segunda-feira, 8 de abril de 2024

Dialética de Marx e o Centro de São Paulo


   O aumento de preços na região degradada do Centro de São Paulo em termos de consumo e aluguel, bem como sua revitalização está acontecendo de forma gentrificada (fenômeno caracterizado pela revitalização de um lugar ocorrer de forma abrupta e elitizada inviabilizando a vida de pessoas de baixa renda que habitavam a região). A construção de novos restaurantes premiados e novos edifícios com condomínios caros gera um conflito entre a existência das pessoas de baixa renda e dos moradores de rua com os interesses econômicos de políticos e investidores na região.

   É nesta gentrificação que pode ser aplicado o conceito de dialética, presente na filosofia antiga, no pensamento hegeliano e posteriormente aprimorado por Marx. A dialética consiste em duas ideias, forças opostas que em conflito geram uma resolução. A dialética segundo Marx  e Engels envolve o materialismo, ou seja, analisar as condições materiais neste conflito e levar em consideração também as diferentes classes e a luta entre elas. 

  No caso do centro da cidade de São Paulo, a dialética de Marx analisaria que pessoas com condições precárias de habitação, alimentação e salubridade estão em luta com um sistema elitista de gentrificação, onde essas pessoas se enxergam expulsas pela classe que revitaliza o espaço retirando-as de onde moravam. Em termos de materialismo, o exemplo da gentrificação se mostra como um caso de dialética praticamente extremo, visto que envolve as pessoas com menos condições materiais possíveis, (os moradores de rua) e as pessoas com as melhores condições materiais (a elite da cidade).O conflito entre essas duas classes resulta em violência na região e marginalização de pessoas em situações vulneráveis, tornando esta questão de dialética um conflito ainda sem resolução.

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