segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ironia burguesa

        Marx no capitulo III de “O Capital” trata da introdução da máquina como fator integrante e primário da produção. Marx afirma que a simplificação do trabalho advinda da máquina foi vantajosa apenas para o individuo proprietário da máquina, pois além de reduzir a necessidade da mão de obra o burguês se utiliza do argumento de simplificação de função para redução salarial.
         A redução salarial para Marx, se trata da desvalorização da força de trabalho do chefe de família, obrigando assim que os outros membros da família nuclear, mães e filhos, se insiram no mercado para que se torne possível a subsistência.
         A inserção da Mãe e da mulher de modo geral no mercado de trabalho explicita o caráter extremamente irônico do sistema capitalista. A lógica marxista evidencia que aquilo que se deu como uma conquista histórica de emancipação da mulher, que a libertou das correntes das funções domésticas apenas foi motivado, possível e necessário pela subsistência da família. Deu-se por um simples capricho do sistema produtivo que ao necessitar de menos esforço físico para produção buscou nas propriedades físicas do trabalhador a justificativa de salários mais irrelevantes.
        É completamente irônico que um sistema produtivo que diminui seu número de vagas de emprego pague salários menores ao trabalhador. O salário ínfimo aumenta necessidade de trabalho do proletariado, porém o mecanismo frio que apenas produz por produzir diminui as reais possibilidades de alguém que apenas possui sua força de trabalho para oferecer lograr um emprego.

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