domingo, 5 de julho de 2015

O socialismo científico nos tempos modernos

   Friedrich Engels, em sua obra “Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico”, distingue essas duas vertentes (utópica e científica) do socialismo. Segundo esse sociólogo, os defensores da primeira acreditavam que o socialismo seria implantado como resultado de uma vontade. Já os adeptos da segunda, entre os quais o autor se encontrava, acreditavam que a implantação deste seria inevitável, pois chegaria um momento em que as tensões entre burguesia e operariado se tornariam tão intensas, que o proletariado iria se rebelar contra as enormes atrocidades praticadas contra ele durante tanto tempo.
     Ele defende que o socialismo verdadeiro só poderia resultar de uma análise profunda da realidade, que conseguisse, por meio da razão, criar soluções práticas para a situação da época; e afirma que os socialistas utópicos usavam como método a metafísica e não se baseavam em uma análise da realidade. Como deixa claro em sua obra, o socialismo utópico não tinha embasamento para mobilizar os operários.
     Houve algumas tentativas de implantação do socialismo no mundo moderno, dentre elas se destaca a que ocorreu na Rússia. Foi feita uma revolução socialista nesse país e em seus vizinhos, o que os transformou na URSS. Apesar de ter sido efetiva em alguns aspectos, essa revolução não conseguiu atingir o que Engels propôs. Um dos motivos claros de tal fracasso foi o fato de esse socialismo ter sido implantado seguido do fim do feudalismo, sem que o capitalismo se consolidasse efetivamente. Ou seja, pulou uma das etapas naturais propostas por Engels em sua obra.
     Se, porventura, a revolução socialista tivesse ocorrido em um país que estivesse em um estágio avançado do capitalismo e fosse detentor de um grande poder econômico, como a Inglaterra na época, ela poderia ter tido êxito, e o socialismo ter sido implantado. Contudo, não é possível saber, os tempos mudaram e hoje não se vê mais uma classe, como o proletariado da época, que tenha esse potencial de revolução. Mesmo as classes contra as quais são praticadas enormes injustiças não têm interesse em transformar o sistema vigente, elas somente têm anseio por participar do lado privilegiado dele, do lado rico.

Beatriz Mellin Campos Azevedo
1º ano - Direito Diurno


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