domingo, 24 de setembro de 2017

Capitalismo: anticapitalistas, fugacidade e esbanjadores
     Weber pretende compreender a racionalização do mundo social, ou seja, mudanças profundas no pensamento do indivíduo moderno e das instituições do Estado. Isso se mostra com a gradual construção do capitalismo e o crescimento dos meios urbanos, que se tornaram as bases da reordenação das organizações tradicionais que predominavam até então. Sua preocupação estava em tentar identificar como os processos pelos quais o pensamento racional, ou a racionalidade, impactou a sociedade moderna, se difundindo no âmbito cultural, social e individual do indivíduo.
   O sociólogo trata da questão de difusão do sistema capitalista afirmando que um dos fatores principais para essa ocorrência foi a religião calvinista, que pregava aos seus membros, como um dos aspectos, a não ostentação de riquezas, mas sim seu reinvestimento. Isso acabou por expandir uma lógica que prometia aos indivíduos alcançar a prosperidade.
     Dessa forma, diferentemente da época de Weber, o homem moderno, alguns diriam pós-moderno, é, de certa maneira, anticapitalista, na medida em que para tornar com que esse sistema se perpetue a geração de riquezas deve se voltar exclusivamente para seu retorno, ou seja, o trabalho por si mesmo.
   Nada mais anticapitalista que os sheiks árabes que esbanjam luxo e artigos exóticos, como o príncipe HanDam brincando com seus leões, que acabam por danificar seus carros de milhões de dólares, ou então o lutador de boxe Mayweather que ostenta em suas redes sociais.
   Concluo assim que, em um mundo de muitas aparências que se voltam a afirmar o poder e a “superioridade” de poucos, a grande maioria acaba por assimilar essa ética que produz cada vez mais hipocrisia e insensibilidade perante o ser humano, infelizmente, valorizando um aspecto fugaz. Algo que Noel Rosa demonstra com propriedade em sua esplêndida música denominada Filosofia.
Gabriel Marcolongo Paulino – 1°Ano Direito/Noturno


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