segunda-feira, 25 de março de 2013

               Suicídio da lógica capitalista


    Segundo Eric Hobsbawn, a História tem a finalidade de explicar o princípio, o desenvolvimento e o triunfo do capitalismo. Nessa lógica, ela demonstra o percurso de uma classe que nasceu durante o feudalismo e se consolidou durante a Era do Capital(1848-1875), a classe burguesa. Vencedora da disputa pelo poder, a burguesia ultrapassou os limites dos reis e nobres e disseminou seus valores estabelecidos na concepção do poder econômico.
     Mesmo na passagem da Id. Média para a Moderna em que a classe burguesa ainda era incipiente, já começavam-se surgir novas diretrizes acerca do pensamento humano. A razão era posta em pauta, concomitante ao o encorpamento da burguesia. Descartes teorizava os novos métodos e Francis Bacon questionava a ciência conformista.
     Passado todo esse período de valoração do ser-humano em detrimento ao mundo simplista da realidade, estabeleceu-se uma lógica de mercado nos tempos hodiernos em que os mitos e as crenças se esvaneceram enquanto a força do mundo empírico tomou conta da sociedade. As prerrogativas do capitalismo são complexas e imponderáveis. O mundo do capital é levado ao extremo. As mudanças culturais são influenciadas pela lógica do consumo e tudo o que não estiver inserido nesse meio é escusado de abordagem.
     O filme Ponto de Mutação nos traz uma reflexão sobre o quão perverso se tornou o interesse burguês frente aos problemas do mundo, como no meio ambiente, na política e na saúde por exemplo e como isso afeta as próximas gerações, pois a sensibilidade se tornou ilegítima enquanto que os valores superficiais humanos se tornaram prioridade. É preciso nos desconectarmos da lógica imediatista e atentarmos para o conjunto de sistemas que integram o mundo, ou se não acabaremos fadados ao suicídio da lógica capitalista.



   

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