segunda-feira, 27 de maio de 2013

Ciência tratada como religião

Karl Marx e Friedrich Engels são figuras evocadas muitas vezes como o Deus judaico-cristão, seres onipotentes e oniscientes. Estão presentes em discursos ardentes e motivadores de uma visão do futuro, semelhante a pregações de líderes religiosos. Faixas e cartazes são levantados pregando o fim do capitalismo, um fim trágico, feito por uma revolução bruta. Nem se imagina que Marx e Engels usaram da arte da dialética para propagar as suas ideias.
Foi justamente contra o idealismo que os dois sociólogos lutaram, defendendo o Materialismo Dialético, Engels, na sua obra Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico, nos traça a história da humanidade sob uma perspectiva material e racional, deixando de lado a perspectiva ideológica abordada por Hegel.
Na formulação do socialismo, Marx e Engels partem da análise dos fatos da nova sociedade. Frente às injustiças da burguesia contra o proletariado, várias tentativas de anular esses agravos foram estabelecidas, mas como viriam a serem chamados, esses socialismos eram utópicos, não prosperariam por causa do seu desapego com a matéria, não resolveriam a luta de classes.
Foi assim que enxergaram que o proletariado, a classe oprimida, era a antítese da burguesia, a classe dominante. Quando a burguesia se torna uma classe supérflua, então aí que o proletariado, que realiza todas as tarefas da produção, teria a oportunidade de tomar o poder, através da Revolução Proletária e começar a nova etapa da sociedade, o socialismo, socialismo científico.

Desse modo o socialismo não é fruto dos devaneios revolucionários de duas pessoas carismáticas, mas fruto de uma observação e uma metodologia. Muito diferente da religiosidade com que esse assunto é tratado na boca de muitos. Dessa forma não se justifica em nada essa ferocidade com que é tratado o socialismo. O socialismo é um programa, é um trabalho de duas mentes que longe de serem divinas, foram científicas.

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