domingo, 10 de março de 2013

A Dialética da Epistemologia


("Fantasia de Artista", de André Dahmer, da série "Quadrinhos dos anos 10")
       Com o fim do pretenso obscurantismo medieval, pensadores, agora, buscam pautar seus trabalhos na racionalidade e na ciência propriamente ditas, a fim de romper-se elo intenso entre humanidade e metafísico banal; comportamento esse que resumira a sociedade a poucos grupos dominantes e grandes massas alienadas.

       Século XVII. Em tal contexto, o filósofo René Descartes publica a introdução e profissão de fé racionalista: “Discurso sobre o Método”. “Magia”, “Alquimia”, “Astrologia” e “Religião”, a partir de então, deveriam ser substituídas por uma epistemologia cientificista, a qual daria verdadeira liberdade ao homem. As amarras seriam rompidas; as individualidades, reforçadas.

       Século XXI. O Homem contemporâneo domina a ciência. Atingimos o ápice do pensamento Cartesiano. Seguimo-lo milimetricamente, matematicamente, metodologicamente. Religião e Ciência, em senso comum, opõem-se de tal forma que orgulharia o velho francês. Porém, na era das especificidades e do “ser-técnico”, será que, realmente, obtivemos a emancipação intelectual, verdadeiro dogma da corrente setecentista?

       Quatrocentos anos tratando assunto deveras subjetivo e individual como matéria exata somente tirou de foco a anterior opressão moral, religiosa, costumeira, e nos submeteu ao novo braço forte da tecnologia, da informação, do individualismo. Estaria a humanidade fadada à dominação?



Eduardo Matheus Ferreira Lopes, Direito diurno

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