- Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
E Jesus, respondendo, disse-lhe:
- Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás.
Lucas, cap. V, vs. 5-8.
Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão -
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
- Exercer a profissão -
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
- "Convençam-no" do contrário -
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
- Loucura! - gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
- Mentira! - disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
terça-feira, 23 de agosto de 2016
Utópicos, Marx, Engels e a luta de classes no contexto atual
Diferentemente dos chamados
utópicos, que acreditavam ser o socialismo uma verdade a ser revelada por
alguns “homens iluminados”, Marx e Engels trouxeram como grande contribuição a
visão do socialismo como ciência, cuja matéria a ser estudada seria a própria realidade.
Propondo para isso a dialética como método, em que o conflito antítese x tese geraria
uma síntese, Marx acreditava ser possível compreendermos a sociedade
capitalista e desvendar seus segredos.
Levando em conta que a
lógica do mercado está entranhada na vida social, em que todos, sem distinção,
estão sujeitos a ela, percebe-se a importância de se desmistificar o
socialismo, de retirá-lo da realidade apenas dos corredores universitários e de
fomentar o real embate de ideias, a luta de classes tão exaltada por Marx, em
busca de se fugir do idealismo e gerar mudanças efetivas na tão desigual ordem social vigente.
Sthéfane Souza Tavares Direito Diurno
A não eficácia do socialismo utópico
Marx e Engels faziam uma dura crítica ao socialismo utópico, porque para eles o socialismo deveria ser materializado, deveria ser comprovado cientificamente para que fosse considerado algo que as pessoas deveriam refletir sobre e apoiar, e para que as pessoas enxergassem ele de um modo real e possível de ser realizado, e não como uma coisa no plano da ideias onde não se tem certeza de como vigorará na sociedade.Não é que eles não utilizavam do plano das ideias, mas sim, que eles utilizavam disso para produzir o real, ara eles a ideia produz o real enquanto o materialismo determina,e são essas determinações que vão mostrar o que é ou não real.
Para Marx, a análise do ser humano como um ser racional é mais profunda do que afirmar que eles são seres que se distinguem pela razão, leva´se em conta o orque e o pra que, que eles utilizam essa racionalidade, tentando modificar a sociedade e o espaço em que vivem.
Por terem esse pensamento que Marx e Engels julgam o idealismo de Hegel como artificial, por ele imaginar como seria, construir um plano das ideias, para depois trazer para a realidade e tentar encaixar as ideiais ,a sociedade já existente com homens de carne e osso, não homens utópicos, que era os que ele utilizava em suas teorias.
Marx e Engels julgavam necessário estudar a história e o presente, caso desejassem modificar algo futuramente, e sendo assim, eles se armavam com todos os tipos de justificativa e modos para a realização de suas vontades, como por exemplo, a implementação do socialismo, com um grande embasamento, trazendo assim, esse feito mais possível de acontecer e mais próximo da realidade.
Camila Vita Nardino 1º ano direito noturno
Operário em construção - de Marx, de Chico, de Caetano, de Criolo, de Racionais e do Poetinha
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
(Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas)
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
(...)
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sualiberdade mais-valia
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
(...)
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão -
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
(...)
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
(...)
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão
(Que seu produto excedente
Era o lucro do patrão)
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na suaresolução. revolução
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
(Alguma coisa está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial...)
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
- “Convençam-no” do contrário -
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
(...)
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
(Seus olhos embotados de cimento e lágrima)
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
(Hey,
Senhor de engenho,
Eu sei,
Bem quem você é,
Sozinho, cê num guenta,
Sozinho,
Cê num guenta a peste)
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
- Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
- Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
(...)
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
(Quem tá na linha de frente, não pode amarelar,
O sorriso inocente, das crianças de lá)
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção
(Em terreno sem esperança
Ergueu-se a revolução)
Que lhe brotavam da mão.
(Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas)
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
(...)
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
(...)
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão -
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
(...)
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
(...)
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão
(Que seu produto excedente
Era o lucro do patrão)
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
(Alguma coisa está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial...)
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
- “Convençam-no” do contrário -
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
(...)
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
(Seus olhos embotados de cimento e lágrima)
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que refletia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
(Hey,
Senhor de engenho,
Eu sei,
Bem quem você é,
Sozinho, cê num guenta,
Sozinho,
Cê num guenta a peste)
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objetos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
- Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
- Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
(...)
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
(Quem tá na linha de frente, não pode amarelar,
O sorriso inocente, das crianças de lá)
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção
(Em terreno sem esperança
Ergueu-se a revolução)
Analise da teoria Marxista
Num intuito de
construir um novo modelo politico, econômico e social, Karl Marx elabora sua
teoria socialista, a partir de sua crítica a filosofia Hegeliana. Apesar de
Haurir-se da dialélica de Hegel (tese, antítese e síntese) oriundas da
racionalidade como modal do estado, Marx materializa sua lógica condicionando-a
a dois conceitos: Estrutura (meios matriais de produção) e Superestrutura, tudo
que é proveniente dos modais de produção e nisso se enquadra tanto a
tecnologia, quanto o conhecimento teórico e filosófico.
A partir desta
premissa o mesmo traça um panorama histórico movido por um fim que no caso é a
supressão da exploração e opressão do homem pelo homem (comunismo). Introduz-se
então a ideia da guerra de classes como o motor da História humana. Para Marx
em todo o legado da humanidade houve a luta entre classe opressora e oprimida.
No pós revolução francesa, o panorama no qual o autor está inserido, há a
ascensão de uma nova classe social, detentora dos meios de produção, a
burguesia e esta por sua vez explora a classe proletária, que por não deter os
modais de produção vende sua força de trabalho. Defini-se então como fonte das
desigualdades a detenção dos meios de produção por uma classe,
Deste modo Marx
enquadra a luta do proletariado como o fim histórico da exploração do homem,
culminado num sistema comunista onde o
estado será suprimido, um vez que esse é ferramenta coercitiva da classe
opressora, e também todas suas instituições e classes sociais além da total
socialização da propriedade privada e dos meios de produção Para isso ele
define três estágios precedentes: Capitalismo, como superação do modelo feudal;
ditadura do proletariado, tomada dos meios de produção pela revolução
proletária e socialismo que, guiado pelo partido comunista que representa toda
a classe proletária de maneira una, conduzirá a socialização dos meios de
produção e a gradual dissolução do estado e de todas as classes sociais.
Lucas Tadeu Ribeiro Efigênio - 1º Ano - Noturno
O universo do capital e a luta de classes
O feminismo, desde o século passado, vem crescendo como
movimento e obtendo conquistas A relativas à igualdade de gêneros antes
inimágináveis. Vai contra um ideal patriarcal muito presente em nossa sociedade
e que por muito tempo dominou as relações dos indivíduos sociais. A partir
dessa situação, podemos exemplificar o pensamento de Karl Marx e Friederich
Hegel referente à existências de teses, antíteses e sínteses.
A tese, que estaria representada pelo machismo na sociedade,
mostra-se como uma ideologia historicamente firmada e forte, ativa de mudança
apenas na presença da antítese, o feminismo, contradição dos valores da tese,
que culminaria em uma síntese, resultado da luta indicado como sendo, no caso,
as conquistas femininas ao longo do movimento. Tal situação relaciona-se ao
materialismo dialético: a realidade concreta transforma e é transformada pelo
psicológico social e suas lutas e pressões, responsáveis pela concretização de
uma antítese.
Segundo a visão marxista, a luta de classes sempre estará
presente na história das sociedade tal como ela é em nosso mundo, devido à
forte presença de opressão hierárquica. O capitalismo firmou ainda melhor a
referida luta, uma vez que tem quase como pressuposto uma desigualdade social necessária
para manter o sistema, firmando um ciclo infinito de exploração inclusive
ambiental, outro problemático a ser apontado.
Apesar do sistema, ao longo da história mundial, já ter
passado por diversas crises como a da superprodução, o modo como o planeta como
um todo hoje opera e é caracterizado mostra, infelizmente, o sucesso do capital
e de sua cultura, hoje já incrustada, assim como a predominância de interesses
individuais tanto no universo comercial e mercadológico quando em nosso próprio
universo psicológico individual e coletivo, que muda consideravelmente nossos
hábitos, relações e o modo como vemos a natureza humana e a do próprio planeta em
geral.
A infraestrutura, a superestrutura e a legião (urbana)
Música de Trabalho
Legião Urbana
Sem trabalho eu não sou nada
Não tenho dignidade
Não sinto o meu valor
Não tenho identidade
Mas o que eu tenho
É só um emprego
E um salário miserável
Eu tenho o meu ofício
Que me cansa de verdade
Tem gente que não tem nada
E outros que tem mais do que precisam
Tem gente que não quer saber de trabalhar
E quando chega o fim do dia
Eu só penso em descansar
E voltar pra casa pros teus braços
Quem sabe esquecer um pouco
De todo o meu cansaço
Nossa vida não é boa
E nem podemos reclamar
Sei que existe injustiça
Eu sei o que acontece
Tenho medo da polícia
Eu sei o que acontece
Se você não segue as ordens
Se você não obedece
E não suporta o sofrimento
Está destinado a miséria
Mas isso eu não aceito
Eu sei o que acontece
Mas isso eu não aceito
Eu sei o que acontece
E quando chega o fim do dia
Eu só penso em descansar
E voltar pra casa pros teus braços
Quem sabe esquecer um pouco
Do pouco que não temos
Quem sabe esquecer um pouco
De tudo que não sabemos
Não tenho dignidade
Não sinto o meu valor
Não tenho identidade
Mas o que eu tenho
É só um emprego
E um salário miserável
Eu tenho o meu ofício
Que me cansa de verdade
Tem gente que não tem nada
E outros que tem mais do que precisam
Tem gente que não quer saber de trabalhar
E quando chega o fim do dia
Eu só penso em descansar
E voltar pra casa pros teus braços
Quem sabe esquecer um pouco
De todo o meu cansaço
Nossa vida não é boa
E nem podemos reclamar
Sei que existe injustiça
Eu sei o que acontece
Tenho medo da polícia
Eu sei o que acontece
Se você não segue as ordens
Se você não obedece
E não suporta o sofrimento
Está destinado a miséria
Mas isso eu não aceito
Eu sei o que acontece
Mas isso eu não aceito
Eu sei o que acontece
E quando chega o fim do dia
Eu só penso em descansar
E voltar pra casa pros teus braços
Quem sabe esquecer um pouco
Do pouco que não temos
Quem sabe esquecer um pouco
De tudo que não sabemos
Fábrica
Legião Urbana
Nosso dia vai chegar
Teremos nossa vez
Não é pedir demais:
Quero justiça
Quero trabalhar em paz
Não é muito o que lhe peço
Eu quero um trabalho honesto
Em vez de escravidão
Deve haver algum lugar
Onde o mais forte não
Consegue escravizar
Quem não tem chance
De onde vem a indiferença
Temperada a ferro e fogo?
Quem guarda os portões da fábrica?
O céu já foi azul, mas agora é cinza
O que era verde aqui já não existe mais
Quem me dera acreditar
Que não acontece nada
De tanto brincar com fogo
Que venha o fogo então
Esse ar deixou minha vista cansada
Nada demais.
Teremos nossa vez
Não é pedir demais:
Quero justiça
Quero trabalhar em paz
Não é muito o que lhe peço
Eu quero um trabalho honesto
Em vez de escravidão
Deve haver algum lugar
Onde o mais forte não
Consegue escravizar
Quem não tem chance
De onde vem a indiferença
Temperada a ferro e fogo?
Quem guarda os portões da fábrica?
O céu já foi azul, mas agora é cinza
O que era verde aqui já não existe mais
Quem me dera acreditar
Que não acontece nada
De tanto brincar com fogo
Que venha o fogo então
Esse ar deixou minha vista cansada
Nada demais.
"Urbana Legio omnia vincit"
O método de Marx e Engels e suas convocadoras projeções
Marx e Engels são dois cientistas políticos que erigiram uma plataforma de interpretação e analise da realidade, em que o 'estado histórico' e o 'movimento' tomam o lugar do 'ser absoluto' e da 'coisa' da dialética hegeliana, rompendo com o idealismo e erguendo um materialismo historicista, crítico e radical. A impermanência dialética do pensamento humano é visto como evidencia de sua origem na materialidade, bem como evidencia de inexistência do Absoluto, enquanto para Hegel, a impermanência evidenciava o aperfeiçoamento. Assim podemos considerar que existe uma 'Dialética do Relativo' e uma 'Dialética do Absoluto'.
Esta redução do pensamento e do humano ao status de mero construto e 'estado histórico' ocorre até mesmo, seguindo o rigor do marxismo, com as construções e estruturas da época que fundamentam o marxismo, isto é, do que havia de sólido e concreto pois estes são mera síntese de múltiplas determinações econômico-sociais que se articulam pela dinamicidade da matéria no tempo e no espaço e por isso estão em permanente tensão, em razão do movimento . O marxismo, portanto, mesmo na sua auto-referencialidade é radicalmente materialista e temporal. Assim, o histórico consegue fatalizar o transcendente, mesmo o transcendente da lógica científica: sua ciência, cética e relativista, possui uma epistemologia, donde, para alguns, levaram as ciências sociais, passam pela Escola de Frankfurt, ao pós-modernismo.
A tautologia ''o estado histórico das coisas é apenas o estado histórico das coisas'' encerra a base do marxismo, que é comum a outras formas de historicismo, sendo a proposta de Terror Revolucionário pois para Marx o empenho marcial e ideológico na sociedade faz-nos agentes ativos, muito importantes na dialética histórica, e que, nessa altura do Capital, é possível converter suas forças ''de tiranos demoníacos em servos submissos'', fazendo com que suas produções potentes sejam utilizadas com outros fins.
Fabio César Barbosa - 1º ano, Direito diurno
Marx e Engels são dois cientistas políticos que erigiram uma plataforma de interpretação e analise da realidade, em que o 'estado histórico' e o 'movimento' tomam o lugar do 'ser absoluto' e da 'coisa' da dialética hegeliana, rompendo com o idealismo e erguendo um materialismo historicista, crítico e radical. A impermanência dialética do pensamento humano é visto como evidencia de sua origem na materialidade, bem como evidencia de inexistência do Absoluto, enquanto para Hegel, a impermanência evidenciava o aperfeiçoamento. Assim podemos considerar que existe uma 'Dialética do Relativo' e uma 'Dialética do Absoluto'.
Esta redução do pensamento e do humano ao status de mero construto e 'estado histórico' ocorre até mesmo, seguindo o rigor do marxismo, com as construções e estruturas da época que fundamentam o marxismo, isto é, do que havia de sólido e concreto pois estes são mera síntese de múltiplas determinações econômico-sociais que se articulam pela dinamicidade da matéria no tempo e no espaço e por isso estão em permanente tensão, em razão do movimento . O marxismo, portanto, mesmo na sua auto-referencialidade é radicalmente materialista e temporal. Assim, o histórico consegue fatalizar o transcendente, mesmo o transcendente da lógica científica: sua ciência, cética e relativista, possui uma epistemologia, donde, para alguns, levaram as ciências sociais, passam pela Escola de Frankfurt, ao pós-modernismo.
A tautologia ''o estado histórico das coisas é apenas o estado histórico das coisas'' encerra a base do marxismo, que é comum a outras formas de historicismo, sendo a proposta de Terror Revolucionário pois para Marx o empenho marcial e ideológico na sociedade faz-nos agentes ativos, muito importantes na dialética histórica, e que, nessa altura do Capital, é possível converter suas forças ''de tiranos demoníacos em servos submissos'', fazendo com que suas produções potentes sejam utilizadas com outros fins.
Fabio César Barbosa - 1º ano, Direito diurno
Sobre o materialismo dialético,
"A história de todas as sociedades que
existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes."
Um monstro vive debaixo de sua cama. Um
monstro temível, feroz e indomável. Você o conhece, sua existência
nunca lhe foi uma dúvida. E, assim como um pescador acostuma-se com
o cheiro podrido de peixe, você se acostuma com o monstro debaixo de
sua cama.
Isto não significa, nem por um segundo,
que ele não te incomode.
A fera arruína cortinas, revira seu
quarto, derruba os pratos da cozinha, não o deixa dormir por dias.
Você a odeia, mas não imagina uma vida em que ela não exista. O
monstro esteve lá desde que você se lembra, nos primórdios de sua
infância, destruindo seus brinquedos e te assustando a noite.
Seus pais te culpam por toda infelicidade
que o monstro veio a lhe causar. A bronca dura dia e noite, unindo-se
com o grunhir do monstro num zumbindo infinito que lhe faz tampar as
orelhas em busca de silêncio. Você não discute. Desistiu há anos
de convencê-los do monstro. Eles o chamam de louco, brigam pela
insolência. Eles não conseguem enxergá-lo, você pensa.
Você obedece seus pais e finge – assim
como eles – que o monstro não existe. Mas eles não fingem, certo?
Por que o fariam? Você ignora aquela vozinha irritante no fundo de
sua mente e aquiesce. Você cresce, um filho exemplar. Você arruma
toda a destruição do monstro que, depois de todos esses anos,
continua o mais inconveniente possível.
Um amigo visita sua casa. Não lhe era
particularmente um bom amigo, mas seus pais desgostavam de suas
amizades, então elas lhe eram rara. Elas o fazem distraído, seus
pais ralham. NÓS somos seus amigos, eles dizem.
De qualquer forma, seu amigo visita. O
porquê não era importante, mas lá estava ele, no seu quarto. No
meio da bagunça do dia que você não ainda dera conta de arrumar.
Ele vê o monstro.
Claro como a luz do dia. Na realidade, ele
também possui um monstro debaixo de sua própria cama. Todas as
crianças possuem, ele comenta plácido. Não é uma surpresa.
O seu chão cai. Mil questões rodeiam sua
cabeça.
Mas seus pais o conseguem ver?, você
questiona desvairado. Agora, esta criança que se mostrou indiferente
ao ver o temível monstro que habita seu quarto carrega um semblante
temeroso. Eles fingem que não, ele sussurra, todos os adultos fingem
que não.
Você cresce. O monstro nunca saiu debaixo
de sua cama e o conhecimento que seus pais sempre o viram não sai de
sua cabeça. Você cresce, torna-se um admirável adulto. Você se
casa. Você possui um filho.
O monstro de sua cama agora é o da cama
dele. O monstro, assim como fez com você, destrói todas as coisas
do caminho. Você culpa seu filho, o faz compensar por tudo que o
monstro fez.
Você, assim como seus pais, finge que não
vê o monstro. Lhe é mais conveniente culpar seu filho, fazê-lo
trabalhar por tudo que um dia você trabalhou. Na realidade, você
alimenta o monstro, cuida dele. Você não sabe exatamente o porquê.
É a ordem natural das coisas. Seu eu criança grita por dentro mas
você o ignora. Um dia, você pensa, seu filho irá fazer o mesmo.
Você estava errado.
Seu filho se cansa. Mas, ao contrário de
você, ele explode. Seu filho, unido a seus próprios amigos (Você
sempre foi mais flexível sobre esta questão, que erro), destrói o
monstro de sua casa. Eles destroem os monstros de todas as casas. A
criança dentro de você vibra. Eles destroem você.
Você encontra o fim com um sorriso no
rosto.
Finalmente,
o recomeço.
Bárbara Jácome Vila Real - 1º Ano do Direito Matutino
O OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO - VINICIUS DE MORAES
E o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o Diabo:
PEC
das Domésticas: análise marxista do modo de produção escravista
Cada
época histórica possuía um conjunto de forças produtivas, sob o controle de determinados
homens e também existia, ao mesmo tempo, um conjunto de relações sociais de
produção, que são o modo pelo qual os homens assumem o controle sobre as forças
produtivas, relações de propriedade, sendo que o conjunto total disso é chamado
modo de produção.
Ao
logo da história podem identificar três modos de produção: modo de produção
escravista antigo (Grécia e Roma antigas), o modo de produção feudal (Idade
Média na Europa) e o modo de produção capitalista (vigente no mundo atual).
Em
2013 foi aprovada, no Brasil, a Emenda Constitucional 72, que iguala os
direitos trabalhistas dos trabalhadores domésticos (empregadas, babás, motoristas, caseiros) com os dos demais
trabalhadores, alguns dos novos direitos
adquiridos por essa classe de trabalhadores foram: controle da jornada de
trabalho, com limite de 8 horas diárias e 44 horas semanais, pagamento pelas
horas extras, FGTS obrigatório e seguro-desemprego.
Depois em 2015 a presidente Dilma sancionou a regulamentação
da lei que estabelece 7 novos benefícios para esses trabalhadores, além dos
concedidos em 2013.
Contanto, por mais que essas novas medidas tenham tido grande
aprovação pela população brasileira, ainda houve manifestação contra por parte
uma parcela da sociedade brasileira, que não queria que esses direitos se
extinguissem para esses trabalhadores, alegando que eles teriam muito mais gastos
para manter seus empregados, visto os novos direitos adquiridos por eles, mas isso
acontece muito no Brasil, devido à herança escravista de nossa cultura, onde,
no passado, a elite brasileira tinha escravos para servi-la e fazer o serviço
doméstico (cozinhar, lavar a casa, a roupa, entre outras atividades), e na
cabeça dessas pessoas, elas ainda devem ser servidas e pagar um preço baixar
por isso, pois ainda há aquele pensamento de que serviço doméstico não é algo
reconhecido, por isso, não mercê muita gratificação.
Essa mentalidade, por exemplo, já não existe nos EUA, visto
que o próprio Professor Doutor Agnaldo, fez uma observação que enquanto ele
assistia a série House of Cards, ele não notou nenhuma empregada servindo o
personagem Francis J. Underwood, um político respeitado pelos EUA inteiro, isso
acontece porque lá, a escravidão foi apenas nas colônias do sul, sendo o as
colônias do norte mais “liberais” e durante a expansão para o oeste, poucas regiões
adquiridas optaram pela mão de obra escrava.
Segundo uma análise marxista, parte da população brasileira
ainda tem a mentalidade do modo de produção escravista, onde ela deve servida
pelos escravos, mas devido às pressões da sociedade mais conscientizara e do próprio
setor, visto por essa elite como um novo tipo de escravo, o governo aprovou
novas mudanças para acabar com esse “status
quo”, pois à medida que a situação não muda e um grupo continua sendo
explorado, esse modo de produção tende a acabar, segundo Marx, pois uma hora os
oprimidos acabarão com os opressores, segundo sua teoria, isso acabaria coma consolidação
do comunismo, quando o Estado desaparecia.
Crítica não radical do pensamento marxista
Para Marx, um cientista
do século XIX, o colapso do capitalismo seria inevitável, ante o agravamento
das contradições de tal sistema. Contudo, até então, apesar de enfrentar
diversas crises, como a de 1929 (uma crise de superprodução, conforme
conceituação do próprio Marx), o sistema capitalista tem demonstrado singular
resistência, dada a sua capacidade de mitigar os efeitos da mais-valia e
considerando-se a capilaridade do mercado.
A mais-valia, que
representa a exploração do homem, cujo tempo total de labor não é remunerado
integralmente, ainda persiste, entretanto, não desencadeou a falência do
capitalismo, visto que, ao longo da história, foram realizadas concessões aos
trabalhadores, como a gratificação natalina, os descansos semanais remunerados,
as férias remuneradas, a redução de jornada, isto é, direitos trabalhistas que
mitigam os efeitos da exploração, permitindo aos indivíduos integrarem-se,
mesmo que parcialmente, ao mercado como consumidores, o que fomenta a sustentação daquele
e o conformismo destes.
Já a capilaridade do mercado
deve ser compreendida no tocante à capacidade dele de abranger diferentes segmentos
de atuação e atingir os rincões do planeta. Ressalta-se que, na sociedade
pós-moderna, até mesmo o prazer sexual é regulado pela lógica mercadológica, com a oferta maciça
de locais diferenciados para a prática sexual, de acessórios, vídeos, produtos
eróticos e medicamentos para o tratamento da disfunção erétil, os quais também
são consumidos por indivíduos saudáveis, visando à maximização do prazer,
tão propalada pelo mercado. Quanto à atuação do mercado em lugares remotos, pode-se
afirmar, atualmente, que não é incomum o consumo de celulares, computadores e
demais produtos eletrônicos em tribos indígenas, por exemplo.
Por fim, embora a teoria
marxista possa ser criticada no que tange à proposição da destruição do mercado
por si mesmo, não se pode desconsiderar que Marx e sua ciência resultaram do
contexto do século XIX. Ademais, embora algo da linguagem marxista acerca da
economia tenha envelhecido, muitas ideias de Marx sobre o Estado e a política
na sociedade de classes continuam mais atuais do que nunca.
Marcos Paulo Freire - Direito Noturno
A teoria de Marx e Engels.
Dois grandes filósofos, Marx e Engels dissertaram em suas obras acerca do socialismo, para ambos o socialismo utópico é frágil, depende da vontade dos homens, e não remete ao mundo real, porque a burguesia não vai abdicar dos seus privilégios em favor do bem comum, assim através do método dialético, chamado de materialismo dialético, que supõem que os acontecimentos e os fatos estão todos ligados, que a natureza não é imóvel e estável e sim sujeita a constantes mudanças, e que tem a ciência como sua base para desenvolver o pensamento, ambos cientistas desenvolvem o socialismo cientifico. Essa nova teoria, o socialismo cientifico fala sobre a luta de classes, que rege as relações entre as pessoas em toda a história da humanidade, sobre a mais valia que representa a diferença ente o salário do proletariado e o que ele realmente produz, o que ele produz em valor é muito maior que o seu salário, e é dessa diferença que os donos dos meios de produção obtêm seu lucro, para Marx e Engels também o socialismo cientifico pode rompes com a vigência do capitalismo
o que nos levara a um mundo melhor.
Em uma de suas obras mais importantes, o Manifesto Comunista os autores fazem críticas ao sistema capitalista, assim como ao seus meios de produção e sobre a relação entre as pessoas dentro da sociedade, analisam a evolução histórica das relações humanas, defendem a liberdade econômica e claramente defendem o comunismo, a forma de sociedade mais justa que poderá existir, na visão desses dois sociólogos. Um filme que representa muito bem as ideias do manifesto comunista é: Tempos Modernos, de Charles Chaplin".
Outro ponto em destaque é o fato da influência das teorias de Engels e Marx ao longo da historia humana, nações como a Rússia, China, Coréia no Norte e Cuba basearam suas leis, costumes e lutas nessa teoria, e até hoje elas repercutem no cenário mundial, por exemplo apenas á cerca de 1 ano que cuba abriu sua porta para comercializar com outros países, e eles estão fazendo acordo a respeito disso. Tanto jovens em faculdades, quanto governadores de países pensam e falam acerca da influência do pensamento socialista pra construção do mundo que conhecemos hoje, em países como Cuba até um ano atrás e Coreia do Norte, atualmente esse pensamento fundamento todas as relações econômicas, politicas e sociais de suas sociedade.
Isabela G. Heuberger - 1° Ano Noturno.
Do Idealismo ao Materialismo
“... não é a consciência que determina a vida, mas sim a vida que determina a consciência...” (Marx, A Ideologia Alemã)
Engels e Marx fundaram um método científico que rompe com a tradição idealista hegeliana alemã. Segundo Hegel, a explicação dos fenômenos está nas ideias, em uma concepção dialética do desenvolvimento histórico, porém idealista, a filosofia pretendida por ele visava a criação de um sistema que explicasse todas as coisas a partir da abstração.
Engels e Marx fundaram um método científico que rompe com a tradição idealista hegeliana alemã. Segundo Hegel, a explicação dos fenômenos está nas ideias, em uma concepção dialética do desenvolvimento histórico, porém idealista, a filosofia pretendida por ele visava a criação de um sistema que explicasse todas as coisas a partir da abstração.
A crítica à filosofia hegeliana recai sobre seu exacerbado idealismo. Por mais que tenha rompido com a metafísica e entendido o desenvolvimento histórico como um processo de contradições, Hegel continua compreendendo a realidade a partir do pensamento que se sintetiza, por meio de ideias opostas (tese X antítese). Já o materialismo de Marx e Engles, propõe como base científica o real, as ações, indivíduos e situações, entende-se os fenômenos a partir de uma visão sintética do concreto.
Dessa maneira, utilizando-se da dialética hegeliana, o materialismo dialético explica o desenvolvimento histórico como o pregresso da luta de classes: grupos sociais antagônicos (burguesia e proletariado) que, em constante contradição, funcionam como o motor da história. Nota-se que, para eles, a condição material determina a condição real, ou seja, o modo de produção e a posição dos indivíduos nessa cadeia determinam como serão as demais relações desta sociedade.
Os fundadores do socialismo, por meio desse método materialista dialético, "anteciparam" o fim do capitalismo, culminando no socialismo: o próprio sistema capitalista, cada dia mais, produz desigualdade e proletários descartáveis e miseráveis sem nada a perder ou fazer se não a Revolução.
Maria Clara Laurenti, Diurno
Sentimento do mundo
O Bonde São Januário leva mais um operário. Vai, pois, suportar nos ombros o peso deste mundo caduco. Possui olhos que não choram, coração seco, mãos que tecem e a feição fatigada pelas intempéries. Teria vergonha de chamá-lo meu irmão. Ele sabe que não é, nunca foi meu irmão, que não nos entenderemos nunca. E me despreza... Ou talvez seja eu próprio que me despreze a seus olhos.
Eu, daqui, observo-o do lado de lá. Assim foi, é e sempre será. Do Morro da Babilônia à Ilha de Manhattan. De Itabira ao Méier. O operário vai firme, no conto, no drama e no discurso político, enquanto os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram e esquecem nas areias quentes do Leblon; enquanto os conselheiros angustiados deleitam-se em ninhos de amor; enquanto bebemos honradamente a nossa cerveja, mirando as águas tranquilas ao som do Bolero de Ravel. Vai apressado, pois é preciso chegar a tempo.
É preciso trabalhar.
É preciso produzir.
É preciso lucrar.
É preciso oprimir.
É preciso explorar.
E ser explorado, não mais. Mil corpos labutando em mil compartimentos iguais. Mil que sustentam um, não mais. Vamos de mãos dadas, os mil, ou mais. É preciso lutar.
É preciso resistir.
É preciso revolucionar.
É preciso unir.
É preciso anunciar o FIM DO MUNDO...
...e o começo de uma nova era
Marxismo sem proletário
Do papel de destaque do proletariado na revolução a que se refere Marx todos nós sabemos. Na verdade não, todos nós universitários, que tivemos acesso a educação sabemos desta importância. O proletário não sabe que é protagonista da revolução.
O marxismo se enfraquece a medida que fica limitado a trabalhos acadêmicos e salas de aula, lugares estes que o proletário não está por uma série de motivos já conhecidos por nós. Ao lado dessa limitação surge uma mídia manipulada e manipuladora que vende ideias deturpadas de comunismo, revolução e sociedade igual.
Os marxistas da atualidade precisam levar seus ideais para as fábricas. Limitar o seu ideal de sociedade a um TCC pouco ajudará a libertar o operário dos "grilhões". Marxismo sem ação externa não é nada mais que leitura e reflexão (que têm seu valor), contudo difícilmente mudará o sistema atual.
Sabemos que o comunismo está presente em maior ou menor escala em alguns partidos políticos, no entanto as campanhas eleitorais já começam injustas e elitistas.
O marxismo precisa ir a fábrica, é lá que ele deve ser debatido e discutido. Não há marxismo sem proletário.
Aline Oliveira da Silva, Direito - diurno
O marxismo se enfraquece a medida que fica limitado a trabalhos acadêmicos e salas de aula, lugares estes que o proletário não está por uma série de motivos já conhecidos por nós. Ao lado dessa limitação surge uma mídia manipulada e manipuladora que vende ideias deturpadas de comunismo, revolução e sociedade igual.
Os marxistas da atualidade precisam levar seus ideais para as fábricas. Limitar o seu ideal de sociedade a um TCC pouco ajudará a libertar o operário dos "grilhões". Marxismo sem ação externa não é nada mais que leitura e reflexão (que têm seu valor), contudo difícilmente mudará o sistema atual.
Sabemos que o comunismo está presente em maior ou menor escala em alguns partidos políticos, no entanto as campanhas eleitorais já começam injustas e elitistas.
O marxismo precisa ir a fábrica, é lá que ele deve ser debatido e discutido. Não há marxismo sem proletário.
Aline Oliveira da Silva, Direito - diurno
Marxismo e suas pequenas grandes minúcias como método
Tendo acompanhado boa parte dos acontecimentos do século XIX e se tornado radical democrata, Marx vive no contexto em que também surge a burguesia, proletário, a consolidação do capitalismo e o surgimento dos Estados modernos. Viveu em uma Europa revolucionária e seu pensamento reflete nitidamente a influencia desse cenário.
Assim, tem seu referencial empírico advindo de Engels, autor o qual discute em vários momentos a questão dos "socialistas utópicos": os vê como muito frágeis uma vez que dependem do voluntarismo e da vontade dos homens.
Engels e Marx criticam essas idéias pois não veem a eficiência delas, afirmando que a burguesia nunca vai aceitar perder seus privilégios em prol da igualdade social. Ou seja, essa proposta não encontra correspondência no mundo real e sendo assim, os dois pensadores se esforçam para entender a realidade tal como ela é.
Nesse contexto, surge o materialismo dialético, teoria esta que propõe instrumento de mudança realmente efetivo. Partindo do princípio de que a razão é necessária, encaram o socialismo como ciência acompanhada da crítica a metafísica.
No que diz respeito ao Método, a abordagem sugerida era a de que existe uma dinâmica muito maior e mais complexa ao redor daquilo que está sendo analisado, admitindo-se como incoerente a análise de um fato isolado. Analogamente, a análise há de ser feita numa alcatéia como um todo, não só apenas em determinado lobo.
Aplicando o conceito de dialética, tem-se que a síntese é a capacidade de se ver as coisas como um todo, envolvidas por um contexto que as determina e as modifica. É nítido como as contradições numa realidade material se transformam, a que o autor atribui o nome de Materialismo Dialético.
A dialética marxista, assim, assume papel completamente distinto da dialética proposta por Hegel. Não se dá com a idéia da pura força motriz historicamente reproduzida, mas com a diversidade de conceitos, o universal. Deste modo, Marx confronta Hegel com a materialidade da vida: propõe superar a razão reconstituindo a sociedade através do método.
No que diz respeito a conceitos diversos, é valido ressaltar que o "concreto" para Marx nunca é algo imóvel, como para alguns pensadores. É algo em constante tensão, sendo síntese de muitas determinações.
Por último, faz-se de notável relevância comparar certas visões e conceituações de outros pensadores com o autor em questão. No que diz respeito a realidade, Durkheim afirmava que o presente explicaria o presente, sendo a sociedade coesa. Marx, por sua vez, defende firmemente que o passado tem seguramente sua influencia garantida no presente e ainda no futuro.
As inconsistências do Capitalismo.
Nos os últimos tempos o comunismo e o
socialismo no Brasil se tornaram extremamente estigmatizados, sendo que esboçar
o menor gesto de simpatia ou identificação com ideologias de esquerda se tornou
quase um crime na visão de grande parte da população. O irônico dessa situação
é que varias pessoas que defendem ferrenhamente o capitalismo e repelem
qualquer tentativa de conciliação entra o capitalismo e valores sociais de
esquerda são proletariados que se beneficiariam com mudanças nas estruturas sociais,
politicas e econômicas vigentes. No entanto o capitalismo é um sistema
inteligente, que faz com que o próprio escravo defenda a escravidão. Ele faz
isso se utilizando da dominação ideológica, vendendo a ideia da meritocracia:
se você vender sua força de trabalho e se esforça muito um dia você poderá se
tornar um burguês.
Marx e Engels diziam que o
capitalismo era uma fase, que serviu para romper com o feudalismo e que por inconsistências
internas através da luta de classes (burguesia versus operários) iria dar lugar
para o comunismo, talvez isso ocorra no futuro ou talvez as tentativas frustradas
de implantar de maneira não orgânica o socialismo no ultimo século tenham
comprometido a existência do futuro previsto por Marx.
Previsão, Marx não disse quando nem
como iria acontecer o comunismo, ele trabalhava com previsões e probabilidades,
afinal era um cientista e talvez em nenhum momento da história as ciências humanas
tenham ganhado um caráter tão exato e aproximado das ciências naturais do que
no trabalho de Marx e Engels e sua dialética
material, nesse método fatores históricos, forças de trabalhos, relações econômicas
e sociais foram analisados como reagente de uma reação química, através das
observações Marx e Engels conseguiram descrevem com extrema primazia a
realidade que viviam, e como a sociedade se organizava, fazendo projeções de
como a sociedade se desenvolveria.
Mesmo que as projeções possam estar
erradas, é preocupante que a maioria das pessoas está tão distraída com os
entretimentos que o consumo oferece que não percebam as anomalias e disfunções
sociais inerentes do capitalismo. O capitalismo e seu patriarcado criam
subclasses de seres humanos, de modo que possam pagar menos caso esse ser
humano seja uma mulher, ou um negro ou um nordestino, de modo que o burguês obtenha
maior lucro, a mais-valia descrita na obra de Marx-Engels. Essas subclasses recebem
tratamento inferiorizado, gerando diversos problemas sociais como violência contra
mulher, xenofobia, racismo e desigualdades sociais. Se o proletariado despertar
e alcançar a consciência de classe descrita por Marx, talvez comece a
questionar a origem e o motivo de diversos problemas iminentes em nossa sociedade,
e percebendo essas inconsistências do capitalismo resolva lutar para a mudança
para o comunismo ou talvez para algo que ninguém imaginou até o momento, quem
sabe um novo sistema que atenda as necessidades das pessoas se desenvolva com o
decorrer do tempo, mas é necessário que a população reflita sobre a sociedade e
questione pequenas coisas, como o motivo pelo qual repelem ideais de cunho
social.
Augusto
César de Oliveira - Noturno
Distinção crítica entre o método dialético de Engels e Marx
A distinção mais reconhecida entre os métodos desses dois cientistas sociais, Engels e Marx - este segundo que baseou seus estudos na teoria dialética do primeiro - é, sem dúvidas, o fator de ação que Marx adicionou à teoria de evolução social natural que as transformações históricas de cada tempo incontestavelmente levariam.
E isso quer dizer que, para Engels, as mudanças sociais que se sucederam, assim o foram porque teriam de ser, independentemente da ação humana. Ponto exato de discordância com Marx, teólogo político que creditava na ação política - do proletariado no que envolvia à revolução contra a burguesia, que resultaria na enfim justiça entre as classes - o fator central para a conflagração de um novo sistema de classes.
Entretanto, é mais fácil encontrar características semelhantes entre esses dois autores, pois além de utilizarem o mesmo método de materialismo dialético para análise social, ambos também creditavam na ciência o instrumento para superar a sociedade burguesa.
E isso quer dizer que, para Engels, as mudanças sociais que se sucederam, assim o foram porque teriam de ser, independentemente da ação humana. Ponto exato de discordância com Marx, teólogo político que creditava na ação política - do proletariado no que envolvia à revolução contra a burguesia, que resultaria na enfim justiça entre as classes - o fator central para a conflagração de um novo sistema de classes.
Entretanto, é mais fácil encontrar características semelhantes entre esses dois autores, pois além de utilizarem o mesmo método de materialismo dialético para análise social, ambos também creditavam na ciência o instrumento para superar a sociedade burguesa.
O Método Científico e A Dialética
É cediço que muitos estudiosos cogitaram ou até
mesmo basearam suas teorias interseccionando com o materialismo dialético, isto
é, tudo ao nosso redor que seja tangível, bem como o ambiente em que vivemos é
considerado deveras um propulsor modelador que lapida os conformes societários,
incluem-se a cultura, a sociedade e os seres humanos.
Engels enfeixou a sobredita teoria ao socialismo,
salientando que não o era apenas uma atividade voluntária realizável de maneira
deliberada, mas sim um objetivo que se pode alcançar por um método e por
ferramentas, transmudando-se de algo utópico para algo científico.
O caminho a ser percorrido encontrava respaldo na sociologia,
a fim de elaboração de hipóteses concretas, deixando pelas arestas a utilização
de princípios. Portanto, como consectário direto de sua alegação, refutava a
tese de que algo utópico era algo atingível sem o exercício empírico.
A ideia de Marx e Engels era conceder a todos os
bens da modernidade sem diferença. Salientam que é necessário estudar a
sociedade burguesa e o socialismo para então colocar em prática o socialismo.
Ademais, Marx acredita que o trabalho tem um fim
nacional, retirando a situação de um trabalhador como um escravo e
conferindo-lhe direitos. É essencial, ainda, buscar uma dialética histórica, ou
seja, para Marx e Engels faz-se mister buscar a história das coisas para
vislumbrar o seu significado, valor e função na atualidade.
Com isso, pode-se entender a situação concreta
do motivo das coisas estarem sobrepostas como estão.
Isadora Morini Paggioro - 1º ano diurno
Marx, Engels e Harvey na dinâmica da cidade
O socialismo não foi invenção
de Marx e Engels, muitos antes deles tentaram frustradamente alavancar as
ideias revolucionárias. Saint-Simon, Charles Fourier, Louis Blanc, todos
frustrados em suas ideologias comunistas. O que difere Marx e Engels dos demais
é a destreza de perceber que antes de formular uma tese deve-se observar
atentamente a realidade. Assim elaboram o socialismo científico, que se
preocupa em primeiro lugar em interpretar e compreender a dinâmica do
capitalismo, a acumulação previa de capital, sua produção e suas contradições e
fragilidades, tornando-se assim uma doutrina revolucionária.
Sua doutrina baseia-se
em quatro pilares. O primeiro é a força do passado, o materialismo histórico, que impõe uma realidade inescapável que
trabalha em função da lógica capitalista, tudo esta interligado em um sistema
que alimenta o capital. Ele é alimentado pela exploração dos que vendem sua
força produtiva através da mais-valia. A
realidade é fruto da dialética materialista, contradições entre o já existente,
a tese contra a antítese, a busca por concessões. E a luta de classes é o motor
da historia.
Desta forma o meio
urbano atual é o local da afirmação e fortalecimento do capital, produto de um
sistema burguês, e parte constituinte dos processos sociais mais abrangentes. No
manifesto comunista foi avaliado a cidade industrial moderna, da mesma forma
que na atualidade o geógrafo marxista David Harvey alega que a desigualdade é o
motor de segregação de segregação urbana gerando exclusão, violência, exploração
e segregação. Na concepção de Karl Marx a desigualdade social é um fenômeno causado
pela divisão de classes, existindo as classes dominantes que se utilizam da
desigualdade como uma ferramenta sobre as classes oprimidas.
Para Harvey a cidade
nada mais é do que fruto do excedente de produção capitalista, na busca por
mais-valia, a classe capitalista produz um excedente de mercadorias que precisa
ser vendido a fim de completar o ciclo econômico. Por não vender tudo que
produz e evitar uma crise de superprodução, a burguesia utiliza-se do aparato
estatal e compra o excedente capitalista. Como exemplo a república oligárquica brasileira,
que até a década de 1930 comprava o excedente da produção do café dos grandes
cafeicultores.
O capitalismo na dinâmica
da cidade necessita da urbanização para absorver o excedente de produção que
nunca cessa. Então surge a ligação entre o desenvolvimento do capitalismo e a urbanização,
já que a concentração geográfica se da pelo excedente e aumento de produção é pela
necessidade de encontrar esferas rentáveis para o consumo.
A urbanização atende os
interesses do mercado imobiliária, que sempre representou um fenômeno de
classes, segregando os espaços de acordo com a renda, como a contradição entre
as favelas e os enclaves fortificados transformando a cidade na luta e na alienação
social. Assim até mesmo no âmbito espacial o proletariado é subordinado a
burguesia a partir do momento que ele é privado das melhores localizações em
favor desta.