segunda-feira, 25 de setembro de 2017

A ética weberiana frente ao poder político e a condição feminina atual

Max Weber foi um filósofo alemão importantíssimo para a Sociologia clássica. É conhecido pelo estudo da sociologia interpretativa, em contrapartida da sociologia estrutural de Émile Durkheim e Karl Marx. A sociologia weberiana utiliza a comparação da realidade pelo tipo ideal a fim de traçar elos entre a dominação e o poder na esfera política.
A relação entre o poder e a dominação foi amplamente estudada por Weber. Tem-se que o poder é definido pela "imposição da própria vontade numa relação social". Destarte, o exercício do poder origina a dominação, que é a "incidência de estímulos externos sobre o modo de conduzir a vida". Ainda, a dominação, segundo Weber, pode ser dividida entre dominação legal, dominação carismática e dominação tradicional. Esse conceito é explicitamente executado durante a carreira política de um ditador, pois este obtém poder político carismaticamente, se legitima pela via legal, e por fim se perpetua no poder pela tradição.
A ferramenta metodológica de Weber para analisar os fenômenos é o tipo ideal. Contudo, esse meio não deve ser confundido como um arquétipo, mas uma possibilidade objetiva. Analogamente, seria como se o tipo ideal fosse a planta de uma casa, enquanto a realidade se tangesse à casa propriamente construída. Dessa forma, tem-se que a condição feminina nas sociedades islâmicas está submetida à realidade do patriarcalismo pela repressão, objetificação e mistificação da submissão da mulher, sendo que o tipo ideal deveria ser o respeito e a igualdade de gênero. Prova disso é a batalha de Malala, no Paquistão, pelo simples direito de educação, que foi proibido pelo regime dos talibãs.
A ética protestante teve um papel fundamental na base teórica weberiana. Isto é, o calvinismo proveniente da Reforma Protestante do século XVI propagava que o trabalho era divino, pois dignificava o homem. Dessa maneira, pôde-se perceber que há uma tênue relação entre o tempo, trabalho e a obtenção de recursos econômicos, racionalizando, assim, o capitalismo e o homem moderno. Por isso houve a popularização do chamado "passo inglês", fenômeno global em que o cidadão anda mais rapidamente. Isso expõe que o homem passou a dominar o mundo, em oposição à antiga conformação da realidade.
A sociologia de Weber, portanto, ainda está vigente mesmo após quatro séculos. Amparando-se no passado pelo legado da Reforma Protestante e replicando os frutos proporcionados pelo tipo ideal, o pensamento weberiano racionalizou o estudo dos vínculos entre o indivíduo e a sociedade.

Fernando Jun Sato - 1º Ano Direito Diurno

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