domingo, 5 de julho de 2015

As infinitas necessidades humanas.

Ao se transferir  para Universidade de Berlin, onde Hegel foi professor e reitor, Marx entrou em contato com as obras de Hegel, sendo um dos "jovens hegelianos",  a partir daí direcionando seus estudos para a Filosofia.Na obra de Hegel ,encontrou suporte para seus pensamentos e conclusões,.Nessa perspectiva, Marx ,como profundo conhecedor da obra de Hegel, contesta alguns pontos de sua obra..Hegel  baseava sua filosofia na idéia , fruto do pensamento racional e ,portanto, real..A filosofia de Hegel fundava-se na realidade abstrata e idealista.Marx defendia a Filosofia incidindo na realidade, através de dados concretos,estatísticos.
Marx conseguiu perceber a importância do trabalho como fundamento da história da humanidade. Sendo o homem um ser social, seu desenvolvimento básico se faz através do trabalho ( produção).sendo este o determinador das funções da pessoa no agrupamento social.Portanto, Marx era funcionalista.
Para Marx, as atividades material e comercial do homem influenciam diretamente sua produção de idéias, de representação e consciência Enfim, para Marx, o entendimento da história é o fundamento para o progresso da dialética, isto é , o concreto, o real, é resultado de um processo dinâmico de choques permanentes entre os opostos.
Engels,,burguês industrial, conheceu de perto os mecanismos da economia capitalista e  a realidade das péssimas condições  dos trabalhadores das industrias inglesas do século XIX ,Conhecedor das idéias de Marx ,aproximou-se deste , e foi  Engels, fundamental para a obra “ O Capital”,uma das principais obras do socialismo; não só forneceu os “materiais positivos” –dados reais – mas também transmitiu,por prática,  os seus profundos conhecimentos sobre o capitalismo ,além de ser patrocinador de Marx..Foi Engels ,uma espécie de “ mecenas’ de Marx, Depois da morte de Marx, foi Engels  que contestou os interesses dos  oportunistas do  denominado socialismo utópico, muito difundido ,inclusive  nos meios acadêmicos por pseudo intelectuais ,cujos objetivos foram distorcidos do socialismo científico .
A base de qualquer sistema econômico tem sido a  propriedade. No século XIX , era a propriedade dos meios de produção.Mas os meios de produção sempre foram resultado  daqueles que possuíam  capacidade de fato de produzi-los através do conhecimento.Não diferentemente, a sociedade atual tem como base de seu sistema econômico a propriedade do conhecimento.E o que impulsiona o conhecimento são as necessidades ilimitadas do homem e os recursos limitados para supri-las.Em outras palavras, o homem jamais estará satisfeitoUma das necessidades básicas do homem, segundo Maslow,  relaciona-se a sua auto estima, a sua capacidade de se realizar e ter sua realização reconhecida pelo seu grupo social O reconhecimento deve ser traduzido de alguma forma, ou através de privilégios ou através de recompensas.O reconhecimento é uma necessidade imanente ao homem  e estímulo para o desenvolvimento do  seu conhecimento. Desta forma,  a vaidade humana ,como ser social ,não permitiria que aqueles que detivessem o conhecimento ,fundamental para suprir as necessidades dos demais, não fosse de alguma forma recompensada, o que ,naturalmente, geraria a meritocracia e a desigualdade.Inclusive na busca desse reconhecimento é que a maioria daqueles que se dizem comunistas, defensores de uma sociedade de iguais, não surpreendentemente , buscam os mesmos privilégios , ainda que indiretamente,  daqueles  que outrora estavam no poder, em outras palavras , as mesmas metas da  burguesia. Aqueles que não são dotados da capacidade de conhecimento , portanto não proprietários dele, são  seus meros locatários ,pagando  de diversas formas, os benefícios por terem algumas de  suas  infinitas necessidades atendidas pelo conhecimento de terceiros.
A grande “sacada’ de Marx foi traduzir o progresso social através dos conflitos de classes ao longo  da história da  humanidade como fator determinante de explicação da realidade vivida.. Todas as classes , de certa forma, procuram satisfazer a necessidade de  seu reconhecimento dentro da sociedade. A liberdade, defendida por Stuart Mill, que viveu intensamente todo o produto da Revolução Industrial, geraria  naturalmente o conflito e a diversidade de idéias e propostas,  o que levaria ,indiretamente, na busca da verdade e da justiça, promovendo o progresso e a reforma social. O que é a verdade e a justiça senão a igualdade de oportunidades para ser reconhecido perante os demais?


Eduardo S Guercia-  Direito Noturno

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