domingo, 14 de abril de 2013

Querido diário



Ontem acordei às seis da matina para tomar meu café da manhã, a refeição mais importante do dia, com calma. Mal saí de casa e meu vizinho já olhou de forma repreensiva as correntes na minha saia e meu bracelete punk, por via das dúvidas tirei este.
Cheguei na escola atrasada, perdi alguns minutos preciosos tentando provar ao inspetor que o comprimento da minha saia estava de acordo com as regras; e entrei na aula de português: Porque,Deus, essa língua?
Como não havia o que fazer, sentei em meu lugar estabelecido pelo ''mapa de sala'' e aguardei a chamada, a teoria, a prova, enfim, o intervalo. Comer, era o que eu mais precisava(e o que eu menos podia fazer)! Mas o horário não chegava, minutos que pareciam horas até chegar ao abençoado 9:30 h. Trinta minutos contados de ar livre... o que fazer? Alguns liam,outros estudavam, outros decoravam, outros apenas conversavam, já eu, fugi.
Fui ao bar mais próximo, tentei comprar uma cerveja, no entanto meus 17 anos e 9 meses não eram suficientes para isso, então me contentei com um salgado. Mas, no bar seguinte, consegui um maço de cigarros.Como era legal finalmente burlar as regras!
O mundo parecia fatalista, as regras, os horários, o clima quente, a pressão do dia-a-dia me consumiam, não havia alternativa: o meu eu consciente já estava anulado,bastava anular a somatória:meu corpo...



Marcela Helena Petroni Pinca - direito diurno

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