domingo, 14 de abril de 2013

A necessária “dessocialização” dos fatos

   O fundador da escola francesa explica a existência de um conjunto de fenômenos de características nítidas em qualquer grupo social. Fixados na sociedade, esses fenômenos são resultantes de uma história de cultura e costumes, relativos aos comportamentos coletivos que foram repassados às gerações ulteriores.
   Existindo anteriormente ao nascimento de um determinado ser, é marcado pela sua exterioridade das consciências individuais. De qualidade intrínseca, exerce um poder imperativo e coercitivo sobre o ser humano, que se considera fadado a agir espontaneamente da maneira que lhe foi imposta. A educação é a responsável pela perpetuação dessas condutas. Desde tenra idade, a criança é sufocada pelas obrigações sociais, que ilusoriamente são tidas como corretas e verdadeiras. Tem-se então, por uma organização definida, o fato social.
   Hodiernamente, é vasta a frequência de tentativa de libertação desta amplidão de regras, e sua violação. Contudo, o indivíduo ainda se sente obrigado a lutar contra elas. O homem só enxerga a pressão da cristalização dessas normas, quando se dispõe a enfrentá-las.
   As manifestações privadas, por reproduzirem em parte um modelo coletivo, apresentam também algo de social. Apesar de cada uma depender da constituição orgânico-psíquica do homem, ou seja, são fenômenos sociopsíquicos.
   Porém, em geral, cada um é arrastado por todos, principalmente com a globalização dos dias de hoje. Até que ponto o ser humano pode se deixar influenciar por essa leva de fatos sociais enraizados na história humana? Até que patamar o homem conseguirá superar suas verdades parciais e seus tabus? É preciso uma revolução moral do indivíduo, que permita o progresso social da humanidade, e só assim, o homem conseguirá “dessocializar” seus fatos.

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