sábado, 3 de julho de 2021

Reflexões sobre as falsas observações da realidade

René Descartes diz que não devemos confiar nos sentidos e na percepção, por outro  lado os números e expressões numerológicas são muito mais confiáveis em nos colocar no  real caminho da realidade, todavia existe uma certa crença, que cada vez mais a pobreza, a  desigualdade e o mundo pioram. No filme “O ponto de mutação” baseado em um livro do  mesmo nome de autoria do físico e ambientalista Frijot Capra há uma defesa dessa crença. 

O filme critica a atual sociedade consumista colocando toda a culpa da maioria dos  problemas mundiais no modo de produção expansionista e descontrolado chamado;  capitalismo. O longa cai como uma luva para os que tem a percepção de como o modo  operante mundial é maléfico, ineficaz e gerador de pobreza e desigualdade. Algum  “seguidor” de tal crença pode lhe fazer uma pergunta; “vá ao centro da sua cidade, olhe como  existem miseráveis, desempregados e mendigos na rua, isso é culpa do capitalismo”, ou  coisas como “se o capitalismo funcionasse porque existe pobreza? Moradores de rua? O  capital sobrevive nas costas dos explorados”. Com certeza você já ouviu isso, mas será que  essa visão analítica e sensorial da realidade está correta? Voltemos a Descartes. 

Ao analisar números, dados e índices de diferentes instituições reconhecidas pelo  mundo podemos ter uma diferente impressão dos temas e um real entendimento sobre os  fatos observáveis, exatamente como René disse. Dados da our world in data mostra que em  1820 aproximadamente 90% da população vivia em extrema pobreza, em 2015 apenas 10%  da população mundial vivia em condições extremadas de pobreza (extrema pobreza é viver  com $1,90 dólar por dia ou menos) detalhe que de 1820 a 2015 o número de habitantes no  mundo multiplicou mais de sete vezes, enquanto a extrema pobreza caiu 80%, dados do  banco mundial revelam que em 1990 35% da população mundial vivia em miséria, esse  número caiu para 10,7% em 2013.  

O que esses dados históricos e analíticos nos mostram? Não é mera coincidência que a  quantidade de paupérrimos no mundo começa a declinar exatamente no momento em que o  capitalismo industrial está em expansão, através da vontade de aumentar o capital e da  tecnologia fabril a vida das pessoas começaram a melhorar rapidamente, seja pela  democratização das tecnologias para as massas ou pela mão invisível espalhando a riqueza de  cima para baixo. Os dados são claros e os fatos são observáveis, a questão aqui é qual  pergunta você quer fazer? A pergunta errada ou a pergunta certa? Quem cria a pobreza? Ou  como a riqueza é gerada? Frijot Capra e a falsa percepção de que a pobreza está aumentando  por conta da propriedade privada, lucro e expansão está errada. Certo é Descartes que desde o  século XVI nos manda olhar os dados...

João Vitor Pereira de Oliveira- diurno 

Um comentário: