segunda-feira, 27 de maio de 2013

A peça esquecida

            

   Karl Marx e Friedrich Engels, filósofos que discursaram acerca do capital, foram os fundadores do conhecido Socialismo Científico, sistema em que os proletários se libertariam do sistema capitalista através de revoluções mundiais e pela ditadura do proletariado. Tal nome, científico, é de notória importância pois baseia-se na razão, ao contrário dos seus antecessores utópicos.
                Ora, tal denominação utopia provém de origem grega e significa “lugar que não existe”, nome também que foi um livro de Thomas More. Nele, More discorre sobre um lugar ideal, mais especificamente uma ilha, onde uma civilização convive em perfeita harmonia. Assim, é de se esperar que os métodos utópicos sejam inconsistentes e de poucas chances de ocorrência, como pode-se observar na experiência realizada por Robert Owen, em que cooperativas foram criadas com a idealização do aprimoramento humano, preparando-o para viver numa sociedade perfeita imaginada por Owen.
                Indo além, mesmo nos países que conseguiram consagrar o Socialismo Científico como Rússia e China, não ocorreu o que Marx e Engels tinham planejado. Com um forte controle estatal, seus líderes abusaram do poder para promover um socialismo “personalizado”, satisfazendo antes das vontades dos proletários, a vontade de seu líder. Stalin e Mao Tsé-tung seguiram caminhos semelhantes, censurando os que iam contra sua vontade e ditando o considerado melhor para seu país.
                Portanto, é impossível ignorar o elemento desencadeador dos fatos: o homem. Embora tantos os científicos quanto utópicos tenham ideais de como se atingir a sociedade livre de exploração, faz se mister que haja uma mudança interna para que os resultados sejam duradouros e reais. Senão, ao fracasso está fadada qualquer mudança externa à interna, como já foi provado inúmera vezes pela História.

Renan Souza, 1º ano Direito diurno
               
               

                

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