segunda-feira, 18 de maio de 2015

O Positivismo e as Instituições Públicas Modernas

A partir do texto sobre “A universidade pública sob nova perspectiva” da autora Marilena Chauí, professora na universidade de São Paulo, faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, pode-se perceber uma relação muito clara entre as instituições de ensino modernas e a escola positivista. O positivismo de Augusto Comte foi a primeira expressão de tornar os fenômenos sociais em ciência, com sua fragmentação e especificação. Porém, esse advento acarretou consequências significativas principalmente para as instituições de ensino público que, segundo a própria autora, é além de tudo, uma instituição social dotada de ação social.
Há um embate moderno sobre a consideração distinta entre “instituição” e “organização”, já que a última é apresentada por Freitag como referente às Universidades Operacionais – regidas por burocracias, índices de produtividade, pela particularidade e instabilidade dentro do meio que deveria ser de formação. Assim como determina o método positivo, que através da observação e das percepções, pretende interpretar a sociedade para controlá-la e mantê-la em relações normais de ordem, fazendo como instrumento as leis (buscando o equilíbrio funcional da sociedade), a reforma da educação (valorizando a quantidade em detrimento a qualidade) e o conhecimento uno (especificação do ensino).
Caracterizada como preocupada somente com as causas imediatas, exclui a necessidade e essencialidade de questões básicas da existência: como os porquês das maiores causas da vida, assim como expresso, “Privilégio não da descoberta das causas mais íntimas, profundas, características da teologia e da metafísica, mas das leis que regem os fenômenos – Busca das causas é insolúvel” (Os Pensadores, p.7). A “Física Social”, assim como o cientificismo, trabalha com a resolução pragmática dos problemas, o que faz com que se originem vários microproblemas a serem resolvidos de maneira segregada e independente, como se a sociedade fosse apenas o real – oriundos dos mecanismos científicos empíricos ou analíticos.
Marilena Chauí afirma que “a organização pretende gerir seu espaço e tempo particulares (...) e seu alvo não é responder às contradições, e sim vencer a competição com seus supostos iguais”. No qual coloca as instituições públicas modernas como organizações que objetivam repassar informação sem questioná-la, tornando a pesquisa um acúmulo de informação de interesses externos ou privados sem utilidade social prática e abrangente, terceirizando o conhecimento e colocando-as, antes como instituições de direito, agora como serviço social. Assim, as instituições de formação públicas só conseguiram comprovar a distância significativa existente entre o progresso almejado pelos positivistas e o desenvolvimento que pertence ao conhecimento social prático.

            Introdução à Sociologia – aula 4
Karla Gabriella dos Santos Santana, 1º ano Direito - Diurno

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