?



 Maria Izabel Afonso Pastori- 1º Ano -Direito Noturno

As infinitas necessidades humanas.

Ao se transferir  para Universidade de Berlin, onde Hegel foi professor e reitor, Marx entrou em contato com as obras de Hegel, sendo um dos "jovens hegelianos",  a partir daí direcionando seus estudos para a Filosofia.Na obra de Hegel ,encontrou suporte para seus pensamentos e conclusões,.Nessa perspectiva, Marx ,como profundo conhecedor da obra de Hegel, contesta alguns pontos de sua obra..Hegel  baseava sua filosofia na idéia , fruto do pensamento racional e ,portanto, real..A filosofia de Hegel fundava-se na realidade abstrata e idealista.Marx defendia a Filosofia incidindo na realidade, através de dados concretos,estatísticos.
Marx conseguiu perceber a importância do trabalho como fundamento da história da humanidade. Sendo o homem um ser social, seu desenvolvimento básico se faz através do trabalho ( produção).sendo este o determinador das funções da pessoa no agrupamento social.Portanto, Marx era funcionalista.
Para Marx, as atividades material e comercial do homem influenciam diretamente sua produção de idéias, de representação e consciência Enfim, para Marx, o entendimento da história é o fundamento para o progresso da dialética, isto é , o concreto, o real, é resultado de um processo dinâmico de choques permanentes entre os opostos.
Engels,,burguês industrial, conheceu de perto os mecanismos da economia capitalista e  a realidade das péssimas condições  dos trabalhadores das industrias inglesas do século XIX ,Conhecedor das idéias de Marx ,aproximou-se deste , e foi  Engels, fundamental para a obra “ O Capital”,uma das principais obras do socialismo; não só forneceu os “materiais positivos” –dados reais – mas também transmitiu,por prática,  os seus profundos conhecimentos sobre o capitalismo ,além de ser patrocinador de Marx..Foi Engels ,uma espécie de “ mecenas’ de Marx, Depois da morte de Marx, foi Engels  que contestou os interesses dos  oportunistas do  denominado socialismo utópico, muito difundido ,inclusive  nos meios acadêmicos por pseudo intelectuais ,cujos objetivos foram distorcidos do socialismo científico .
A base de qualquer sistema econômico tem sido a  propriedade. No século XIX , era a propriedade dos meios de produção.Mas os meios de produção sempre foram resultado  daqueles que possuíam  capacidade de fato de produzi-los através do conhecimento.Não diferentemente, a sociedade atual tem como base de seu sistema econômico a propriedade do conhecimento.E o que impulsiona o conhecimento são as necessidades ilimitadas do homem e os recursos limitados para supri-las.Em outras palavras, o homem jamais estará satisfeitoUma das necessidades básicas do homem, segundo Maslow,  relaciona-se a sua auto estima, a sua capacidade de se realizar e ter sua realização reconhecida pelo seu grupo social O reconhecimento deve ser traduzido de alguma forma, ou através de privilégios ou através de recompensas.O reconhecimento é uma necessidade imanente ao homem  e estímulo para o desenvolvimento do  seu conhecimento. Desta forma,  a vaidade humana ,como ser social ,não permitiria que aqueles que detivessem o conhecimento ,fundamental para suprir as necessidades dos demais, não fosse de alguma forma recompensada, o que ,naturalmente, geraria a meritocracia e a desigualdade.Inclusive na busca desse reconhecimento é que a maioria daqueles que se dizem comunistas, defensores de uma sociedade de iguais, não surpreendentemente , buscam os mesmos privilégios , ainda que indiretamente,  daqueles  que outrora estavam no poder, em outras palavras , as mesmas metas da  burguesia. Aqueles que não são dotados da capacidade de conhecimento , portanto não proprietários dele, são  seus meros locatários ,pagando  de diversas formas, os benefícios por terem algumas de  suas  infinitas necessidades atendidas pelo conhecimento de terceiros.
A grande “sacada’ de Marx foi traduzir o progresso social através dos conflitos de classes ao longo  da história da  humanidade como fator determinante de explicação da realidade vivida.. Todas as classes , de certa forma, procuram satisfazer a necessidade de  seu reconhecimento dentro da sociedade. A liberdade, defendida por Stuart Mill, que viveu intensamente todo o produto da Revolução Industrial, geraria  naturalmente o conflito e a diversidade de idéias e propostas,  o que levaria ,indiretamente, na busca da verdade e da justiça, promovendo o progresso e a reforma social. O que é a verdade e a justiça senão a igualdade de oportunidades para ser reconhecido perante os demais?


Eduardo S Guercia-  Direito Noturno

Concretude




Karl Marx e Friedrich Engels , cientistas sociais do século XIX, revolucionaram o pensamento socialista uma vez que possuíam no cerne de seus estudos: a realidade, a experiência.
Esses pensadores, contrapuseram-se a outros estudiosos também do século XIX, conhecidos como utopistas, entre eles: Saint-Simon, Fourier e Owen. No pensamento de Marx e Engels, encontra-se como fundamento a empiria, como pode ser observado no trecho da outra dos autores supracitados: " As premissas de que partimos não são bases arbitrárias, dogmas; são bases reais que só podemos abstrair na imaginação.". Dessa maneira foi fundado o socialismo científico.
Com o objetivo científico de estudar os paradoxos do capitalismo e o processo histórico-cultural basilar para sua forma.
Portanto,percebe-se que  além da contribuição teórica, esses pensadores contribuíram para o início da percepção de que o socialismo deveria ter, portanto, bases terrenas e concretas, contrapondo duas grandes classes que, de certo modo, confundiam-se na colossal engrenagem alienante do capitalismo.
Marx e Engels mostraram que a mais-valia é a forma pela qual o operário é explorado,destarte o dono do meio de produção pode acumular riqueza, por meio do lucro obtido.
Em suma, estes estudiosos alemães sistematizaram a cientificidade do socialismo e, dessa forma, proporcionaram um entendimento real da complexidade e  da engenhosidade do maquinário operacional do capitalismo.

A solução para Engels

Vários atributos contribuíram para transformar “Do socialismo utópico ao socialismo científico” no segundo texto marxista mais lido pelos trabalhadores do mundo inteiro - atrás apenas do Manifesto do partido comunista. Basta folhear esta pequena obra-prima do maior colaborador de Marx para perceber que não é um mero texto de vulgarização. Engels, em resumo, historia como e por que o socialismo se transformou em ciência. Para tanto, recupera os grandes pensadores socialistas que precederam o marxismo - Saint-Simon, Fourier e Owen. Destaca sua contribuição à crítica do capitalismo, mas também as limitações de suas doutrinas, que continham intuições às vezes geniais mas careciam de alicerces sólidos.
Os socialistas utópicos, como ficaram conhecidos dedicaram seus principais esforços a conceber como seria uma sociedade futura, nova, avançada, próspera, fraterna, racional, livre dos males do capitalismo. Descreveram-na minuciosamente, e tanto Fourier como Owen chegaram a tentar levá-la à prática, em escala experimental. Já Marx e Engels seguiram o caminho inverso. Pouco se ocuparam em detalhar a sociedade do futuro, descrevendo-a apenas em seus traços mais gerais. Todos os seus estudos tiveram como foco a sociedade do presente. Trataram de entender o capitalismo, reconstituir seu nascimento e sua trajetória, expor seus mecanismos secretos de funcionamento, estudar suas contradições e as forças sociais que o protagonizam.
Engels localiza, dentro do próprio desenvolvimento capitalista, as contradições que abrem caminho para o socialismo. A produção é social, e socializa-se sempre mais, enquanto a apropriação é privada, e concentra-se a cada dia em um círculo mais reduzido de grandes burgueses. Desta contradição básica nasce o antagonismo entre as duas classes fundamentais da sociedade moderna, o proletariado e a burguesia. O socialismo é então, para Engels, um percurso incontornável da história e não uma obra do gênio humano. É o produto necessário da luta entre as duas classes formadas historicamente. A história natural para o filósofo é o “espelho da dialética”, estando em uma transformação permanente. O instrumento científico para a transformação é o materialismo dialético, operando em favor da ruptura. A cientificidade do “novo socialismo” estava em decifrar as leis históricas e as contradições inerentes ao capitalismo, sendo, a principal delas, a mais-valia, o principal mecanismo de exploração da classe trabalhadora. Mais de um século depois de escrita, a análise de Engels impressiona pela atualidade. Ali está a explicação dos verdadeiros motivos econômico-sociais do chamado desemprego tecnológico. 


Thais Amaral Fernandes
1 ano Direito Diurno 

A nep como base material.

 
A obra científica de Marx e Engels produz em sua essência a análise das condições materiais humanas e dos modos de produção na história. Estes pensadores, que usam  da noção dialética de Hegel , no entanto , rompem com este na medida em que tendem a entender e interpretar o rumo histórico da civilização humana, não pautada em condições meramente metafísicas e racionais, mas em condições históricas , materiais e dialéticas, ou seja, que se dialogam , se negam e  afirmam uma nova realidade, as quais preconizam  uma base material de existência humana e social marcando um modo produtivo, que ao seu tempo se desenvolvia a galopes e mostrava força e dinâmica, qual seja o capitalismo industrial de sua época. Neste contexto histórico de efervescência política exemplificada pelas diversas revoluções que ocorriam no século XIX, tais cientistas propuseram vários conceitos-chave que sintetizam seu pensamento científico, dentre eles: Ideologia, mais-valia, materialismo histórico dialético, idealismo, práxis, alienação entre outras. O questionamento de Karl Marx e Engles movia-os a entender a problemática do materialismo, ou seja, a noção da realidade e da consciência social e individual pautada nas condições materiais que determinada sociedade e tempo histórico possuem. Tais condições materiais determinariam as relações produtivas e estes, por sua vez, determinariam as relações políticas.
É importante diferenciar o socialismo utópico e a científico, aquele preocupado em idealismos e raciocínios metafísicos acerca de um meio social justo, e este preocupado em compreender  o campo econômico-sociológico-material da história pautando-se em dados e necessidades materias que viriam a ser tornar a realidade material devido a dialética produtiva. A revolução russa de 1917  é exemplo nítido do que se expressa na obra marxista como condição histórica, pois tal nação, na época, possuía um sistema produtivo com um capitalismo apenas incipiente e não amplo e fortificado nos limites de seu território. A nova política econômica (nep.) , implantada  com pressa, foi o ato político na área econômica que caracterizou-se por fortificar o sistema capitalista por forte investimento estatal e financiamento privado, causando uma nítida industrialização russa; Foi o que pode-se chamar vulgarmente de ‘’ um passo atrás e dois para frente’’. Tal ação que pode ser vista primeiramente como contraditória nos ditames de se implantar um governo socialista, apresenta-se não como algo surpreendente para o pensamento marxista, pois cuidou de dar bases materiais  para a solidificação daquela revolução socialista
                                                                                                                                              Rafael Cyrillo Abbud.
                                                                                                                                              Direito Noturno.
 

Socialismo Científico


A produção econômica e a organização social, que dela resulta necessariamente para cada época da história, constituem a base da história política e intelectual dessa época ...
Com essa frase, Engels define o "materialismo histórico" , que é o próprio postulado em que se baseia o marxismo. Esse materialismo histórico, porém, não é, por sua vez, mais do que a aplicação, à história, de uma filosofia geral da natureza e do homem: o materialismo dialético.
(CHEVALLIER, 1999, p.294)

Independentemente da concepção ideológica que se possua, é necessário saber apreciar a importância dos estudos de Marx e Engels no campo da Sociologia. De forma inovadora esses pensadores propuseram uma análise minuciosa e racional da sociedade. Observando os escritos de Hegel, que defendia uma análise mais idealizada e afastada da realidade, Marx e Engels defendiam a necessidade de se fazer ciência de maneira mais próxima ao mundo, sugerindo intervenções.

Naquele período já havia uma ideia de socialismo dando seus primeiros passos com os pensadores Saint-Simon, Fourier, Owen. Eles compartilhavam a expectativa de um mundo mais igualitário, livre de exploração. Mas algo que eles possuíam em comum, e que Marx e Engels passaram a criticar era a noção de que a Revolução, o estopim para iniciar as mudanças viria de cima, das classes pensantes, pois o proletário não seria capaz de chegar sozinho à compreensão de que detinha o poder.

A dupla inovadora não aceitaria simplesmente concordar com ideias prontas. Muito pelo contrário, eles nos estimulam a pensar de maneira crítica, e primeiramente realizar uma análise para entender o mundo e seus processos, para a partir daí expor nossa opinião. É claro que há aqueles que discordam – e que bom que tenhamos opiniões distintas e que possamos expô-las – mas é de vital importância valorizar o método científico que Marx utilizou para chegar em suas conclusões.

Por outro lado, porém, reside nessas afirmações uma certa contradição. De modo que a metodologia utilizada por Marx é científica, e há uma série de elementos que comprovam isso, sua teoria atende pelo nome de Socialismo Científico, distanciando-se do Socialismo Utópico. Fica então o questionamento de quanto uma ideologia estaria presente em sua tese. Basta citar que em seus primeiros escritos o jovem Marx enxerga a Revolução como eminente e inevitável. Todavia ela não chega. Seria um equívoco em seu preciso diagnóstico?

Jansen R. Fernandes
1° Direito Diurno

Mais-valeria...


          Ter um emprego que paga muito bem, que tem horários super flexíveis, que deixa você trabalhar na sua casa, que deixa você tirar uma soneca depois do almoço em um lugar super confortável (a própria empresa disponibiliza), que tem uma sala de jogos para você se distrair quando se sente cansado de pensar e criar projetos parece perfeito. Mas, o que ninguém percebe é que esse é um tipo de exploração do trabalho, em que a mais-valia é completamente empregada. Isso porque, o que a empresa gasta com aquele trabalhador, que na grande maioria das vezes cria projetos milionários, não ganha o salário que deveria. A criação do trabalhador rende tanto para a empresa e para os donos que o que gastam com aquele trabalhador é ínfimo.

          Sendo assim, esse “trabalho perfeito” não é diferente de nenhum outro, a grande diferença é que o trabalhador se sente mais valorizado e diferenciado, o que mexe e ajuda na sua criatividade. O que Marx e Engels perceberam é que “a maneira que os indivíduos manifestam sua vida reflete exatamente o que eles são. O que eles são coincide, pois, com sua produção, isto é, tanto com o que eles produzem quanto com a maneira como produzem. O que os indivíduos são depende, portanto, das condições materiais de sua produção”. Essa frase conclui a lógica que esses super trabalhadores, que ilusoriamente se sentem especiais, então inseridos. Eles se sentem melhores que um trabalhador comum, mas o que eles produzem, proporcionalmente em dinheiro, é muito maior. Se o salário fosse proporcional com a produção, esse funcionário valeria muito mais para a empresa. 

Desirrè Corine Pinto- 1º ano Direito Noturno

Operário Quem





Operário Quem

E ouve-se a máquina a trabalhar
Dia e noite, noite e dia
Não sente mais dor nem apatia
Só trabalha sem parar

E a máquina não funciona sozinha
Fabricam-se os tecidos, as linhas
Dezesseis horas por um salário
Assim vive o operário

Fome?  Não tem mais fome
Alma? Também não tem
Nome? Ninguém sabe seu nome
É aquele operário. Operário quem?

O filósofo então escreveu
Um mundo em que trabalho é mais-valia
Só pode ser um mundo de tirania

E assim viram os estudiosos
A situação da classe trabalhadora na Inglaterra
Unam-se, disseram
Unam-se e governem sua terra!

E os dois disseram naquele momento
Que um mundo sem capital
Era um mundo sem sofrimento

Em que operário e patrão é tudo igual

Juliana Novaes Bueno de Camargo - 1o ano Direito Noturno

A diferença entre o materialismo dialético e histórico

Durante o século XIX houve a ascensão da classe burguesa e por conseguinte a instauração do capitalismo industrial. Karl Marx e Friedrich Engels criticam e formulam uma concepção filosófica chamada de materialismo histórico e dialético. Tendo como base Hegel, ainda que criticado, ao afirmar, negar e superar por meio de teses, antíteses e sínteses, os autores propõe a transmutação do capitalismo para socialismo. A partir dessa linha de pensamento, o fim do capitalismo se daria quando, no auge do sistema (afirmação), o germe autodestrutivo do capitalismo culminaria em uma forte crise resultando no seu fim (negação), surgindo um novo sistema, o socialismo (superação).
Apesar da metodologia e ciência empregada por eles, cuja crença nos países com maior desenvoltura econômica, como por exemplo Inglaterra e Alemanha, onde a revolução teria maiores chances de ocorrer, a mais famosa experiência socialista (materialismo) ocorreu na Rússia em 1917, onde prevalecia um sistema análogo ao feudalismo (sistema que antecede o capitalismo).
            Conclui-se a diferença entre o materialismo dialético e histórico em que o primeiro, fundamenta-se na ciência por meio dos fatos já ocorridos como caminho de supor o futuro, já o segundo configura-se no concreto, aquilo que ocorre de fato podendo ser diferente do que o materialismo dialético pressupõe.


Juliete Araujo Zambianco
1º ano Direito - Noturno

Introdução à Sociologia – Aula 07

Realismo Socialista

Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras; o que importa (agora) é transformá-lo.
MARX, K. A ideologia alemã. São Paulo: Hucitec, 1979. P. 111.

Para tornar mais claro o entendimento sobre o materialismo histórico dialético de Karl Marx, é necessária a compreensão do ´´monismo hegeliano´´ e as críticas que Ludwig Feuerbach apresentou sobre o esse conceito filosófico.

Hegel, por ser um filósofo idealista, afirmava em seus textos que a História se desenvolvia a partir do espírito do mundo, ou seja, que as ideias predominavam sobre a realidade. O monismo dialético, portanto, se compreende como: o espírito absoluto que se manifesta historicamente determinando a realidade.

Feuerbach modificou e transformou os estudos de Hegel, inventando o conceito de ´´materialismo dialético´´ Para o filósofo, a ideia, a maneira de pensar de uma população é fruto da História, mostrando que a compreensão de mundo, os preconceitos individuais são resultados do realismo histórico concreto não qual elas estão inseridas.

Marx, outro Filósofo alemão, retoma esse clássico materialismo de Feuerbach criando o ´´materialismo histórico´´ argumentando que a história pode determinar o pensamento e a consciência de uma população, entretanto ela é uma construção humana e pode ser modificada.

Marx afirmava que a história é traçada pelos indivíduos e, por isso, os problemas sociais também, são criados por elas. Nesse processo, instaura um abismo que segrega a elite econômica dos pobres alienados e oprimidos. Portanto, apenas os indivíduos são capazes de mudar essa realidade e consertar as injustiças sociais dos seres humanos.

Toda sociedade, independente do tempo e do espaço, é determinado por condições socioeconômicas e pela maneira de organização dos modos de produção. Desse modo, os interesse sociais são atrelados a interesses materiais, que, observando profundamente está ligado com à necessidade de sobrevivência do ser humano. Por isso, Marx afirma que o trabalho é uma necessidade humana.

Marx crítica os trabalhos de Hegel, porque defendia que é por meio do trabalho que os indivíduos transformam o meio natural e o mundo, sendo a realidade, resultado do trabalho humano diante de uma realidade natural contingente. O mundo é fruto da natureza modificada pelo trabalho, a realidade se altera, quando as relações de trabalho e produção sofrem alterações.

Os indivíduos são responsáveis pela construção da realidade, contudo, seu pensamento é fruo do contexto histórico em que se encontra. O único obstáculo à felicidade humana, segundo Marx, apenas sua condição real de vida, que lhe oprime e impede a sua concretização.  Portanto, para os seres humanos alcançarem a felicidade é necessária à dedicação para a promoção das alterações socioeconômicas uteis.

O desenvolvimento da História é marcado por forças de produção e distribuição de mercadorias, por isso a evolução econômica determina a evolução social, não qual há divisões entre classes distintas que se fundamentam a partir da distribuição de mercadorias provocando a uma desigualdade social. Desigualdade, na qual, leva a exploração trabalhista, que vendem sua força de trabalho para os donos dos meios de produção que buscam incessantemente o aumento de seus bens e riquezas.

Para Marx, não existe sociedade marcada pela propriedade privada que não apresente, essencialmente, desigualdade e opressão entre as classes sociais. O filósofo propõe uma sociedade livre dos meios de produção, sendo que até a terra pertenceria a todos, excluindo a necessidade e a possibilidade exploração de alguns indivíduos sobre outros.


A riqueza nessa sociedade seria dividida pela necessidade de cada pessoa, não havendo avidez por bens que serviria aos indivíduos e as suas respectivas necessidade e não o contrário e, assim, elas não seria escravas dos bens materiais.

Arthur Resende
1º ano de Direito (Noturno)
Introdução à Sociologia 

Marxfalda

Esse quadrinho do cartunista Quino é apenas um daqueles que apresentam uma abordagem crítica, alicerçada sobretudo no materialismo histórico e sintonizada com a necessidade de superação da sociedade burguesa, materialmente e ideologicamente. Essa personagem, Mafalda, sempre demonstra uma postura crítica em face dos comportamentos tanto da sociedade que a rodeia, quanto, de forma mais específica, de seus amigos, como, por exemplo, de Susanita, que é uma “burguesinha”, egoísta, racista e briguenta, que se preocupa mais com a aparência do que com os problemas do mundo; estando as duas em constantes conflitos. Nesse quadrinho, em especial, Mafalda, diante do diálogo que ouvira entre dois homens mais velhos pautado, basicamente, na descrença na mudança, se mostra preocupada ao pensar na ideia de que quando viesse a envecelher esse espírito de mudança pudesse se esmorecer. Tal como aconteceu com eles. Convida, então, seus amigos Manolito, Miguelito e Felipe a não deixarem que o mesmo aconteça com a geração da qual fazem parte.
        Diante disso, os dois senhores poderiam fazer o papel daqueles socialistas utópicos que enxergam a necessidade de mudança sem, contudo, compreender o momento histórico em que estão vivendo, pois se pautam em um sistema universal e definitivamente plasmado do conhecimento da natureza e da história. Enquanto Mafalda, tendo em vista suas características próprias: a crítica e a observação da realidade em que se encontra, se aproximaria daquilo que Marx e Engels buscaram fazer através de suas pesquisas científicas: analisar a sociedade e as relações engendradas pelo modo de produção. Através da dialética como uma base metodológica sólida e criteriosa para compreender o momento em que eles estão vivendo, a singularidade do capitalismo e os caminhos possíveis para a transformações. Portanto, a suposta “previsão”, base de muitas críticas a Marx, em verdade, é consequência da análise da realidade e de muitos anos de pesquisas.

  Não basta, então, que os antagonismos sejam compreendidos pela razão, é necessário que as condições estejam dadas e essa transformação tenha se transformado em uma necessidade. Mafalda enxerga essa necessidade e se preocupa em vir a se tornar inerte a ela. Por isso o esforço para mundar o mundo, para que esse não a mude primeiro. Ou seja, antes que a mudança ocorra.


Yasmin Commar Curia
Primeiro ano do Direito - Noturno