terça-feira, 28 de maio de 2013

Capitalismo: um mal necessário



Idealistas, Engels e Marx puderam ver a sociedade pautada no Capital além da ideia generalizada de perpetuidade. Para eles, só é possível alcançar o estado Socialista da sociedade a partir do Capitalismo. Contudo, após os maus exemplos da implantação de tal sistema, o senso comum adota concepções equivocadas e mesmo errôneas com relação a este tema. Marx e Engels, não dispensaram os avanços científicos nem tecnológicos provenientes da Revolução industrial. Pelo contrário, afirmaram a necessidade dessas evoluções, uma vez que, disseminadas, poderiam até mesmo poupar o homem do fardo do trabalho.

Detectaram também, a existência de um trabalho não remunerado que é roubado do trabalhador. A este, chamaram-no de mais-valia. Servindo de base a todo o sistema capitalista, a mais-valia é o principal mecanismo de exploração dos trabalhadores. E, com o aumento da produtividade por meio das máquinas, os bens deixam de representar apenas o trabalho (assim como afirmava Adam Smith), mas representam também a apropriação do trabalho pelo industrial. Aos moldes socialistas, essa exploração silenciosa deixa de existir.

O socialismo é anterior a Marx e Engels, contudo limitava-se à idealização. Nas utopias sociais, as teorias são isentas de falhas ou defeitos e para alcançá-las se trata de uma reforma generalizada. O Socialismo não é diferente. No entanto Marx e Engels veem a efetivação de um modelo Comunista apenas por meio de uma Revolução e, após a conquista, estabelecer-se-á uma Ditadura do Proletariado. Nesta, o trabalhador é o povo, possui direitos e a soberania política e assim atuará como moderadora da exploração evitando seu reaparecimento. Tal Revolução, não dispensa a coerção física, tal qual a revolução burguesa do século anterior. Após Marx e Engels, o socialismo toma novas formas e contempla sua versão científica.

Sobre a dialética

        A trajetória dialética da história da humanidade, segundo Hegel, possui três fases distintas: tese, antítese e síntese. A tese nos remete ás civilizações antigas, a antítese teria ocorrido com o surgimento do cristianismo e o terceiro momento teria emergido com a Revolução Francesa, chamado por ele de síntese absoluta. E é a partir desse terceiro período em que se evidencia a emergência do Estado moderno.
       Karl Marx e Friedrich Engels foram responsáveis por uma das mais conhecidas interpretações da dialética hegeliana. A partir do conceito de dialética criado por Hegel, eles a reestruturam e introduzem uma nova temática. Por entenderem o movimento histórico como derivado das condições materiais da vida, eles denominam essa nova dialética de materialista.
       A dialética materialista tende a analisar a história da humanidade a partir de uma perspectiva socioeconômica . E seguindo esse pensamento, os períodos em que a história se divide são sempre marcados pela contradição. Essa contradição se deve a disparidade material dos indivíduos dentro da sociedade, em que o exemplo mais clássico é dado pela discrepância entre a classe proletária e a burguesia após a ascensão do capitalismo.
       A principal crítica marxista ao pensamento hegeliano  diz respeito à falta de materialidade e concretude observados em sua dialética. De acordo com Marx, Hegel analisa a dialética no plano do espírito e das ideias, ou seja, idealmente. No método marxista, o materialismo histórico dialético, é evidente uma preocupação com a interpretação da realidade somada ao caráter histórico da sociedade.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Ciência tratada como religião

Karl Marx e Friedrich Engels são figuras evocadas muitas vezes como o Deus judaico-cristão, seres onipotentes e oniscientes. Estão presentes em discursos ardentes e motivadores de uma visão do futuro, semelhante a pregações de líderes religiosos. Faixas e cartazes são levantados pregando o fim do capitalismo, um fim trágico, feito por uma revolução bruta. Nem se imagina que Marx e Engels usaram da arte da dialética para propagar as suas ideias.
Foi justamente contra o idealismo que os dois sociólogos lutaram, defendendo o Materialismo Dialético, Engels, na sua obra Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico, nos traça a história da humanidade sob uma perspectiva material e racional, deixando de lado a perspectiva ideológica abordada por Hegel.
Na formulação do socialismo, Marx e Engels partem da análise dos fatos da nova sociedade. Frente às injustiças da burguesia contra o proletariado, várias tentativas de anular esses agravos foram estabelecidas, mas como viriam a serem chamados, esses socialismos eram utópicos, não prosperariam por causa do seu desapego com a matéria, não resolveriam a luta de classes.
Foi assim que enxergaram que o proletariado, a classe oprimida, era a antítese da burguesia, a classe dominante. Quando a burguesia se torna uma classe supérflua, então aí que o proletariado, que realiza todas as tarefas da produção, teria a oportunidade de tomar o poder, através da Revolução Proletária e começar a nova etapa da sociedade, o socialismo, socialismo científico.

Desse modo o socialismo não é fruto dos devaneios revolucionários de duas pessoas carismáticas, mas fruto de uma observação e uma metodologia. Muito diferente da religiosidade com que esse assunto é tratado na boca de muitos. Dessa forma não se justifica em nada essa ferocidade com que é tratado o socialismo. O socialismo é um programa, é um trabalho de duas mentes que longe de serem divinas, foram científicas.

Marx, Socialismo Científico e a luta de classes

Em sua teoria Marx faz um elogio ao iluminismo, pois este é o responsável pela ruptura com o passado, porém o critica também devido ao fato de ter se convertido em racionalidade burguesa.
Segundo Marx, o surgimento da moeda e do capital, que originou a burguesia, ocasionou na mercadoria e em uma atribuição de valor ao trabalho.
Além disso, também afirma que com a luta burguesa, foi gerada a destruição dos privilégios de classe.
Engels, por sua vez, acredita que a história está em transformação permanente, ou seja, para se observar um fenômeno, é necessário observá-lo desde o seu processo de surgimento até o de sua caducidade.
Esses dois intelectuais citados acima criaram o Socialismo Científico que é uma maneira de averiguar se uma sociedade possui as condições necessárias para a instalação de uma sociedade com a ausência de classes, que seria atingida com revoluções e uma ditadura do proletariado.

Contudo esse modelo não foi muito bem aplicado na prática, como no caso da antiga URSS e da China, onde o forte poder concentrado no Estado, ocasionou uma corrupção por parte de seus líderes.

A dialética e a luta de classes




Na formulação do materialismo histórico dialético Karl Marx e Friedrich Engels tem como base o materialismo antropológico de Feuerbach e a dialética de Hegel, porém não concordam com toda a construção destas ideias, sendo que Marx e Engels em “A ideologia alemã” farão severas critícas a Feuerbach dizendo que o materialism é histórico e não antropológico, ou seja mudanças materias causam em primeiro lugar mudanças na história e não no homem. Nesta mesma obra criticam o idealismo hegeliano e os seus contemporâneos  que concordam com esta ideia, os irmão Bauer, em especial Bruno Bauer.

Já no âmbito social, de maior aplicabilidade cotidiana, tanto Marx como Engels, mas principalmente o segundo, fizeram uma análise dos socialismos já elaborados até então, considerados como utópicos, e elaboraram um novo, denominado socialismo científico ou real. Engels vai enumerar os socialistas utópicos começando com Graco Babeuf, na Revolução Francesa, passando por Robert Owen, Charles Fourier e  Henri de Saint-Simon. Após esta análise, concluem que para chegar a uma sociedade igualitária é necessária a dialética (tese/antítese) e a luta de classes, pois “A história da humanidade é a história da luta de classes”.

André Mateus Pupin - Primeiro ano direito diurno.

Profissão Operário

     Marx e Engels ao criarem sua teoria a partir da observação do mundo empírico constataram que o trabalho antes de total propriedade do ser humano desvencilhou-se deste e passou para a mão dos donos da fábrica.
     O trabalhador virou operário; não foi somente uma mudança de nomes e sim de função. Antes ele lavrava a terra, colhia o alimento e preparava-o; antes ele curtia o couro e costurava a bolsa; agora ele somente opera máquinas, não sabe direito o que faz na produção, o quanto produz e muito menos o que produz.
      O Vagabundo, personagem de Tempos Modernos, retrata muito bem o que é o operário, não só pelo fato de realizar o mesmo trabalho e os mesmos movimentos repetidas vezes, mas também por não ter um nome: ele trabalha várias horas na fábrica, fazendo o máximo que pode e mesmo assim não tem reconhecimento por parte do dono e ainda mais é conhecido como o vagabundo, como se todo o seu trabalho ainda fosse insuficiente.

      Marx e Engels ao desvendarem as leis do processo histórico com o modelo tese/antítese propuseram uma saída para esse operário antes mesmo do capitalismo atingir esse nível. A proposta de que a produção deveria ser apropriada pelo social e não pelo dono da fábrica gerou um grande impacto na sociedade da época. Entretanto, modelos posteriores demonstraram que o poder do capitalismo é tão forte que nem o socialismo soviético conseguiu suplanta-lo.

"Self" Made Man

        

           A expressão americana Self Made Man, criada no século XIX e expressão máxima do capitalismo moderno, corresponde ao homem que conseguiu sucesso por si mesmo, por seus próprios esforços e sua própria dedicação, traduzindo para o português, seria aquele homem que “se fez”. Através dela é defendido o enriquecimento do homem hodierno, e através dela se estrutura toda a sociedade atual.
           Vendo a tirinha acima de Mafalda, tal concepção capitalista fica muito bem exemplificada. Ao ler o artigo da revista ela compreende que, para que um homem vença na vida, ele deve enriquecer, saindo de uma posição econômica inferior e alcançando um patamar superior na estruturação capitalista da sociedade. Assim ele seria um homem bem sucedido.
        Um Self Made Man seria um exemplo de homem bem-sucedido. Ele enriqueceu através de seus próprios esforços e sua própria luta. Contudo, até que ponto esse denominado Self Made Man realmente “se fez” unicamente por seus próprios esforços?
           Os pensadores alemães Engels e Marx, fundadores do socialismo científico, refutam por completo tal teoria. O sistema capitalista se baseia na exploração de classes. Um homem só enriquece através do esforço do outro, da chamada mais-valia, dando como bens individuais os bens coletivos. Nesse contexto, não é possível existir um Self Made Man, um homem que progrediu unicamente por esforços próprios. Para o enriquecimento, é necessária a exploração.

Fernanda dos Santos Nogueira - Direito Noturno

Possível tendência

O Materialismo Dialético desenvolvido por Karl Marx e Friedrich Engels consiste no entendimento de que a matéria – animais e serem humanos – estão numa relação dialética com o mundo metafísico. Opõe-se ao idealismo onde, da mesa de seu escritório, o filósofo pensa relações e proposições para a sociedade. Os resultados no Materialismo Dialético vêm da experiência, não do imaginário. Apresenta também uma crítica a sociedade capitalista, burguesa, industrial e, principalmente, desigual de seu tempo.

A expressão do Materialismo Dialético na modernidade pode ser vista na atual conjuntura de mercado, onde muitas indústrias priorizam o bem estar e o interesse coletivos em detrimento do lucro individual e concentrado, mostrando, talvez, uma tendência. Tal tendência expõe que a construção do interesse coletivo possa trazer o melhor resultado para o indivíduo e consequentemente para o conjunto.
Ainda existe luta

Em seus primeiros contatos com a teoria socialista Karl Marx deparou-se com a teoria utópica de vários autores, como as  de Saint-Simon, Robert Owen e de Fourier. Esses pensadores, apesar de idealistas, exerceram grande influência nas concepções político-teóricas de Marx, que defendeu uma união entre a teoria e a prática revolucionária em um processo denominado Práxis.
A teoria marxista foi muito além das abstrações utópicas de seus antecessores, buscando uma teoria política que abordasse aspectos econômicos, políticos e filosóficos. Dessa forma, Marx criou um sistema teórico de grande complexidade que abordou diversos aspectos da realidade socioeconômica do sistema vigente, dando início a um movimento que perduraria até os dias contemporâneos.
A ideologia marxista que surgiu no século XIX já foi dada como morta por muitos pensadores, que desacreditaram em suas fundamentações devido a um possível caráter utópico do igualitarismo social das classes. Segundo essa vertente as diferenças sócias seriam uma característica intrínseca à sociedade e se mostraria com perfeição no sistema capitalista atual. Contudo, assim como o capitalismo tem mostrado a sua resistência perante a evolução histórica, o marxismo ainda resiste no ideário de muitas correntes políticas e em algumas ações sociais contemporâneas. Os exemplos são muitos, e mostram que, com o tempo, o socialismo científico modificou-se e surge, atualmente, em frentes isoladas de luta.

A fábrica Flaskô, que foi tomada pelos trabalhadores no ano de 2003 devido ao excesso de dívidas, é um exemplo que, embora imperfeito, exemplifica uma vertente da luta marxista contemporânea. A fábrica, que estava falida devido aos atrasos no pagamento dos salários e encargos trabalhistas, iria ser fechada quando, por decisão de seus trabalhadores, foi tomada e reerguida pelos próprios proletários. Atualmente, é uma experiência extremamente inovadora no Brasil, pois funciona como uma empresa coletiva onde as decisões são tomadas em assembléia e há programas de educação dos trabalhadores e disseminação cultural. A experiência mostra que ainda existe luta por uma sociedade  em que não há uma discrepância social tão acentuada ou, até mesmo, uma sociedade igualitária. Se isso é possível, só o tempo mostrará.
José Roberto Bettarello - 1º ano noturno

Humanidade política

Não é novidade  que as ideias desenvolvidas principalmente por Karl Marx e Fredrich Engels são de suma importância para o entendimento de questões humanas, políticas, sociais e economicas presentes ao longo da história e até os dias de hoje.
Com isso, observa-se o desenvolvimento de uma nova ideologia, propagada inicialmete a partir de 1848, com a divulgação do Manifesto Comunista, um documento analisando a necessidade da união dos proletáriados para combater as injustiças causadas pelo sistema capitalista, se baseando na luta de classes entre operários e detentores dos meios de produção como meio para combater essa desigualdade socioeconomica.
Além disso, deve-se ressaltar que a implantação do sistema socialista necessita, de certa forma, do sistema capitalista, uma vez que no capitalismo há a produção em grande escala de alimentos, roupas, e outros produtos que seriam fundamentais para todos os indivíduos da sociedade. O socialismo não é a contraposição do capitalismo, onde primeiro deve ocorrer uma revolução burguesa, já que não dá para socializar a fome, a pobreza e outras injustiças do sistema capitalista.
Com isso, Marx parte de pressupostos reais para combater os problemas sociais. Ele afirma que a resposta para os males de qualquer época não está nas ideias, mas na própria história, definindo assim o materialismo histórico. Há também nos ideais socialistas e necessidade de combater a mais-valia imposta pelos proprietários dos meios de produção, já que numa sociedade mais "igualitária", a utilização do trabalho do proletário como fonte para a riqueza é algo inimaginavel.

O motor da história

     Hegel, iminente filósofo do iluminismo alemão, desenvolve o conceito de motor da história. A partir desse conceito, a história da humanidade seria construída por meio de antítese que em contrassenso com a tese gerariam uma nova  tese e por assim em diante, fazendo o correr da história, para Hegel o combustível desse motor seria a razão humana. Dessa mesma forma, F. Engels e K.Marx também basearam seus estudos no motor da história, contudo, para estes o combustível desse motor seria o desenvolvimento material gerado por cada sistema.
Observado o iluminismo, este deve ser considerado um avanço, pois rompeu com o passado, porém também criou uma nova antítese, o que deveria ser razão humana, transformou-se em consciência da burguesia. Essas análises históricas a cerca dos rompimentos da humanidade com seu passado, levaram Engels e Marx a tirarem o socialismo do campo utópico e trazerem este a um campo material, científico e histórico.
   Dentro do modelo capitalista, existem basicamente duas classes sociais, uma seria a burguesia, classe detentora dos meios de produção, e outra seria o proletariado, que despido dos meios produção têm somente a oferecer no mercado sua força de trabalho. Dentro desse sistema, os não detentores de maquinarias o mesmo de terras ( se está considerada com a mentalidade de meio de produção) acabam explorados no mercado no qual sua mão-de-obra pouco vale. Porém, essa mão-de-obra pouco valorizada é que gera toda a riqueza para o sistema, o trabalhador é quem gera lastro para seu próprio salário, para os custos da produção e ainda para o lucro do padrão, e fica apenas com uma parte infinitesimal do que produziu, a está relação, dá-se o nome de “mais-valia”.

   Para Marx e Engels, o único instrumento que o proletariado possui para lutar contra a antítese na qual o capitalismo se torna a cada dia, é a luta de classes. Assim como todo modelo até hoje foi superado, o capitalismo também é apenas uma etapa de desenvolvimento pela qual a humanidade precisa passar, porém a desigualdade gerada pelo próprio sistema é o gene da sua própria destruição. Aos que odeiam o capitalismo, o identificam como a origem de todo mal da humanidade, desconhecem que esse é um degrau no qual, segundo Marx, a humanidade construirá o desenvolvimento material necessário para o alcance do socialismo real. Só pode haver socialismo em uma sociedade na qual o capitalismo já esteja plenamente desenvolvido.

Adaptar-se é preciso


 Engels e Marx são os criadores do Socialismo Científico, o Socialismo já fora definido por outros teóricos, que é um modo racional de analisar as condições de instalação de uma sociedade sem classes, tal ideal seria alcançado através da via revolucionária e da ditadura do proletariado, porém, historicamente falando, a fase da ditadura do proletariado nunca foi ultrapassada, vide a antiga URSS, que como todos os regimes que caíram anteriormente, caiu por falhas internas e erros administrativos que causaram o enfraquecimento gradual do regime comunista. Outros exemplos seriam Cuba e China, extremos econômicos, Cuba mal conseguindo manter-se graças ao embargo econômico norte americano e a China, com seu Socialismo de mercado e as Zee's, segunda maior economia do mundo. As experiências socialistas do mundo não são muitas, a maioria fracassadas e a mais bem sucedida é uma grande adaptação do modelo criado por Marx e Engels. 

Samantha Sayuri de Souza Yabiku - 1º ano Direito Noturno

Humanidade em constante desenvolvimento


            Engels, muito conhecido pela obra em conjunto com Karl Marx e pouco por suas próprias influências  no desenvolvimento produtivo do segundo, faz elogio ao iluminismo por este romper com o passado, no entanto, acredita que a razão iluminista se converteu em racionalidade burguesa.
            No que diz respeito a economia política , temos que esta explica a mudança de mercadoria, isto é, a propriedade da terra só passa a ser possível com o capital, a moeda, mostrando nitidamente o que seria a liberdade de mercado.
            A burguesia dessa liberdade de mercado, ao criar um instinto de liberdade, ainda oprime outra classe, formulando a antítese, a contradição que a burguesia liberal carrega. Assim, a ideia inicial, isto é, os primeiros socialistas são “homens iluminados”.
            Sendo contra o excesso de utopia presente nesses primeiros socialistas, os adeptos do socialismo científico criticam as concepções metafísicas, como as de Hegel, cuja interpretação da história é idealista. Para Marx, a realidade tem de originar as ideias, não o contrário e essa é a dialética materialista.
            A Ideologia Alemã, que possui as premissas da concepção materialista, nos explicita o fato da mudança da sociedade no sentindo de que algum assunto, no ontem, pode ser considerado uma antítese e, com o desenvolver da humanidade, vira tese.


Pensamento e Aproximação

     As obras de Marx e Engels têm cunho socialista e não se restringem apenas a formas políticas. Começam por criticar outros socialistas, Owen, Saint Simon, Fourier, entre outros que para Marx e Engels são utópicos porque não conseguem aplicar suas teorias na sociedade, ficam só no campo das ideias. Marx, ao contrário, sempre esteve próximo a fatos do cotidiano. Trabalhou em um jornal e sempre estava por dentro das notícias de greves, assassinatos, entre outros. Daí sua busca do conhecimento para entender a sociedade e o mercado.
     As ideias de Marx e Engels são tiradas da análise da sociedade, que não é abstrata, e sim real. Essa análise da sociedade consiste, sobretudo no estudo das fontes históricas, as culturas, experiências entre mais. Por exemplo, através do estudo histórico, percebe-se que a luta de classes sempre existiu, é anterior a Revolução Industrial e foi necessária para as mudanças ocorrerem. Essa aproximação afasta o idealismo e por fim a utopia.
     O materialismo dialético a que se procura é justamente esse conflito de ideias burguesas com sindicatos, que geram uma nova realidade. Essa nova realidade vai se amadurecendo cada vez mais, no ritmo que o marxismo, na maioria das vezes, vai se opondo às ideias primeiras e criando novas concepções. E o produto disso é o socialismo
     As ideias estendem-se á produção capitalista. A economia é a base da ordem social tendo maior destaque que outros aspectos, portanto, o materialismo e suas contradições também devem ser buscados no fator econômico. A crítica nesse sentido é direcionada no fim da produção, ora se todos trabalham é injusto que apenas um fique com o produto gerado (crítica à mais-valia). Além disso, as máquinas que deveriam facilitar e aliviar o trabalho dos homens, só o torna mais competitivo e desgastante.
     Apesar de suas ideias aplicadas na sociedade, os próprios autores, acreditam que as mudanças sociais deveriam acontecer espontaneamente e sem um prazo programado para a concretização das ideias.

A peça esquecida

            

   Karl Marx e Friedrich Engels, filósofos que discursaram acerca do capital, foram os fundadores do conhecido Socialismo Científico, sistema em que os proletários se libertariam do sistema capitalista através de revoluções mundiais e pela ditadura do proletariado. Tal nome, científico, é de notória importância pois baseia-se na razão, ao contrário dos seus antecessores utópicos.
                Ora, tal denominação utopia provém de origem grega e significa “lugar que não existe”, nome também que foi um livro de Thomas More. Nele, More discorre sobre um lugar ideal, mais especificamente uma ilha, onde uma civilização convive em perfeita harmonia. Assim, é de se esperar que os métodos utópicos sejam inconsistentes e de poucas chances de ocorrência, como pode-se observar na experiência realizada por Robert Owen, em que cooperativas foram criadas com a idealização do aprimoramento humano, preparando-o para viver numa sociedade perfeita imaginada por Owen.
                Indo além, mesmo nos países que conseguiram consagrar o Socialismo Científico como Rússia e China, não ocorreu o que Marx e Engels tinham planejado. Com um forte controle estatal, seus líderes abusaram do poder para promover um socialismo “personalizado”, satisfazendo antes das vontades dos proletários, a vontade de seu líder. Stalin e Mao Tsé-tung seguiram caminhos semelhantes, censurando os que iam contra sua vontade e ditando o considerado melhor para seu país.
                Portanto, é impossível ignorar o elemento desencadeador dos fatos: o homem. Embora tantos os científicos quanto utópicos tenham ideais de como se atingir a sociedade livre de exploração, faz se mister que haja uma mudança interna para que os resultados sejam duradouros e reais. Senão, ao fracasso está fadada qualquer mudança externa à interna, como já foi provado inúmera vezes pela História.

Renan Souza, 1º ano Direito diurno
               
               

                

Socialismo testado

            O termo "Socialismo Real"  tem sido utilizado ultimamente para se referir aos processos revolucionários que ocorreram durante o século XX, e que carregam alguma carga atributiva às ideias propostas por Marx e Engels.
            As lutas de classes existiram desde que se criou o conceito de propriedade privada, remontando-se a um período anterior ao Capitalismo, já que havia esta propriedade até mesmo na sociedade romana. No entanto, com o desenrolar da Revolução Industrial, as disparidades entre as classes se tornaram mais evidentes e, com isso, surgiram alguns teóricos socialistas que imaginaram uma sociedade baseada no equilíbrio econômico-social das pessoas, tais como Charles Fourier e Robert Owen.
           Porém, apesar da dedicação e das boas intenções, essas idéias socialistas careciam de fundamentos científicos, estes pensadores idealizavam uma sociedade perfeita, mas viável apenas em suas cabeças. No entanto, na segunda metade do século XIX, a luta dos trabalhadores se eleva a um novo patamar. O aprofundamento do desenvolvimento do capitalismo e o acirramento da luta de classes lança novos elementos que serão estudados por 2 pensadores alemães, Friederich Engels e Karl Marx.
        Em 1880, Engels lança sua obra com os ideais socialistas, mas pautando-se em uma análise científica da humanidade e seu desenvolvimento histórico. Ele cria o socialismo científico, que se utiliza de ideais racionais para se atingir o desejado objetivo.
          Com a ruína dos movimentos socialistas, principalmente com a queda do muro de Berlim e da URSS, houve uma ampla divulgação  de que o capitalismo havia superado o socialismo proposto por Marx e Engels. Todavia, o Socialismo Real praticado naqueles países baseava-se em fatos como o unipartidarismo e a repressão, podendo-se afirmar, assim, que o Socialismo Científico imaginado pelos dois autores nunca tenha sido posto em prática, diferenciando-se daquele, pois enaltecia a soberania popular e clamava haver a necessidade de existirem meios de produção para serem utilizados beneficiando-se os indivíduos.
        Não se pode contestar a importância desses autores, uma vez que nenhum pensador conseguiu refutá-los, tentando apenas reproduzir a polêmica entre um socialismo ideal e o que pode ser colocado em prática ignorando que isso já fora feito com a fundamentação do Socialismo Científico pelos 2 autores alemães. 






                                              

A revolução de Marx e Engels

Após as revoluções liberais,  a burguesia conseguiu ascender ao poder, tirando deste quem até então estava nele durante quase toda a Idade Média, que era o clero e a nobreza. Desse modo, todas relações sociais começaram a se alterar e as trocas comerciais começaram e evoluir de maneira muito gradativa, assim como a circulação do dinheiro.

Marx e Engels trabalhando como equipe, fazem uma profunda análise histórica para analisar as interações sociais e econômicas que ocorrerão e assim chegarão a conclusão de que o capitalismo iria sucumbir. Isso porque, no decorrer da história, de acordo com seu método de estudo,  a maior parte  dos fatos históricos foram motivados pela luta entre as classes existentes na sociedade. As classes dominantes exploravam as classes menos favorecidas, obtendo assim ganhos econômicos. Por isso, elas desejavam manter o poder, enquanto as classes que realmente produziam a riqueza, não usufruindo dela, desejavam mudar a situação.
Segundo a visão marxista, tudo que aconteceu na história da humanidade foi motivado, direta ou indiretamente, pelo dinheiro ou busca de privilégios de um grupo minoritário sobre os demais, majoritários.

E na época que o socialismo científico foi elaborado, massas proletárias estavam insatisfeistas com suas condições de trabalho e de vida, até mesmo crianças e mulheres era submetidos as torturantes jornadas de trabalho. Quando a massa trabalhadora, soube que era um processo natural as lutas de classes e que o momento onde a burguesia e eles iria entrar em confronto e que, aquela sendo derrubada uma sociedade mais igualitária e justa iria surgir, como uma transformação, causou uma tremenda agitação popular  que foi o estopim de inúmeras revoluções e reivindicações da massa proletária; desde o século XIX até os dias de hoje.

Aluno: Cauê de Souza Rebouças                  Turma: Direito noturno

A mudança de reino para Engels


O ideal de Engels se baseia na concepção de que se deve observar os elementos da mudança a partir da historia real e concreta (empírica). Desta forma, o primeiro passo para Engels seria o rompimento com a metafisica e o surgimento do materialismo dialético, que se baseia na realidade vivida pelo proletariado.
Em certo ponto Engels chega a fazer um elogio ao Iluminismo, pois ele rompe com o passado, mas ao mesmo tempo gera uma contradição, pois surgiu da luta da burguesia para tentar por fim aos privilégios das classes, e acabou por criar seus próprios privilégios, sendo a liberdade criada nada mais que a liberdade de mercado.
            O ideal do Socialismo primitivo é o fim da diferença de classes (libertar toda a humanidade, não só uma classe). Considerados utópicos por Engels os pensadores desse viés eram: Henri de Saint-Simon, Charles Fourier e Robert Owen. Estes acreditam que não são as condições históricas que determinam a exploração de uma classe sobre outra, mas sim o predomínio de uma forma de pensar e de agir.
O meio proposto por Engels para superar o modo de produção capitalista é a apropriação do Estado pelo proletariado, desta maneira os frutos da produção seriam de todos e não somente de uma classe. Assim, se o Estado se torna representante de todos, ele se torna supérfluo. Portanto nesta situação o Estado extingue-se. Para que isso ocorra, não é necessário só que todos compreendam que a mudança é necessária, mas que existam algumas condições para que a transformação ocorra, e que ela se torne uma necessidade.
Libertar as forças produtivas da propriedade privada gera benefícios a todos pela expansão ilimitada da produção.
Por fim, Engels propõe o socialismo como ciência, que tenha como função pesquisar as condições históricas para a ação do proletariado. Assim, nas palavras de Engels, o homem “sai do reino animal” e torna-se “senhor consciente e efetivo da natureza”.