sexta-feira, 31 de março de 2023

O positivismo na contemporaneidade

 O positivismo, corrente filosófica que teve grande influência no século XIX, ainda é perceptível em diversos aspectos da realidade atual. A teoria positivista enfatiza a importância da ciência e da razão na busca pelo conhecimento e no progresso da sociedade. Na atualidade, é possível perceber a influência do positivismo em diversas áreas, como na ciência, na tecnologia e na política. A ciência, por exemplo, é uma área em que a busca pela objetividade e a utilização do método científico são ainda fundamentais para a produção de conhecimento e avanços tecnológicos.

No entanto, é importante ressaltar que a teoria positivista também tem suas críticas, especialmente quando se trata de questões sociais e humanas. A ênfase na objetividade e na neutralidade pode levar a uma visão limitada e superficial da realidade social, ignorando a complexidade e subjetividade dos fenômenos sociais. Em relação à política, a teoria positivista foi utilizada como justificativa para a ideia de que a sociedade poderia ser organizada de maneira científica e racional, em que as decisões políticas deveriam ser baseadas em fatos e dados, e não em crenças ou ideologias. No entanto, essa visão também tem sido criticada por ignorar a dimensão política e ideológica das decisões e por não levar em consideração as diferenças culturais e sociais entre os diferentes grupos. Além disso, é importante ressaltar que a teoria positivista também pode ser utilizada de maneira seletiva para justificar interesses particulares, como a dominação de grupos privilegiados ou a perpetuação de desigualdades sociais. Nesse sentido, é fundamental questionar a aplicação da teoria positivista na prática social e política, sempre levando em consideração a complexidade e a diversidade da realidade social.

Em resumo, o positivismo ainda é perceptível na realidade atual, especialmente no campo da ciência e da tecnologia. No entanto, é importante reconhecer as críticas e limitações da teoria positivista, especialmente quando se trata de questões sociais e humanas, e buscar uma abordagem mais integrada e sensível à complexidade e diversidade da realidade social.

Giulia Lotti Pupin, 1-semestre direito-noturno RA: 231224761

O positivismo como corrente da estagnação

O filósofo francês Auguste Comte, responsável pela formulação da doutrina positivista, foi de suma importância para a constatação das ciências sociais como passíveis de estudo e análise durante os séculos XIX e XX. Entretanto, o conceito de Física Social, desenvolvido pelo autor, foi proposto como um movimento estático, no qual a ordem e o progresso eram pensados como ferramentas necessárias para evolução da sociedade. Esse pensamento, por sua vez, foi reproduzido por décadas sem que fosse adequado a cada período histórico e suas especificidades. 

Nota-se o emblemático uso do positivismo na consolidação da República Brasileira, ainda em 1889, através de um golpe militar, e como o seu lema ``ordem e progresso´´ foi utilizado no centro da bandeira nacional. Mais do que expor o novo rumo que a sociedade nacional tomaria, seu uso foi claramente com o objetivo de formar uma mentalidade e ideologia de imobilização e promover um senso coletivo de que a partir daquele momento se veria o real progresso.


Não é surpresa que na atualidade o pensamento positivista ainda se faz presente. Em um momento de incertezas e dúvidas, parte da sociedade busca utilizá-lo como ferramenta de segregação e imposição social através da coerção. Outrossim, o progresso que o autor busca alcançar não é relativo à justiça social e equidade de oportunidades, mas sim, como meio de paralisar as dinâmicas transformadoras intrínsecas às sociedades modernas, nas quais o progresso é pensado através da ampliação dos espaços de pertencimento e fala, e não mais como mero avanço econômico ou estagnação das possibilidades de se almejar o novo.


Guilherme Ferreira Ghiraldelli-1° ano Direito(matutino)

O Positivismo em face ao avanço conservador na sociedade

 

            Fomentado por setores conservadores da sociedade brasileira, o Golpe Militar de 1964 foi responsável pela instauração de um regime de completa violação dos princípios democráticos e dos direitos dos cidadãos, o que se justificava, de acordo com os militares, pela necessidade de garantia da ordem política e social, a qual eles julgavam estar sendo subvertida naquele contexto. Nesse sentido, a motivação para a tomada do poder utilizada pelos militares expressa uma profunda relação com o ideário positivista, defendido por Augusto Comte, de acordo com o qual a adoção dos meios necessários para a garantia integral da ordem, pela supressão de todo comportamento que se demonstrar em desacordo com a mesma, seria uma ação primordial para a garantia do progresso do corpo social. Dessa forma se evidencia como o pensamento positivista, historicamente, internalizou-se no ideário da sociedade e nas instituições governamentais, produzindo reflexos que se fazem realidade ainda no contexto contemporâneo.

                Convém comprovar, inicialmente, como o pensamento positivista se expressa nos diversos ideais dispersos na conjuntura hodierna. Sob essa perspectiva, conforme preconizado por Comte, disseminam-se na sociedade tendências de desorganização, às quais se associam aos movimentos em torno da contestação da ordem socioeconômica capitalista vigente, e de reorganização, que, de acordo com a lógica comtiana, se relacionam aos movimentos conservadores, defensores da reafirmação dos costumes e tradições. Seguindo essa lógica, o avanço do pensamento tradicionalista e a ascensão de governos de extrema direita ao longo do globo, pautando-se em lemas como “Deus, pátria e família”, munem-se de um discurso positivista, segundo o qual eles seriam os responsáveis por conduzir esse movimento de reorganização, baseado na adoção de um ideário aversivo às lutas sociais contestadoras dos costumes ocidentais-cristãos. Como exemplo, as manifestações golpistas em frente aos quartéis brasileiros, no final de 2022 e início de 2023, tendo por base justificativas semelhantes às utilizadas para a concretização do golpe de 1964, são exemplos claros da influência do pensamento positivista no contexto atual.

                Ademais, é válido destacar como o avanço dessas formas de pensamentos é intensamente nocivo ao corpo social contemporâneo. Nesse raciocínio, em meio a uma sociedade que preza pela conservação da ordem tradicional, diversas pautas fundamentais para a formação de um coletivo calcada na equidade e dignidade, como o combate à desigualdade social, a superação da cultura patriarcal em prol da emancipação feminina, o combate ao racismo e às demais formas de discriminação, a garantia dos direitos da população LGBTQIA+, a promoção do acesso dos grupos subalternizados às universidades e aos cargos de liderança globais, entre outras, acabam sendo suprimidas por um discurso que busca associar tais temas a uma suposta imoralidade. O próprio progresso defendido por Comte se limita ao desenvolvimento técnico e científico, ao passo que se opõe à relevância das transformações sociais citadas, impedindo que elas sejam efetivadas.

                Portando, o positivismo, enquanto pensamento que preza pela garantia da ordem para a promoção do progresso, se mostra internalizado em diversos comportamentos e ideais da atualidade e é nocivo ao corpo social, dado à sua oposição quanto a temas de relevância ímpar para a modernidade. Depreende-se, logo, que o fomento para valorização da diversidade e para o engajamento social quanto à promoção da igualdade é essencial para a superação desse ideário tradicionalista, estruturado no tecido social global.

Eduardo Garcia da Silva

RA: 231220324

1º Ano – Direito Noturno

O positivismo in(corpo)rado pela sociedade nos dias atuais

 Fome, miséria, desnutrição, doenças, morte e estupro. Essa é a crise humanitária que os Yanomamis estão passando. Para alguns, a instabilidade que eles vivenciam serve de justificativa para mostrar à sociedade como eles precisam se integrar com ela para poderem sobreviverem e se desenvolverem, tal como pensava Auguste Comte. Outros, no entanto, conseguem enxergar o descaso governamental e social, bem como a urgência de superar essa visão positivista e utilitarista de que os indígenas devem seguir a lógica europeia para poderem garantir seus direitos básicos como seres humanos. Com isso, questiona-se: esse mito determinista e de superioridade branca ainda é (ou já foi?) cabível na vida social?


               Desde o darwinismo social como "argumento" para a escravidão até os dias atuais com o descaso aos povos indígenas e originários é possível notar uma crença nos estágios criados por Comte. Teológico, passando para o metafísico e, por fim, o positivo. Para ele, esses povos seriam inferiores apenas por estarem em uma "fase" diferente. Será que tal hierarquização meritocrática vai de encontro à uma democracia horizontal com a igualdade de todos perante à lei? Será que a ciência social tem que ser igual uma ciência exata passando por uma incansável sistematização e por leis invariáveis? É assim que a sociedade age? Esses questionamentos se voltam à crise humanitária vivenciada pelos indígenas brasileiros. Talvez, se a sociedade, bem como o ex-presidente do Brasil que diversas vezes problematizou a demarcação de terras, parassem de ter essa visão  capitalista acerca dos povos originários, poderíamos enxergar que não, a sociologia não é exata e a exigência de fazê-los agir e ter o mesmo modo de vida que o nosso mostra que não há uma igualdade e que, na verdade, o que está acontecendo é um genocídio.


               Em suma, a visão positivista de hierarquia social, em que algumas civilizações são "melhores" do que outras, porque apresentam maior desenvolvimento técnico- científico não cabe e nunca coube na vida social. É uma forma de silenciar tais povos e ignorar a crise humanitária que eles passam. É uma ideia utilitarista da sociedade e também uma teoria sociológica com "fases" inexistentes, já que a realidade social não perpassa por estágios, mas sim por fome, miséria, desnutrição, doenças, morte e estupro...

                      Isabela Junqueira RA: 231223315  

O positivismo como alimento para o preconceito.

 Durante o programa ‘’Super Pop’’ em fevereiro de 2016, o ex presidente Jair Bolsonaro afirmou: ''Não empregaria mulheres com o mesmo salário (...) tem muita mulher que é competente''. Evidenciando seu caráter preconceituoso em relação ao papel feminino na sociedade, tal pensamento tem sido aderido por diversas pessoas no Brasil. No entanto, o motivo para estas atitudes vem da intimidação de que as mulheres possam sair de seus lugares designados como acolhedoras da família e comumente subordinadas a figura masculina, buscando ser justificado por meios religiosos e misóginos, com falsos embasamentos científicos. Esta ação pode ser facilmente comparada ao método do filósofo francês Auguste Comte, que separa os indivíduos em funções para garantir a ordem da sociedade, influenciando a propagação de discursos conservadores.

 O método positivista, anteriormente citado, tem como fundamento as leis gerais naturais que garantem o funcionamento social de modo a evitar a crise moral, ou seja, a falta de designação de espaços específicos a grupos populacionais causaria a degradação da sociedade e o seu desornamento total. Deste modo, aquilo que foge do que é imposto é de extremo incomodo aos adeptos desta filosofia, alimentando o preconceito e exclusão dos grupos que não se enquadram ao que é ‘’natural’’. Em contra partida, o positivismo de Comte também busca a emancipação do senso comum e a análise precisa e cientifica do espaço social, criando um paradoxo em relação a pré noção conservadora enraizada de que minorias devem ocupar lugares marginalizados e inferiores. 

 Na atualidade, a busca pela estática da filosofia positiva ainda é a justificativa para a disseminação de discursos de ódio, alegando a importância de se manter os valores tradicionais diante a grupos que buscam alcançar cada vez mais espaço na sociedade.


Aluna: Heloísa Calixto da Silva \ Ra: 231224631

1° ano Direito Matutino

Existe positivismo hoje?

Atualmente estamos vivendo tempos difíceis para a ciência, grupos e mais grupos
de pessoas vem surgindo, questionando desde o formato do nosso planeta até a eficácia de
vacinas. Discussões que a muito tempo acreditava-se ter se extinguido, eram consensos,
porém apenas no meio científico.
O positivismo muito parecido com o senso comum, é uma forma simples de se criar
conhecimento. Assim, quando a academia se afasta das pessoas, ficando presas apenas
em seus “laboratórios”, fazendo pesquisas e estudos, longe das massas, começam a surgir
questionamentos, onde ficam lacunas apenas esperando respostas, onde pessoas sem
muito conhecimento criam suas próprias verdades, a partir apenas daquilo que pouco
sabem e daquilo que sentem dentro delas. Aqueles que se articulam melhor, formam grupos
e convencem até os mais esclarecidos.
Quando grupos surgem trazendo argumentos firmes sobre conhecimentos que nos
são ensinados nas escolas, com argumentos fracos pela precariedade do nosso ensino.
Surge algo mais perigoso, surge uma massa de manobra política, onde um candidato pode
surgir propagando as ideias desses grupos, que pode fazer com que mais pessoas peguem
essas ideias para si. São pessoas que por falta de conhecimento, podem ser facilmente
manipuladas, levando elas a aderirem a ideias abomináveis que talvez nem façam parte da
moral delas, mas como quem passa esses conhecimentos questionáveis é um chefe do
executivo, é mais provável que seja verdade.

Aluno: Vinicius Eiji Pereira Pazin
RA: 231223773
Turma: 1º ano - Direito - Matutino

A perpetuação dos valores tradicionais através da ciência positivista

  O positivismo de Auguste Comte surge com a valorização do conhecimento científico a partir da observação concreta, em detrimento do conhecimento teológico e metafísico. O positivismo busca inferir como os fenômenos ocorrem, ao invés do porquê, e é considerado o estágio final do conhecimento. Todavia, como física social, o positivismo é a prática do estudo das relações sociais, com o objetivo de manter as relações tradicionais e reduzir a complexidade do corpo social, discriminando o pensamento das classes marginalizadas.
 Na sociedade moderna, a constante crise é influenciada pela oposição entre desorganização e reorganização. Sob a ótica positivista, há um medo de novos modelos de família, ou da autonomia das mulheres, por exemplo, o que naturaliza preconceitos. Pode-se analisar que, o modelo de família tradicional é valorizado, discriminando outras formas de família, como casais homossexuais e mães solteiras. Assim como o patriarcado é uma estrutura de poder baseada no homem, marginalizando as mulheres da vida socioeconômica, e esperando que, sob essa ótica, elas sejam reconhecidas somente no âmbito doméstico.
  Comte defende que a dissolução das possíveis transformações políticas e sociais promove a ordem, a reorganização e, consequentemente, o progresso. Porém, isso implica na conservação dos valores tradicionais, excluindo certas parcelas da população, como os casais homoafetivos e as mulheres. Assim, a manutenção dessa ordem promove a hierarquização do discurso, uma vez que o conhecimento produzido por mulheres pode não ser considerado ciência, apesar dos avanços alcançados por elas no século XXI.
  Essa corrente de pensamento define assim, os lugares sociais e universaliza a visão etnocêntrica do homem branco elitista, desumanizando outras perspectivas sociais. Como resultado, os pensamentos das pessoas marginalizadas são invalidados no cotidiano, propiciando a hierarquização nas relações. Isso revela o aspecto colonizador do conhecimento, visto que as minorias são deslegitimadas em suas lutas, com seus ideais sendo abordados como meras opiniões.

Larissa Melone Esquetini 1 ano Direito Matutino

RA: 231222751




quinta-feira, 30 de março de 2023

  A sociologia como ferramenta de estudo social usa a base epistemológica da ciência moderna para ajudar no entendimento do mundo. Nos dias atuais, a complexidade social causa estranheza para muitos indivíduos, uma vez que certas conceições mudam drasticamente, embora a alienação esteja no ser social, de forma individual ou coletiva, em detrimento a história. Também se destaca, nesse contexto, a compreensão do individuo no mundo, perturbações pessoas x questões públicas e psicológica x sociológica. Entender que todos esses assuntos são explicado pelo conhecimento na contemporaneidade através de métodos, como racionalidade, observação e....Desta forma, torna-se viável apresentar exemplos desses temas nas próximas linhas.

          primeiramente, a percepção individual do ser é formada por diversos fatores sociais, bem como familiar e localidade onde vive, no Brasil, a construção da sociedade atual têm vários fragmentos do legado racial de escravidão construído ao longo dos séculos, o individuo se alimenta dessa legado sem perceber. desta forma, raramente o homem tem consciência da complexa ligação da sua vida e o curso da história do mundo. Igualmente no atual, o movimento geopolítico que envolve o bloco econômico BRICS, o qual modifica as relações econômicas entre países ricos e emergentes, interferindo na vida de milhares de pessoas, mas não sendo percebido pela grande massa populacional. Da mesma forma, deve-se falar também a falta de capacidade do homem de orienta-se de acordo com os valores que amam, pois os direitos alcançados pelos minorias causa espantos nas pessoas na sociedade atual. Assim, a imaginação sociológica tem a capacidade de ir das mais impessoais e remotas transformações para as características mais intimas do ser humanos e ver as relações entre as as duas. 
           Outrossim, a sociologia ajuda no entendimento todas essas relações no mundo contemporâneo através do mapeamento do individuo em vários âmbitos e as suas relações diversas relações sócias, embora muitas pensadores tenham estabelecido métodos sócio cientifico, como Descates e Banco, na modernidade e correntes de de escolas de pensadores, igualmente o Positivismos, nos dias atuais há um conjuntos desses pesadores de diversas escolas que ajuda a entender o mundo pela sociologia.       

A problemática do pensamento positivista na contemporaneidade

 

 No contexto da Revolução de 1830, conflito entre conservadores e liberais na França, o filósofo francês Auguste Comte define o termo “física social” como a ciência que tem como objeto de estudo os fenômenos sociais, os quais estariam submetidos a leis universais do mesmo modo que as demais ciências. Isso porque, ainda de acordo com o pensador, restava aos estudos sobre os aspectos sociais atingirem o seu estado positivo, que seria o último estágio do conhecimento humano pautado exclusivamente na racionalidade, o mesmo já atingido pelas ciências naturais na época.

   Haja vista que tal linha de raciocínio é inerente à corrente filosófica do Positivismo, que tem Comte como um de seus principais idealizadores, percebe-se algumas questões problemáticas associadas a esse pensamento na atualidade. Considerando-se a visão do filósofo de que a “física social” tem como obrigação solucionar o caráter revolucionário das sociedades modernas a fim de manter a ordem social, entende-se que tal pensamento está vinculado à ideia de evitar que mudanças capazes de transformar a realidade social realmente ocorram, fazendo com que as injustiças e desigualdades permaneçam na sociedade para que o atual grupo hegemônico continue assumindo essa posição. Um exemplo disso seria a aprovação da Lei de Cotas em 2012, que poderia ser vista como parte do caráter revolucionário dos tempos modernos pelo viés positivista por corromper a ordem social referente à ocupação das universidades, em sua maioria, por um grupo restrito de pessoas privilegiadas socialmente. 

     Em resumo, nota-se que, apesar de estabelecer o estudo da sociedade baseado na racionalidade, a influência do positivismo no contexto atual é problemática, visto que indica uma certa comodidade em manter a ordem social, caracterizada pela supremacia de determinados grupos que temem perder sua posição.  Portanto, fica evidente que recorrer ao pensamento positivista significa consentir com as variadas formas de desigualdade e injustiça social da contemporaneidade. 


Lara Guerreiro - Primeiro ano de Direito (matutino)
RA: 231223196

Positivismo e sua problemática

 O positivismo de Comte é uma corrente de pensamento na qual a ciência é a guia de descobertas, ou seja, deve-se confiar e acreditar na razão.  Na sociedade positiva, alcançada após as sociedades teológica e metafísica, os acontecimentos são vistos de uma forma natural, como um curso natural da vida. 

E isso é problemático, pois vê acontecimentos horríveis e abomináveis como algo "natural". Isso seria admitir que a escravidão e o genocídio cometido por Hitler fossem naturais, tirando a culpa e a responsabilidade desses acontecimentos.  

Da mesma forma, tudo o que a Grada Kilomba retrata em seu livro "Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano", como por exemplo, os negros não terem lugar de fala, não serem levados a sério, serem sempre considerados inferiores, viverem na margem da sociedade enquanto os brancos estão no centro, enfim, todos esses exemplos racistas, fossem algo natural. E disso, deriva que, como é algo natural, não deve ser visto como um problema a ser discutido e resolvido. Tratando-se como natural, retira-se todo o passado de opressão que negros vivem desde que foram arrancados de seus países e forçados a serem escravos, desconsiderando o racismo como uma extensão da escravidão. 

Por mais que o positivismo seja uma corrente problemática, ela ainda está inserida de certa maneira na sociedade. Um exemplo, é  a frase "ordem e progresso" que aparece na corrente do positivismo e que está presente, até hoje em pleno século XXI, na bandeira do Brasil por sua relação com a influência das ideias positivistas na queda da Monarquia pelos militares. Como se a sociedade fosse uma espécie de linha reta que sempre progride, o que sabemos que não é, ela é bem mais complexa do que isso. 


Giovanna de Moraes Pereira- 1º ano de direito noturno

RA: 231223706

Positivismo como física social: Ordem e progresso?

 Segundo Augusto Comte, considerado o pai da sociologia, todas as áreas do conhecimento já possuíam suas indagações e questionamentos e, então com estudiosos e cientistas que realizam o desenvolvimento de tais; porém não havia o campo do conhecimento que estudasse a sociedade e, dessa maneira, deu início ao estudo da física social e, portanto completou o sistema de conhecimentos naturais. O positivismo é a corrente que Comte desenvolveu com o intuito de provar que o conhecimento científico é o único válido, para ele a religião ou dogmas não deveriam ser levados em conta, não deveriam ser ensinados, uma vez que não é de cunho científico. A corrente positivista defende que a sociedade funciona como um organismo, um corpo e que são interdependentes, não funcionam sem o outro, cada órgão pode ser um núcleo: como a família e a propriedade, esses todos formam o indivíduo (sociedade) e, assim aconteceria o progresso – o objetivo do. positivismo. Porém é possível destacar críticas dessa forma de pensamento, como o seu lema “ordem e progresso“,o qual está na bandeira do Brasil e é retirado da seguinte frase: “amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim”, é necessário destrinchar tais conceitos. Ordem seria a permanência das coisas como estão, então, a sociedade segregada, pautada no capitalismo e na desigualdade social e, justificando até o regime escravocrata, o que permanece até os dias atuais; marcados pelas recorrentes descobertas de trabalhos análogos à escravidão em vinícolas da região Sul e no festival de música Lollapalooza,  o que por muitos é justificado pela manutenção das diferentes classes sociais, em que muitos não possuem o mínimo, para que outros (uma minoria) possua muito (acumulação de riquezas).  O progresso é marcado pela ideia de que a ciência tem que estar em constante redescoberta e isso resultaria no desenvolvimento da humanidade, mas isso só seria possível com a manutenção da ordem, ou seja, realizar mudanças sem abalar o sistema social, o que é notado novamente pelos trabalhos análogos à escravidão no tempo contemporâneo; em que teoricamente, é proibido, a dignidade humana é prevista na constituição brasileira, mas na realidade é bem diferente, perceptível por tais noticias. O mais revoltante é a persistência de acontecimentos como esses, uma vez que o culpados não são julgados conforme deveriam; pois ainda exercem alta influência na sociedade atual. 

 

Maria Eduarda Souza Vasconcellos – RA:231220651. 1* ano direito matutino.

 

quarta-feira, 29 de março de 2023

(Des)ordem para o progresso

O termo "física social" foi cunhado por Augusto Comte, o qual tinha a intenção de sistematizar os estudos sobre a sociedade e, diante disso, implementou o positivismo. Inserido em um contexto de fervilhamento social, Comte entende a necessidade de criação de uma ciência capaz de entender e estudar a sociedade e, por isso, constitui a sociologia e determina seu estudo a partir de uma concepção positivista de ordem e progresso.

Indisvinculável à bandeira brasileira, o lema “ordem e progresso” exprime o contexto positivista formador da república federativa do Brasil em 1889. Desde sua formação, com um golpe militar contra a monarquia, a república brasileira teve muito mais a influência do positivismo inato dos seguidores de Deodoro da Fonseca do que a vontade social de um povo que assistiu bestializado de longe a mudança de regime político. Tal linha de pensamento determinou a maneira de pensar do governo brasileiro, o qual suprimiu as individualidades da sociedade em prol de um falso progresso coletivo que respalda o autoritarismo.

Seja na era Vargas ou na ditadura militar, a ordem foi usada de instrumento para a coerção da sociedade e progressão da perpetuação do poder dos líderes políticos sob um falso pretexto de bem comum a todos. Porém, em nenhum lugar do mundo a abdicação das liberdades individuais para a manutenção de líderes políticos representativos é uma escolha sábia, uma vez que, segundo Rousseau, uma vontade não se representa.

Portanto, usufruindo da frase:” No momento em que um povo se dá representantes, não é mais livre, não mais existe”; pode-se entender através do pensamento iluminista de Rousseau que não existe progresso para o indivíduo sem o fim da manutenção de uma ordem vigente que favorece os detentores do poder em detrimento das liberdades e seguranças individuais. Sendo assim, chega-se à conclusão de que, apesar de critério fundamental para a distinção de sociedades, o positivismo como única fonte de análise da sociologia acarreta em grotescos erros de dimensão autoritária e regressos na forma de condução do atual contexto socialmente engajado.

Guilherme Nunes de Melo Santini Trevisan, 1° ano de direito- Positivismo

 

Críticas ao Positivismo e a Limitação da Física Social como Ciência da Sociedade

     Iniciada no século XIX com Auguste Comte, a corrente de pensamento positivista se propôs a estabelecer uma nova ciência da sociedade, a "física social". Essa abordagem defende a ideia de que o conhecimento só pode ser considerado verdadeiro se baseado em fatos empíricos, e que a ciência deve se preocupar em encontrar leis gerais que possam explicar o comportamento humano
      No entanto, essa ideia de uma "física social" é altamente controversa. Uma das principais críticas é que a sociedade é um objeto muito mais complexo e dinâmico do que a natureza, e que, portanto, não pode ser estudada da mesma maneira que outras ciências exatas, uma vez que  a natureza pode ser estudada de forma objetiva e imparcial, enquanto a sociedade é influenciada por fatores culturais, políticos, econômicos e psicológicos, o que torna a tarefa de encontrar leis gerais extremamente difícil.
    Além dessa crítica, o positivismo também foi intimado por sua visão reducionista do ser humano, já que o via como um objeto a ser estudado, e não como um sujeito capaz de tomar decisões e agir de forma autônoma. Essa abordagem ignora as diferenças e particularidades culturais, históricas e individuais dos seres humanos, o que limitava sua capacidade de explicar o comportamento desses. Tais críticas evidenciam uma lacuna do positivismo na análise de certas características da sociedade.

Luiz Neto
RA: 231223641

O positivismo e o enfraquecimento da religião

 O positivismo é uma corrente filosófica que surgiu liderada por Auguste Comte no século XIX que propôs uma nova forma de compreender o mundo. Através da ideia de que o conhecimento científico era a única fonte confiável de conhecimento, o positivismo influenciou toda a sociedade ao defender a supremacia da razão e da ciência, o que contribuiu para o surgimento de uma nova maneira de ver o mundo, onde o conhecimento obtido pela ciência era mais valorizado que as crenças e tradições, perspectiva que se estendeu a diversos campos do conhecimento, como a política, a educação, a ciência, a tecnologia e especialmente, a religião. 

O autor acreditava que a religião era primitiva e insegura como forma de conhecimento, e que deveria ser substituída pela ciência na compreensão do mundo, alegando que apenas a ciência poderia fornecer respostas satisfatórias, inclusive respostas para as questões anteriormente respondidas pela religião, com um claro exemplo sendo a substituição da teoria do criacionismo pelo Big Bang. Através disso, o positivismo teve um impacto significativo no desenvolvimento do pensamento da geração e de um possível ateísmo. Ao propor que a ciência deveria ser vista como uma nova alternativa para substituir a religião, capaz de fornecer respostas para todas as questões, o positivismo contribuiu para o enfraquecimento da autoridade da religião e para o surgimento de uma visão mais laica e cientificamente guiada do mundo. Porém, o seguinte questionamento deve ser feito: a ciência pode realmente substituir a religião por completo? Uma vez que existem questões que transcendem o domínio da ciência e que são importantes para a compreensão da vida humana, como a moralidade e a espiritualidade, e que muitas pessoas ainda utilizam a religião como um pilar que sustenta as demais áreas das suas vidas de forma harmônica, a resposta é que não. 


No entanto, o positivismo inevitavelmente enfraqueceu a relação entre religião e a sociedade ao propor que a ciência deveria ser vista como o único instrumento capaz de fornecer respostas para todas as questões. O movimento contribuiu para o surgimento de uma visão movida pela ciência praticamente destituída da religião, enfraquecendo o domínio imposto pelas instituições religiosas. Porém, devemos lembrar que essa visão positivista da religião não deve ser aceita plenamente, pois ainda existem pessoas que afirmam que as religiões ainda têm um papel importante a desempenhar na compreensão da vida humana, e baseiam suas vidas nas crenças e tradições divinas passadas pelas gerações. 


Afonso da Silva Ferreira - 1º ano de Direito - Matutino

RA: 231223242

Escadas retrógradas

 

 Ao buscar o entendimento da sociedade, como um todo, o filosofo Augusto Comte iniciou o que chamamos de sociologia. O pensador apresenta suas ideias em um contexto de ascensão da burguesia e revoluções sociais borbulhando na Europa. O principal projeto introduzido por ele foi uma nova corrente de estudo para a ciência, a sociedade, fugindo de pensamentos do senso comum e religioso. Assim, ele buscou tornar o corpo social um meio de estudo com base na aplicação de métodos científicos para a busca do ‘’verdadeiro’’ conhecimento. Sua obra foi inovadora para a época e criou o que ele chamou de física social, com ênfase na explicação das ações humanas e dos fenômenos sociais, usando a experimentação de validação.

Ademais, essas ideias vistas no contexto atual se tornam equivocadas, pois Comte tem fortes bases de eurocentrismo e invalidou outras sociedades e contextos da época. Além de um busca constante de validação de hierarquia e ‘’lugares sociais’’, enfatizando a desigualdade como algo a ser aceito e válido. Essas contrariedades tornam o pensador retrogrado para a nossa sociedade, e, surge o questionamento do uso em si do positivismo. Porém, o movimento é fundamental para a linha sociológica, pois torna-se o percursor desse pensamento voltado ao corpo social, sendo necessário o entendimento da sociologia geral. Assim, mesmo sendo retrogrado, o positivismo é a base e a escada dos estudos atuais que envolvem o convívio do seres humanos.

Yan Justino - 1° ano direito matutino RA: 231223463

O Positivismo como validação da ciência apenas no molde europeu

                 

   O filósofo francês Auguste Comte visava, através do que ele chamava de ciência natural, estudar fenômenos sociais. Obviamente que, sem anacronismo, ele foi importante para iniciar a sociologia, mas seu erro reside no olhar restrito, simplista e etnocêntrico sobre o social.

   Comte acreditava numa linha restrita e única sobre o progresso, em que havia um parâmetro de desenvolvimento máximo no estágio positivo e mínimo no estágio teológico, passando pelo estágio metafísico. Sua concepção é totalmente atrelada aos seus preceitos fechados sobre a sua realidade – um homem branco e europeu. Dessa forma, ele tornou a ciência de época engessada em moldes restritos, ditando verdades sob uma única perspectiva – etnocêntrica.

   Dentro do olhar positivista, sociedades pautadas em crenças, como comunidades indígenas, seriam inferiores dentro da linha de progresso dessa filosofia. Enquanto que, sociedades pautadas em conquistas marítimas, como Portugal e Espanha, seriam superiores por terem atingido o estágio do progresso. Sendo assim, torna-se nítido que a ciência, o progresso e o correto se encontram dentro da perspectiva que o Comte vivia, logo, apenas seu contexto era superior e o restante estava a caminho desse estágio.

   Ver o mundo sob essa filosofia é acreditar que apenas o contexto de ciência europeia era válida, silenciando todas as outras sociedades e perspectivas distintas. Nesse viés, o positivismo até hoje valida ciências que possuem raciocínios restritos e excludentes sobre o social, valorizando grupos que se entendem como superiores ao longo de toda a história.

   O positivismo engloba todos aqueles que acreditam numa linha sistemática de progresso, colocando hierarquia entre sociedades, culturas e indivíduos. E, ironicamente ou não, defende esse pensamento aqueles que, dentro dessa visão de progresso, estão no estágio “mais evoluído”. O que seria o positivismo se não uma validação de quem está no topo para se manter ali?

 

Laís Tozzi Muraro - 1° ano Direito (matutino)

RA: 231221304

O POSITIVISMO NO BRASIL

 

O positivismo de origem francesa, foi inspirado pelo Iluminismo e defendido pelo filósofo Auguste Comte, o qual acreditava que por meio do positivismo poderia haver um constante progresso da sociedade baseado no avanço científico. 
De início, existem contradições quando o positivismo é colocado em prática no Brasil, a filosofia positiva expõe uma ideia de que para haver um progresso na sociedade é necessário que haja um “esquecimento” dos problemas individuais, ou seja, de cada cidadão (ã), segundo tal filosofia, todos os cidadãos (ãs) devem olhar e trabalhar pela pátria, fazer o necessário pela pátria e não o inverso. 
Seguindo esse raciocínio, não seria prudente resolver o problema da falta de saneamento básico, da miséria entre tantos outros que ocorrem no Brasil e que não são sanados pelo Estado, nosso país possui o lema positivista estampado na bandeira nacional, pois deveríamos nos preocupar em trabalhar pela “nação”, eis a questão: devemos trabalhar pela nação ou pelo governo? 
Portanto, o lema positivista deixa uma lacuna: não podemos parar? e em casos de pandemia? devemos continuar trabalhando pela nação e não como indivíduos que possuem necessidades únicas? o positivismo não responde a essas questões. 

Sophia Caños Farias. 1º ano de Direito-Noturno
RA: 231224826

terça-feira, 28 de março de 2023

O papel do Positivismo na deslegitimação de movimentos sociais

Em meio ao turbulento caos da Revolução Industrial, elevaram-se a um ponto de grande destaque os movimentos trabalhistas, que têm como um dos principais objetivos a garantia de direitos ao proletariado. Estes, assim como os demais movimentos sociais, buscam um rompimento com o status quo a fim de estabelecerem mudanças significativas na estrutura social, aspiração que - naturalmente - despertou uma forte oposição por parte da burguesia, a qual fora acolhida por uma corrente ideológica que despertou à época: o Positivismo.

Idealizado por Auguste Comte, o ideário positivista fundamenta a noção de sociedade como algo regido por leis naturais que são responsáveis pela manutenção da ordem e do progresso, ocorrendo assim uma união entre a conservação de elementos sociais vigentes, a qual funcionaria na manutenção da ordem, que então resultaria no "melhoramento" da sociedade, ou seja, no progresso. A teoria também define a sociedade como um ciclo que oscila entre momentos de desorganização e organização social, com a desorganização sendo definida por um estado de "anarquia moral" que ameaça a existência da sociedade e a organização sendo o restabelecimento da ordem, possibilitando o progresso. Dessa forma, com a conciliação entre "conservação" e "progresso", é construída uma justificativa para a prevalência das estruturas sociais vigentes e, portanto, do domínio burguês, além de deslegitimar a luta proletária ao classificar suas reivindicações por direitos como um atentado ao desenvolvimento social.

Tais ideais, direta ou indiretamente, persistem nos dias de hoje como esqueleto das teorias conservadoras contemporâneas por meio de diversas manifestações de pânico moral, que reprimem movimentos sociais que buscam mudanças radicais na sociedade como ela se dá. Essa persistência é percebida ao analisar a atualmente crescente aversão a toda pauta considerada "de esquerda", que inclui as críticas ao sistema capitalista e reivindicações de direitos por grupos minoritários. É uma ilustração de uma suposta ameaça ao "progresso" que deve ser silenciada para a preservação da "ordem" por meio da conservação do dito status quo.

Contudo, se a "ordem" se dá pela manutenção das estruturas de opressão enraizadas na sociedade e o "progresso" significa o fortalecimento e a expansão destas, o Positivismo torna-se um instrumento da classe dominante, uma arma para silenciar os que ameaçam seu domínio. A persistência do pensamento positivista, ironicamente, mostra-se como inimiga do verdadeiro progresso social.

Murilo Lopes Cardoso da Silva
1º Ano de Direito (Matutino)
RA: 231222653 




A problematização da ciência social positivada

  Assim como dispõem as ciências naturais, Auguste Comte, importante teórico do século XIX, argumentou acerca da necessidade de fundamentação de uma lei natural para a ciência social, tornando-a positivada, ou seja, normatizada. Ainda, mesmo de acordo com o sociólogo, tal ciência era vista como complicada, devido à sua relação mais direta com o homem. No entanto, justamente por causa dessa complexidade, a positivação da sociologia não se justifica nos dias de hoje, uma vez que a realidade contemporânea encontra-se cada vez mais profunda, principalmente se voltada às questões das minorias sociais. Sendo assim, por mais que as normas dessa lei natural preguem objetividade, como nas demais ciências, ela falha ao tratar da Sociologia, pois não reconhece que os indivíduos, como sujeitos e objetos, escrevem de um lugar específico, consoante às suas experiências.

  A partir do viés das minorias sociais, as quais são afetadas pela positivação da ciência em questão, já que as normas reforçam a dominação de fardos do colonialismo, percebe-se que os conceitos de conhecimento estão intrinsecamente ligados ao poder. Dessa forma, vale destacar que o ensino, que tem feito parte das agendas acadêmicas, evidencia um entendimento não inclusivo, dado que assume um espaço onde o privilégio de fala tem sido negado a uma camada de subalternos. É assim que Grada Kilomba conclui que o centro acadêmico não é um local neutro e, por isso, é um problema normatizar a ciência social, que seria fundamentada por bases estabelecidas pelo grupo dominante.

  Portanto, no sentido de que os temas, paradigmas e metodologias do academicismo tradicional refletem não um espaço heterogêneo para a teorização, mas sim os interesses políticos específicos da sociedade imperante, faz-se necessário um olhar contestador, por parte da coletividade, quanto ao positivismo do teórico supracitado. Ou seja, cabe a ela quebrar os padrões fixos e excludentes dessa ciência, por meio da descolonização da ordem eurocêntrica do conhecimento. Assim, os sujeitos, para os quais a sociologia deveria se destinar, oprimidos buscam superar as estruturas de opressão firmadas por essa positivação proposta em séculos passados. 


Rayssa de Oliveira Dantas - 1° ano de Direito (matutino)
RA: 231223161

Positivismo e sua contradição



        O positivismo surge no início do século XIX, inspirado no pensamento Iluminista, juntamente com a Revolução Francesa e a Industrial, por Auguste Comte. O filósofo promoveu uma teoria na qual defendia a máxima evolução científica, em prol do progresso da humanidade. Comte acreditava na ideia que apenas a racionalidade, a manutenção da ordem vigente e a busca implacável pelo progresso científico eram a única forma de atingir, em sua concepção, o "bem-comum", ressaltando que Auguste Comte, nascido em 1798, era à favor da ordem social oriunda da monarquia.

        Seguindo a mesma esteira de raciocínio, a filosofia positivista mostra-se divergente, no sentido de que a mesma prega a manutenção da "ordem", baseada nos pilares fundamentais de toda sociedade, caso da Família, Religião, Hierarquia, Direito, Governo, entre outros aspectos primordiais a uma civilização. Contudo, as relações tradicionais, de acordo com a teoria, devem permanecer intactas, no intuito de preservar a estabilidade, por exemplo, as interações patriarcais em uma família tradicional não podem ser modificadas, pois caso contrário todo o ciclo de estabilidade seria rompido e a busca incessante pelo progresso seria prejudicado, acarretando no desenvolvimento precário da humanidade, ou seja, preservar o antiquado para almejar o novo.

        O positivismo, atualmente no Brasil, encontra-se fortemente enraizado na cultura nacional, visto que, por exemplo, manifestações de grupos ou indivíduos pertencentes às minorias são constantemente repreendidas, homossexualismo, racismo, entre outras formas de violência são vistas como "violadoras da ordem", consequentemente nocivas ao lema da nossa bandeira do Brasil "Ordem e Progresso".


ALUNO: Diogo Zamperlini Cochito

TURMA: 1° Ano de Direito-Noturno UNESP FRANCA

RA: 231223382 

segunda-feira, 27 de março de 2023

Direito: uma ferramenta de visão e emancipação

 

Tomamo-nos, inicialmente (visando a brevidade e o atendimento da natureza da atividade), à delimitação e diferenciação de dois grupos sociais hipotéticos: os alienados e os elucidados. Essa divisão, apesar de grosseira e imperfeita, revela duas esferas que se tornam cada vez mais claras no decurso dos anos. A primeira engloba a grande população em estado de menoridade, míopes e inertes em relação ao entendimento profundo da sociedade em decorrência, por exemplo, da manipulação moral e estética do mercado. Enquanto isso, designaremos o outro grupo como uma minoria detentora de características opostas.

Ora, em um mundo cada vez mais controlador e opressor, como esses seletos indivíduos transcendem a condição de ignorância globalizada? Bem, um dos caminhos possíveis é através do estudo do direito.

Para sintetizar o argumento, é necessário observar apenas a seguinte frase, retirada do site do curso de direito da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, proporcionado pela universidade Unesp:Considerando-se o enfoque crítico adotado no curso [...] o perfil (do aluno) [...] pretende-se que seja o de uma pessoa dotada de uma sólida formação cultural geral, humanística e axiológica”.  Logo, podemos dizer que o estudo da área promove tanto o desenvolvimento do conhecimento social quanto o debate crítico dos valores morais e condutas éticas adotadas ao longo da história, possibilitando assim uma visão mais aguçada dos instrumentos que regem a comunidade (portanto da construção e do entendimento pessoal) e a possível emancipação das vendas, amarras e estribos que limitam o homem contemporâneo.