sábado, 24 de março de 2018

A sociedade atual e o positivismo


Na atual conjuntura do sistema brasileiro evidencia-se com clareza o viés positivista que advém desde os primórdios da história do país. Basta notar o lema da bandeira do Brasil que está fortemente vinculada à ideia de opressão para que se mantenha o que Augusto Comte denominava Estado Estático.
Dessa forma questiona-se a intervenção federal implantada no Rio de Janeiro que teoricamente objetiva o combate à violência e ao tráfico, no entanto visa também manter o sistema e impedir o dinamismo social, essencialmente entre a população periférica. Isso se justificaria na visão positivista porque qualquer forma de subversão impediria o progresso.
      Sabe-se que a estrutura brasileira dificulta que as minorias ascendam em determinadas áreas de modo que aqueles que tentam refutar essa situação acabam por diversas vezes encontrando discursos positivistas contemporâneos, que assim como Comte desejam eliminar ou retornar ao corpo social, não raro trazendo a ideia de trabalho como dignificação do homem. Nesse contexto, nota-se que o positivismo historicamente valorizou instituições como a família, o militarismo de forma que o papel do Direito se revela circunscrito, pois a própria sociedade traz muitas vezes um pensamento reacionário, o que inibiria a promoção de mudanças na esfera jurídica.
    Na visão positivista a classe dirigente utiliza-se da ciência para produzir utilidade vinculada ao progresso. No entanto, conforme retratado na Jornada Jurídica, diversas vezes a classe dirigente (os três poderes do Brasil), aproveita-se da ciência das leis para seus próprios propósitos como retratado na temática da judicialização da política e a politização do judiciário, em que podemos questionar acerca dos limites desses grupos na manutenção da ordem.
     Portanto, vê se que o Brasil sofre influência deste pensamento positivo ainda hoje e que ele se entrelaça à diversas questões da
contemporaneidade.

Jaqueline Calixto dos Santos - Turma XXXV noturno

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