domingo, 18 de maio de 2014

O método e o fato social

Para Émile Durkheim, para o fato social existir não só é preciso que haja o desejo e a vontade para seu surgimento, como também é preciso forças capazes de produzi-lo. Na sua obra “As regras do método sociológico”, ele criticou a ideia de sociólogos como Auguste Comte e Spencer de deduzir a causa do fato social a partir do fim. Para ele as causas que fazem o fato social existir são independentes dos seus efeitos e finalidades e, deve-se, primeiramente, estudar as causas de cada fato social e apenas depois seus fins para que haja rigor científico; ou seja, ele afirmava que esses seus antecessores na sociologia explicavam os fatos sociais pela sua utilidade e, segundo Durkheim, “os usos a que servem supõem as propriedades específicas que os caracterizam, mas não o criam”.
Para Émile Durkheim a causa real de um fato social deve ser estudada a partir de fatos sociais antecedentes – mas não é suficiente estudar a correlação entre os fatos sociais, é preciso que haja uma explicação racional vinculando-os, os resultados da comparação deveriam ser interpretados. – já a função desse fato social deve ser buscada na relação que ele mantém com um fim social. Além disso, Durkheim critica os conceitos de sociedade para Thomas Hobbes – sociedade é a continuidade da vontade social – e para Spencer – sociedade é intrínseca à natureza do indivíduo – já que para Durkheim a sociedade vai além do indivíduo.

Dessa forma, Durkheim foi singular no seu método sociológico uma vez defende que tal método é independente da filosofia, da psicologia e das ciências naturais e é objetivo (fatos sociais são tratados como coisas) e no fato de que, para ele, a sociedade é superior ao indivíduo e nele influencia.

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