segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Muito se discute sobre o que faz determinado conjunto populacional ser como é; teorias levantam fatores naturais, tais como o clima e o relevo, como responsáveis pelo comportamento das pessoas, fatores materiais como a base para a cultura delas, etc. 
Max Weber indicou em seu livro a possibilidade de a conduta econômica de um povo ter raízes diretamente religiosas, tendo como ponto de análise a condição burguesa e preferência por estudos técnicos por parte dos protestantes alemães de sua época, enquanto católicos voltavam-se mais aos estudos humanísticos e, de certa forma, rejeitavam algumas atividades econômicas.  
Comparando os atuais países que foram colônias inglesas com aqueles que foram colônias ibéricas, francesas, etc. e suas respectivas histórias de formação, é possível notar o contraste entre a grande prosperidade econômica daquelas em relação ao atraso destas. Muitos fatores explicam tal diferença, mas vale ressaltar o fator ideológico: os colonos ingleses eram majoritariamente puritanos e, por isso seguiam os preceitos econômicos puritanos, assim como a valores do trabalho e a busca pelo lucro. Assim, como sugerido por Weber, um elemento religioso impulsionou o empreendedorismo e afeta a mentalidade de um povo até hoje. 
Essa relação entre religião e capital, porém, deve ser cuidadosa, visto que abre espaço para preconceitos ou ideologias prejudiciais. Exemplo disso é o tratamento dado aos judeus na Alemanha nazista, quando um dos argumentos dados através das propagandas fascistas era que o êxito econômico desse setor social era um problema para o país. 
Gabriel Nagy Nascimento, 1 ano Direito Noturno

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