domingo, 19 de abril de 2015

O abismo onde o céu e o mar se encontram

O modo como o cérebro interpreta as imagens registradas por nossos olhos é realmente incrível. Porém, nem sempre devemos confiar nessa interpretação. 

O conhecimento empírico não é totalmente desprovido de valor, pois se baseia em certa experiência. Entretanto, pode nos levar a criar pré-conceitos quando possuímos um conhecimento raso sobre determinada questão. 

Em sua obra O Discurso do Método, René Descartes questiona a validade do conhecimento empírico: "aprendi a não acreditar com demasiada convicção em nada do que me havia sido inculcado só pelo exemplo e pelo hábito; e, dessa maneira, pouco a pouco, livrei-me de muitos enganos que ofuscam a nossa razão e nos tornar menos capazes de ouvir a razão".

A razão científica busca sempre mais detalhes. Desse modo, Descartes propõe a fragmentação do objeto de estudo, partindo de uma micro para uma macro perspectiva, como forma de melhor solucionar as dificuldades.

Datada de 1637, sua obra se relaciona à um tema muito recorrente na atualidade: o preconceito. Racismo, xenofobia, transfobia, misoginia, homofobia, lesbofobia: tais termos expressam o ódio e a intolerância ao que é diferente e se tornaram muito comuns por permearem diversos debates, principalmente nas mídias sociais.  

Descartes acreditava que deveríamos conhecer a cultura dos diferentes povos. Assim, seria possível julgar nossos próprios hábitos de forma mais justa e quebrar a concepção de que o que foge aos nossos costumes é "ridículo e contrário à razão". Essa forma de lidar com a diversidade se mostra extremamente necessária em nossa realidade quanto mundo plural para que discursos de ódio não sejam mais comuns. 

Isabela Ferreira Sastre
1º ano Direito Diurno
Introdução à Sociologia - Aula 2

    Sobre Descartes , Goebbels e manipulação  


René Descartes, o qual viveu na Idade Moderna, é respeitado por ter sido um intelectual versado em  diversas áreas do conhecimento. Por ter um grande saber, ele decidiu criar um método para verificar a verdade de suas ideias, que foi escrito em 1637. Apesar de ter sido redigido há 378 anos atrás, ele é  extremamente contemporâneo, e o seu uso seria benéfico inclusive na sociedade brasileira em relação à política.

A utilização desse critério seria positiva , pois evitaria a manipulação do povo, a qual parte da mídia e dos políticos, e ainda por cima asseguraria um debate fundamentado e frutífero. Isso ocorreria porque esse método baseia-se em questionar tudo o que se conhece, vindo a acreditar somente nas informações tão claras a ponto de não poderem ser mentiras e com base nisso, a população poderia refletir sobre  os discursos apresentados escolhendo apenas aquele que é tão claro a ponto de não poder ser falso.
 
Além disso, o uso dessa lógica seria proveitoso para o Brasil pelo contexto de crise pelo qual ele passa, em que existem muitos debates e ideias , e em meio a tanta informação , o povo acaba se perdendo. E isso contribui para a manipulação, pois os seus agentes , utilizando-se da máxima de Joseph Goebbels : "Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade.",repetem incessantemente seus pensamentos e a população perdida , sem conhecimento e nem metodologia crítica, termina por confiar naquilo que lhes é dito. 

Portanto, é inegável que o emprego dessa metodologia daria fundamentos para o entendimento popular , evitando a sua manipulação, e melhoraria o nível do debate político. Nesse texto sobre Descartes, Goebbels e manipulação fica evidente a contemporaneidade do livro "Discurso do Método" e a sua vasta utilidade, que vai da política à ciência.

Ensinados pela razão

     O desejo de conquistar o mundo permeia o século XVII com a ascensão da burguesia, classe social que detém os meios de produção e objetiva o lucro. Influenciado por esta classe, René Descartes busca um conhecimento diferente daquele visado pelos antigos filósofos. Enquanto estes contemplam, especulam sem finalidade, aquele procura transformar o mundo através do saber.

     Para concretizar esse projeto, Descartes rompe não apenas com os filósofos, mas também com o sobrenatural, baseando-se na razão (ou bom senso). Tendo-a como base, ele cria um método que consiste em duvidar; fragmentar, pormenorizando a dúvida; ordenar o pensamento do mais simples ao mais complexo e revisá-lo.

     Seus ideais inauguraram a filosofia moderna e influenciaram grandes movimentos como o Iluminismo e a Revolução Industrial. No entanto, a sociedade atual pode se beneficiar ainda mais dos estudos de Descartes. Partindo do questionamento dos conceitos tidos como verdades (senso comum), o povo deve aprofundar seus conhecimentos sobre os mais diversos assuntos a fim de compreender o mundo à sua volta e a forma como os fatos são expostos.

     Ao afirmar "Penso, logo existo", em sua obra O Discurso do Método, o pai da filosofia moderna dá uma lição à sociedade ao evidenciar que a razão, que diferencia os homens dos animais, é que caracteriza a sua – da sociedade – existência. Ao deixar de pensar criticamente o homem deixa, portanto, de existir.

Senso comum e a crítica cartesiana na atualidade

Em um contexto de Renascimento na Europa, René Descartes buscou afastar-se da filosofia antiga e do seu mundo de contemplação em busca da racionalidade e de uma verdade incontestável. O objetivo do filósofo francês nada mais era do que controlar a natureza e colocá-la a disposição do homem. Para isso, desconfiou dos conhecimentos por meio de costumes, crenças e hábitos, julgando-os impróprios para se conhecer a verdade. Considerando serem todos os homens dotados de razão, “o pai do racionalismo moderno” notou que a diferença entre os pensamentos dos indivíduos referia-se em como seus raciocínios eram conduzidos. Baseado nisso, elaborou seu método: duvidar de tudo; fragmentar os problemas no maior número de partes possíveis; organizá-las em ordem de complexidade e por fim, fazer revisões gerais e relações metódicas para que nada fosse omitido. Em síntese, o racionalismo cartesiano propõe a existência de um “gênio maligno” – presente em cada homem - que a todo o momento duvida de toda a informação obtida, a fim de julgá-la por meio único e exclusivo da razão. No entanto, vale ressaltar a crítica feita por Immanuel Kant sobre a existência de uma razão limitada pela experiência, em contrapartida a uma razão ilimitada proposta por René.
Ao criticar o senso comum, o autor do “Discurso do Método” pretende mostrar que todos são capazes de adquirir profundidade na intelecção e conceber a verdade, basta o uso da razão de forma correta. O tema proposto pelo autor deve ser considerado atual, uma vez que, em um contexto pragmático, os indivíduos não possuem tempo suficiente para dedicar-se a desconstrução de suas convicções e na organização de seus pensamentos e acabam por fazer juízos sem reflexões, o que enlouqueceria Descartes, se este fosse vivo. Percebe-se também, a presença hodierna nas críticas feitas à escolástica, já que nota-se nos meios religiosos atuais - igrejas, templos e assembleias - a existência de publicações excessivas e despropositadas; jargões que impedem a reflexão e autoridades que se acham proprietárias do conhecimento, contribuindo para fortalecer o senso comum.
Diante disso, conclui-se que a importância de sua filosofia está sintetizada em adquirir um conhecimento seguro, fugir do lugar-comum e buscar verdades indubitáveis. Na prática atual, seu método contribui para tornar os indivíduos mais críticos, incentivar a pesquisa e evoluir a ciência. Ainda que Descartes fosse contestado tempos depois, é inegável que ele revolucionou a ciência da época e trouxe relevantes contribuições.
Leonardo Borges - Direito noturno (1ºano)

Interpretando René Descartes - O discurso do método

  Na obra de René Descartes: Discurso do Método, o filósofo afirma que o bom senso/razão é partilhado pelos homens de seu tempo, os quais, dessa forma, têm o poder de julgar e discernir o que é falso ou verdadeiro a partir da maneira com que aplicam a razão. Assim, é evidente que os homens julgarão de maneira diferente, pois nem todos guiam seus pensamentos pelos mesmos caminhos.  
 Para sempre andar pelo ‘’caminho da verdade’’, Descartes se sente satisfeito ao elaborar um método que o ajuda a buscar sempre pelo acerto e pelo aperfeiçoamento, com ajuda da razão. Esse método cartesiano consiste em aumentar de forma gradativa o conhecimento e evitar que se chegue às opiniões equivocadas, visando colher frutos produtivos.
   Em sua obra, nota-se que o filosofo é cético em relação às opiniões visando buscar uma verdade absoluta por meio da dúvida. A desconfiança, para ele, é uma peça-chave para se chegar ao conhecimento.Para aumentar sua bagagem cultural, aproveitou, enquanto era jovem, para viajar e conhecer o mundo, seus hábitos, culturas e povos para tirar proveito do que seria útil. Percebeu, assim, que a verdade é muito particular, resultando em divergências de pensamento entre as pessoas. Com isso, Descartes mostra-se cético em relação a conclusões tomadas a partir do ''hábito'', uma vez que pode induzir ao erro e ofuscar a capacidade de agir com a razão. 
   Portanto, antes de ter certeza sobre algo, instaurou uma moral provisória a fim de viver moderadamente; submetia todas as suas opiniões à analise minuciosa, e também procurava se basear nas pessoas mais sensatas, verificando se suas ações condiziam com o que falavam. Deveria ser firme e decidido em suas ações para conseguir realizar seu objetivo. Para descartes, o único poder ilimitado que temos é o do nosso pensamento, e assim discorda da atitude de filósofos antigos que tem o pensamento como meio de induzirem outras pessoas e seu modo de pensar ao certo e ao errado, não utilizando o bom senso.
   A dúvida metódica, para Descartes, é proposta como um meio para se chegar à certeza, se apresentam ao espírito com estabilidade e ocorrem a maioria das pessoas da mesma maneira, independente das experiências dos sentidos. Para o filósofo europeu, só uma certeza é primeira diante de todas as demais: eu penso, logo existo. A constância do eu face a mutabilidade levou Descartes a considerar a alma como separada do corpo (dualismo) e, portanto, da análise da ''perfeição imperfeita'', pôde concluir pela suposição a existência de um SER PERFEITO, que é Deus, que originou tudo que existe. Nota-se que é a elevação da mente acima dos sentidos que permite chegar a esta conclusão, por ser puramente racional.  

Avanço da luz racional. Retrocesso da luz divina?


Este texto tem como objetivo traçar um pequeno corte temporal da influência religiosa na ciência e sociedade em duas fases e seu divisor - aqui focado no trabalho do filósofo francês René Descartes - e sua relação com o novo equilíbrio de forças da nossa sociedade.
Fé e razão foram e são temas abordados por diversos pensadores. Na Idade Média - principalmente devido à importância do poder clerical - a relação entre esses conceitos foi extremamente debatida até que São Tomás de Aquino alcançou uma conciliação entre fé-razão que seria adaptada à ordem religiosa; para ele, não haveria conflito entre elas, já que são concepções divinas complementares, com a primeira guiando à segunda (ou seja, o caráter religioso e espiritual ainda possuía supremacia em relação ao caráter propriamente humano, mundano e temporal). Esta supremacia não significava uma negação ao conhecimento humano, proveniente de sua razão, apenas o limitava, pois não era perfeito.
 A ordem estabelecida parecia estável, porém a filosofia cartesiana representaria uma ruptura no pensamento vigente. Sua filosofia contrapôs-se à da cultura medieval (das reinterpretações de Aristóteles e dos preceitos de Tomás de Aquino - a Escolástica) que ditava o pensamento da época. A união entre teologia e filosofia (fé-razão) foi questionada e esta última ganhou certa, não total, autonomia.
  Descartes simboliza - junto com outros filósofos - a ascensão racional; para ele, ao contrário de Bacon que também contribuiu para a formulação do método científico, concluído pelo francês, os sentidos não constituem caminho para o conhecimento, devendo ser questionados; a razão, o pensamento para René Descartes é o verdadeiro caminho para a sabedoria. A dúvida torna-se premissa para o "saber”. A constante racionalização do problema, a experimentação e a observação finalizam a base de seu pensamento. A burguesia, que ganhava cada vez mais força, começa a se identificar com esse enfoque filosófico; ainda mais ao relembrarmos que Descartes também acreditava que a natureza poderia ser compreendida e transformada conforme a vontade humana e em seu favor; ou seja, percebem-se nele bases para o Iluminismo e Positivismo, linhas seguidas e cultuadas posteriormente pelos capitalistas.
 As idéias cartesianas foram adaptadas e a influência divina antes questionada começou a ser refutada, principalmente com o advento de Freud e Nietzsche, este que prega a "morte de Deus", aquele propondo o abandono da religiosidade na ciência e na própria sociedade. Os avanços científicos proporcionados pela chegada de Descartes e principalmente pelas novas ideias que surgiram baseadas nos seus conceitos, mas não necessariamente fielmente adeptas a eles, conduziram a sociedade ocidental ao domínio burguês, do cientificismo e do racionalismo. Porém, posto que uma sociedade precisa - para manter sua integridade – de uma ordem, um equilíbrio, a excessiva radicalização de um extremo gera a necessidade de uma força para contrapor esse peso demasiado – como numa balança. Assim como na Idade Média a extrema religiosidade dominante teve como contraponto ideais racionais, atualmente esses encontram novas ondas de essência espiritual – desconsidera-se aqui grupos de islamismo radical ou de outras religiões orientais menos expressivas, já que não foram influenciados, pelos menos diretamente pelas ideias e conceitos expostos aqui, as regiões que os comportam.
Contraditoriamente, os avanços tecnológicos sugerem novos mundos onde a razão não parece se encaixar: as teorias quânticas, de mundos subatômicos em que Leis de Improbabilidade são concebidas, onde a certeza dá lugar à incerteza e ao “talvez”. Logo, essas e outras descobertas levam a separação entre “eu” e o “mundo” colocada por Descartes e o conceito de que a razão é o único meio de se alcançar sabedoria à serem indagados. Questionamos quem nos ensinou a questionar. Buscamos na fé novas respostas.
Surge então um dilema: seria o surgimento de Descartes o indício de uma nova era dominada pela razão –de alcances infinitos ou destinada a estagnação- ou de cíclicas eras em que fé e razão se alternam?
                                                                                   
                                                                                                        Roan M. Chimello Dias
                                                                                                        1º ano - Direito Diurno
                                                                                                        Introdução à Sociologia - Aula 2

Opinião de plástico

"O homem é um animal social", disse Aristóteles de Estagira. O ser humano, por natureza, está predisposto a viver no meio de uma comunidade. Cada indivíduo é uma peça que faz parte uma enorme engrenagem, chamada de sociedade, e cada peça contribui, à sua maneira, para o bom funcionamento desta engrenagem.
O meio de dominarmos a nossa sociedade e o meio em que vivemos para transformar ambos em algo melhor, fazê-los progredir em benefício do ser humano e de todos os outros seres vivos, é descrito por René Descartes com uma simples palavra: razão. Em suas palavras, o que diferencia o ser humano de todos os outros animais é a razão ou senso. É a capacidade de ver, entender e encontrar meios para transformar a realidade que dá à humanidade o poder de dominar toda criatura e adaptar-se ao meio. A inteligência garantiu a supremacia humana e fez de nós senhores do planeta. 
Contudo, ultimamente, indago-me onde andará a tão abençoada faculdade de pensar, de raciocinar, de ver e entender o meio e as necessidades. Parece que, a cada semana, surge uma nova forma de surpreender - e até assustar - o povo brasileiro, por meio de notícias e eventos.
O grande informador e formador de opiniões do século XXI, a Internet, é uma ferramenta incrível de propagação de notícias, informações e um meio para os cidadãos interagirem, discutirem ideias e ideais; algo que despertaria uma inveja mortal em Descartes. O que certamente o faz "revirar no túmulo" é como esta ferramenta é realmente utilizada. Tornou-se muito fácil criar notícias e espalhá-las. E mais ainda, para piorar, a aceitação dessas falsas informações é quase geral. Da geração dos descartáveis, dos fast foods e dos "relacionamentos líquidos" - termo estabelecido pelo filósofo contemporâneo Zigmund Bauman -, em que tudo vem e vai de forma tão fácil, em que recebemos tudo pronto, é triste ver que a opinião também apresenta-se assim. 
Descartes alerta-nos para o perigo do senso comum e da informação já processada. Em seu Discurso do Método, declara que só chegaremos ao conhecimento verdadeiro duvidando de qualquer fato, analisando-o minuciosamente até que não se tenha nenhuma dúvida de sua veracidade. A ignorância , os boatos e a preguiça são os maiores inimigos do progresso de uma nação. Melhor dizendo, são os maiores responsáveis pelo retrocesso de um povo. 
Um cidadão que não conhece sua História, aceita o senso comum e não analisa os fatos que lhe são apresentados é responsável pela decadência de seu país, pois é vítima de governantes frívolos e abusivos e de ideais infundados, tendo como exemplos recentes as propostas de terceirização e redução da maioridade penal e as passeatas que pedem impeachment e intervenção militar, medidas que nada resolveriam a situação do Brasil e, no caso da última, tornaria-a pior, como ficou provado há mais de trinta anos.
Faz-se necessário, mais do que nunca, o uso de nosso intelecto ímpar para tomarmos as rédeas de nosso destino como brasileiros, transformando o presente para um futuro de glória e dignidade. É preciso verpensar e agir. "Pois é insuficiente ter espírito bom, o importante é aplicá-lo bem." (René Descartes em "Discurso do Método").

Hiago A. Cordioli
1º ano - período noturno
Introdução à Sociologia - aula 02
 A razão como “norte” do homem

René Descartes, nascido em La Haye,França,além de ter contribuído grandiosamente para a Filosofia,também realizou grandes feitos como físico e matemático. Em sua obra “Discurso do método”, o filósofo expõe a ideia de como a razão é a condutora da vida humana, além de ser uma maneira de explicar o mundo. Assim como afirma Maquiavel que a racionalidade especifica o ser humano, Descartes explica o racionalismo como a capacidade de se guiar ou se pautar em algo racional.
Descartes inaugura a filosofia moderna e a obra em questão aborda a razão como um caminho para a verdade, algo que auxilia o homem a diferenciar o verdadeiro do falso, com o intuito de caminhar com segurança na vida. Além disso, traz ensinamentos acerca da dúvida, algo presente no cotidiano do homem, e aponta a necessidade de questionar e duvidar. Para tal efeito, indica qual método seguir para bem conduzir sua razão. 
O termo “cartesiano” assume a ideia de algo pragmático e inflexível. Por outro lado, Descartes explicita a necessidade de se fazer uso da ponderação, já que para ele todo excesso tende a ser maléfico. Ressalta também algo que assombra todos os indivíduos: a dificuldade em distinguir opiniões verdadeiras, sem que haja remorso ou possíveis arrependimentos. Ainda nesse contexto, em relação a uma característica do ser humano em almejar “tudo”, algo que o autor define como “vontade do mundo”, como o personagem da obra “ A Cidade e as Serras” do escritor português Eça de Queiroz,Jacinto, em paralelo com a característica exposta por Schopenhauer de quando atingir o que se quer,não mais querê-lo. 
Autor da célebre frase “penso, logo existo”, Descartes expõe como a razão deve superar os sentidos humanos, já que estes não são completamente seguros.Nesse sentido, aponta Deus como um “ser-perfeito” livre das imprecisões que são intrínsecas ao homem,além disso, Ele que concede ao homem a luz necessária para diferenciar o verdadeiro do falso além de possuir o substrato da razão humana.                        
Segundo o poeta português Luiz Vaz de Camões “Onde a razão se governa pela vontade,há muito que praguejar e pouco que louvar.” No contexto atual , no que tange à política e à forma que os indivíduos têm agido, em relação à insatisfação com o governo vigente, percebe-se que a razão, característica exclusiva dos seres humanos, tem sido substituída pela brutalidade e falta de discernimento. Prova disso é o constante pedido de retorno do governo militar como tentativa de “salvar” o país. Fato que demonstra a ausência de atitudes racionais que cedem lugar a condutas eivadas apenas de sentimentos passionais,uma vez que é inegável as inúmeras violações de direitos cometidas naquele período.
É válido ressaltar como a razão conduz a natureza humana, visto que a partir dela os indivíduos são possibilitados de viverem em sociedade e não atingirem a barbárie. Ainda que imperfeitos, os seres humanos ao longo da história da evolução humana, dotados de racionalidade promoveram grande feitos para o meio em que vivem, o que prova como tal ferramenta exclusiva de seres que aplicam o conhecimento têm a capacidade de promover mudanças e atuar como um “guia” de todos os indivíduos.
 Gabriela Cabral Roque 
             1º ano - Direito Diurno
             Introdução à Sociologia - Aula 02 




Descartes e a pesquisa atual



René Descartes, em sua obra ,O Discurso do Método, aponta que a razão é a característica que difere os homens do restantes dos animais. Ademais, Descartes salienta que há equidade na distribuição da racionalidade entre as pessoas.

Desse modo, o filósofo explica que a diversidade dos pensamentos é oriunda das diferentes formas de buscar o conhecimento,a verdade. Considerando o ensino tradicional fútil e a filosofia clássica improdutiva, Descartes, propõe um caminho para alcançar o saber. Destarte, o matemático francês, produz um método para, assim, ser capaz de conhecer a verdade.

Para o autor, o estudo dos grandes livros é indispensável para a formação cultural, pelo fato de ser "uma conversação com as pessoas mais qualificadas dos séculos passados"(p.3). Por outro lado, na visão de Descartes, igualmente fundamental ao estudo das obras clásicas, é a habilidade de viajar e estudar costumes das diferentes nações:"É bom saber alguma coisa dos hábitos de diferentes povos, para que julguemos os nossos mais justamente e não pensemos que tudo quanto é diferente dos nossos costumes é ridículo e contrário à razão"(p.3).

Assim, na obra, O Discurso do Método, publicado em 1637, o filósofo francês edifica um caminho que tem como fim a verdade. Para tanto Descartes assinala um pequeno conjunto de normas que deve ser seguido para que a busca do conhecimento verdadeiro seja completa. Tornando-se,portanto, o "pai do racionalismo".

Por fim,é inegável a influência do pensamento cartesiano na pesquisa científca atual. Ao colocar a dúvida como objeto primeiro do estudo e arquitetar uma forma concreta de busca pela verdade, Descartes formou as bases dos estudos contemporâneos.

Lucas Rezende de Melo-1º noturno

A razão instrumental é a única que importa?

No século XVII, René Descartes, um dos grandes filósofos modernos e precursor do racionalismo, publicou a obra O discurso sobre o método, que ficou famosa por carregar consigo a frase "penso, logo existo". Nela, o autor fala principalmente sobre a razão, principal atributo dos homens que nos diferencia dos outros animais. Ele enfatiza em seu texto a importância em dominá-la, transformá-la e utilizá-la para meios práticos, e não apenas em contemplá-la. Ela precisa, para ele, ter uma finalidade. Esse tipo de razão é chamada de razão instrumental.
Em parte, concordo com Descartes. A razão instrumental é de extrema importância para nós seres humanos. Por exemplo, a geometria é indispensável para se fazer qualquer obra arquitetônica. Porém, não acho correto dizer que este conhecimento que implica diretamente em algo útil é o único que importa. Grandes descobertas no passado que na época eram "inúteis", hoje, são de extrema importância. Como por exemplo a descoberta do átomo pelo cientista inglês John Dalton. Na época da descoberta, não se sabia o que fazer, porém com anos de estudos aprofundados com base nessa descoberta, pode-se extrair energia, algo de extrema fundamental para a vida atual. 
Ou seja, desconsiderar algumas ideias que não se encaixam na razão instrumental é um erro enorme, pois dessas pequenas descobertas também se pode extrair algo imprescindível para a vida humana.

Caio Mendes Guimarães M. Machado

Descartes após três séculos

O Futurismo é uma vanguarda artística consequente da filosofia de René Descartes. Inaugurado no início do século XX, com a publicação do Manifesto Futurista, de Filippo Marinetti, o movimento é a rejeição total do moralismo e do passado, sendo o “novo” e a exaltação das máquinas suas características mais marcantes.  Portanto, considerar essa expressão artística e literária uma aplicação contemporânea da teoria do “Discurso do Método” (1637) e da matemática cartesiana.
O Movimento Futurista é a representação do racionalismo do período antecedente á Primeira Grande Guerra.  Sendo Descartes tido como o “pai da matemática moderna e da racionalidade” pela criação da Aritmética (a qual é a junção da Geometria com a Álgebra), o filósofo tornou-se uma das figuras-chaves para a Revolução Científica, juntamente com as correntes de pensadores do Determinismo, Positivismo e Darwinismo. Isso possibilitou um grande desenvolvimento bélico-tecnológico, eliminando o fantasioso e místico romântico, culminando na chamada “Paz Armada” na Europa. Logo, como o Futurismo é um elogio à guerra e à tecnologia, o mesmo não se sustentaria sem a contribuição de Descartes.
Outro ponto de análise é a Semana de Arte Moderna no Brasil, em 1922. Este evento foi fortemente influenciado pelas ideias futuristas e possibilitou a disseminação destas pelo país, em que se exalta a quebra das tradições e do moralismo cristão-europeu. Posteriormente, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, entre outros artistas, fundaram o chamado Movimento Antropofágico, o qual pregava "uma atitude brasileira de devoração ritual dos valores europeus, a fim de superar a civilização patriarcal e capitalista, com suas normas rígidas no plano social e os seus recalques impostos, no plano psicológico", segundo o literário Antonio Candido. Ou seja, demolir conceitos pré-estabelecidos, não aceitar verdades indubitáveis (exceto as máximas), analisar e sintetizar os objetos para posteriormente organizar o pensamento, é a teoria presente em “Discurso de Método” aplicada na arte moderna-futurista brasileira.
O pensamento de Descartes conciliou ambas as áreas de humanidades e exatas. Sua aplicação no âmbito artístico deu-se por fundamentar as bases tecnológicas admiradas pelos futuristas, através de sua matemática, e por propor o método que possibilitou a criação de um novo padrão estético autônomo brasileiro. Portanto, o Futurismo é uma representação cartesiana mesmo após três séculos de sua teorização. 


Giulia Dalla Dea Vatiero
1º ano - Direito Diurno
Introdução à Sociologia - Aula 2

O Método Cartesiano na pós-modernidade.

René Descartes, importante nome da filosofia e do pensamento moderno, viveu na Europa do início do século XVII, período em que se dá a chamada "Revolução Científica". Contribuindo para a inauguração de um novo ponto de vista no campo científico, Descartes, através do uso da razão como elemento central do pensamento, é considerado o pai da filosofia moderna, além de trazer inovações para outros âmbitos da ciência, obtendo também reconhecimento na matemática.
Em sua obra "O Discurso do Método", o filósofo coloca a razão como fato que distingue os seres humanos dos animais, sendo o principal caminho para se chegar ao conhecimento. Para conduzir o pensamento racional, o autor lança mão de seu método, que eleva gradativamente o conhecimento para níveis superiores. Tal método embasa-se no princípio da dúvida como meio para alcançar o conhecimento sólido e seguro, contrariando, assim o pensamento filosófico pautado na tradição e questionando ideais anteriores aos seus.
Deixando para trás o pensamento tradicional dogmático e verdades pré-estabelecidas, o indivíduo, ao usar a dúvida metódica, alcançaria o conhecimento seguro e se livraria do senso comum. Seguindo essa linha de raciocínio, vê-se que o Método Cartesiano seria uma ótima ferramenta para a sociedade contemporânea, visto que grande parcela desse corpo social é "levada pela corrente" das verdades pré-estabelecidas, não utilizando do princípio da dúvida para atingir o pleno conhecimento.
Portanto, nota-se que o uso da capacidade racional humana na busca do conhecimento somado ao método idealizado por René Descartes, reconstruiu o campo filosófico, trazendo o racionalismo à tona; além de estruturar todo o pensamento moderno e se encaixar à pós-modernidade.

Luís Felipe Oliveira Haddad 

1º ano -  Direito Noturno
Introdução à Sociologia – Aula 2

Se Descartes fosse brasileiro

René Descartes. Carioca, três irmãos, Deus e a negação ao conhecimento do mundo. Certo dia, algumas primaveras antes de seu primeiro enjoo matinal, a mãe ouviu, em um programa de TV, nomes importantes. Francis Bacon, Georg Hegel, Thomas Hobbes. Assim, então, decidiu nomear seus descendentes: vidas melhores, tinha esperanças, tais nomes lhes dariam; vidas diferentes.
Com o peso da história em suas costas, Descartes viu seus dias passarem em meio a hábitos os quais não se dava o prazer de questionar. Gastava seus domingos entre a igreja no fim da rua e o campinho em frente de casa. Eram indispensáveis, as manhãs: “Só Deus é perfeito!”, o padre dizia. Toda sua família, com a cabeça, concordaria. Quando o sol deflagrara o ardor máximo da tarde, encontrava-se entre os amigos, onde o suor que escorria em seus rostos nada expunha a respeito da racionalidade existente em, uma bola, perseguir. Mas brasileiro tem vocabulário próprio, logo aprendeu: futebol é paixão.
Que artigo de luxo era a boa educação! Era o que todos diziam. Saúde, política e corrupção: mentes sempre feitas acerca dos assuntos. Não havia o que indagar; percebeu, enquanto seu tempo de criança inocente há muito passara, que enraizado era o senso comum em sua terra natal. A flexibilidade e a improvisação de atos, a todo momento, eram testemunhadas. Instrumento para a vida, a razão era esquecida. A desvalorização de todos os frutos provenientes de sua pátria se evidenciava na busca constante pelas belezas presentes além dos mares. Ah, mais uma vez, o senso comum! Em solo brasileiro não há fruto bom algum.
Somente o tempo lhe trouxe a lucidez pela qual não sabia que passara toda sua existência buscando. Confrontar a superficialidade é de uma extrema necessidade; chegar ao conhecimento depende do aprofundamento do objeto estudado. Coisa bela era a razão, que, quando bem articulada, proporcionava o sumo saber! Mas de que valia elaborar dúvidas se precisasse renegar os sentidos? Qual seria a coerência do existir se os sentimentos, as emoções, as alegrias e as tristezas fossem superadas pelo pensar estritamente racional?
René Descartes. Carioca, três irmãos, Deus e a negação ao conhecimento do mundo. Descartes, sendo brasileiro, vê a essência da vida em sorrisos durante o carnaval, beijos roubados entre amantes, lágrimas nos olhos orgulhosos de um novo pai, alegria dos amigos vivendo a Copa em seu país. Inexiste a necessidade de dominar a razão pura se, para chegar a ela, for necessário abdicar-se dos sentidos, o viver em sua forma mais pura.
Isabelle Elias Franco de Almeida
1˚ ano - Direito (noturno)
Introdução a Sociologia - aula 2

Descartes, seu método, suas minúcias

Típica de um pivô da Revolução Científica do século XVII, a erudição de René Descartes nas ciências permitiu-o elaborar um modelo lógico de conduta na busca pelo que ele chama de "verdades incontestáveis", ou seja, conceitos impassíveis de qualquer dúvida. Em "O Discurso do Método", o filósofo discorre sobre a sua opção de questionar tudo aquilo que lhe foi imposto como verdadeiro ao longo de sua existência, defendendo que a dúvida é essencial para o desenvolvimento da razão - esta colocada pelo autor como intrínseca em igual nível a todos os seres humanos - elemento central e essencial de sua filosofia.

Detentora de um teor contrário ao pensamento aristotélico e escolástico vigente, a obra de 1637 representou um marco na transição do tradicional estudo lógico da dúvida para uma análise das questões com base na observação do mundo além das teorias dos livros. Considerado o grande fundador da Filosofia Moderna, Descartes propôs a o alcance da razão e o questionamento como o método mais efetivo na compreensão do homem e do mundo que o cerca em detrimento do aprendizado por ensinamentos antigos e verdades dogmáticas, uma vez que - por não serem contestados - acreditava que estes podiam se tornar obsoletos ao longo do tempo.

É importante salientar que os questionamentos racionais do pensador atingiam todos os níveis e esferas do conhecimento - de cunho científico ou não - que lhe aprouvessem, privilegiando a razão a lugares comuns e pré-conceitos. Dentre suas reflexões em "O Discurso do Método", nem mesmo a filosofia - classificada pelo próprio autor como uma das poucas ocupações notáveis na busca da verdade - foi poupada de seu julgamento inquisidor: pode-se notar uma clara hesitação quanto as incertezas dessa ciência milenar e dúbia. "Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia". A célebre frase da autoria de Shakespeare em Hamlet, publicado décadas antes, alude à ideia.

O que torna o pensamento Cartesiano um legado e René Descartes um clássico é a aplicação de suas idéias na compreensão do mundo atual. A quebra do senso comum pode ser feita nos mais distintos cosmos das sociedades, se aplicados o método da dúvida do filósofo francês. Uma possibilidade e um exemplo recente foram as jornadas de junho de 2013, nas quais milhares de brasileiros saíram as ruas em uma manifestação de norte a sul do país, em um contexto que se revelou de total desunião ideológica e motivacional. Em análise dos eventos, o sociólogo Demétrio Magnoli definiu o ocorrido como a maior mobilização de brasileiros da história desprovida de um "porquê": os cartazes, passeatas, discursos prontos e os posteriores atos de vandalismo se revelaram fantasmas de reivindicações individualistas que os 20 centavos do início não mais justificavam. O sentido se perdeu, e dessa forma, assim se foram várias das possíveis conquistas expressivas.

Conquanto haja controvérsias acerca de seu método quando Descartes assume a existência de Deus como o ser perfeito e criador de todas as coisas imperfeitas, visto que não pode prová-la senão que por seus próprios meandros, não há nada nem ninguém a contradizê-lo, desde que ele acredite ter razões suficientes para não ter dúvidas. Além disso, o raciocínio do filósofo levou à quebra de paradigmas significativos de sua época, e pode-se reconhecer seu êxito consolidado na famosa máxima: "Penso, logo existo", incontestável de fato. Dado o devido respeito, pode-se dizer que René Descartes alcançou seu maior objetivo com maestria, indubitavelmente.


Nicole Vasconcelos Costa Oliveira
Direito diurno, 1º ano

Descartes e a verdade

Atualmente, devido ao grande acesso às redes de comunicação em massa, informações e opiniões são apresentadas às pessoas, as quais, muitas vezes, acatam-nas como verdades quase absolutas, senão legítimas por inteiro. Porém, o que se pode tomar como uma verdade indubitável?

Ao se desiludir com o que aprendera nos estudos e na vida, René Descartes, conhecido filósofo francês, buscou construir uma nova ciência que garantisse um conhecimento sólido e incontestável, utilizando da dúvida e razão para conseguir tal feito. Assim, começa sua ardilosa trajetória, procurando se distanciar do senso comum e questionando os alicerces de suas ideias, já que elas sustentariam suas antigas opiniões.

No seu livro “Discurso do Método”, o filósofo oferece um caminho a se trilhar de forma metódica, e ainda faz uma crítica ao pensamento filosófico clássico que até então se perpetuara, isto é, ao pensamento contemplativo sobre as coisas, já que essas ideias eram estéreis e não possuíam fim útil e prático. Devendo, portanto, o conhecimento ser instrumento utilizado para vida.


Desse modo, Descartes se tornara o “pai da ciência moderna”, já que procurava universalizar ideias com tamanho grau de clareza e distinção, capazes de servirem ao homem, dificultando a propagação de opiniões sem fundamentos críticos e colocando barreiras na “ciência do sobrenatural”.

Gabriel G. Zanetti - Direito Noturno

O homem e a razão: o operador e o instrumento para conhecer o mundo.

Em 1637, o filósofo René Descartes publicou um livro que propunha um modelo para conduzir o pensamento humano: O Discurso do Método. Segundo ele, o homem, e apenas o homem, teria a capacidade de operar um sistema através do qual torna-se possível conhecer o mundo: a razão.
Os quatro princípios básicos da razão são, resumidamente: duvidar de tudo; fragmentar o objeto de estudo; conduzir por ordem os pensamentos e  finalmente fazer relações metódicas complexas e revisões gerais, nas quais o operador tenha a certeza de nada omitir.
Enquanto antes da Teoria do Método a natureza era utilizada para mera contemplação e as condutas eram reguladas por motivos considerados fúteis e inúteis pelo filósofo, como a estética ou a vaidade, depois dela, a funcionalidade é que era a reguladora. Além disso, a filosofia anterior ao método seria estéril, e somente após a proposta de Descartes, de que sempre buscassem-se formas de trazer qualquer conhecimento a favor do homem, ela poderia produzir frutos. Pode-se afirmar que o filósofo foi um dos primeiros a ver, na natureza, potencial para transformação visando domínio, isto é, tendo como objetivo colocar seus elementos a serviço do homem, por meio da racionalidade.
O autor também desenvolve a tese de que o mundo opera com lógica própria. Segundo ele, a compreensão do sujeito é que deve se adaptar à compreensão do mundo, e não o contrário. Portanto, para atingir a chamada ‘‘verdade científica’’, seria necessário primeiramente vencer as convicções do cientista, isto é, suas paixões.
Além disso, René afirma que o direito se vale de uma racionalidade que nem sempre converge com o senso comum, visto que este não é adquirido por meio da razão. Deve-se, segundo o filósofo manter desconfiança em relação a conhecimentos transmitidos pelo hábito.

Numa época em que as formas de conhecimento (como magia, superstição e religião)  sustentavam que o homem seria regido a forças externas, isto é, submisso a elas, Descartes foi um revolucionário ao desenvolver o método, e afirmar que por meio da razão, tudo é passível de ser sintetizado. Para ele, o conhecer é instrumento universal, e o homem é seu único operador.

Ana Luiza Felizardo
XXXII Turma de Direito
Período Noturno

O senso comum no discurso conservador brasileiro atual

 O uso da razão pura e direta, o questionamento de tudo em suas várias camadas e especifidades são os pilares do método de Descartes, o qual encontrava-se inserido em um mundo cujo a teologia era intocada e indiscutível.Assim, aquele com sua visão de um mundo mecânico e estritamente lógico revolucionou, não apenas o pensamento científico, como também o senso comum.
 A razão utilizada no senso comum é como a visão defeituosa sem um óculos de grau, ou seja, a realidade ao redor torna-se confusa e imprecisa, incapacitando, assim, o individuo de perceber as nuances e complexidade do mundo que o cerca.
 Assim, o senso comum usa a teoria de Descartes de maneira rasa e supérflua ignorando, muitas vezes, o preceito de que tudo deve ser questionado, portanto, acarretando conclusões ideologicamente frágeis. Tal fenômeno é bastante atual e pode ser notado no crescimento do discurso reacionário e na defesa de políticas conservadoras dentre a população brasileira.
 A resistência social em relação ao casamento homoafetivo, por exemplo, é baseada no preceito de que como duas pessoas do mesmo sexo não reproduzem-se, logo, se for oficializado a casamento homoafetivo a população iria diminuir substancialmente.
 Ora, há nesse discurso uma clara demonstração do uso superficial da razão pois é utilizada uma lógica pragmática que desconsidera vários outros aspectos da situação, como, o que parece óbvio, não é porque o casamento entre pessoas do mesmo sexo é legal que toda a população irá se submeter a ele. O casamento homoafetivo apenas daria a população gay a liberdade a qual lhes é de direito: de expressar e oficializar seu amor e relacionamento.
 Tal uso do senso comum pode ser notado na defesa da diminuição da maioridade penal, da intervenção militar, do fim da assistência estatal a população de baixa renda, entre outros diversos tópicos em pauta hoje no Brasil, isso nos mostra como o uso da razão supérflua e não crítica é danosa ao funcionamento e a evolução dos direitos sociais.

Crise da Razão

Descartes Transformou a visão da ciência ao propor um método científico orientado pela razão que visava à transformação ao invés da contemplação. Não acreditava na filosofia tradicional. Pois, segundo ele, a filosofia não produz conhecimentos úteis e funcionais; Busca apenas conhecer o mundo, enquanto sua nova concepção da razão quer transformar o mundo. Critica o conhecimento sobrenatural ou adquirido pelo hábito; Portanto, é contra o uso do senso comum para conseguir qualquer forma de conhecimento.

Entretanto, atualmente, na sociedade brasileira falta a razão na hora de refletir sobre a veracidade de uma informação. Tanto o campo político como o científico, são vitimas pertinentes das afirmações e críticas sem embasamento, concebidas apenas pelo senso comum adquirido ao ouvir ou ler algo na internet ou televisão. Tudo o que é mostrado na mídia é considerado verdadeiro pela maioria da população, o que pode ser prejudicial, principalmente, quando se trata da medicina.

Como exemplo, podemos citar a rejeição sofrida da nova vacina contra o HPV. Pelo fato de a vacina ser dada à meninas de 12 anos e o vírus HPV ser transmitido apenas por meio de relação sexual, muitos pais e mães se recusaram a permitir que suas filhas recebessem a vacina afirmando que sua vida sexual ainda não havia começado; Houve também quem afirmasse que a vacina era prejudicial a saúde. Ambas indagações estão transbordadas de senso comum e completamente vazias de uso de razão. Vacinas são medidas preventivas e seguras para a saúde, por isso devem ser medicadas antes da possibilidade de se adquirir a doença.

Assim sendo, o “Discurso do método” de Descartes pode ser considerado um texto atual e que deve ser, de certa forma, considerado por todos uma forma de enriquecer o conhecimento de uma forma mais segura, tendo a dúvida como princípio para a sabedoria.



Eric Felipe Sabadini Nakahara
1˚ ano - Direito (diurno)
Introdução a Sociologia - aula 2



Descartes: quando Apolo deixou Dionísio sóbrio

Descartes, filosofo francês, teve importância ímpar no progresso cientifico. Ao utilizar a razão, inata e idêntica a todos os homens, consegue propor um método de obtenção de conhecimento que separe o sujeito do seu objeto e que, por tanto, seja indiscutivelmente verdadeiro. Porém, ao fazer acreditar ter criado um método capaz desvendar toda a verdade, descrito em seu livro "O Discurso do Método", substitui a religião e torna, até hoje, essa razão o novo elemento de coesão social. Além disso, critica o conhecimento contemplativo desenvolvido pelos gregos e, embebido no empreendedorismo da lógica burguesa, diz que o conhecimento deve ser utilizado para modificar e controlar a natureza. Atividade que nutriu as crenças de um mundo perfeito e sem miséria durante a Bella Époque, e, anos mais tarde, foi responsável morte de mais de 9 milhões de homens na Primeira Guerra Mundial.

A incessante busca pela verdade na História, desde a mitologia à física quântica moderna, mostra a necessidade que o homem tem de segurança, seu ímpeto de prever e a primordialidade da confiança. As crenças, mitos e religião, então, configuraram por muitos anos elementos de coesão social e determinaram a cultura e mentalidade dos mais diversos povos. Após a difusão e aceitação global da razão, como meio confiável de conhecer a Verdade, todo o comportamento humano calcou-se nessa ideologia. As decisões hoje são somente feitas após uma análise cartesiana de suas causas, consequências, benefícios e malefícios. São matemáticamente medidas e pesadas. Tanto no que diz respeito à vida privada, quanto à vida pública. Vale ressaltar que todo o Direito é baseado na jurisprudência. Mas até que ponto a utilização desse método é algo bom?

A sociedade contemporanea sofre dois grandes desconfortos, um que diz respeito à insegurança e outro, à repressão de seus sentimentos e vontades. A razão cartesiana falhou em encontrar verdades inalteráveis, pois descobriu-se que a validação do conhecimento obtido por ela depende das ferramentas de verificação disponíveis em dado período histórico. Dessa forma, a humanidade duvida se existe uma única verdade ou se ela é relativa, gerando muita insegurança e causando o fenômeno da Ignorância Proposital, a interrupção dessa busca histórica por algumas pessoas. Há também a frustração diária a qual as pessoas se submetem, deixando muitas vezes de realizarem suas vontades, mesmo tendo os meios necessários para isso, por não ser a "melhor escolha". Por exemplo, é frequente observarmos discussões acerca da escolha de restaurantes, quando a vontade é vencida pelo "custo benefício", ou seja, o bistrô é substituído pelo rodízio da churrascaria. Ademais, não há mais sentido em ficar triste. Tristeza é ruim, causa câncer. As pessoas não se permitem mais sentir outra coisa que não seja felicidade, mesmo que essa seja falsa. Pois é o único sentimento que "vale a pena". Pese as suas consequências: endorfina, jovialidade, alta imunidade. A felicidade incessante é, porém, inalcançável, sendo objeto de mais frustração.

A Ignorância Proposital pode explicar como o ser humano usa seu bom senso com parcialidade, sendo brilhantemente chamada por George Orwell em seu romance distópico "1984" de "duplipensamento", já que consiste em força-se a ver com valores diferentes, e até contraditórios, situações diferentes. Sendo assim, torna-se possivel anular a compaixão para com indivíduos de seu "povo", de seu mundo globalizado. O indivídualismo proveniente desse pensamento quebra a coesão e levando a maravilhosa capacidade do homem em controlar a natureza passar de instrumento de facilitação da vida humana para meio de dominação. Como ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial, com o uso inaugural de tanques, aviões e submarinos em campos de batalha.

Portanto, apesar de ainda configurar a base da ideologia humana, a razão é em vários aspectos obsoleta e será, no mínimo, acrescida de outros valores. Afinal, Apolo não é senhor do Olimpo e deve viver em harmonia com seu irmão Dionísio.

Seguem, abaixo, três links de músicas que relatam:

1 em sátira a predominância da razão de da ciência : I Am a Scientist, de Dandy Wahorls https://www.youtube.com/watch?v=R7hjm-ODUTU

2 a incapacidade da razão no campo dos sentimentos: The Scientist, de Coldplay https://www.youtube.com/watch?v=RB-RcX5DS5A

3 o "duplipensamento" e o individualismo: Zombie, de Cranberries https://www.youtube.com/watch?v=6Ejga4kJUts

Isabela Bergamaschi Furquim, nº26
Primeiro ano do Direito (diurno)

Análise de o Discurso do Método

  • Em Discurso do Método, Descartes desenvolve uma tese sobre como chegar a um nível mór de conhecimento. Afinal de contas, de nada vale sermos todos dotados de razão se apenas alguns consegum utiliza-la integralmente.
  • Para alcançar tal objetivo, deve-se, inicialmente, abrir a mente para conseguir aprender o máximo possível com a cultura e conhecimentos do passado e do diferente, e dessa forma, aprimorar os hábitos já adotados.
  • Por desacreditar na moral criada apenas por exemplos e hábitos, resolve criar uma provisória baseada em: adotar uma conduta moderada e seguir os mais sensatos, manter com segurança suas certezas e por a vontade do mundo acima da pessoal.
  • Ao manter sempre máximas que não levantassem qualquer dúvida, chegou a certeza ´´eu penso, logo existo´´.
  • É necessário ter cautela para lidar com o conhecimento, pois muitas vezes a certeza pode ser desperdiçada (quando mal aplicada) e ideias irrelevantes, superestimadas.
  • O autor demonstra ainda grande devoção religiosa, pois apesar de criticar conhecimentos vindos do sobrenatural, ele valoriza a teologia, e conclui que não compreendia as verdades impostas por ela por ser um simples homem. Afirma ainda que a partir do fato de o homem ser um ser imperfeito mas criado por uma criatura de completa perfeição, adota Deus como referência de conhecimento absoluto.
  • Descartes apresenta certa descrença na filosofia, pois além dela sempre impor o princípio da dúvida  e, assim, impedir que se possa chegar a certeza alguma, os filósofos, até então, adotavam como máxima os sentidos e estes, enganam a todos.
Isabela Alcantara
1º ano- Diurno

Descartes e as ciências

    René Descartes, vivendo em uma época na qual a base da vida cotidiana era a revelação divina, a magia, a paixão, sem questionamentos metódicos, diferenciou-se por inaugurar um pensamento baseado na razão, sendo assim, conhecido como o "pai do racionalismo".
    Em sua obra O Discurso do Método, o filósofo francês discorre sobre esse novo pensamento racional: a razão é inata ao homem, e o leva a adquirir conhecimento. Mas não um conhecimento meramente para observação, e sim um conhecimento que seja algo produtivo, pois esse é sua função: ser capaz de levar o homem a dominar e a transformar o mundo a seu favor. 
    Afirmando que a razão tem como sua forma última a figura de deus, sendo este o "ser perfeito", Descartes diferencia-se do pensamento científico moderno, que não enxerga limites para os avanços no campo da ciência, sendo assim, desprovido de encanto com qualquer pensamento transcendental, utiliza a razão como instrumento da vida.
    Portanto, sendo "moderno" para sua época, devido a sua inovação com o pensamento racional, que afirmava como falso tudo aquilo que pudesse proporcionar a menor dúvida, e que, no ato de análise da veracidade das coisas, fazia-se necessário ser ele mesmo alguma coisas - partindo do princípio da dúvida para chegar a uma verdade -, o filósofo torna-se "ultrapassado" em vista da amplitude que o caminho das ciências contemporâneas são capazes de alcançar, pois nelas, sem a "limitação do fator do misticismo", não se enxerga um ponto de convergência capaz de ser a verdade última a se chegar.

Júlia Veiga Camacho
1º ano - Direito (diurno)
Introdução à Sociologia - Aula 02

Cartas de “M.” ao Pensamento Cartesiano

Franca, 16 de abril de 2015

Caro Pensamento Cartesiano,
Eu gostaria de confessar-lhe que hoje me sinto como o viajante perdido na floresta andando em círculos: Acho difícil conseguir andar em linha reta, num caminho que se não for o verdadeiro, pelo menos seja o mais provável, uma vez que no mundo de hoje existam tantos e tantos caminhos, muitos deles muito prováveis de ser o certo.
Duvido de tudo, até da minha capacidade de distinguir a verdade racional caso ela esteja à minha frente algum dia e nunca sei se caminho em direção a ela ou se apenas me debato na areia movediça do senso comum. Devo ser um “espírito fraco e hesitante”.
Estou perdido, por favor, me ajude!

M.

Franca, 17 de abril de 2015

Caro Pensamento Cartesiano,
Hoje comecei a duvidar da minha doença, da minha família, da ciência... Da minha razão. Eu penso. Isso é uma verdade, mas quão racionais podem ser os meus pensamentos em um hospital psiquiátrico?  “Cogito ergo sum”... Escrevi muitas vezes sua frase em um pedaço de papel, questionando se seria a minha razão verdadeira ou só fruto da minha loucura, de uma voz de alguém em minha mente, ou...
Existe alguma prova matemática de que meus pensamentos têm racionalidade? Depois de tanto tempo aqui, discordo de você e não acredito mais em Deus (isso pode até ser empirismo puro, mas não há mais como acreditar em Deus quando se necessita de mil remédios para não surtar, ainda que eu muitas vezes questione se preciso mesmo deles), portando não espero dEle algo que me faça ter certeza da minha razão.
O que Descartes diria?

M.

Franca, 19 de abril de 2015
Caro Pensamento Cartesiano,
Cheguei à conclusão que minhas dúvidas expostas na carta anterior fazem parte do senso comum. Realmente, eu estava atravessando um momento em que ele me sugava tal qual areia movediça, mas a razão me trouxe novamente à terra firme e sigo mais uma vez em busca da verdade.
Adotarei agora suas máximas, principalmente a terceira: “procurar sempre antes vencer a mim próprio do que ao destino, e de antes modificar os meus desejos do que a ordem do mundo; e, em geral, a de habituar-me a acreditar que nada existe que esteja completamente em nosso poder, salvo os nossos pensamentos, de maneira que, após termos feito o melhor possível no que se refere às coisas que nos são exteriores, tudo em que deixamos de nos sair bem é, em relação a nós, absolutamente impossível”.
Estou verdadeiramente mais tranquilo agora, não devo escrever-lhe mais.
Agradeço a toda ajuda que personificá-lo me proporcionou.

M.






Giovanna Narducci Turoni
1º Ano de Direito Diurno

Introdução à Sociologia, aula 2
“Inexiste no mundo coisa mais bem distribuída que o bom senso, visto que cada indivíduo acredita ser tão bem provido dele que mesmo os mais difíceis de satisfazer em qualquer outro aspecto não costumam desejar possuí-lo mais do que já possuem”


Razão e Política na Sociedade Contemporânea Brasileira


    René Descartes, filósofo, físico e matemático francês do século XVII, revolucionou a filosofia ao propor a razão humana como agente de transformação do mundo, e não somente de contemplação. Ao mesmo tempo, o filósofo crítica a leitura rasa da razão, que seria o senso comum, um conhecimento transmitido pelo hábito.
   O “Discurso do Método”, principal obra do filósofo, é iniciado pela premissa de que todo ser humano é igualmente dotado de razão. Sendo assim, as opiniões divergentes e os conflitos entre os seres humanos surgem pela falta de um método seguro para se alcançar a razão. Esse método seria basicamente por em dúvida todas as suas convicções para, guiado pela razão, chegar a uma verdade absoluta livre de vícios.
     Apesar de sua obra ter sido escrita há quatro séculos, Descartes se mostra inteiramente atual frente ao cenário político que o Brasil se encontra. O governo, considerado de esquerda política, se encontra instável, pois metade do povo o apoia e a outra metade o repudia. Concomitante com a parte da oposição sensata que possui ideais concretos para fazer frente ao governo posto, o país se depara com a exibição nas ruas de uma grande parcela da oposição que não possui coerência alguma. São extremistas que se julgam ser o ápice da verdade, ignorando e subjugando todos aqueles que possuem opiniões contrárias.
    Essa onda de revolta que se alastra pelo país é carregada de ódio e agressividade, que cega os indivíduos. Eles se negam a utilizar de sua razão para pensar, ouvir, construir argumentos verdadeiramente concretos e se contentam apenas a propagar uma repulsa a níveis que atropelam a razão. Se recusam a respeitar a opinião política alheia, mas devem respeitar, mesmo que essa se contraponha inteiramente a sua própria opinião. Divergências são válidas e sadias para os seres humanos, desde que nunca se abandone a razão.
     Descartes persiste em sua obra na ideia de que a razão e não as paixões (os sentimentos humanos) que devem definir o mundo. Essa parcela da oposição é um ótimo exemplo do ser humano dominado pelas paixões. Eles não conseguem enxergam além de seu ego e do pensamento que a sua verdade é a mais correta. São impulsionados por uma revolta e uma necessidade de se fazer aparecer em meio a passeatas regadas de ignorância, que mais parecem um desfile carnavalesco do que o grupo sensato e organizado, que deveriam ser, pondo em prática seu direito (incontestável) de protestar frente a suas indignações.
   O ato de protestar é extremamente válido. Protestem. Mas protestem lúcidos, protestem com argumentos racionais e livre de qualquer vício. Protestem por motivos concretos, palpáveis e dignos (que não faltam frente a nossa realidade política), e não pelo simples fato de protestar para exalar o ódio. Olhem além de si mesmos e construam uma base sólida para poder exaltar a direita política brasileira. Aprendam a respeitar o sistema democrático. Nem sempre sua vontade pode se fazer concreta, e nem por isso se deve denegrir a razão, mas sim trabalha-la mais.
     A razão é o bem humano mais precioso. Não a abandone e passe assim a acreditar ser melhor que outrem. Todos são dotados de razão, só é necessário aprendermos a não deixar vícios humanos como a intolerância abafá-la. A razão serve para controlar os instintos humanos mais primitivos e degradantes. Controle-os, vença-os e faça jus a denominação de ser pensante. 


Caroline Setti
1º ano - Direito Noturno
Introdução à Sociologia - aula 2