sábado, 20 de junho de 2015

Como manter a organicidade de Durkheim?


 O filósofo francês, Emile Durkheim, discute em suas obras os princípios do Funcionalismo. Essa corrente de estudos consiste em enxergar a sociedade como um organismo, com consciência própria, onde cada instituição e individuo devem cumprir sua função afim de se manter o equilíbrio, coesão e harmonia social.

Dessa forma, com o advento da contemporaneidade, da urbanização e das frequentes interconexões entre os homens nas metrópoles, aumentou-se a interdependência entre eles. Conforme discutido pelo filósofo, essas interconexões são chamadas de “solidariedade orgânica”, na qual cada célula social cumpre sua função afim de manter uma organicidade.  

Porém, há funções sociais a serem cumpridas consideradas degradantes e humilhantes, que na maioria das vezes são destinadas a classe “excluída”, ou seja, a classe que ficou à margem, e tenta se incluir economicamente na sociedade. No entanto, eles se integram economicamente, mas se desintegram moral e socialmente. São exemplos esclarecedores, os trabalhadores dos grandes centros urbanos, dos lixões a céu aberto e das empresas de limpeza terceirizadas.

Vale ainda ressaltar que inúmeras vezes esses trabalhadores são vítimas do fenômeno social conhecido como “invisibilidade social”. Conforme discutido pelo estudante da USP, Fernando Braga, funções degradantes como de garis, lixeiros, e “faxineiros” são essenciais para a manutenção da organicidade da sociedade, porém são dificilmente reconhecidos. Esses trabalhadores são quase sempre invisíveis aos olhos de quem os encontra. Isso intensifica o sentimento de inferioridade, de injustiça devido a função social que exercem.


Não obstante, é necessário que essa classe tenha oportunidades de ascensão moral e social, muito mais do que econômica. Para isso, são necessárias políticas públicas que proporcionem e facilitem a educação crítica, como cursos técnicos, financiamentos estudantis e oportunidades de emprego formal, que possam garantir dignidade, um valor intrínseco e inalienável do homem, a esse grupo que exerce função social degradante.

Heloísa C. Leonel
1º ano Direito Diurno

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