terça-feira, 23 de agosto de 2016

A teoria marxista e a contemporaneidade

A teoria marxista, que apesar de possuir nome derivado de apenas um de seus dois pensadores, Karl Marx, também foi desenvolvida por Friedrich Engels, no final do século XIX, um período pós revoluções francesa e industrial, eventos que causaram profundas mudanças na sociedade daquele período histórico à medida que concederam à burguesia a hegemonia entre as classes sociais e introduziram o capitalismo industrial, o que influenciou a visão de Marx e Engels quanto a suas concepções.
Entre elas encontra-se o materialismo histórico dialético, um método revolucionário de análise da realidade. Neste, a realidade é compreendida através do que é concreto, que, por conseguinte segue para o plano das ideias, e então, a partir da análise do material, a teoria marxista investiga as contradições presentes no capitalismo e expõe que a produção é a base da ordem social.
Outro conceito introduzido pelo marxismo seria a luta de classes, que para os pensadores é a constante divergência existente entre a classe social opressora e a que é oprimida, fenômeno que esteve presente em todos os momentos históricos. Segundo Marx e Engels, em “O Manifesto Comunista”, “a sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos das classes. Estabeleceu novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta no lugar das antigas”.
A luta de classes, que ocorre em todos os períodos históricos, atuaria como gatilho para revoluções sociais, segundo Marx e Engels. Esta seria “uma luta que todas as vezes terminou com uma transformação revolucionária ou com a ruína das classes em disputa”, o que pode ser comprovado a partir da análise da mudança de qualquer período histórico/modo de produção na história que conhecemos. Ao tomar como exemplo a ruptura do feudalismo e a transição para o capitalismo, nota-se que a nobreza perdeu privilégios para que a burguesia fosse elevada, sendo esta a classe social, anteriormente explorada, que atuou como “gatilho” para a revolução que alterou a sociedade em vários aspectos.
Assim surge também a mais valia, termo que a teoria marxista utiliza em alusão ao processo de expropriação do valor do trabalho do proletário efetuado pelo dono dos meios de produção. Os operários nem mesmo sabem exatamente o lucro que seu trabalho realmente gera, e são pagos valores extremamente abaixo do que realmente produzem. A mais valia é, portanto, o principal segredo da produção capitalista, assim como o principal mecanismo de exploração da classe trabalhadora, e consequentemente, forte meio de conservação e perpetuação dos privilégios da elite burguesa.

Apesar de desenvolvida há vários anos, a teoria marxista ainda é muito atual em sua análise ao capitalismo contemporâneo, já que ainda é possível definir as relações sociais, econômicas e financeiras hodiernas a partir de tais conceitos. A luta de classes é visível entre a burguesia e o proletariado atual, que continua a ser subjulgado através da utilização de mecanismos como a mais valia, o qual permite a perpetuação dos privilégios dos donos dos meios de produção a partir da exploração dos trabalhadores, até os dias de hoje. 
 (http://www.outrafrequencia.org/2013/05/charge-mais-valia-will-tirando.html)

Lígia Lopes Andrade - 1º ano direito noturno

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