"Não somente a ativa procura do bem público será,sem cessar, considerada como o modo mais próprio de assegurar comumente a felicidade privada graças a uma influência ao mesmo tempo mais direta e mais pura e, finalmente, mais eficaz". Tal lema remete à formação de uma moral essencialmente humana através da experiência positiva. Mas seria essa experiência aplicável e alcançável no mundo social de fato?
Iniciado no fim da década de 1930, na Finlândia, o programa governamental para redução da mortalidade infantil segue e continua a seguir a linha de pensamento descrita anteriormente. Através da distribuição gratuita de um kit com itens básicos para todas as crianças recém-nascidas é mantida uma situação de bem-estar social com elevado alcance na população, fazendo com que gastos posteriores com cuidados médicos e hospitalares,por exemplo, sejam mais eficazmente direcionados e, assim, sejam reduzidas as perdas tanto sociais quanto econômicas no país.
Com isso, tal experiência prova-se aplicável, possível no mundo social de fato, já que a busca pelo bem público acaba por assegurar, como foi mencionado, "comumente a felicidade privada"; há a formação, no caso relatado, de uma moral essencialmente humana por meio da experiência positiva.
Rafael dos Anjos Souza
Direito Noturno
Turma XXXII
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
domingo, 24 de maio de 2015
Alcançar o Alvo, Depois Descobrir Qual é Ele
A iniciativa de Auguste Comte de estudar a sociedade como ciência foi uma ideia genial, no entanto deve-se rever aos meios de como estuda-la, pois a imparcialidade, ou o não envolvimento com ela torna-se impossível, de modo que o individuo já nasce inserido em uma sociedade, e a partir deste momento há a formação de uma pessoa. Ao contrário da ciência tal como a química, física e biologia o estudioso apenas desenvolve suas pesquisas e a partir delas executa experiências, que podem ser inúmeras e pode-se admitir falhas sucessivas que se não forem corrigidas não progredirão, o mesmo não acontece com a sociedade, que a partir de uma falha procura de alguma forma evoluir, mas jamais chegará a perfeição e objetividade que Comte defende com muito vigor em sua obra curso de filosofia positiva.
É importante salientar que o ideal positivista é muito válido, principalmente pelo propósito de ir a investigação do que é real, do certo é do que é útil, nos domínios sociais e políticos, no entanto essas características positivas, desconsidera o que é ha de principal no mundo, que são as pessoas com seus atributos. Para cada lei da ciência se for aplicado os mesmos métodos e procedimentos, teremos resultados iguais e repetitivos, já no mundo das pessoas isso não se aplica da mesma certeza científica, cada pessoa tem seu lado metafísico que carregam consigo e é indissolúvel.
Como disse Durkheim a sociedade prevalece sobre o individuo, mas ambos jamais serão plenamente previsíveis, de algum modo se chegará ao ponto em que o ser humano descobrirá o que realmente quer, talvez ainda não saiba efetivamente o que de fato almeja, onde chegaremos e por qual razão se quer isso, talvez o mais sábio de se aceitar é que tal objetividade será inalcançável.
Lemuel Dias
Direito - Noturno - Aula 4
Positivismo na atualidade
O Positivismo,corrente filosófica e sociológica criada por Augusto Comte(1798-1857),procurou entender a sociedade da mesma forma como as ciências naturais,como a química,interpreta os outros fenômenos,através da observação e elaborando explicações,criando o que foi chamado de "Física social".Comte buscava uma forma de manutenção da sociedade de sua época,a qual ele considerava a ideal,buscando formas de corrigir quaisquer problemas sociais para se manter a ordem.
O que pode parecer para muitos algo muito interessante,a visão comtiana se mostra um pouco superficial,os sociólogos posteriores,como Karl Marx,demonstraram que a sociedade não pode ser interpretada apenas com a observação dela,há de se entender o processo histórico que a construiu e a complexidade de suas relações econômicas.
Porém o Positivismo exerceu grande influência em sua época,principalmente nas instituições que visam a manutenção do status quo,como os militares,e ainda hoje,vários brasileiros interpretam a sociedade com uma visão próxima à defendida por Comte,na maioria das vezes de forma inconsciente.Um exemplo disso é o fato de 87% dos brasileiros serem a favor da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos,algo que mostra como a interpretação da grande maioria ao constatar um problema se reduzir a medidas penais,sem interesse em uma mudança estrutural ou busca pela compreensão do que o gera.
O Positivismo teve um papel importante para o desenvolvimento da Sociologia,mas para se atingir uma sociedade mais igualitária com menos repressão,é necessário buscar formas mais complexas do que a visão comtiana,para nos afastarmos de distopias como a descrita por George Owell,em seu livro "1984".
O que pode parecer para muitos algo muito interessante,a visão comtiana se mostra um pouco superficial,os sociólogos posteriores,como Karl Marx,demonstraram que a sociedade não pode ser interpretada apenas com a observação dela,há de se entender o processo histórico que a construiu e a complexidade de suas relações econômicas.
Porém o Positivismo exerceu grande influência em sua época,principalmente nas instituições que visam a manutenção do status quo,como os militares,e ainda hoje,vários brasileiros interpretam a sociedade com uma visão próxima à defendida por Comte,na maioria das vezes de forma inconsciente.Um exemplo disso é o fato de 87% dos brasileiros serem a favor da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos,algo que mostra como a interpretação da grande maioria ao constatar um problema se reduzir a medidas penais,sem interesse em uma mudança estrutural ou busca pela compreensão do que o gera.
O Positivismo teve um papel importante para o desenvolvimento da Sociologia,mas para se atingir uma sociedade mais igualitária com menos repressão,é necessário buscar formas mais complexas do que a visão comtiana,para nos afastarmos de distopias como a descrita por George Owell,em seu livro "1984".
Comte e Brasil
Apesar de bastante criticado, o
Positivismo é muito presente na sociedade brasileira, principalmente após o advento
da República em 1889, que foi instaurada pelos militares, os quais perduraram
por certo tempo no poder (1889-1894) e também recebiam grande influência das
ideias de Augusto Comte.
A interferência do positivismo é
nítida até mesmo na bandeira nacional que apresenta duas das palavras máximas
dessa filosofia, ou “física social”: “ordem e progresso”. Assim, para Comte,
deve haver uma organização completa da sociedade, tal como uma estruturação intelectual
das ideias e costumes (ordem) da sociedade para que essa prospere (progresso).
Exemplo dessa influência é a
criação da USP e SENAI sob o governo de Getúlio Vargas, que possuía ideais
tenentistas, a fim de estabelecer uma norma em que cada parte da comunidade
exerça seu devido papel social: alguns com capacidades de administrar e exercer
funções intelectuais; outros com capacidades de vender sua força de trabalho.
Ademais, pode-se ver nos
discursos de alguns políticos a ânsia de atender o que seria uma “ordem
natural” da sociedade ao tomar posicionamentos conservadores, contrariando a
pluralidade de orientações sexuais e sendo fervorosos defensores dum modelo patriarcal.
Dessa forma, constroem-se muitos preconceitos que percorrem pela sociedade
brasileira, além de tornar o Positivismo uma filosofia demasiada anacrônica
para variadas questões do modelo plural que constitui o Brasil e o mundo.
Gabriel G. Zanetti - Direito Noturno
Gabriel G. Zanetti - Direito Noturno
Ordem, Progresso e o Positivismo de Comte
Ordem, Progresso e o Positivismo de Comte
Comte foi um filósofo
francês conhecido por suas teorias sociológicas positivistas. O Positivismo
busca encontrar explicações para os fenômenos sociais baseado nas ciêncas
naturais. Comte afirmou que os fenômenos sociais
podem e devem ser percebidos como os outros fenômenos da natureza.
A teoria positivista é
realizada através da observação e de métodos científicos válidos. O positivismo tem ideias republicanos, como a melhoria
de condições sociais e principalmente morais.
“No
entender de Comte, a sociedade apresenta duas leis fundamentais: a estática
social e a dinâmica social. De acordo com a lei da estática social, o
desenvolvimento só pode ocorrer se a sociedade se organizar de modo a evitar o
caos, a confusão. Uma vez organizada, porém ela pode dar saltos qualitativos, e
nisso consiste a dinâmica social. Essas duas leis são resumidas no lema ‘ordem
e progresso’” (VASCONCELOS apud LAGAR et al., 2013, p. 18)
O Positivismo teve grande influênca no Brasil, um exemplo disso é a frase “Ordem e Progresso”
que encontramos na bandeira brasileira é de inspiração positivista e é uma
reflexão dos valores conservadores da sociedade brasileira. é uma forma
abreviada do lema de autoria do positivista francês Auguste Comte: "O Amor por princípio e a Ordem por
base; o Progresso por fim”.
Atualmente, o positivismo é considerado uma filosofia conservadora, que atribui qualidades morais e valores tradicionais a uma sociedade, sendo duramente criticada por escolas posteriores.
Juliana Novaes Bueno de Camargo - Direto Noturno
A física social
Auguste Comte,
nascido em Montpellier, França, no ano de 1798, é considerado fundador do
Positivismo e da Sociologia. Nascido em uma época conturbada em seu país, Comte
tenta explicar a crise vivida no período em suas obras, elaborando o que ele
chama de “filosofia positiva”. Um de seus principais trabalhos é o "Curso de Filosofia
Positiva", no qual Comte enuncia a lei dos três estados, que propõe a
existência de três diferentes tipos de pensamento: o teológico, que atribui as
causas de algo ao divino; o metafísico, considerado um pensamento de transição,
que troca a ideia de um ser superior por forças para explicar os mais diversos
assuntos; e o positivo, que desconsidera as causas para preocupar-se com a
elaboração de leis que demonstrem relações invariáveis entre fenômenos.
Para Comte,
era possível criar uma física social; já que o homem havia fundado, segundo o
autor, a “física celeste” e a “física terrestre”, era urgente criar uma ciência
precisa que explicasse a própria sociedade. Essa ideia seria o pilar
fundamental do positivismo, que deveria resolver a crise vivida até mesmo pelas
“nações mais civilizadas” de sua época. Comte ainda acredita que o “caos
intelectual” vivido deriva dos diferentes estados de pensamento que coexistem;
para o pensador, era fundamental a prática de um único tipo de ideal, de forma
a se evitar conflitos, ainda que este não fosse a filosofia positiva; contudo,
Comte afirma que só ela “é a única destinada a prevalecer”.
O Positivismo
criado por Comte influenciou a filosofia, a política e a ciência,
influenciando, portanto, a própria história. Não é difícil encontrar seus
efeitos em nossa realidade; a bandeira brasileira é um dos maiores exemplos disso,
enunciando a célebre fase positivista “ordem e progresso”. O regime militar
vivido pelo Brasil também sofreu, de certa forma, forte influência do positivismo,
usando da ideia de “ordem” como uma justificativa para a violência.
Victor Gabriel Suzumura Cintra
1º Ano - Noturno
Victor Gabriel Suzumura Cintra
1º Ano - Noturno
Os princípios de Comte
Auguste Comte viveu em
uma época conturbada em que se alternavam regimes despóticos e revolucionários na
França, levando-o a procurar resposta a este estado de ânimos. Combinou elementos de pensadores anteriores e contemporâneos- Bacon, Descartes e Galileo
- ,resultando no positivismo.Classificou o
conhecimento humano em três estágios evolutivos: o teológico, o
metafísico e o positivo.Este seria o mais avançado , radicalmente
oposto aos anteriores. O positivismo fundamenta-se na vinculação dos fenômenos
naturais , através de aplicações práticas, descartando suas origens, orientando
os homens a agir para modificar a natureza.
Comte classificou as ciências naturais em cinco ramos: química, física,
biologia,astronomia e ciência social, todas como
órgãos de um sistema, cujo corpo seria a Filosofia Positiva. Para isso,
defendia a união e o desenvolvimento equilibrado de todas elas. Uma não poderia
se desvincular das demais para que todas pudessem se aperfeiçoar
individualmente, .preconizando, assim, uma reforma educacional .
Criar-se-ia uma nova
especialidade atuante nas generalidades
científicas, buscando descobrir as relações e os encadeamentos entre os mencionados
ramos , resultando em universalidade e
numa doutrina,não una, mas homogênea.
Para Comte, a ciência
social era justamente o elo mais frágil
dessa corrente, uma vez que esta ainda estava sob influência, ao contrário das
demais, dos estágios evolutivos anteriores ao positivo. Sendo assim, sistematizou a Sociologia, acreditando
que a crise social de sua época era
resultado de um estado de anarquia intelectual,em que as inteligências
individuais divergiam pela aplicação simultânea das três filosofias-
teológica,metafísica e positiva-,radicalmente
incompatíveis. Similarmente às outras ciências, buscou leis invariáveis para impor uma
organização social e política baseada na ordem e progresso.
Essas leis invariáveis
foram encontradas em algumas instituições já presentes no Estado, que o
mantinham coeso, como as normas ( conduta: o Direito é um ente positivista ), o
trabalho(fator de equilíbrio), a família ,escola,as forças armada e outros.
Para Comte, a liberdade
individual deveria ser renegada em benefício do todo, do equilíbrio social,
onde cada indivíduo teria sua função social. Na felicidade positivista, o Bem Público
sobrepõe a felicidade pessoal A
solidariedade é o centro da organização social. A experiência positiva
substitui a moral católica pela humana.
Comte teve grande
influência no Brasil e em toda sociedade industrial do início do século
passado. Muitos têm os princípios de Comte como conservadores e retrógrados. Qualquer
análise nesse sentido seria leviana, pois têm de ser considerados as circunstâncias e o momento
histórico . Assim como defendia o equilíbrio do desenvolvimento entre as ciências como órgãos de um sistema
saudável , Comte, assim como Descartes e Bacon, não imaginariam que o domínio do
homem sobre a natureza, por exemplo, poderia trazer profundos desequilíbrios Não imaginavam a
Física Quântica sobrepondo a Mecânica e outras inúmeras variáveis ,assim como todo o desenvolvimento
tecnológico e social , que surgiram graças TAMBÉM aos seus métodos e princípios.
Eduardo S Guercia- Direito Noturno
Estágios da busca pelo conhecimento
Em sua obra ,"Curso de Filosofia Positiva", Auguste Comte busca entender os estados epistemológicos através dos quais a sociedade pode construir conhecimento.
Primeiramente, há o estado mais primitivo. Conhecido com estágio Teológico. Nesse período os homens acreditam poder buscar a essência dos objetos por meio de explicações sobrenaturais,tendo embasamento em uma ou mais divindades.
Após certo amadurecimento, o estágio Teológico é substituído pelo estágio Metafísico. Desse modo, o estado Metafísico se trata de uma transição para o estagio de amadurecimento máximo da edificação do conhecimento.
Por fim, tem-se o estágio Positivo ou Científico. É nesse momento que os pesquisadores param de buscar a essência dos objetos,acreditando sem possível buscar,apenas, as relações entre as diversas coisas.
Em síntese,Comte pretende mostrar que a busca pelo conhecimento modificou-se ao longo dos anos, e caminha para o amadurecimento. No estágio de sabedoria máxima, estágio científico, com a observação de leis imutáveis e relações entre os objetivos de estudos, pode-se alcançar conhecimento sólido.
Lucas Rezende de Melo- 1º noturno.
Primeiramente, há o estado mais primitivo. Conhecido com estágio Teológico. Nesse período os homens acreditam poder buscar a essência dos objetos por meio de explicações sobrenaturais,tendo embasamento em uma ou mais divindades.
Após certo amadurecimento, o estágio Teológico é substituído pelo estágio Metafísico. Desse modo, o estado Metafísico se trata de uma transição para o estagio de amadurecimento máximo da edificação do conhecimento.
Por fim, tem-se o estágio Positivo ou Científico. É nesse momento que os pesquisadores param de buscar a essência dos objetos,acreditando sem possível buscar,apenas, as relações entre as diversas coisas.
Em síntese,Comte pretende mostrar que a busca pelo conhecimento modificou-se ao longo dos anos, e caminha para o amadurecimento. No estágio de sabedoria máxima, estágio científico, com a observação de leis imutáveis e relações entre os objetivos de estudos, pode-se alcançar conhecimento sólido.
Lucas Rezende de Melo- 1º noturno.
Abordagens do positivismo de Comte
O positivismo é uma corrente que
surgiu no século 19 com os estudos de August Comte e Émile Durkheim, os quais
foram os primeiros sociólogos, cientistas dos fenômenos sociais. Em um contexto
pós revoluções liberais, em que a burguesia consegue fazer seus interesses
prevalecerem, possibilitando o início da industrialização nos países da europa,
a sociologia propõe uma teoria a favor da manutenção desse poder conquistado,
não permitindo a difusão de sentimentos revolucionários, através da idealização
da "ordem". Esta, por sua vez, pode ser interpretada de diferentes maneiras.
As instituições e grupos sociais,
quando exercem suas funções pré-estabelecidas e não se voltam contra o
funcionamento das tarefas cotidianas, colaboram para tal ordem. Essa
estabilidade, no entanto, não motiva a revisão das injustiças e problemas
rotineiros, o que é uma crítica a essa corrente.
O exército, por exemplo, é uma
instituição que foi influenciada pelo positivismo. Por isso, nos governos
militares havia uma nítida postura de manutenção da ordem, com o controle da
educação e da imprensa, juntamente com a privação da liberdade dos cidadãos, os
quais eram coagidos a cumprir seus " papéis sociais" sem senso
crítico. Até hoje, percebe-se isso ao conhecer seus preceitos de respeito a uma
hierarquia, de busca pelo progresso(se remete ao evolucionismo) e pela obediência
a um padrão que regula a vestimenta, a comunicação oral e outros
comportamentos.
Diferentemente disso, a ordem pode
ser analisada sob outro aspecto. Explico. Para Comte, a sociedade era como um organismo
vivo, composto por órgãos( grupos sociais ou instituições) que realizam suas
funções em perfeita harmonia para o bem estar do corpo(sociedade). Nesse
sentido, essa ordem não poderia ser entendida como uma das defensoras de um comportamento
ético? Segundo Kant, por exemplo, a ação ética é aquela realizada pelo
indivíduo que, através do esclarecimento, agi visando o bem comum. Da mesma
forma, Comte propõe ações individuais que, ligadas entre si, permitem o bom
funcionamento social, ou seja, as partes não estão separadas do todo e, tendo
essa consciência, contribuem para o coletivo.
Portanto, o positivismo, da mesma
forma que diversas ideologias, pode ser vista sob vieses distintos, sendo que
todos eles possuem efeitos que são perceptíveis ainda na atualidade. Por isso,
percebe-se a importância de August Comte e a pertinência de sua teoria.
Diogo Heilbuth
Direito Noturno
Diogo Heilbuth
Direito Noturno
Positivismo, conservadorismo e século XXI
Fundada no século XIX, a doutrina positivista presidiu a primeira participação ativa da ciência moderna na organização social e constitui até hoje uma das alternativas fundamentais em termos de conceito filosófico, uma vez que busca uma reforma do pensamento humano para o melhor estudo e compreensão da sociedade. Para isso, é necessário ultrapassar os estágios antecedentes ao estado positivista/científico, úteis ao amadurecimento das formas de entendimento e explicação do mundo, que são o teológico e o metafísico, uma vez que estes explicam os fenômenos por meio de seres sobrenaturais ou abstrações/ideias que não podem ser comprovadas cientificamente, como por exemplo, uma mensagem de Deus. Assim como Hobbes, Comte afirmava que a sociedade humana vivia um ''caos social'', que seria regulado pela ciência e pela ordem, gerando o progresso das sociedades e dos que vivem nela.
Doutrinas religiosas, ‘’mito do bom selvagem’’ (Rousseau) são misticismos muito abstratos para Comte. Para ele, devem existir leis invariáveis, que são fatos recorrentes que se repetem, como as instituições, que são como a lei da gravidade, sendo seu papel manter a sociedade duradoura. A cultura vive nessas instituições (família, escola, Direito, moral, igreja, etc) e a monogamia, por exemplo, é uma instituição no imaginário coletivo que nos condiciona a uma obediência subentendida de acordo com os princípios ocidentais. Qualquer coisa que desvie do padrão é anormal, por exemplo, a binariedade dos sexos (heterossexualidade) que perpetua a espécie humana, deve ser estática e invariável: "a orientação sexual deve ser aquela de natureza humana, uma vez que a procriação é a ordem da normalização'' uma vez que a procriação relaciona diversas instituições, como a família, escola e moral e deve seguir um padrão.
No estado positivista, a burguesia tem o papel central, onde
o Estado é o elemento concentrador da racionalidade e deve prevenir
o bem-estar social em suas diversas células. Por exemplo: divórcio, prostituição, adultério,
homossexualidade são ‘’fraturas da célula social’’, uma vez que a
instituição-família transmite valores e exige-se o respeito automático dos cidadãos aos costumes
tradicionais. Além disso, para
Comte, a felicidade é um bem público em sua forma pura e eficaz. Logo, encurtar
o caminho para a felicidade é uma forma de não evoluir, uma vez que o
conservador tem receio do comprometimento de sua felicidade, pois deve manter a
ordem e as coisas como elas são (evitando uma possível emancipação). Vê-se isso
no preconceito em relação a homossexualidade em diversas figuras públicas, como nos discursos de Bolsonaro e Feliciano, os quais tem um ideal positivo//errado/excludente de felicidade, muito
conservador para a sociedade contemporânea em que vivemos, uma vez que até a
adoção de crianças por casais gays já é permitida.
Doutrinas religiosas, ‘’mito do bom selvagem’’ (Rousseau) são misticismos muito abstratos para Comte. Para ele, devem existir leis invariáveis, que são fatos recorrentes que se repetem, como as instituições, que são como a lei da gravidade, sendo seu papel manter a sociedade duradoura. A cultura vive nessas instituições (família, escola, Direito, moral, igreja, etc) e a monogamia, por exemplo, é uma instituição no imaginário coletivo que nos condiciona a uma obediência subentendida de acordo com os princípios ocidentais. Qualquer coisa que desvie do padrão é anormal, por exemplo, a binariedade dos sexos (heterossexualidade) que perpetua a espécie humana, deve ser estática e invariável: "a orientação sexual deve ser aquela de natureza humana, uma vez que a procriação é a ordem da normalização'' uma vez que a procriação relaciona diversas instituições, como a família, escola e moral e deve seguir um padrão.
Mariana de Arco e Flexa Nogueira, 1° ano Direito Noturno
Desordem e Retrocesso
"Amor como princípio e ordem como base; progresso como objetivo". Com esta frase Auguste Comte deu vida ao lema da bandeira brasileira. Através do seu ideal positivista, que consiste na devoção à ciência como guia da vida em sociedade, defende que o positivismo deve ser compreendido como a "religião da humanidade". Tendo este exercido grande influência no Brasil entre os séculos XIX e XX com a proclamação da República, é de grande importância que todos os seus cidadãos conheçam as origens e os ideais desta escola filosófica, o que, de fato, não ocorre, pois o sistema educacional do país é deficiente.
As escolas públicas de Ensino fundamental e médio
no Brasil –sobretudo as localizadas na periferia– vivem uma série problemas encadeados e não
solucionados. Deparamo-nos cotidianamente com situações inaceitáveis, como o
tráfico de drogas, dento no ambiente escolar. Há um tamanho descaso com esses
indivíduos, que se sentem desamparados pelo Estado e à margem de seus direitos,
de modo que sequer julgam possível reivindicá-los.
Surgem, assim, “sub-estados”, que se formam nas
regiões mais pobres, liderados por criminosos que se responsabilizam por
atender as demandas das pessoas. A população vive em constante situação de
violência e ameaça, mas acredita que essa forma de organização seja mais
benéfica para si que uma organização legal, pois esta não se mostra
verdadeiramente ativa na rotina dessas pessoas como aquela.
Partindo desta premissa, defrontamo-nos com a
seguinte ironia: o positivismo comteniano influenciou o maior símbolo da nação
brasileira, que é a sua bandeira, num momento marcante de sua história no
início da República, com o lema “Ordem e Progresso”, mas o que vivenciamos
regularmente, devido aos imensos esquemas de corrupção e ao desinteresse por
parte do Estado, é uma situação de caos, a verdadeira desordem e retrocesso. Os
cidadãos já não se sentem representados por seus representantes, mantendo-se numa
usual insatisfação. Entretanto, a descrença e a exaustão fazem com que já não
vejam a possibilidade de uma mudança.
Gabriela Melo Araujo
1º Ano - Direito Noturno
Introdução à Sociologia
Status quo e positivismo
A
sociedade brasileira é preconceituosa e avessa à cor da pele e posição social. A teoria da filosofia positiva de Auguste
Comte se encontra atual para explicar o porquê de tal comportamento. Comte em
sua obra tenta concretizar as ciências sociais com princípios equivalentes, no
que tange a sua imutação e atemporalidade, as regras que regem as ciências
naturais (Química, Física, etc.). Baseado em
suas palavras, podemos observar como o status quo que define a classe
privilegiada de uma nação, ou a história dela, pode proporcionar a aversão dita.
No Brasil, país formado e controlado em um
primeiro momento por oligarquias que pretendiam se manter no poder e fazer a manutenção deste, com grande descaso frente
à massa miserável da população, ainda hoje, em pleno século XXI , demonstra desconforto e estranhamento com a ascensão social da classes
historicamente desprivilegiadas, como os afrodescendentes, em que estes passam a ocupar uma posição de cidadania mais efetiva e têm seus direitos efetivados ,ao menos em parte, como o acesso a educação superior de forma
mais justa e ampla por meio das cotas, garantido . Este exemplo, que no futuro
acarretará na ascensão sócio-econômica destes indivíduos outrora condenados, a certo
pessimismo no que se refere a suas perspectivas de vida e de seus descendentes,
transforma o status social vigente e costumeiro, com o acesso a educação
elitizada do estado brasileiro de forma mais democrática.
Comte trata o meio social regido pela
necessidade da ordem para o progresso, e do progresso para a ordem como em: ‘’
para a nova filosofia, a ordem constitui sem cessar a condição fundamental do
progresso e, reciprocamente, o progresso vem a ser a meta necessária da ordem’’(Comte,
A. Discurso sobre o espírito positivo, pg. 69). Pode-se dizer que em nossa
sociedade, este medo para com a mudança da ordem vigente, é de natureza
positiva, pois para Comte, a ordem deve ser mantida e a não manutenção desta
leva a um caos, o qual deve ser evitado por meio de restrições. Em nosso país, caminha-se
a passos, mesmo que de’’ tartaruga’’, para mudar a atual condição de seus
habitantes historicamente explorados. Esta ‘’revolução silenciosa’’ faz muito
barulho nas classes abastadas, pois muda o panorama social do ambiente
brasileiro de forma lenta, mas de forma positiva, estabelece novos padrões de ‘’status
quo’’, delimitando uma nova ordem.
Rafael Cyrillo Abbud
1º Ano Direito Noturno.
Despreocupação das causas
O escrito que todo brasileiro conhece: "Ordem e Progresso". Este vem a ser um lema político positivista, desenvolvido pelo filósofo Auguste Comte, que marca sua importância na realidade nacionalista brasileira, visto que localiza-se no centro da bandeira brasileira. Auguste viveu em meio a crise feudal, desenvolvendo assim a teoria de que somente a ordem poderia levar ao progresso da sociedade, portanto fazia-se necessária uma reforma intelectual, que foi chamada de positivismo.
Para Comte, o conhecimento passa por três estados: teológico, metafísico e positivo. Sendo neste último em que se chega ao amadurecimento do espírito humano, quando deixa-se de buscar as causas primárias e os fins últimos dos fenômenos, assim como as causa íntimas das coisas. O que passa a ser considerado importante são as descobertas das leis que regem o universo, aquelas que podem explicar os fatos presentes. Sendo este o momento em que se chega, devido a combinação entre observação e raciocínio, a um conhecimento útil que pode ser usado em benefício da sociedade, para transformá-la. Atualmente críticas são apresentadas em relação ao filósofo, pois este ,ao resumir-se em leis imutáveis, restringe o comportamento humano de forma análoga a uma ciência exata, ignorando a instabilidade natural humana.
A despreocupação com a causa das coisas pode levar a medidas superficiais e imediatistas. Um exemplo atual poderia ser a tão discutida redução da maioridade penal. Colocar menores de idade presos em cadeias com homens mais velhos como uma suposta forma de diminuir a criminalidade que assola o país. Mas será que ignorar a origem e as causas que levam os jovens a entrarem para o mundo do crime realmente resolveria a questão das ações criminosas? Provavelmente não, a redução da maioridade penal é apenas uma medida fácil e rápida, que busca restabelecer a ordem, conservar a dinâmica social e o equilíbrio tão prezados na teoria positivista. Mariana M. Carneiro 1°ano Direito.
Comte e o êxtase da ciência
Auguste Comte, famoso filósofo
francês, foi o precursor da ideia positivista. Viveu cercado por muitas
novidades no campo científico, por isso foi muito influenciado. Sua maior
inspiração foi Newton, fundador das Leis da Dinâmica que revolucionou tudo o
que se sabia até então sobre Física e interação entre corpos. Foi a partir
disso que Comte fez uma analogia das leis da Física newtoniana para explicar a
sociedade e a relação entre as pessoas, nascendo assim o Positivismo.
Isso tudo, na época, pareceu muito
coerente. Porém, com o passar do tempo, as relações sociais provaram o
contrário do que pregava Comte. Isso porque, a sociedade não é estática como as
leis que regem o universo, como a gravidade por exemplo. Todos os serem humanos
são passíveis de vontades, desejos, paixões que podem levar a diferentes atitudes,
errôneas ou não. O ser humano não é um ser estático que obedece a tudo que é
melhor e mais coerente para seu bem estar, como defendia Comte, pois é movido
por sentimentos e não por forças constantes.
Desirrè Corine Pinto
Comte e o Marco da Biodiversidade
Pai da sociologia, Comte foi um pensador do século XXVIII
que tinha como objetivo a criação de uma filosofia positiva. Quebrando com o
conceito clássico, Comte afirma que a busca não deve ser direcionada para a
descoberta da origem dos fenômenos, mas sim para as leis que regem os fenômenos.
Assim, elabora a Lei dos Três Estágios, na qual o primeiro se refere ao Estágio
Teológico, onde os fenômenos são explicados através de seres divinos. Já no
segundo estágio, o Metafísico, as explicações são de ordem abstrata. Somente no
estágio mais avançado, chamado Positivismo é que alcançamos o verdadeiro conhecimento.
Esse conhecimento provinha sempre do uso da razão junto à observação da
natureza. A análise das circunstâncias leva a descoberta de vínculos entre os
fenômenos. Para o filósofo, a filosofia precisava ter um fim prático, uma
utilidade; diferente do que os antigos almejavam, Comte acreditava que precisávamos
conhecer a natureza para colocá-la a serviço do homem.
Hoje em dia, esse pensamento prático está muito presente na
ciência, como podemos observar no novo Marco da Biodiversidade sancionada pela
presidente Dilma. A lei torna mais fácil o desenvolvimento de novos produtos
farmacêuticos a partir de recursos naturais brasileiros. Dando importância a
indústria e as pesquisas, a mudança prejudica as comunidades tradicionais. Como
Comte, o governo vê na natureza uma praticidade, uma utilidade para a vida do
ser humano.
Gabriela Gandelman Torina
1º ano direito noturno
Quimérico , inútil e incerto
Tentando eliminar esses três 'problemas' da sociedade, Augusto Comte formula o pensamento positivista, filosofia que busca seus fundamentos na ciência e na organização técnica e industrial da sociedade moderna. Apesar de defender arduamente o uso da ciência , na pratica , sua teoria é um grande fracasso .
Comte acredita numa sociedade que siga a física social , com leis invariáveis que fortaleçam o poder das instituições e da 'normalidade'. Portanto , ele defende a monogamia , a heterossexualidade , a moral e por ai vai ... entretanto , quem define o que é normal ou não ? A quem foi incumbido o poder de tal decisão? A ciência explica os fatos , e o fato é que o esse normal não é alcançável. Desde que o mundo é mundo , todas as 'anormalidades' enumeradas por Comte fazem parte do nosso dia a dia. Além disso, os momentos da historia nos quais o pensamento positivista ganhou poder foram repletos de abuso de poder e violação dos direitos humanos, visto que era a filosofia inspiradora dos militares durante ditadura brasileira, por exemplo.Então, os adjetivos usados pelo autor para caracterizar o 'anormal' poderiam ser utilizados para definir seu pensamento positivista.
Beatriz Carvalho
1 ano direito noturno
Juspositivismo
Os conflitos entre direito natural e direito positivo já foram
exaustivamente discutidos. Enquanto o primeiro é admitido como sendo universal
e imutável e correspondendo à garantia dos princípios fundamentais da sociedade,
o segundo é posto pelo Estado, visa manter a ordem e tem validade limitada
temporal e territorialmente.
Trazendo esse conflito para o pensamento de Augusto Comte,
criador do termo “positivismo”, somente se o Estado reger a sociedade por meio
de leis positivadas, consistentes e dogmáticas, é possível preservar o que ele
chama de instituições sociais, onde estão presentes os valores fundamentais de
toda a sociedade. Assim, o direito positivo se faz imprescindível para a
manutenção do direito natural que, para Comte, é análogo aos valores presentes
em suas instituições.
Atualmente há uma abordagem mais consensual e aceita pelos juristas sobre esse assunto. Ela se sintetiza nas palavras de Norberto Bobbio presentes em seu livro O Positivismo
Jurídico: Lições de filosofia do direito
O direito, objeto
da ciência jurídica, é aquele que efetivamente se manifesta na realidade histórico-social;
o juspositivismo estuda tal direito real sem se perguntar se além deste existe
também um direito ideal (como aquele natural), sem examinar se o primeiro
corresponde ou não ao segundo e, sobretudo, sem fazer depender a validade do
direito real da sua correspondência com o direito ideal.
Juliana Previato Teixeira- 1º ano direito noturno.
Misérias de um Positivismo Nada Social
Habitante de mais
uma favela do Rio, João era um garoto comum. Desde criança, seu sonho era jogar
futebol, mas a miséria de sua casa o colocara desde cedo em seu devido lugar. Sua
mãe, a prostituta mais famosa da cidade, abandonara-o após alguns anos para
fazer parte da ordem social instalada, deixando para trás as lembranças de seu
passado vertiginoso. Era um bicho, o menino concluiu. Pobre, a margem da
sociedade e familiarizado com as mazelas dos vícios. A ele restava apenas um
consolo: Deus.
Com o passar dos anos,
contudo, o garoto perdeu a fé que lhe impulsionava. Decidiu que faria parte
daquela ordem que tanto zombava de si. A partir de agora seria um rapaz trabalhador.
Com muito custo, largou as drogas e conseguiu um emprego. Era, finalmente, um
membro da sociedade. Acordava todos os dias as três da manhã para entregar
jornal na cidade, mal ganhava o suficiente para prover seu sustento, porém
tinha sua dignidade intacta.Era -finalmente- um homem.
Constatada a
efemeridade da alegria inicial, João começou a revoltar-se. Um dia, saindo do trabalho,
viu um de seus colegas da favela. Ele trajava roupas de marca e tinha nas mãos
o mais novo aparelho celular lançado. Quando lhe indagou sobre como conseguira
tudo aquilo,ouviu sobre todos os benefícios que ganhara ao adentrar no
tráfico.E indignou-se.Largou o trabalho e voltou as drogas.Logo menos começou a
traficar.Não era mais homem,mas também não era mais bicho.Fazia parte de uma
nova ordem,visando ao progresso daqueles considerados párias pelas instituições
dominantes.
Com o tempo, o
rapaz adaptou-se a nova realidade. Tinha dinheiro para comprar o que desejasse,
era respeitado em sua comunidade e ninguém mais julgava sua opção sexual. Um dia,
a caminho de uma entrega de mercadoria, foi parado por uma batida. ”- Sô
trabalhadô”, dissera. Mas não era, e o policial via. Via em sua cor, em sua mão
agarrada a de outro homem, em seu olhar vazio. Um único tiro, nada hesitante, foi
disparado. Na manhã seguinte, nenhum jornal se importou com sua morte, um
deputado importante havia sido assassinado. Afinal,não fora bicho e nem
homem,apenas um dentre tantos “João Ninguém”.
Fotos de você: os limites das ações
em nome do progresso
(disponível em http://coral.ufsm.br/roth/olga4.htm)
É precisamente por isso que
esforço-me para despedir-me de vocês agora, para não ter que fazê-lo nas
últimas e difíceis horas. Depois desta noite, quero viver para este futuro tão
breve que me resta. De ti aprendi, querido, o quanto significa a força de
vontade, especialmente se emana de fontes como as nossas. Lutei pelo justo,
pelo bom e pelo melhor do mundo. Prometo-te agora, ao despedir-me, que até o
último instante não terão porque se envergonhar de mim. Quero que me entendam
bem: preparar-me para a morte não significa que me renda, mas sim saber
fazer-lhe frente quando ela chegue. Mas, no entanto, podem ainda acontecer
tantas coisas... Até o último momento manter-me-ei firme e com vontade de
viver. Agora vou dormir para ser mais forte amanhã.
Beijos pela última vez. Olga.”
(Trecho da última carta de Olga Benário Prestes – Abril 1942)
Naquele 10 de Novembro 1937, as ondas do rádio trouxeram uma
voz conhecida anunciando à Nação um período novo, de modernidade para o País. Um
regime forte, de paz, de justiça e de trabalho. Um governo pela continuação do
Brasil, pela existência nacional, que restaurasse a Nação e se sobrepusesse
sobre as influências desagregadoras. Uma nova Constituição para substituir
aquela de 3 anos antes.
Não seria exagero afirmar que esse episódio representa a
extrapolação dos ideais de ordem, de felicidade terrena, de primazia do
coletivo sobre o individual. Um momento que marca o descompasso entre a marcha de
um pensamento político e a cadência do ritmo democrático. Um pensamento que,
apesar de ter indicado um caminho a ser seguido, ignorou que poderiam existir
outros igualmente possíveis. Afinal, o universo não é governado apenas por
funções diretas, bijetoras, de causa e efeito.
A bela mecânica newtoniana nos permitiu apreciar os fatos
naturais por uma nova perspectiva. Mais do que isso, permitiu à ciência avançar
por novas fronteiras, mostrando ao homem que a visão macroscópica do universo,
das estrelas e buracos negros, e a microscópica das partículas subatômicas,
quarks e elétrons, são complementares e igualmente importantes para descrever o
fenômeno da vida. Tal constatação científica parece não se coadunar com a ideia
simples de associar sociedade a uma máquina, com cada indivíduo devendo assumir
uma função particular nesse conjunto complexo, sob pena de ser descartado.
No episódio histórico citado, muitos foram descartados em
prol de um idealizado bem comum. Talvez o caso mais marcante (e que não deve ser
esquecido) seja aquele envolvendo a família Prestes e que serve de exemplo de
como um projeto de futuro não deve ser construído em prejuízo da vida humana. Esquecer
isso é esquecer que as relações humanas são fundamentalmente realizadas no
plano individual e, nesse contexto, cada um, por mais desconhecido que seja,
assume uma importância ímpar.
“Eu tenho olhado suas
fotos por tanto tempo,
que quase acredito que
elas são reais.
Eu tenho vivido há
tanto tempo com suas fotos
que quase acredito que
elas são tudo o que consigo sentir.”
(The Cure – Pictures of you)
Fernando –
1º Ano Direito Noturno
Texto sobre o Positivismo de Comte
Referências:
Argumentos positivistas comtenianos na contemporaneidade
O
universo atual dos debates políticos no Brasil engloba, entre inúmeros assuntos,
o comportamento de determinados indivíduos na sociedade com o objetivo de “normatizar”
algumas restrições. Por exemplo, o casamento homoafetivo é alvo de críticas, principalmente
pela bancada conservadora religiosa cuja justificativa remete ao fato que laços
matrimoniais possuem uma função social de perpetuação da espécie humana, sendo,
portanto biologicamente impossível dois indivíduos do mesmo sexo conceberem um
filho pelas vias naturais.
A redução
da maioridade penal de 18 para 16 anos, o movimentos dos trabalhadores sem
terra (MST), a repressão armada da polícia militar quanto aos movimentos sociais,
apontam, assim como a negação de relacionamentos homoafetivos, atitudes
direcionadas a fim de prevenir a ordem social estática por meio de instituições
responsáveis pela manutenção da ordem social,
visando o progresso e o desenvolvimento, normalizando e normatizando as regras
de conduta social. Reduzir a maioridade penal retira das ruas um maior número de
indivíduos que agem de maneira ilícita, desta forma “resolve” de forma rápida o
problema da criminalidade juvenil sem antes compreender as causas mais profundas
desse problema. O MST é um movimento de luta pela reforma agrária que abala as
estruturas da propriedade privada da terra, reivindicando áreas improdutivas. A
repressão de movimentos sociais é explicada naquilo que consiste os papeis
sociais, ou seja, os cidadãos devem se ocupar com o trabalho e/ou estudo e família,
não criticando e manifestando-se nas ruas.
Os assuntos apresentados referem-se ao tempo atual,
entretanto Auguste Comte desenvolveu, no século XIX, um pensamento ligado
ao mundo da razão, dedicou-se a encontrar uma maneira de reduzir as relações
sociais e a organização das sociedades às leis similares as das ciências
exatas, podendo assim se fazer manipulações, previsões e tomar decisões no sentido
de conduzir a sociedade estável. Portanto, as explicações dadas acima acerca de
algumas questões sociais seguem o pensamento positivista de Comte em que a
ordem normal é estática e aqueles que desviam do “normal” ameaçam a manutenção da
sociedade assim como aqueles que não seguem restritamente a sua função social. A fim de resolver a “anormalidade” deve-se tomar uma atitude imediata sem aprofundar-se
nos pretextos e princípios desse problema.
Juliete Araujo Zambianco
1º ano Direito - Noturno
Introdução à Sociologia - Aula 04
Conhecendo a sociedade: herança positivista
Foi em um momento do
“desabrochar” do capitalismo, diretrizes da sociedade se modificando pelo
processo de quebra das tradições, que surgiu uma necessidade de identificar uma
certa ciência da sociedade. Diante disso, Augusto Comte construiu sua “física
social”, uma filosofia que atendesse a explicar - resolver e prever, mais
precisamente - as relações e problemas da sociedade.
Nessa elaboração, Comte
remete-se que há três estados na construção do conhecimento humano, são eles:
teológico, metafísico e o positivo (social). A primeira etapa que é o teológico
caracteriza-se por apanhar os fenômenos de acordo com uma divindade, esse
estágio se encontraria na fase inicial dos pensamentos humanos; o segundo
dirige-se em explicar as coisas mediante um domínio psicológico e o último
estado, segundo o francês o mais útil e íntegro, remete-se em conhecer leis
invariáveis, é o estado que une todas as ciências e explica em uma visão
concreta a organização social.
A ideia do positivismo
é resolver problemas sociais mediante uma perspectiva de controle (rédeas da
sociedade), a fim de neutralizar e programar um bem comum conforme as situações
já existentes, ou seja, esse método não requer um conhecimento afundo das
questões – na maioria das vezes essas questões são problemas - que abrangem a
estrutura social. Assim, falar dessa ideologia parece distante nos dias atuais,
entretanto é possível verificar resquícios dessa “corrente comtiniana”, além do
lema “Ordem e Progresso” na bandeira brasileira, há também os cacos do
positivismo compondo a sociedade.
Pode-se dar como exemplo,
que dentro do parâmetro positivista, cada indivíduo possui sua função social e
quando este é desviado, este passa a ser um problema para o bem comum. Assim,
uma pessoa não pode fugir do cabresto imposto a fim de não perder essa “normalidade”
para a sociedade, então, um ser não deve pensar na sua satisfação, mas apenas
fazer algo com que irradie um “bem” a todos.
Portanto, vê-se no
cotidiano dos noticiários que muitos indivíduos que se encontram na opção da homossexualidade,
estão sendo agredidos tanto moralmente como fisicamente de forma direta e ao
invés de acarretar em um “bem comum” como se trata o positivismo, está
acarretando em uma sociedade mesquinha onde os direitos individuais, a
liberdade, estão sendo quebrados de forma assustadora. Enfim, será que ao obter
uma visão que objetiva a felicidade de cada um, não vai fazer com que a
convivência do todo também seja mais satisfatória? Sempre há a necessidade de
questionamentos diários acerca das diretrizes que a sociedade está tomando e
conhecer afundo os pensamentos filosóficos e sociológicos (como o positivismo)
ajuda a entender melhor as influências que muitas vezes, direcionam as relações
desse todo.
Ana Caroline Gomes da Silva, 1ºano Direito noturno
"O real frente ao quimérico......"
“O real frente ao
quimérico, o ÚTIL frente ao inútil, o CERTO frente ao incerto”, é a partir de
tal citação que podemos analisar a filosofia de August Comte, o qual queria
primordialmente um conhecimento passível de aplicação na realidade concreta, e
não apenas ideias abstratas. Partindo de um momento de intenso fervilhamento
cultural, inserido entre ao anos de 1830 e 1848 , o filósofo sai em busca do
objetivo de conhecer para controla,r e transformar a sociedade, tendo por fim o
atingimento da solidariedade no âmbito coletivo.
Precipuamente, é válido destacar que Comte acredita que há
três estágios de conhecimento humano: o teológico ,o metafísico e enfim o
estágio positivista. Dessa maneira, os dois primeiros serviriam apenas para o amadurecimento
do saber .O que se relacionaria, respectivamente, á sociedade de castas, ás
teorias que justificavam a superioridade do homem branco e, por fim, a
sociedade atual, onde está inserido o mais alto grau de conhecimento humano.
Nesse ínterim,
outro fato marcante da ideologia positivista é a distinção entre a sociedade
estática(moral, valores ,leis, Direito) e a dinâmica ( a que leva a marcha
efetiva do conhecimento humano) . Tal ideal foi incorporado , se estampando no
lema “Ordem e Progresso” e se estende desde o passado , durante a ditatura
militar até os dias atuais. No primeiro caso, a ordem tinha que ser mantida a
todo o custo , legitimando os abusos e violência cometidas na época , para que
a sociedade progredisse. Indo em paralelo, no segundo caso ,tal lema serve como
justificador dos preconceitos ligados a sexo , cor , vestimenta , e etc ; como
uma forma de garantir o desenvolvimento da humanidade, já que tais atos se constituiriam
como desvios do padrão estabelecido. Dessa maneira, fica simples entender a grande
aceitação destas ideias pela burguesia, uma vez que quem deve ser responsável
para manter a ordem social é o Estado e , ela se encontra no topo do poder
atualmente.
Ademais , o
francês teve como precursores os grandes gênios: Bacon, Descartes e Galileu .Os
quais tem por objeto as leis dos fenômeno, os fatos em si e não as causas ou o destino do universo. Isso
justifica as injustiças e problemas atuais , como os enormes índices de violência
atribuídos a negros que são marginalizados da sociedade, sem que se verifique
seu histórico de sujeição e escravidão.
Assim, o fundador
da Sociologia e do Positivismo acaba por asseverar que a experiência positiva leva
a formação de uma moral essencialmente humana, onde a solidariedade teria lugar
central. Desse modo de deixa-nos um legado ao afirmar que a felicidade
vinculada ao bem público se sobrepõe ao parâmetro pessoa de felicidade, e que
todos devem contribuir para atingir tal finalidade. O que há muito vem faltando
no nosso mundo individualizado e capitalista...
Maria Izabel Afonso Pastori - Primeiro Ano -Direito Noturno.
Ciência Divina
No
século XIX, no auge da industrialização europeia, surge uma corrente de
pensamento filosófico que pregava a idealização da ciência e a noção de que ela
deveria orientar a vida cotidiana dos indivíduos. Influenciando fortemente o
pensamento da Europa, o positivismo, assim denominado, era essencialmente
empirista e teve como seu maior fundador Augusto Comte. O movimento positivista
se expandiu para diversas áreas do planeta, exercendo grande impacto nas áreas
do conhecimento.
O
vocábulo ‘’Positivismo’’ designa-se ao que está posto, o que de fato existe na
realidade e por isso pode ser experimentado e observado. O seu valor filosófico
se estabelece no aspecto de que a ciência traria transformações nas áreas
politicas e sociais. A partir disso, tudo aquilo que é metafisico pode ser
questionado e refutado, diferentemente das questões relativas ao mundo
material, que podem ser analisados e interpretados pelos seres humanos.
As
ideias principais do positivismo se estabelecem no conceito de que a ciência é
o conhecimento ideal para se encontrar a
verdade, ela deve descrever os fatos e relacioná-los com intuito de encontrar
leis constantes, ou relações de causa e consequência. Para isso a metodologia
cientifica deve ser abrangente, ou seja, deve ser estendida para todas as áreas
do conhecimento, é pelo método cientifico que
se resolve os problemas humanos. Por ela, que se pode vislumbra um mundo
melhor. O positivismo estabeleceu, também, os ideais iluministas e propagou os
valores empíricos para a sociedade, o culto a ciência é uma demonstração de que
o mundo humano e a matéria é mais valorativa que o transcendental e o
metafisico.
Dessa
maneira, Comte formulou a Lei dos Três Estados, segundo ele a humanidade
presenciou três momentos distintos de compreensão do mundo, sendo que sempre o
estágio seguinte seria mais desenvolvido e melhor. Para ele, a sociedade humana
se aprimorou com o passar dos anos, bem como suas concepções sobre o mundo. No
Estado Teológico, o ser humano tenta entender o mundo por meio de entidades
divinas. No Estado Metafísico, entidades abstratas explicam a realidade, mas
permanecem questões sem respostas. No Estado Positivo, o último deles, o ser
humano procura não mais o ‘’porque’’, mas o ‘’como’’ e o estudo das leis
naturais auxiliou no progresso da humanidade.
E
por último, Comte afirma que a religião dos seres humanos é a ciência e as leis
sociais, sua adoração é a própria humanidade. Todos os indivíduos fazem parte
de um todo que representa a humanidade e por isso seus fieis deveriam zelar
pelos seres humanos.
O
positivismo, devido a estabilidade politica europeia, encontrou espaço para seu
desenvolvimento. Sua expansão é aliada ao crescimento industrial, ao progresso
cientifico e a emergência das novas tecnologias da época. Por conta do
positivismo, que a organização técnica-industrial burguesa se estabeleceu e por
isso que ela determina o comportamento social, politico e cultural dos indivíduos
que se inserem no mundo capitalista. Teóricos Marxistas criticam os
positivistas, pois eles acreditam que essas mesmas ideias fomentaram a
dominação burguesa sobre os trabalhadores e, também a concepção de ordem e
progresso que os donos dos meios de produção e próprio Estado introjetou na
consciência das pessoas. Dessa maneira, o positivismo se relaciona com a citação
de Comte: ‘’ O Amor por principio e a Ordem por base, o progresso por fim’’ que
se expressa no desejo de uma sociedade ordenada, justa e progressista.
Arthur Resende
1º ano- Direito Noturno