segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ver além da indignação


Celebremos então a nossa modernidade! Todas suas facilidades, todos os seus confortos, seus novos conceitos de relacionamento e seus novos tipos de felicidade!
Fácil é celebrar o nosso novo tempo desde que não se olhe com profundidade para o mesmo. Tempo este criado a partir da vontade de uma única classe social e com a intenção de ascender tal classe ao topo do poder e nos trazendo alguns dos questionamentos mais difíceis de serem respondidos: A máquina tão reverenciada até hoje trouxe benefícios para todos? A modernidade é para todos?
O sacrifício do Intelecto humano para a criação da máquina gerou um trabalhador obsoleto perante a grande necessidade de produzir cada vez mais, marginalizando essa enorme parcela em nome de um falso “Bem maior” e tornando os tão celebrados avanços, restritos a uma pequena parcela da sociedade. Se, como disse Francis Bacon, “Saber é poder”, terá o trabalhador cedido não só seu saber a máquina? O que nos leva a pensar que muito maior que a tecnologia atual, é o abismo entre as classes sociais e se o moderno não nos trouxe também atrasos, por exemplo, na qualidade de vida das pessoas.
Apesar de tudo, devemos perceber que tudo que foi criado não deve ser deixado de lado. A máquina não deve ser enxergada como um instrumento de dominação e marginalização. Não devemos negar a modernidade, devemos enxergar além da indignação para com o sacrifício humano que a Revolução Industrial trouxe e procurar caminhos para corrigir aquilo que foi feito de errado no passado. Tornar a máquina para todos e levar a modernidade para aqueles que ainda vivem e sofrem com os erros do passado.

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