segunda-feira, 8 de abril de 2024

      O Materialismo Histórico, elaborado por Karl Marx e Friedrich Engels, oferece uma perspectiva crítica sobre a religião e o mito, destacando seu papel na sociedade. Para Marx, a religião e o mito são reflexos das condições materiais e das relações de classe, servindo como mecanismos de controle ideológico que legitimam as estruturas de poder existentes. Em contraste, o Materialismo Histórico enfatiza a importância da análise material das condições sociais e econômicas para compreender a origem e a função da religião e do mito na sociedade.


      Atualmente, podemos observar exemplos disso em várias partes do mundo. A fé religiosa continua a desempenhar um papel significativo na política e na cultura, muitas vezes sendo utilizada como ferramenta de alienação social, afim de justificar desigualdades sociais e injustiças. Da mesma forma, os mitos contemporâneos perpetuam narrativas que reforçam ideologias dominantes, como o mito do "sonho americano" nos Estados Unidos, que sustenta a crença na mobilidade social, apesar das crescentes disparidades econômicas.


      No cotidiano, vemos como a religião e os mitos moldam comportamentos e crenças individuais e coletivas. Desde práticas religiosas até superstições populares, esses elementos influenciam nossa maneira de ver o mundo e agir nele. No entanto, uma compreensão materialista histórica desses fenômenos nos permite questionar suas origens e efeitos, desafiando a ideia de que são meramente questões de fé ou tradição, e destacando seu papel na reprodução das estruturas de poder existentes.


     Portanto, ao considerar os conceitos de Marx e Engels sobre materialismo histórico, religião e mito, somos incentivados a examinar criticamente as instituições e crenças que moldam nossa sociedade. Segundo Marx, ao criticar a religião e os mitos, o homem é libertado de seu estado ilusório, recuperando seu entendimento. Assim, é necessário a libertação das amarras ideológicas para uma sociedade não alineada.

A influência do positivismo de COMTE na criação das leis

 O positivismo é um conceito que busca o conhecimento verdadeiro sobre a sociedade, ou seja busca atestar por meio de uma série de métodos que uma afirmação é verdadeira, a corrente busca identificar os problemas da sociedade, ter conhecimento dos mesmos para assim poder soluciona-los, assim alcançando o propósito da corrente: a ordem e progresso, um lema que pode ser encontrado na nossa bandeira. De acordo com COMTE o estudo da sociedade dever ser tão rigoroso quanto o empreendido nas ciências naturais, visando dar a sociologia o caráter de um ciência universalmente válida, baseada na experimentação e que explique os fenômenos sociais apoiando-se exclusivamente no pensamento científico.

  A criação de leis funciona em partes, assim como o estudo de uma afirmação por parte de um filósofo positivista. Para que seja criada uma lei precisa ocorrer o fato depois o valor e enfim a norma. O fato é a ocorrência de algo na sociedade, o valor é o tamanho de atenção que a população da para essa ocorrência e assim ocorra a criação da norma que é a lei, visando manter a ordem e o progresso na sociedade.

Jusnaturalismo é fato social

 Segundo a teoria do funcionalismo, desenvolvida por ÉMILE DURKHEIM, a sociedade define o indivíduo, essa visão fundamenta o conceito de fato social, que nada mais é que os conceitos, os preceitos e os valores que definem o nosso comportamento em sociedade, porém esse fato social sempre é externo ao indivíduo, ou seja é produzido pela sociedade como um todo, por exemplo: quando uma pessoa nasce ela já é introduzida em um mundo com regras e costumes pré-estabelecidos, ou seja, a mesma não precisa criar uma sociedade do zero para viver.

 Um exemplo real desse conceito de DURKHEIM são as leis naturais, que é um conceito que provém do jusnaturalismo, ou seja são leis anteriores ao ser humano e sua existência é independente do mesmo, assim observa-se que são conceitos que não são necessárias estar em algum livro de leis, mas sim são regras que já estavam fundamentadas na sociedade antes mesmo de existir o papel, como por exemplo: direito à vida, o direito a alimentação, a liberdade e à reprodução. Podemos ver que essas regulamentações permeiam a sociedade desde sempre, assim quem nasce ao ser introduzido a sociedade já tem contato com essas normas assim se enquadrando nelas, porém ao contrário se o indivíduo quebrar esta regulamento sofrerá alguma espécie de punição à exemplo de nossa sociedade atual o mesmo sofrerá com punições que estão vigentes no direito positivo.

A influência da dialética nos pensamentos de Marx e Hegels

 

Apesar da influência de Hegels na teoria de Marx, sabemos que a teoria de Karl possuiu um direcionamento diferente, afinal como sabemos ao contrário de Hegels que acreditava que oque movimentava a sociedade e a fazia evoluir é o idealismo, Marx afirma que as mudanças da sociedade são resultadas de razões materiais, mas o ponto que há em comum entre esses dois pensamentos é a dialética usada por Hegels posteriormente utilizada por Marx. A dialética de Hegels diz que a dialética funciona a partir do conflito entre uma tese ideal contra uma antítese ideal, assim formando uma síntese que influencia na mudança social, já Marx aplica este conceito de forma da qual duas classes conflitam formando uma nova síntese.

Marx que a exemplo de sua teoria diz que o conflito entre a classe dominante nobreza e a classe dominada burguesia surgiu o capitalismo, assim chegamos na conclusão de que tudo resulta de algo que já existe e nada vem do nada, assim entende se também que a realidade define a mentalidade da sociedade, segundo Marx a sociedade se baseia nas suas relações econômicas, ou seja, as pessoas em cada momento histórico têm sua mentalidade ou forma de pensar associada ao tipo de relação socioeconômica existente naquele período ou naquela sociedade, assim pode se concluir que a luta de classes só ira acabar quando não houver mais oprimido e opressor.

Hegels dizia que a realidade social é constituída pelas nossas ideias, assim, segundo o mesmo a sociedade reflete os nossos pensamentos, assim podemos concluir que as mudanças que ocorreram em nossa sociedade é por conta da forma de pensar que vem mudando ao longo da história.

Portanto, podemos observar que os dois viés se igualam ao observar que segundo os mesmos, mesmo que o conceito seja diferente os dois usam a dialética para desenvolver seus pensamentos.

Sociedade Líquida.

 A sociedade contemporânea encontra-se em contínuo desgaste e adoecimento. Os indivíduos contidos nela encontram-se em uma situação sem esperança de progresso e mudança, com as relações sociais escassas e efêmeras. Esse cenário é herança do passado, vindo desde a primeira Revolução Industrial, no surgimento do capitalismo industrial, responsável por provocar um processo gradual de desumanização da sociedade e esgotamento entre os vínculos pessoais.


O capitalismo industrial é caracterizado pela extrema exploração do trabalho e sua subdivisão, que leva à alienação e marginalização do trabalhador. Com isso, Karl Marx, postulou uma teoria chamada materialismo histórico, em que o sociólogo analisou a sociedade a partir das relações econômicas e de seu modo de produção. Assim, vindo desde o sistema comunal primitivo até o capitalismo industrial, sendo o último, o sistema em que as relações econômicas ficaram sobrepostas às relações sociais. Assim, a lógica consumista adentrou na sociedade, com as pessoas se identificando com o que elas compram, mas não com o que elas realmente são, provocando um choque no vínculo entre os indivíduos, tornando-o superficial e apático, visto que a obtenção do lucro virou o essencial para a estrutura vigente.


Esse consumismo, observado no parágrafo anterior, está relacionado, além ao esgotamento das conexões entre as pessoas, com o adoecimento dos próprios cidadãos. Em uma sociedade voltada para a exploração com rotinas exaustantes, uma forma de alcançar a felicidade é por meio do consumo, que é passageiro, tornando-se um vício pela constante busca pela felicidade, como forma de escapar da realidade, sendo um consumo irracional. Assim, o consumo, que já era associado ao status, agora virou o equivalente a felicidade, uma felicidade curta e viciosa.


Por fim, foi retratado que a sociedade passa por uma intensa fragilização entre as relações pessoais, visto a normalização da exploração como algo natural, em que as relações econômicas são mais importantes do que as conexões entre as pessoas. Assim sendo, o corpo social está cada vez mais inconstante, com as pessoas sofrendo um processo de desumanização e enclausuradas em uma lógica de consumo irracional.



Pedro Miranda Barbour Fernandes. Direito- 1 ano Matutino

A imaginação sociológica: entre a verdade e a alienação?

 

    O conceito de imaginação sociológica, cunhado pelo sociólogo norte-americano C. Wright Mills, refere-se à habilidade de ver as conexões entre as experiências individuais e sociais, de reconhecer que as questões pessoais estão entrelaçadas com estruturas sociais mais amplas. Ao exercitar a imaginação sociológica, somos capazes de enxergar além das experiências pessoais imediatas e entender como as forças sociais, políticas, econômicas e culturais moldam nossas vidas e as vidas dos outros. Isso nos permite fazer perguntas importantes sobre como as sociedades funcionam e por que funcionam de determinadas maneiras.

    Sob esse viés, ao invés de atribuir problemas pessoais unicamente a falhas individuais, a imaginação sociológica nos permite considerar como fatores sociais, como desigualdade econômica, discriminação racial ou estrutura familiar, podem influenciar tais problemas. Dessa maneira, questões problemáticas da sociedade também se enquadram nessa perspectiva. Por exemplo, um caso de racismo envolve diversas pautas além da falha individual, envolve uma estrutura racista, uma marca deixada pelo período escravocrata e pelo capitalismo, uma desigualdade econômica, entre diversos outros fatores.

    Outro ponto importante sobre essas considerações é a o impacto da ciência na imaginação sociológica. Segundo Descartes,De maneira que restava somente que tivesse sido colocada em mim por uma natureza que fosse de fato perfeita do que a minha, e que possuísse todas as perfeições de que eu poderia ter alguma idéia, ou seja, para dizê-lo numa única palavra, que fosse Deus.” Ou seja, esse trecho reflete o pensamento de “ser perfeito” remetendo à Deus, o que exemplifica o porquê pautas levantadas pela Igreja tem tanta força e significância para muitas pessoas. Ademais, esse contexto é tão forte que as faz duvidar da ciência e da própria verdade.

    Em última análise, a imaginação sociológica é uma ferramenta poderosa para a análise crítica e a mudança social. Ao nos capacitar a ver as conexões entre o pessoal e o social, ela nos permite abordar questões sociais de forma mais informada e eficaz, promovendo uma compreensão mais profunda e empática do mundo ao nosso redor. Além disso, ajuda a sociedade a se pautar sobre o que é real e verídico e não em ideologias alienadas por uma possível crise no sistema que desfavoreceria a burguesia, e portanto, eles querem mascarar.

Francielle Arruda Tinti 1º semestre Direito ( Matutino )

Dialética de Marx e o Centro de São Paulo


   O aumento de preços na região degradada do Centro de São Paulo em termos de consumo e aluguel, bem como sua revitalização está acontecendo de forma gentrificada (fenômeno caracterizado pela revitalização de um lugar ocorrer de forma abrupta e elitizada inviabilizando a vida de pessoas de baixa renda que habitavam a região). A construção de novos restaurantes premiados e novos edifícios com condomínios caros gera um conflito entre a existência das pessoas de baixa renda e dos moradores de rua com os interesses econômicos de políticos e investidores na região.

   É nesta gentrificação que pode ser aplicado o conceito de dialética, presente na filosofia antiga, no pensamento hegeliano e posteriormente aprimorado por Marx. A dialética consiste em duas ideias, forças opostas que em conflito geram uma resolução. A dialética segundo Marx  e Engels envolve o materialismo, ou seja, analisar as condições materiais neste conflito e levar em consideração também as diferentes classes e a luta entre elas. 

  No caso do centro da cidade de São Paulo, a dialética de Marx analisaria que pessoas com condições precárias de habitação, alimentação e salubridade estão em luta com um sistema elitista de gentrificação, onde essas pessoas se enxergam expulsas pela classe que revitaliza o espaço retirando-as de onde moravam. Em termos de materialismo, o exemplo da gentrificação se mostra como um caso de dialética praticamente extremo, visto que envolve as pessoas com menos condições materiais possíveis, (os moradores de rua) e as pessoas com as melhores condições materiais (a elite da cidade).O conflito entre essas duas classes resulta em violência na região e marginalização de pessoas em situações vulneráveis, tornando esta questão de dialética um conflito ainda sem resolução.

Karl Marx desenvolveu a teoria do materialismo histórico, que analisa a relação entre as classes sociais e o modo de produção.


Segundo o autor, o trabalho é uma atividade fundamental para a existência humana e para a transformação da natureza. No entanto para ele, no sistema capitalista, o trabalho se torna alienado e explorado. Isso ocorre devido à divisão do trabalho, à propriedade privada dos meios de produção e à busca pelo lucro.


No contexto do trabalho moderno, podemos evidenciar diversas características que se relacionam com a teoria de Marx como a especialização do trabalho, em que os indivíduos são treinados para realizar tarefas específicas, perdendo a visão geral do processo produtivo, que leva à alienação do trabalhador em relação ao produto final, já que ele não possui controle sobre todo o processo de produção.


Ademais, a precarização do trabalho é uma realidade cada vez mais presente na sociedade atual, o sociólogo defendia que, no sistema capitalista, os trabalhadores são explorados, recebendo salários baixos e enfrentando condições de trabalho desfavoráveis. Esse cenário se reflete em empregos informais, contratos de trabalho precários e jornadas extenuantes.


Em resumo, a relação entre o trabalho moderno e a teoria de Marx revela a persistência de problemas estruturais no sistema capitalista. A alienação, a exploração e a desigualdade são questões que continuam a desafiar a sociedade contemporânea, tornando necessário uma reflexão crítica e a busca por alternativas que promovam uma maior justiça social e valorização do trabalho humano.

O idealismo capitalista na contemporaneidade

   Durante sua obra, Karl Marx desenvolveu consideráveis críticas acerca da influência da ideologia na realidade social, principalmente quanto à filosofia de Hegel, pelo falseamento de uma realidade inexistente fora do campo ideológico. Dessa forma, o "ideal", nas sociedades contemporâneas, aplicam um sentimento de pertencer a uma classe burguesa, ou média-alta, através do uso de determinados padrões de comportamento, de vestimenta, de fala, de cultura, e outros meios estabelecidos socialmente.

  Ao retratar o estado burguês, é explícito o interesse em demonstrar que o interesse coletivo é a verdadeira representação do Estado, sendo que não há representatividade popular nos cargos de poder, e a alienação imposta traz a falência do "espírito", percepção do mundo pela razão, defendido por Marx. Desse modo, o Direito passaria a representar o espírito de um povo, já que, na teoria hegeliana, é universal, porém sabe-se que a universalidade defendida fica apenas na teoria, bem como a representatividade política das camadas populares.

  No campo político, aqueles que dominam, usam das mais variadas forças de coerção para aplicar seus modos aos mais diversos campos sociais, no ano de 2022, por exemplo, o slogan "Deus, pátria, família e liberdade" infectou até mesmo as camadas populares, justamente pela alienação burguesa supracitada. E, no cenário atual, as roupas vem carregadas de ideal burguês, as redes sociais compartilham falseamentos sem qualquer tipo de repreensão, a religião oprime e estabelece dominação em um Estado "laico", e as minorias vivem submissas às ideologias burguesas impostas. Sendo assim, mesmo que por pequenos sinais, símbolos e marcas, quem tem controle sobre as massas garante sua influência por meio de verdadeiros dogmas, que são compartilhados de maneira instantânea no mundo globalizado, gerando uma verdadeira falta de senso político daqueles que estão em maioria quantitativa, e menos são beneficiados em política e direitos essenciais. 

 Portanto, Marx destacou a importância de uma sociedade civil, verdadeiro motor da história, consciente sócio e politicamente, para que essa sociedade seja a expressão de todas as classes sociais. Para que isso seja possível, o autor cita as condições materiais como forma de superação dessa alienação: o reconhecimento de uma contradição entre a riqueza e sua própria cultura, e o desenvolvimento das forças produtivas, como uma meta. Somente assim, as classes populares adquirirão maior autonomia de consciência, e, por conseguinte, maior representatividade política, contra o idealismo capitalista contemporâneo.


Arthur Fernando Bento Costa - 1º ano - noturno - RA: 241224659 

fusão ideológica

 Ao longo da história da humanidade, a aproximação da igreja à sociedade sempre foi uma relação de interesses mútuos, na qual, os governantes se beneficiavam com o apoio popular tanto quanto os religiosos que ganhavam relevância e privilégios, como nos governos de Constantino, Clóvis e Carlos Magno, por exemplo. De forma quase oposta, os bolsonaristas sem que haja um rendimento de benefícios para o cristianismo. 

  Assim, de forma concisa, a interpretação desse cenário na visão de Marx é sintetizada como um aprisionamento do Homem crítico à uma ilusão que utiliza a ideologia para manter o controle político sob as mãos das classes dominantes. Dessa maneira, Marx descreve a crítica à religião como forma de libertar-se da ilusão e recuperar o entendimento da realidade. Além disso, para ele, o Estado é o representante dos interesses dominantes e perpetua a luta de classes, acentuando as desigualdades sociais entre elas. 

Na prática, esse pensamento marxista resume o falseamento do real que ocorre dentro do movimento bolsonarista, no qual, a destituição do poder máximo judiciário no país representa justiça, ainda que contrarie completamente os ideais constitucionais que regem os sistemas político, jurídico, econômico e social da nação. Ademais, podemos ir além ao dizer que há também, a legitimação da violencia dentro do eixo do cristianismo que apoia a atual direita brasileira, como a manifestação tradicional cristâ "Marcha pra Jesus" usando carros alegóricos como uma réplica de um revólver gigante, contrariando assim valores básicos autenticamente cristãos como a paz e o acolhimento. 

 A interpretação de Marx para a religião como uma grande ilusão se completa com a ideia de que o Estado institui ideologias para manter as elites no poder e com poucas críticas a ele, e juntas, podem ser utilizadas para compreender o fenômeno da fusão da religião cristã brasileira com o movimento bolsonarista, ainda que de forma inerente a outros momentos da história global, a população apoiadora se beneficia em nada além da vida dentro de suas prórpias ilusões.