domingo, 14 de abril de 2013

A objetividade de Durkheim e a consolidação da Sociologia


Se René Descartes e Francis Bacon iniciaram uma revolução e Augusto Comte estruturou a mesma, o francês Émile Durkheim deu a essa nova forma de pensamento – que posteriormente seria denominada de “Sociologia” – um eficaz e polêmico sistema metodológico.
Durkheim busca, em “As Regras do Método Sociológico”, consolidar a sociologia comteana como ciência do conhecimento, visto que em sua época havia várias ciências buscando também a consolidação. Para tal fim, o pensador francês estabeleceu dois propósitos em sua obra: determinar o objeto e um método sociológico.
Como objeto de estudo, Durkheim estabeleceu o que ele denominada de “fatos sociais”. Como a expressão já se encontrava desgastada devido ao seu uso genérico, Durkheim ainda estabelece sua concepção do conceito de “fatos sociais”: “consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se lhe impõem.” Durkheim, em sua obra, também destrói a ideia de individualismo absoluto do homem, dizendo que “a maioria de nossas ideias e tendência não são elaboradas por nós, mas nos vêm de fora”.
Estabelecido o objeto, Durkheim buscar estabelecer o método de conhecimento sociológico, e é justamente nesse método que se construiu a maior crítica ao pensador. A proposição de Durkheim se baseia na premissa “ver o fato social como coisa”, ou seja, analisar os fatos sociais com objetividade, sem envolver a subjetividade. E a partir de uma análise superficial dessa premissa, iniciou-se uma série de críticas quanto a frieza e falta de humanidade do método.
Essa “frieza” de Durkheim, apesar das críticas, foi essencial a sociologia, pois, deu a mesma credibilidade em suas formulações a outras feitas por ciências já plenamente aceitas na comunidade científica, como a biologia e a geografia. 

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