domingo, 19 de abril de 2015

A razão instrumental é a única que importa?

No século XVII, René Descartes, um dos grandes filósofos modernos e precursor do racionalismo, publicou a obra O discurso sobre o método, que ficou famosa por carregar consigo a frase "penso, logo existo". Nela, o autor fala principalmente sobre a razão, principal atributo dos homens que nos diferencia dos outros animais. Ele enfatiza em seu texto a importância em dominá-la, transformá-la e utilizá-la para meios práticos, e não apenas em contemplá-la. Ela precisa, para ele, ter uma finalidade. Esse tipo de razão é chamada de razão instrumental.
Em parte, concordo com Descartes. A razão instrumental é de extrema importância para nós seres humanos. Por exemplo, a geometria é indispensável para se fazer qualquer obra arquitetônica. Porém, não acho correto dizer que este conhecimento que implica diretamente em algo útil é o único que importa. Grandes descobertas no passado que na época eram "inúteis", hoje, são de extrema importância. Como por exemplo a descoberta do átomo pelo cientista inglês John Dalton. Na época da descoberta, não se sabia o que fazer, porém com anos de estudos aprofundados com base nessa descoberta, pode-se extrair energia, algo de extrema fundamental para a vida atual. 
Ou seja, desconsiderar algumas ideias que não se encaixam na razão instrumental é um erro enorme, pois dessas pequenas descobertas também se pode extrair algo imprescindível para a vida humana.

Caio Mendes Guimarães M. Machado

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