domingo, 10 de março de 2013

                                  O cartesianismo aplicado no mundo atual.

            A ruptura causada por Renée Descartes em meados do século XVII, no que se diz respeito ao modo de compreensão e transformação do mundo, repercutiu de tal forma que até hoje há efeitos claros dessa linha de pensamento. Era evidente a posição de Descartes com relação à necessidade de utilizar a ciência como mecanismo não só de compreensão, mas também como modificadora das coisas ao seu redor, e isso é perceptível na sociedade globalizada atual, onde a dúvida é instrumento para um constante avanço, seja ele científico ou social.
            As relações humanas e científicas apresentam-se cada vez mais interligadas e intensas, levando a um aprofundamento no conhecimento adquirido. E esse ponto, também levantado por Descartes, leva à hiperespecialização, ou seja, o todo dividido em menores partes para um estudo mais elaborado, que hoje é presente em todos os setores da sociedade, desde uma loja de roupas até uma multinacional.
            Além disso, o fato de Descartes utilizar primariamente a razão como forma de entendimento do mundo, em oposição a outras até então vistas como base do conhecimento, como a alquimia e religião, leva a uma certa contradição. Isso porque o filósofo não se afasta da ideia de um criador, utilizando inclusive seu método para tentar explicar a existência divina. Essa é uma discussão que até hoje gera debates, principalmente entre religiosos mais conservadores e cientistas por todo o mundo.
            Conclui-se, portanto, que Descartes, além de influenciar radicalmente a sociedade em que vivia, quebrando paradigmas até então vistos como primordiais, contribuiu fundamentalmente para a formação dos ideais vigentes até hoje no mundo.

Rodrigo Nadais Jurela - Direito Noturno

A Onipresença do Método Cartesiano

Segundo René Descartes, o ponto principal para a busca do conhecimento é o ceticismo, o eterno duvidar. Para isso seria necessário desvincular-se de concepções pré-estabelecidas e analisá-las sob uma ótica totalmente racional, sem a interferência tanto da imaginação, quanto dos próprios sentidos, uma vez que estes são limitados.

Diferentemente do método cartesiano, o método empírico, proposto por John Locke, defende que a mente humana é uma tabula-rasa sobre o qual é gravado os conhecimentos, ao longo dos anos, obtidos através das sensações, dos sentidos. Esses dois métodos, apesar de serem contraditórios, se opõem ao racionalismo, segundo o qual o homem nascia com ideia inatas.

Por certo, o método cartesiano se sobrepõem ao empírico, afinal os cinco sentidos limitam o horizonte e podem, por vezes, se equivocarem, como na famosa pintura de René Magritte em que há um cachimbo desenhado e logo abaixo a frase " Ceci n’est pas une pipe" (isso não é um cachimbo), pois a pintura é a representação de um cachimbo e não ele si, é impossível, portanto, enche-lo de fumo.

Atualmente, o método cartesiano é o mais adequado, pois permite, nas várias ciências, a possibilidade da melhor análise de uma informação. René Descartes, com "O Discurso sobre o Método", revolucionou o o fazer científico e seu trabalho ecoará pela eternidade.

Karina Barbosa de Lima - Direito Noturno

          A verdade política sob a ótica de Descartes

Os princípios de raciocínio utilizados por René Descartes,como a busca incessante pela verdade das "coisas",não apenas pela falsa verdade mas pela verdade "real" daquilo que se apresenta,estão sendo negligenciados por uma parcela da população quando nos deparamos com situações iguais as que vemos no cenário político brasileiro.Políticos corruptos apresentam-nos falsas verdades e uma parte da população por inércia permite-se a aceitar tais verdades , sem o trabalho de pensar e descobrir se aquela é a verdade "real",como propõe René Descartes em seu livro "O Discurso do Método".
Para tais pessoas que permanecem na inércia,a leitura e reflexão dos textos de René Descartes ajudaria estas a votar com maior clareza , para que depois políticos corruptos não precisassem tentar provar suas falsas verdades e poderiam cumprir seu trabalho com a funcionalidade intelectual proposta por Descartes ao guiar seu raciocínio.Pois segundo a máxima de Descartes "Eu penso, logo existo" , políticos medíocres de pensamento não existiriam em nosso cenário político.


Renan Rosolem Machado - 1º ano Direito Diurno

A Razão como orientação para o método científico de Descartes


     Em seu livro "Discurso do Método"  o filósofo francês René Descartes utiliza como base de seu pensamento a razão para conseguir superar as supertições do século XVII  e alcansar o conhecimento e a verdade. De acordo com ele, esses elementos poderiam ser adquiridos por meio de um método científico guiado pela experiência e liberto de sentimentos, o qual nos permitiria desconfiar do conhecimento que nos é transmitido pelo hábito, definido por Descartes como sendo "enganos que ofuscam a nossa razão e nos tornam menos capazes de ouvir a razão". O princípio fundamental de seu novo método era a dúvida. Por meio do pensamento de que nada é incontestável, René Descartes realizou questionamentos das verdades que até então eram impostas a sociedade, para descobrir e compreender quais afirmações eram falsas. Entretando, o filósofo não questionou a figura de Deus, pois acreditava em sua existência.
     Partindo do princípio de que a dúvida é o caminho para pesquisar a verdade, e a razão o guia para alcança-lá, o filósofo francês descarta o uso da imaginação e dos sentidos em seu método científico, afirmando que a razão não nos sugere que tudo o que vemos ou imaginamos seja verdadeiro, mas sim que as nossas ideias contém um fundamento de verdade. Com isso, Descartes rompre com alguns dogmas antigos e, concomitantemente, inicia uma nova ciência e filosofia moderna.

Bianca da Silva Fernandes Bastos
1º ano direito noturno

Rompendo dogmas, mitos e o tempo

  Romper com o misticismo e o dogmatismo como passo para se alcançar o verdadeiro conhecimento, além de instituir o questionamento como unica forma para tal. Esta ideia se estabelece como ponto principal no pensamento de René Descartes, a partir de sua obra "Discurso do Método".
  Guiado por sua desconfiança sobre verdades estabelecidas como absolutas e, inquestionadas até então,  o pensamento de Descartes cria uma nova corrente denominada racionalismo, na qual a razão é a base para se atingir um conhecimento rigoroso em detrimento dos maus hábitos e ilusões criadas pelos sentidos. Como forma de influenciar outros pensamentos, o pai do racionalismo coloca-se fora do propósito de estabelecer um método que cada qual deva conduzir sua razão, mas somente demonstrar os caminhos percorridos para conduzir o próprio pensamento.
  Pautando-se da ideia de que para se atingir o conhecimento elevado é necessário ir por etapas, Descartes inicia seu pensamento de níveis mais simples,  até que se atinja o conhecimento complexo. Desta forma, fica claro em seu pensamento que para chegar à "verdade científica" exige vencer as próprias convicções.

 Ainda no campo de seu pensamento, Descartes ignora certos dogmas criados pela Igreja, mas insiste na ideia de que Deus é fundamental para a adequação do pensamento evidente (verdadeiro) e a realidade, conferindo assim validade ao conhecimento. Sendo assim, os erros cometidos pelo homem resultam de um uso descontrolado da vontade, quando esta se sobrepõe a razão.
  Desta forma, o pensamento de Descartes encontra-se à frente de seu tempo, rompendo com a alienação imposta por grupos dominantes e buscando o conhecimento a partir das próprias noções. Seu trabalho revolucionário influenciou em muito o avanço cientifico, principalmente na área da matemática, suas teorias criaram uma nova visão de mundo para a época e continuam influenciando até os tempos atuais.
Ricardo de Carvalho Mendes Jr. - Direito diurno

Importância e influência de Descartes na atualidade

     O "Discurso do Método" de Descartes é um marco e referencial não só pra a filosofia, mas para inúmeras áreas do conhecimento humano. Sua ideologia, ao contradizer o pensamento medieval, além de enraizar importantes preceitos na moral atual, permitiu a criação e avanço de diversas técnicas, como é o caso do venerado método científico.
     Apesar desses grandes efeitos e incontáveis frutos, ainda nos dias de hoje, são cotidianas ações impulsivas e que faltam com a reverência pela lógica, questionamento e auto reflexão presente em muitos parágrafos de sua obra. Descartes não afirma uma idealização dos fins, mas ressalva a importância do foco no objetivo como variável de peso capaz de nortear ações, conferindo-lhes maior efeito e significado.
    Visto isso, desmembram-se diversas reflexões, como:
- Um sujeito que diz ter objetivado a ajuda ao próximo, lhe entrega 2 reais. Apesar de aparentemente altruísta, será que tal quantia resolveu o problema do necessitado? Será que de fato ajudou e o tirou daquela condição? Ele tem a certeza que outros farão o mesmo para de fato o auxiliar? Ou talvez apenas atuou na consciência do sujeito em questão? Apenas comprou uma consciência limpa e felicidade por míseros 2 reais? Será que tal ações não atuaram mais num alívio emocional do que num auxílio efetivo que primeramente, era seu objetivo? Deste modo, vemos que a falta de clareza mental e reflexão permitiu que o indivíduo se afastasse de seu objetivo se contentando com caminho conveniente e fácil, conferindo às suas ações e objetivos, carácter antagônico.
     Independente de quaisquer particularizações e equívocos argumentativos presentes na obra, o fato é que ela é capaz de impor diversos aprimoramentos conceituais. E Descartes foi e ainda é, de extrema importância e necessidade para a formação de conceitos e ideologias presentes nos dias de hoje. Ela ajuda à: "remover a terra movediça e a areia, para encontrar a rocha e argila" no emaranhado de destacadas leis e falsas verdades à nossa volta .

João Victor Cruz1º Ano Direito Diurno/Noturno.

A racionalidade e o muro


   O muro de Berlim, construído em 1961, foi erguido com o objetivo de separar fisicamente os dois lados da Alemanha que se dividia entre o capitalismo e o socialismo. Anos mais tarde, com o fim da Guerra Fria, o muro foi quase que totalmente destruído, sendo conservados apenas alguns trechos com uma finalidade simbólica, a fim de que servisse como memória viva da história de que fez parte. Nos últimos dias, no entanto, os trechos do muro de Berlim que ainda encontram-se de pé tem sido ameaçados pela construção de uma zona habitacional de luxo na capital da Alemanha. A construtora responsável pelo projeto já iniciou a derrubada do muro, por considerá-lo um empecilho que poderá prejudicar o que realmente importa à construtora, isto é, o seu próprio empreendimento.
   Assim como ocorreu com o significado do muro de Berlim, ocorre com a teoria da racionalidade. René Descartes em seu livro “O Discurso do Método” defende a ideia de que a racionalidade, embora seja defendida e declarada por muitas ciências, é na verdade um conceito que pode ser variável. Assim como o muro de Berlim passou pelos estágios de significância como marco da divisão entre dois mundos, registro histórico e por fim apenas um obstáculo material, a racionalidade também pode variar conforme o contexto histórico e social em que esteja inserida. Por esta aparente inconstância, Descartes ainda que defenda a racionalidade, utiliza-se de uma “moral provisória” para buscar o conhecimento mais efetivo, a fim de que a cautela e o comedimento sejam instrumentos de proteção contra a volubilidade das ciências e dos homens. Desta maneira, é possível evitar uma ruptura radical com os valores já conhecidos e adotados, e consequentemente impedir um grande desvio de conduta e pensamentos na busca pela verdade.


Dianety Silva - 1º ano Direito diurno

Equilíbrio racional

          René Descartes instiga o seu leitor a refletir sobre suas ideologias, a partir da própria experiência do autor. O francês, ao inaugurar uma nova forma de pensar, abre as portas das teorias dogmáticas, buscando uma perspectiva de racionalidade científica.
         Sempre muito atual, a sua filosofia se encaixa também no contexto do mundo globalizado de hoje. O constante duvidar de Descartes reflete a dinamização da ciência moderna. Assim como o autor ao destruir opiniões mal alicerçadas procura persistentemente fundamentar verdades, as pesquisas científicas, nunca inertes, se entregam na busca do conhecimento sólido e fiel à realidade.
         Com o "Discurso do Método" é possível disciplinar as ideias e impor-lhes regras. O auto adestramento permite vencer a si mesmo e aceitar a ordem dos fatos, desencadeiando em maior controle sobre os próprios pensamentos e alimentando a vontade de transformar o mundo.
        Dessa maneira, o bom senso fortalece a auto confiança e prepara o homem a encarar as diversas circunstâncias da vida. Sabendo discernir o certo do falso e tendo firmeza em suas ações, o ser humano não se permite influenciar pelas ilusões fugazes, mantendo o seu equilíbrio em permanente harmonia com a natureza de sua razão.

Descartes

Descartes aplicado no século XXI


     O homem é um ser racional, o único capaz de criar, transformar aquilo que está a sua volta, através do conhecimento que possui sobre determinado local ou objeto. Durante muitos séculos a busca pelo conhecimento verdadeiro foi assunto de grande relevância para os grandes pensadores do passado. Para o filósofo René Descartes essa busca ocupou considerável período de sua vida, que culminou com um tipo de fórmula criada por ele para, supostamente, auxiliar na busca pelo conhecimento. Sua obra “O discurso do Método” é uma espécie de tutorial para aqueles que desejam racionalizar o pensamento, e assim compreender melhor o mundo e os próprios seres humanos.

     Descartes decide ir contra os métodos tradicionais de estudo da época (século XVII) e ainda jovem decide rever tudo o que julgava certo e revisar minuciosamente suas ideias através de uma prática desenvolvida por ele mesmo para chegar ao conhecimento verdadeiro. Esse método possui alguns pontos em comum com a maneira como a sociedade atual organiza e explora o conhecimento, como por exemplo, a divisão em parcelas de um problema para se chegar a um resultado final.

     As ciências foram divididas e classificadas em diferentes grupos, aparentemente sem conexão entre uns e outros, e estes grupos divididos novamente em subgrupos, e assim por diante. Porém, diferentemente do que propunha Descartes essas parcelas não se somam quando os problemas são resolvidos, gerando uma fragmentação do conhecimento e a consequente alienação de grande parte da população.

     O filósofo também estabelecia como parte fundamental de seu método que todas as ideias deveriam ser metodicamente analisadas e só quando não houvesse mais dúvidas de sua veracidade é que esta seria aceita como verdadeira. Contudo, o que pode ser observado atualmente é que a mídia detém o poder sobre a distribuição das informações. Sobretudo na sociedade brasileira, o que é noticiado na mídia muitas vezes é tido como incontestável, empobrecendo não só a capacidade de análise crítica da população, mas também facilitando problemas como os recorrentes escândalos políticos, uma vez que vários setores da sociedade não se importam, ou não tem esperanças de que a situação possa ser diferente.

     Descartes também afirma que para se chegar ao conhecimento é necessário utilizar apenas a razão e esquecer aspectos que não tenham explicação racional, como a astrologia, alquimia, etc. Contudo, os efeitos de uma sociedade pautada no cientificismo é sentido por nós há algum tempo: altos índices de violência, desigualdade social, suicídios... À medida que o homem perde o seu lado poético ele entra em declínio consigo mesmo e coloca em risco a sobrevivência de sua própria espécie.

     O ser humano é um equilíbrio de forças racionais e emocionais, fadado a viver em grupo, exigir dele que esse equilíbrio seja fortemente deslocado para qualquer um dos dois lados é provocar a longo e médio prazo que a população entre em colapso.

Mundo Inteligível

      Descartes elaborou em seu "Discurso do método" pensamentos e reflexões que perduram alguns séculos e podem se encontrar presentes em diversos campos do mundo contemporâneo como, por exemplo, a maciça fragmentação do conhecimento ocorrida, principalmente, após a divulgação de suas máximas.
       A obra do autor baseia-se na inegável elevação da razão como meio para se obter as mais diferentes verdades. Ao contrário de muitos dizeres populares tal como a fama de que "toda loira é burra", Descartes clama que ninguém é mais racional que outra pessoa, o que se difere nos indivíduos são as direções, ou seja, os fins para que se utilizam a razão.
        Deve ser ressaltada ainda, a preocupação do autor quanto à prática. Ele prefere o raciocínio corrigido de um leigo que errou e buscou, assim, melhorar suas ideias ao de um sábio que passa diversos anos escrevendo uma obra "entre 4 paredes". Talvez por isso ele ressalte suas viagens feitas, já que queria "ser ator e não expectador" além de aprimorar sua percepção da vida e de outras culturas.
         Seu método foi reduzido, para se facilitar a compreensão, a basicamente 4 dispositivos. Primeiramente, é necessário partir-se sempre da premissa do erro, ou seja, é preciso duvidar sempre. Logo em seguida, deve-se fragmentar o objeto da pesquisa, além de fazer uma análise gradativa dos dados. Por fim, se faz necessária a revisão. Tal método sofre críticas nos dias contemporâneos devido, principalmente, à elevada especialização dos trabalhadores gerando seres cada vez mais alienados.
           Por fim, cabe analisar a parte metafísica da obra. Descartes deixa claro que deve haver um Deus maior e perfeito em todos os sentidos quando afirma que "pensamentos não são superiores a mim, pois são frutos de minha natureza. O mais perfeito é uma consequência do menos perfeito. Há um ser mais perfeito que eu o qual dependo e recebo tudo o que possuo."
Descartes e a filosofia moderna

Nascido na Europa,René Descartes é também chamado fundador da filosofia moderna.Após estudar os livros antigos e filosofia,Descartes conscientizou-se de sua própria ignorância.Racionalista convicto,segundo ele a razão era a única fonte segura de conhecimento.
Em sua pesquisa pela verdade,Descartes estabeleceu como premissa a ideia segundo a qual não devemos considerar nada verdadeiro.Segundo ele,não se deve confiar nos sentidos,pois assim como não há diferença entre o estado acordado e o sonho,os sentidos podem enganar.
Ao duvidar de tudo,Descartes chegou à conclusão de que se ele duvidava,ele pensava.E se ele pensava,era porque era um ser pensante.Desse modo,o primeiro princípio de sua filosofia era:penso,logo existo.
Ao refletir sobre o que é um ser pensante,Descartes procurava a origem da ideia de um ser perfeito.Segundo ele,tal ideia só poderia ter vindo de um ser perfeito,ou seja,de Deus.Para Descartes,a existência de Deus era tão clara quanto qualquer demonstração matemática.
Além de afirmar a existência de Deus,Descartes acreditava na existência da alma.Para ele,o homem era um ser dual,que pensa e ocupa lugar no espaço.

Thaís Ferrari Bastos - Direito diurno

Meu pensamento atual na visão de Descartes

     Eu, sendo angolano, tive uma experiência importante na medida em que o povo, foi se libertando de uma guerra que levou muita gente inocente e que hoje vive à socializar-se e participar das decisões globais. Eu procurei ser diferente no desenvolvimento que se vivia, de uma maneira imaginária e útil para o povo angolano. Isto foi uma mera realidade obtida e vivida no momento da minha vida pessoal e queria partilhar convosco este momento verídico e social. Isto tudo que foi dito, aconteceu sim, mas nós angolanos demos prioridade a reconstrução humana que se enquadra numa organização social e cultural. Onde podemos ter um denominador comum em que o povo decide os seus objetivos, fazendo o uso da racionalidade, respeitando e obedecendo o que foi estabelecido como norma vigente. E que todos se sintam livre no cumprimento dela, mas não está acontecer devido a hipocrisia que se vive em angola na minha visão racional espero ser bem entendido.
   Portanto hoje a sociedade vive acurralado com as opiniões, devido a grandes referencias politicas 
não serem transparente nas suas publicacões para o bem do ponto. Isto me levou, a se retirar do pais porque eu não compactuava com as ideias hipócritas dos políticos e dirigentes do meu pais espero que Deus ilumine o meu caminho para contribuir numa visão verdadeira para poder organizar no meio de tantas circunstancias onde muitos haviam posto Deus de lado mas que ela existe sim. Peco a vocês que esta minha visão não venha trazer problemas na sociedade atual em que vivemos.   

O Método de Descartes Hoje

René Descartes, em seu "Discurso do Método", expõe um ponto de vista estritamente racionalista e questionador em relação ao mundo e à filosofia estudada até então. Rompendo, principalmente, com o misticismo e o dogmatismo, Descartes traz o pensamento humano exclusivamente ao plano terreno, primando pela capacidade de instrumentalizar a filosofia a fim de mudar, constantemente, o meio no qual vivemos.
Partindo desse princípio, opunha-se fortemente ao ensino tradicional da época - baseado nas ideias de pensadores os quais, segundo Descartes, traziam à tona apenas a irônica "visão de mundo" daqueles que se isolavam em suas salas e, com grande vaidade e presunção, interpretavam a natureza e a sociedade a seu bel-prazer.
Traçando um paralelo entre o Método de René Descartes e o caos social instalado no contexto atual, podemos considerar válido que houvesse uma tentativa de restauração da sociedade por meio das ideias lançadas em seu Discurso.
Tendo em vista que os governantes, passíveis de serem comparados aos filósofos clássicos, lançam mão de reformas e leis para, por exemplo, pacificarem uma favela - estando completamente isolados dos problemas e carências que a atingem -, chegamos à conclusão de que uma reavaliação das normas e conceitos vigentes, acompanhada de uma visão crítica e consciente sobre o caso em questão, seria a melhor forma de abolir a teorização das soluções e tornar as ideias realmente dignas de serem postas em prática.
Uma observação alienada e distante de um fato social, posteriormente seguida de uma tentativa fútil e teórica de solucioná-lo, não surtirá efeito. Tomemos, portanto, contato verdadeiro com as questões enfrentadas pela sociedade como um todo para, de forma racional e plausível, retomarmos nossos conceitos e instrumentalizarmos nossas ideias como verdadeiras transformadoras do mundo.

- Iara da Silva, Direito noturno

Racionalismo cartesiano como controle da “Vontade Pessoal”


Com as Grandes Revoluções Burguesas do século XVIII, que combateram a irracional sociedade feudal e impuseram o modo de vida de uma nova classe social em ascensão, cada vez mais a sociedade tem se mostrado materialista e racional. René Descartes, pensador do século XVII, conhecido por sua desilusão com a contemplativa Filosofia Clássica e por defender que todo o conhecimento provém unicamente da razão - desprezando assim os sentidos na construção do saber - foi um dos intelectuais que influenciaram a concepção desse novo mundo tão limitado e paradoxal por essência, haja vista que é composto por indivíduos que são complexos e não inteiramente racionais.
Essa organização social que fora construída há 2 séculos atrás é uma sociedade onde as relações produtivas e sociais desprezam a pluralidade dos homens, fazendo com que os indivíduos tenham que vencer a si mesmos em prol da hiper-racionalidade (ou “Vontade do Mundo” como denomina Descartes) que não lhe é natural. Logo, é uma organização autoritária, alienante e que impede a expressão individual.
Deve considerar-se que esse desprendimento da própria humanidade é uma tarefa árdua e que envolve muito estudo, reflexão e por vezes até fuga da realidade como o próprio filósofo discursa em sua obra, fatores esses que evidentemente não fazem e nunca fizeram parte da realidade de toda a coletividade que mal consegue suprir suas necessidades primitivas. O pensador acredita que não existem pessoas mais racionais que outras, mas que as pessoas apenas guiam seus pensamentos por caminhos diferentes; entretanto nos dias de hoje, exigir que a classe trabalhadora, por exemplo, que vende sua força de trabalho diariamente e é vítima dos mais diversos tipos de exploração, recuse o conforto que a fé, o misticismo e os sentidos provêm é no mínimo injusto. Um filósofo que vive do ócio e um trabalhador não possuem a mesma possibilidade de aderir ao racionalismo extremista cartesiano.
Fica claro que “Discurso do Método” e sua recusa da capacidade de aprendizado de matérias humanas como a poesia e de tudo o que é provável ou subjetivo é ainda muito presente na atualidade, pois suporta sociologicamente essa sociedade racionalista que subjuga tudo o que há de mais humano, a fim de manter a expressão individual adormecida.

Amanda Verrone - Direito Noturno

Ilusão de Ótica


Um mundo saturado por ideias e filosofias baseadas em misticismo e empirismo. Este é o século no qual Descartes nasce para a filosofia, o século XVII, e o mesmo defende que não se deve acreditar em concepções incutidas através de exemplos e sim buscar as verdades fazendo uso da razão.

O filósofo racionalista em questão afirma em seu método que a dúvida é o melhor caminho para se encontrar as respostas procuradas, pois as situações, os objetos e principalmente os seres humanos não são da forma que se enxerga ou imagina. As pessoas criam concepções de mundo baseadas em suas experiências e no que lhes são convenientes por isso formulam crenças que acreditam serem verdades, contudo, como defende o autor do Discurso Do Método, isso leva os homens a crerem em verdades fantasiosas e criadas por sua comodidade.  Pode-se comparar essa análise a feita por David Hume em seu texto Os Problemas da Filosofia, no capítulo 12, Verdade e Falsidade, no qual Hume considera não haver uma só verdade e que essa pode se basear nas crenças do indivíduo envolvido.  Como por exemplo, em um relacionamento um dos envolvidos pode sentir ciúmes do companheiro e considerar que este está o traindo com um terceiro, todavia para o primeiro a verdade estabelecida por ele é a universal e não considera analisar os fatos através da razão, como defende René Descartes, e pode cometer um erro em suas conclusões. Aos olhos de Hume o indivíduo ciumento não estaria necessariamente errado, pois para a verdade que o mesmo criou aquilo é real.

Por fim, num mundo baseado em tradições clássicas Descartes rompe com os padrões e sustenta seu método a partir da razão. Afirma que a verdade só pode ser encontrada quando se passa a duvidar das convicções criadas e dos conceitos pré-estabelecidos pela sociedade e foram incutidos na cabeça dos homens com intuito de minimizar o senso critico da população, por isso se deve usar a razão para se concluir de fato a verdade.

Camila Gabriele Pereira de Faria
1º ano Direito Noturno

O cartesianismo

A obra "O Discurso do Método", do filósofo francês René Descartes é um marco do pensamento ocidental. Escrita em 1637, suas proposições são a base de grande parte do pensamento filosófico tanto quanto do pensamento científico produzidos até a atualidade.
Descartes elucida através da narrativa de sua jornada intelectual ao longo de sua vida o método que criou em busca do melhor meio de angariar conhecimentos. Em sua procura pela verdade, o filósofo passa a considerar que tudo é falso - produto dos sentidos e da imaginação, menos aquilo que se pode conceber clara e distintivamente, como o próprio pensamento - a razão - que torna nossa existência verdadeira.
Assim, René inaugura o Racionalismo, defendendo a busca pelo conhecimento por si só, que garante a evolução dos humanos e esta é a base da busca pelo conhecimento científico desde a Modernidade.
Além disso, Descartes demonstra, por meio de seu raciocínio em busca da verdade, a existência de uma única verdade absoluta, fonte de tudo o que existe, a qual confere o nome de Deus. Afirmação a qual rendeu-lhe conflitos com a poderosa Igreja da época, entretanto sustenta grande parte da concepção religiosa ocidental atual.

Laís Machado Ribeiro, Direito diurno

Fábula Cartesiana

Logo no início do "Discurso do Método", Descartes pondera que pensamentos normativos são realizados por aqueles que consideram-se mais hábeis do que outrem. Portanto, a fim de evitar censura, propõe seu “escrito senão como uma história, ou, se preferirdes, como uma fábula”.
Partindo dessa concepção, é possível interpretar o “Discurso do Método” como uma fábula. O espaço da narrativa dar-se-ia na moral objetivada por Descartes. Entretanto, a “reconstrução científica” não está embasada em uma ruptura imediata. Um espaço optativo para a fábula, seria, portanto, a moral provisória por ele descrita, com suas respectivas máximas.
Descartes, enquadrar-se-ia como um narrador observador. Pois, ao “girar pelo mundo”, tentou ser “mais espectador do que ator em todas as comédias”. A protagonista seria a razão. E a principal co-protagonista; a clareza e também a dúvida. Contudo, não a dúvida cética que gera indecisão e sim a dúvida capaz de eliminar a falsidade das proposições e sublevar “alguma conclusão bastante correta”.
O principal antagonista seria o sobrenatural – alquimia, magia, astrologia. Os sentidos, também obteriam a classificação de oponente. O entendimento não está limitado a aspectos sensoriais. Os sonhos também possuem vivacidade, nitidez e, por conseguinte, não é possível tomá-los como indubitavelmente falsos.
 As meditações cartesianas provavam que ao duvidar, o ser pensa. O pensamento é uma prova de existência. “Cogito, ergo sum”. E, ao pensar em algo mais perfeito, alguma natureza superior é a responsável por esse pensamento: Deus.
 Tal fábula cartesiana converge para uma moral, um ensinamento: Duvidar é preciso. A dúvida é a força motriz para o cultivo da razão. E essa fábula não possui tempo determinado. Pois o raciocínio desenvolvido no século XVII é ainda verídico no século XXI: Duvide. Cultive a razão. Desvencilhe do senso comum, da massificação alienadora.

Daniele Zilioti de Sousa - 1º ano Direito Noturno

A perspectiva do espelho: realidade ou reflexo?






Guimarães Rosa, em sua obra “O espelho”, dizia perseguir uma “realidade experimental, não uma hipótese imaginária”. René Descartes, além de viver séculos antes de Rosa, não compartilhava sua percepção sensorial no que se trata da análise dos fatos. O francês, ao contrário do brasileiro, que realizava viagens profundas e emocionais pela alma à procura do autoconhecimento, promovia o pensamento racional, baseado no bom senso, para chegar à verdade – busca que ele considerava ser o propósito de sua existência.


O filósofo claramente discordaria do método utilizado pelo autor mineiro, que consistia no estímulo ao espiritualismo, à mágica e ao pensamento subjetivo, pois considerava tais aspectos excessivamente frágeis para sustentar algo de sólido. Descartes realizava suas experiências partindo do pressuposto de que nada está completamente em nosso poder, tendo como exceção apenas os nossos pensamentos. Em contrapartida, para Rosa, a afirmação do filósofo “penso, logo existo” seria desprovida de complexidade, se considerarmos o misticismo incluído em suas obras.

Apesar da nítida divergência entre suas crenças, é possível notar a intersecção de suas filosofias de vida. Para ambos, a existência está não somente ligada à racionalidade – no caso de Descartes – ou à espiritualidade – no caso de Rosa –, mas, acima de tudo, consiste na essência do ser, sendo desnecessária qualquer coisa material.

O também matemático e físico francês afirma: “quando não está em nosso poder distinguir as opiniões mais verdadeiras, devemos seguir as mais prováveis”. A pergunta que resta é: seria o pensamento racional quase cético de Descartes ou o mítico quase fantasioso de Rosa o mais provável?



Ana Clara Tristão - 1º ano Direito diurno

O cartesianismo na atualidade


É em sua obra ''Discurso do Método'', que Renée Descartes, demonstra sua insatisfação com o método de ensino que era utilizado nas escolas em sua época, considerado por ele estagnado em volta dos pensamentos dos antigos filósofos, diante disso, relata os caminhos que percorreu para solucionar seus questionamentos, utilizando principalmente a técnica que ficou conhecida como ''método cartesiano'', segundo a qual, só será considerado verdadeiro o que for evidente, ou seja, o que for induzível com clareza e precisão, através do preceito da análise (dividir cada uma das dificuldades que se apresentem em tantas parcelas quantas sejam necessárias para serem resolvidas), e o da síntese (conduzir com ordem os pensamentos, começando com as ideias mais simples e fáceis de serem organizadas, até alcançar as que considerarem mais complexas). Dessa forma, fica patente a prevenção e a desconfiança em relação a tudo o que nos foi ensinado e que aprendemos de forma considerada incorreta, antes de dispor do uso propriamente dito da razão.

E é justamente por procurar sempre se sustentar sobre a verdade exata, que apesar da distância cronológica que separa que a época em que foi especificamente formulado a obra, seu conteúdo engloba questões presentes durantes diversas gerações, sendo seu método racionalista um dos mais utilizados por toda a humanidade, nas mais diversas áreas das ciências. Entre elas, as questões religiosas, pautando a existência de Deus (citado por ele como ‘’Ser perfeito’’) como algo provido de razão, mesmo sendo tal questão sustentada pela simples crença na realidade do que sonhamos, mas que da mesma forma deve ser encoberto de razão, aproximando de certa forma as ciências humanas com as ciências exatas, como fica explicito no trecho: ‘’E deve-se observar que eu digo de nossa razão, de maneira alguma de nossa imaginação ou de nossos sentidos’’.  

Contudo, as dificuldades que estão sendo enfrentadas atualmente pelo catolicismo, como a renuncia do Papa ou a redução do numero de católicos, provocadas principalmente pela discordância entre o avanço das ciências e o conservadorismo religioso, nos remetem a crer que as certezas levantadas por Descartes ainda devem ser reforçadas, como forma de esclarecer questões que vem provocando enormes transtornos. Para que com isso, a eficiência do método de Descartes continue validada.

                                                                                                               Felipe A. Rotolo 1º ano Direito

"E eu sempre tive um enorme desejo de aprender a diferenciar o verdadeiro do falso, para ver claramente minhas ações e caminhar com segurança nesta vida"

     A utilização do senso comum para julgar e classificar-se como verdadeiro, esta intrínseca a todo ser humano, entretanto tais verdades não possuem pilares sólidos que as sustentem. Essas são oriundas dos sentidos humanos e, assim como, a filosofia de tradição clássica geram uma descrença.
     Tal descrença nos conhecimentos transmitidos pelo hábito levou Descartes a procurar nas letras e nas viagens o conhecimento que buscava. Entrar em contato com outros povos auxilia para um julgamento mais profundo, sem preconceitos superficiais de demais culturas, agindo de forma ''antropofágica'': absorvendo conhecimentos de demais culturas e não julgando, como leigos no assunto fariam. Entretanto, dedicar-se fielmente às viagens torna-se danoso, pois "tornando-nos estrangeiros em nossa própria terra"; já aplicar-se arduamente no estudo de autores de séculos passados faz com que "ficamos geralmente muito ignorantes das que se realizam no presente", não apresentando uma opinião crítica atual.
     O conhecimento tornou-se o norte do autor moderno. Para ele "aqueles cujo raciocínio é mais ativo", ou seja, manipula melhor o conhecimento, possui melhor eloquência e retórica, podendo "convencer melhor".
     Tendo por diretriz a busca de tal eloquência, Descartes elege princípios básicos como, por exemplo, duvidar sempre, fragmentar o saber, análise gradativa e a revisão.
     O primeiro princípio originou-se da tentativa de "inclinar-se mais para o lado da desconfiança do que para o da presunção", isso sempre, mesmo que não vá haver rompimento com tal verdade.
     O princípio da fragmentação procura facilitar a análise, pois compreender os fragmentos é entender toda a obra. Para o autor a busca do conhecimento leva ao entendimento da obra de Deus. Entretanto, há controvérsias, pois a fragmentação do conhecimento leva a um forte conhecimento de determinada parte e um conhecimento superficial do resto, sendo algo danoso para a busca do pleno entendimento.
     A análise gradativa, estabelecendo conexões auxilia na maior obtenção do saber. Parte-se de dados simplórios avançando comumente à evolução do pensamento crítico.
    Por fim, a revisão completa, fazer o "trabalho contrário", ajuda a avaliar determinados pontos da análise e criar articulações sobre o assunto.
     René não procurou criar uma fórmula para alcançar todo o conhecimento, somente procurou mostrar o seu norte em busca de "um conhecimento claro e seguro de tudo o que é útil à vida".
 
                          Dalisa Aniceto (Direito Diurno)

Reflexões e conhecimento

           Descartes, em seu livro "Discurso do Método", analisa a ocupação humana que julga mais importante: a busca da verdade por meio do uso da razão. Ele cria, então, uma estratégia, no intuito de evitar enganar a si próprio com conceitos pré-estabelecidos do pensamento vigente.
          Assim, começou a questionar todas as fontes de conhecimento tradicionais, em sua competência no alcance da realidade. Defendeu o aprendizado feito na prática -- considerando-o mais efetivo que especulações filosóficas -- aliado a reflexões internas e autocríticas.
          Propôs, porém, condições a este processo: não afastou-se da religião e das leis de seu país; preferiu manter-se longe de opiniões radicais, mas sempre com segurança; e pretendeu vencer suas próprias convicções.
          Estava consciente, contudo, da impossibilidade de conquistar o conhecimento pleno, e procurou se satisfazer e contentar-se com suas realizações.

Isadora Thomaz Ribeiro - 1º ano diurno

Pré-condições para o surgimento da filosofia moderna


René Descartes marca simultaneamente uma ruptura com o mundo antigo e um ponto de partida para a evolução da ciência e filosofia moderna.
Em uma época de transição (início do século XVII) ele ousou questionar e duvidar de absolutamente tudo, seria definido como verdade somente aquilo que resiste à dúvida, e a única convicção que resiste a ela é a certeza da existência, daí surge sua célebre sentença “Penso, logo existo”.
Em seu livro “Discurso do Método” Descartes  propõe encontrar um procedimento para si próprio que o levasse ao “bem pensar”, que o levasse a descobrir tantas verdades quanto lhe fosse possível, para tanto, ele desenvolve alguns passos testados por ele a serem seguidos. E apresenta esse método para que os outros pudessem aplicá-lo em suas áreas de investigações. Ao sugerir sua técnica estabelece um diálogo não só com seus contemporâneos mas com os pesquisadores de todos os tempos.
Apesar de absolutamente cético sobre tudo, Descartes não contesta a existência de Deus,  inclusive o vê como exemplo de perfeição   e “referencial último do conhecimento”.
A base do seu método é a razão,que é como ele mesmo define " o poder de bem jugar e de distinguir o verdadeiro do falso" a dúvida, e a rejeição absoluta a todos os preconceitos, crenças e argumentos de autoridades, ou seja, ele incentiva o desenvolvimento do  “espírito crítico”  e a liberdade de pensamento. Com essa atitude revolucionária ele cria as pré- condições para o surgimento da ciência e filosofia moderna.


Leonor Pereira Rabelo  1º Ano Direito - Noturno  


O fim das engrenagens



O Discurso do método inaugurou uma nova forma de pensar e agir na sociedade. A partir da dúvida e da desconfiança a evolução aconteceu. Descartes, com sua nova postura, mudou mais em sua época do que em 4 séculos. A ciência, que antes era vista como vaidade de filósofos, astrólogos e alquimistas ganhou um objetivo maior: transformar.  Embora esse método seja usado até hoje, pode se notar que a curiosidade humana está cada dia mais superficial e assim, a mente regride e as engrenagens param.
Por muitos séculos o conhecimento esteve nas mãos da Igreja. Os homens acreditavam na intuição e no transcendental, como por exemplo, o fato de doenças serem castigo de Deus e a compra de um pedaço do céu garantir a salvação. Hoje, ainda que algumas formas religiosas dominem uma minoria com os dogmas, outras formas de alienação cercam a população para que o homem não pense no que está a sua volta e aceite o que lhe é mostrado. Assim, mesmo com o mundo nas pontas dos dedos, a mídia influencia o homem a ponto deste rejeitar o conhecimento.
O homem contemporâneo possui uma sabedoria estéril e mecânica, aprendendo apenas o que é necessário para seu currículo e dificilmente duvidando sobre o que é ensinado. A fragmentação, criada por Descartes, existe, porém seu uso apenas afirma a acomodação do homem ao negar o conhecimento de outras áreas, focando em uma de seu interesse e ainda assim, aceitando mais do que pesquisando. Dessa forma, as inovações são feitas por minorias.
Assim, paradoxalmente, quanto mais mecânico o homem se comporta, menos ele conhece sobre as engrenagens que movem o mundo. Atrevo-me, portanto, a fazer uma nova interpretação sobre o quadro de Salvador Dalí diante da frase de Descartes - “O universo é como um relógio e suas engrenagens”- a partir do momento que negamos a inquietação cartesiana, o conhecimento esvai-se assim como os relógios de Dali derretem.
Giovanna Gomes de Paula.
Direito Noturno.


Um sustentáculo racional



Durante um longo período da história, a filosofia fora pautada na tradição clássica e em preceitos não racionais. A explicação do mundo, sobretudo pela influência de pensadores gregos, sustentava-se em fundamentos místicos e sobrenaturais, que eram incapazes de provocar transformações e interferências práticas na realidade humana.
Todavia, na Idade Moderna, uma nova corrente de pensamento, o racionalismo, assumia uma postura iconoclasta contra esse conhecimento tradicional, transcendental. O filósofo francês René Descartes foi um dos principais responsáveis para lançar ao mundo uma filosofia embasada na luz da razão. Em sua obra, “Discurso do Método”, Descartes elabora um procedimento científico orientado pela razão a fim de produzir um novo conhecimento, isento de misticidade.
A lógica de seu método fundamentava-se no eterno ato de duvidar. Descartes acreditava que as verdades tradicionais não eram confiáveis, pois não refletiam nenhuma espécie de exatidão para seus questionamentos e estavam sujeitas às interferências enganosas dos sentidos humanos. Desse modo, a fim de encontrar a clareza, duvidava de tudo que não lhe fosse válido e posteriormente, submetia o problema a uma minuciosa fragmentação para realizar uma reflexão profunda e assim, buscar comprovar racionalmente as teorias existentes.
Essa é justamente a base que orienta a ciência. Por meio de indagações e de uma análise cautelosa dos fragmentos de uma problemática maior, a ciência é capaz de revelar ao mundo novos paradigmas que interferem diretamente no cotidiano humano. Um nítido exemplo disso foi a comprovação de que a miscigenação entre diferentes povos não acarreta problemas para a vida humana, muito pelo contrário, ela diminui expressivamente a  probabilidade de doenças genéticas. Essa descoberta da ciência fragiliza teorias que davam o sustentáculo para políticas discriminatórias como o Nazismo na Alemanha e o Apartheid na África do Sul.

Assim, o método de Descartes foi fundamental para dar o alicerce necessário da ciência racional e questionadora, que não contempla o mundo, mas o modifica.
Texto referente à aula 2
Juliana Galina Soares ( Direito Diurno)

Descartes e o Princípio da Dúvida


O pensador francês Renè Descartes propôs um sistema filosófico que tornava possíveis respostas para todas as questões filosóficas. Antes de Descartes, na Grécia Antiga, Platão e Aristóteles haviam criado sistemas que foram atualizados, sobretudo, na Idade Média, por São Tomás de Aquino. Com a revolução científica que foi o Renascimento – e que resultou em novas formas de ver e interpretar o mundo -  confrontando diretamente com a doutrina Escolástica e o dogmatismo cristão, surgiu a possibilidade de  um novo sistema. Esse sistema proposto por Descartes,seria o primeiro passo fundamentador para a criação da ciência moderna e um dos alicerces de todo pensamento moderno ocidental.
 Exposto em sua obra “O Discurso do Método”, tal sistema baseava-se no princípio da dúvida e tinha na razão o fator direcionador para a obtenção do conhecimento  verdadeiro. Para sistematizá-lo, o filósofo parte do pressuposto de que se pode negar tudo o que existe, menos da existência de um pensamento que duvida. Desse modo, ao dizer “cogito ergo sum”,( “penso, logo existo”) Descartes nega o ceticismo e crê no ‘Eu’ o decisivo campo de batalha entre a certeza  e a incerteza. A dúvida, assim, embora permanente sempre, será provisória, perdurando até o momento em que surja uma certeza invulnerável à mesma. Além disso, para Descartes a realidade percebida pelos sentidos é enganosa, opondo-se, nesse ponto, ao pensamento platônico. Contudo, o filósofo não tem como objetivo final romper com os clássicos, mas mostrar a partir de um outro viés prismático a racionalidade como uma teoria aberta para a obtenção do conhecimento e na qual terá nas ciências um fator de transformação.
Pode-se, então, dizer que o “Princípio da Dúvida” e sua sistematização racional pelo método cartesiano, fomentou de modo decisivo, embora confrontasse com o dogmatismo cristão da época assinalada, para o nascimento da ciência moderna e, desse modo, para a evolução da sociedade até os tempos atuais. Reflexo disso,é a presença maciça da tecnologia em nossas vidas, seja diretamente com o computador, o celular, o carro, a geladeira,seja indiretamente pela eletricidade, pela fibra óptica. Enfim, está por toda parte. Contudo, essa análise que aqui se expõe, tem como objetivo final a problematização da seguinte questão:  Numa sociedade que cada vez mais se prioriza o prático e o rápido, como não deixar que nossa capacidade crítica diante de tantas adversidades cotidianas sejam ofuscadas pela influência midiática, que insiste em dar respostas imperativizantes e direcionar à vida de grande parte da sociedade? Como atingir uma autonomia perante nossos pensamentos e dúvidas quando na maior parte do tempo somos obrigados a termos respostas densas, às vezes, para perguntas tão complexas? Certamente, a falta de respostas para essas perguntas estejam sendo usadas habilmente por àqueles que creem serem os “donos do saber” para a manipulação de nossos pensamentos. Daí pergunto novamente: Como conseguir aliar a razão e o pragmatismo cartesiano de modo a romper com as correntes da alienação atual?  Como obter a valiosa autonomia que Descartes tanto se perguntou ao longo de sua vida? Bem certo, que os interconectos sobre as mais diversas áreas do saber sejam um caminho plausível e viável, porém não o único e acessível à todos. Cabe, acredito, a cada um de nós, que possamos refletir com serenidade sobre isso ao longo do curso.

DESCARTES E A VERACIDADE UTÓPICA


A obra “Discurso do Método” de René Descartes introduz, indubitavelmente, as diretrizes do pensamento racionalista e, portanto, rompe com os alicerces que mantinham a ideia de que o conhecimento poderia ser adquirido e assimilado como absoluta verdade sem, anteriormente, ser questionado.
O método cartesiano se faz tendo como pilar central a própria razão. A utilização do pensamento racional é encarada como a principal ferramenta para que se atinja a verdade, entretanto Descartes afirmava que não era conveniente que se começasse tudo do zero, devia-se utilizar os conhecimentos anteriormente adquiridos e encarados como moderados e sensatos como ponto de partida.
Nota-se que a trajetória do método cartesiano utiliza a dúvida como instrumento para estimular o uso da razão, afinal colocando em questionamento qualquer conhecimento que seja apresentado faz-se uso do pensamento racional para que se assimile se há ou não veracidade neste.
Todavia a noção de verdade passa a ser extremamente interessante a partir da obra de René Descartes, já que se explicita o fato de a verdade ser mutável de acordo com o tempo. Outrossim, a própria razão pode alterar-se de acordo com o movimento do relógio das épocas, afinal se fosse dito há seiscentos anos atrás que uma mulher teria de guardar-se em casa para seu homem e não desfrutaria de equidade de direitos não se notaria nenhum espanto, todavia se a mesma assertiva fosse feita na sociedade contemporânea haveria, no mínimo, um povo revolto.
Estando a verdade passível de mudança com o correr da estrada do tempo percebe-se que o homem procura, nada mais, do que uma utopia. A ciência procura uma verdade que seja incontestável, todavia até a própria Madama Veracidade troca suas vestes de acordo com a ocasião temporal que frequenta. Portanto, indaga-se, para que serve todo o questionamento, todo pensamento racional? Pra que a dúvida?
Assevera-se que a dúvida serve como força motriz para que os pés da humanidade continuem percorrendo a estrada que há de deixar os homens mais próximos da verdade, o Método Cartesiano serviu, principalmente, para retirar o homem da inércia intelectual e colocá-lo no caminho do desenvolvimento, no caminho das questões, pois ao estimular o indivíduo a perguntar, Descartes fez com que ele andasse.       
Talvez seja impossível negar que o chegar até a verdade seja um ato utópico, todavia o caminho para este é extremamente necessário ao desenvolver do homem. Chega-se ao epílogo deste aglomerado de palavras utilizando a incrível mente de Eduardo Galeano buscando, assim, exprimir melhor o que se queria elucidar..
"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Pra que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar."
Um brinde à utopia, um brinde à ciência


Lucas Oliveira Faria - Direito Noturno 

ATEMPORALIDADE CARTESIANA



    De fato no século XVII, notadamente na Europa, a Igreja Católica exercia grande doutrinamento de seus conceitos e verdades. Entretanto em meados do século ocorre uma verdadeira Revolução Científica, na qual a fé separa-se da razão, que por conseguinte sobrepõe-se aos sentidos.
    O advento da ciência moderna de René Descartes quebra a barreira do comodismo no qual aceita-se conceitos pré-determinados sem qualquer questionamento ou senso crítico.
    No "Discurso do Método", publicado em 1637, Descartes analisa que os conceitos impostos e tomados como certos dificutam o pensamento racional. Nesses casos a dúvida torna-se primordial para a pesquisa da verdade.
   Logo a dúvida é responsável pela clareza necessária para a verdade. Assim qualquer verdade imposta que possa ser refutada por um questionamento deve sê-la para que a conclusão seja mais clara possível, assim verdades de fato.
   Dessa forma a obra cartesiana pautada nos pilares da razão, dúvidas e questionamentos tornou-se atemporal, não estagnando-se no século XVII, muito menos no XXI. Portanto suas contribuições ainda vão perpetuar para que os homens evoluam, assim como seus pensamentos.


César Augusto Ribeiro
1º Ano Direito - Noturno

A Dialética da Epistemologia


("Fantasia de Artista", de André Dahmer, da série "Quadrinhos dos anos 10")
       Com o fim do pretenso obscurantismo medieval, pensadores, agora, buscam pautar seus trabalhos na racionalidade e na ciência propriamente ditas, a fim de romper-se elo intenso entre humanidade e metafísico banal; comportamento esse que resumira a sociedade a poucos grupos dominantes e grandes massas alienadas.

       Século XVII. Em tal contexto, o filósofo René Descartes publica a introdução e profissão de fé racionalista: “Discurso sobre o Método”. “Magia”, “Alquimia”, “Astrologia” e “Religião”, a partir de então, deveriam ser substituídas por uma epistemologia cientificista, a qual daria verdadeira liberdade ao homem. As amarras seriam rompidas; as individualidades, reforçadas.

       Século XXI. O Homem contemporâneo domina a ciência. Atingimos o ápice do pensamento Cartesiano. Seguimo-lo milimetricamente, matematicamente, metodologicamente. Religião e Ciência, em senso comum, opõem-se de tal forma que orgulharia o velho francês. Porém, na era das especificidades e do “ser-técnico”, será que, realmente, obtivemos a emancipação intelectual, verdadeiro dogma da corrente setecentista?

       Quatrocentos anos tratando assunto deveras subjetivo e individual como matéria exata somente tirou de foco a anterior opressão moral, religiosa, costumeira, e nos submeteu ao novo braço forte da tecnologia, da informação, do individualismo. Estaria a humanidade fadada à dominação?



Eduardo Matheus Ferreira Lopes, Direito diurno