Nascido
no século XX, na França, o sociólogo Émile Durkheim expôs conceitos e ideias que permaneceram vivos e se
recriam na sociedade atual. Ele se preocupou fundamentalmente com a coerção da
sociedade, e deixou uma obra ilustre , fonte de inspiração para muitos
sociólogos até hoje.
Precipuamente,
o filósofo sustenta que o fato social não se vincula exclusivamente á
satisfação das necessidades sociais imediatas. Isto se liga de maneira direta á
questão da pena de prisão na nossa sociedade. Para o filósofo, isto não seria
correto, seria apenas uma correlação direta, pelo viés da moral, já que sua
função não deveria ser punir o indivíduo de maneira reta e imediata, mas o
seu objetivo consistiria em irradiar para o restante da sociedade o perigo da
ameaça ao seu equilibro, á coesão social, ou seja, todos deveriam compreender com
tais exemplos que não se deve prejudicar a estabilidade social.
Tal
concepção pode ainda se relacionar juntamente com o ensino escolar na sociedade
vigente, o qual incute ideologias nos alunos de acordo com a ordem que se posta
no momento, para gerar um conformismo e evitar a negação de tais valores e a revolução,
mantendo, assim, a imobilidade social.
Ademais,
o francês contrapõe o positivismo e o finalismo á sua teoria ao afirmar que a
sociedade está do modo que se apresenta pelo fato das instituições terem um
funcionamento ruim, criando fatos sociais desfavoráveis. Isto é, quando as
instituições dão espaço a certos fatos sociais não legais , o que ocorre quando
são falhas e facilitam a busca pelos meios contra á lei, surgem fenômenos sociais
negativos. O que está explicitado na dialética da malandragem presente no país,
ou no mais conhecido “jeitinho brasileiro”, retratado na obra “Memória de um
Sargento de Milícias de Manoel Antônio de Almeida, a qual caracteriza grandemente este modo de agir informal amplamente aceito, que se vale de
improvisação, flexibilidade, criatividade, enganação e trapaças”.
Outrossim,
ele também sustenta o fato das instituições ou práticas não surgirem do nada,
mas de necessidades que se vinculam ao ordenamento geral do organismo. Para ele,
não basta que os indivíduos queiram algo, mas, sim, que surjam explicações
internas que condicionem os fenômenos. Na verdade, são mais que necessidades, é
um meio para a sobrevivência, para evitar fraturas dentro de um contexto social.
Em resumo, é preciso o perigo da quebra do equilibro social para que haja
mudança. Isto se vale para a homossexualidade, como para a conquista dos
direitos das mulheres e para o racismo, entre outras conquistas. Na qual, exigências sociais
surgiram, e assim, para evitar rupturas, foram aprovados, respectivamente,
o casamento gay, a igualdade de gêneros, entre outras medidas transformadoras.
E, dentro desse contexto, também deve se ressaltar a
densidade dinâmica, a qual se define pelos vínculos mais comuns ( padrões de
condutas que sustentam o equilíbrio da vida social, marcando a essência da vida
coletiva),também entendida como o coeficiente das relações sociais .Dessa forma,
á medida que a sociedade evolui, devido o papel preponderante da ciência, ela
vai engendrando novas condições sociais
, o que leva a surgir novas formas de agir. O que pode ser observado
em todas as revoluções , no que tange á inovação da produção, ao longo da
história, como por exemplo, 1ª Revolução Industrial, 2ª Revolução Industrial e
a 3ª Revolução-Tecnológica ou Científica. Ao passo que elas ocorriam, não só
mudava o método de produção, mas também todas as relações sociais abarcadas
pela indústria, influenciando no modo de se vestir, de se relacionar e de levar
á vida como um todo.
Assim,
conclui-se que nas relações contidas na pena de prisão, no ensino escolar
brasileiros, na dialética da malandragem, na homossexualidade, nos direitos das
mulheres e também no racismo há conceitos nos quais podem ser totalmente aplicadas os ideias do sociólogo, o que mostra que ele ainda permanece vivo na sociedade atual.
Maria Izabel Afonso Pastori- 1º Ano- Direito Noturno.