terça-feira, 23 de agosto de 2016

A ciência da revolução

O trabalho de transformar a estrutura social construída durante séculos em torno da desigualdade e da exploração de uns pelos outros é árdua e requer disciplina. É um projeto permanente de aprendizado e reflexão. A ordem social está suficientemente bem articulada e desmanchá-la não é tarefa simples. Os teóricos revolucionários - revolucionários! - do socialismo científico articularam um projeto de transformação do sistema econômico vigente a partir da compreensão profunda dos processos materiais-históricos da civilização humana.

As sociedades humanas, desde o surgimento da propriedade privada dos meios de produção, seria regida pelo conflito entre dois grupos sociais: os oprimidos e os opressores, os explorados e os exploradores, os despossuídos e os proprietários - a classe trabalhadora e a classe dominante. A ruína do império da desigualdade será o triunfo dos trabalhadores sobre os proprietários, pois então a proprietária será desintegrada.

Os pensadores revolucionários Karl Marx e Friedrich Engels criticaram as propostas de transformação da sociedade que não compreendiam as lutas entre as classes sociais e as ignoravam em seus projetos. Estudaram os processos materiais que se desenvolveram no seio da comunidade humana e conclui: os interesses desses grupos sociais são diametralmente opostos - o triunfo de um é a ruína de outro - e inconciliáveis; não há coexistência justa entre oprimidos e opressores e as teorias que propõem a conciliação são falhas.

O materialismo histórico - eis a chave para a compreensão dos processos sociais e produtivos da civilização humana. O socialismo científico é o projeto revolucionário de transformação da sociedade baseado na interpretação material da história. A transformação social é projeção de uma luta precisa, indissociável da interpretação profunda da civilização humana.

Marx e Engels, muito além de analistas da sociedade, foram militantes revolucionários e propuseram um programa estratégico para transformar a realidade e abolir a desigualdade entre as classes. Somente a revolução dos trabalhadores, dirigida pelo partido revolucionário da classe trabalhadora, poderia pôr fim ao domínio da propriedade privada.

Em meio às implacáveis contradições de nosso tempo, a obra marxista se faz cada vez mais presente. Chegará o dia em que não mais será possível sustentar a barbárie do domínio do homem pelo homem. Como nos ensinam Marx e Engels, as transformações não ocorrem de maneira espontânea, mas consistem em uma ação ordenada. É tarefa dos lutadores do povo organizar a revolta rumo à revolução. Não é tarefa fácil, mas é o que a História espera de nós.

Momentos antes de sua morte em meio ao golpe de Estado do general Pinochet, o ex-presidente do Chile, Salvador Allende, falou aos trabalhadores e trabalhadoras de seu país: "A História é nossa, e a fazem os povos". Venceremos!

Guilherme da Costa Aguiar Cortez - 1º semestre de Direito (matutino)

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