segunda-feira, 8 de abril de 2024

O idealismo capitalista na contemporaneidade

   Durante sua obra, Karl Marx desenvolveu consideráveis críticas acerca da influência da ideologia na realidade social, principalmente quanto à filosofia de Hegel, pelo falseamento de uma realidade inexistente fora do campo ideológico. Dessa forma, o "ideal", nas sociedades contemporâneas, aplicam um sentimento de pertencer a uma classe burguesa, ou média-alta, através do uso de determinados padrões de comportamento, de vestimenta, de fala, de cultura, e outros meios estabelecidos socialmente.

  Ao retratar o estado burguês, é explícito o interesse em demonstrar que o interesse coletivo é a verdadeira representação do Estado, sendo que não há representatividade popular nos cargos de poder, e a alienação imposta traz a falência do "espírito", percepção do mundo pela razão, defendido por Marx. Desse modo, o Direito passaria a representar o espírito de um povo, já que, na teoria hegeliana, é universal, porém sabe-se que a universalidade defendida fica apenas na teoria, bem como a representatividade política das camadas populares.

  No campo político, aqueles que dominam, usam das mais variadas forças de coerção para aplicar seus modos aos mais diversos campos sociais, no ano de 2022, por exemplo, o slogan "Deus, pátria, família e liberdade" infectou até mesmo as camadas populares, justamente pela alienação burguesa supracitada. E, no cenário atual, as roupas vem carregadas de ideal burguês, as redes sociais compartilham falseamentos sem qualquer tipo de repreensão, a religião oprime e estabelece dominação em um Estado "laico", e as minorias vivem submissas às ideologias burguesas impostas. Sendo assim, mesmo que por pequenos sinais, símbolos e marcas, quem tem controle sobre as massas garante sua influência por meio de verdadeiros dogmas, que são compartilhados de maneira instantânea no mundo globalizado, gerando uma verdadeira falta de senso político daqueles que estão em maioria quantitativa, e menos são beneficiados em política e direitos essenciais. 

 Portanto, Marx destacou a importância de uma sociedade civil, verdadeiro motor da história, consciente sócio e politicamente, para que essa sociedade seja a expressão de todas as classes sociais. Para que isso seja possível, o autor cita as condições materiais como forma de superação dessa alienação: o reconhecimento de uma contradição entre a riqueza e sua própria cultura, e o desenvolvimento das forças produtivas, como uma meta. Somente assim, as classes populares adquirirão maior autonomia de consciência, e, por conseguinte, maior representatividade política, contra o idealismo capitalista contemporâneo.


Arthur Fernando Bento Costa - 1º ano - noturno - RA: 241224659 

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